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CAPÍTULO III RE-CONTANDO A HISTÓRIA DA APEART

3.1 Primeiro Ato: A Gênese do Fenômeno e da Experiência de Educação (1988 –

3.1.6 O surgimento da APEART e os conflitos junto à CPT-PR

A crise entre CPT-PR e governo do Estado se manterá de março à novembro de 1993, sendo parcialmente superada com a assinatura do convênio entre as partes no mês de junho, após inúmeras negociações envolvendo várias lideranças políticas do estado, explicitando oficialmente a contratação de 116 monitores de alfabetização, sendo previstos os repasses retroativos à março do corrente ano. A partir das reflexões e discussões travadas internamente pela CPT- PR neste período, seus agentes estrategicamente definiram pela sua retirada das negociações do convênio para vigência do PEART, criando uma nova personalidade jurídica que respondesse "cartorialmente" pelos trâmites administrativos e financeiros desta parceria. Desta forma, no dia 08 de novembro do ano de 1993, através de uma assembléia de fundação, cria-se a Associação PEART.

por causa do conflito do Estado, nós então criamos a APEART [...] Em 94 depois desse debate se era fundação ou instituto, ou uma organização sei lá o que..., criamos a Associação. E só colocamos o A na frente de Associação, nós não podíamos criar uma entidade com nome fantasia, porque o Estado poderia negar no período o convênio, com uma instituição nova, que claro é interesse do Estado no período de fazer um convênio com a CPT, porque era uma forma de dar uma segurada na CPT. Tanto é que no primeiro convênio que fizemos entre a APEART com o Estado, o Estado não percebeu essa mudança de gestão, pra eles, eles continuaram o convênio com a CPT, negociando com a CPT, certo, pra eles era o PEART, e na verdade já tínhamos criado uma instituição. [...] Que no início era uma instituição, por assim dizer, cartorial, mais burocrática, mais ela aos poucos foi de fato gestando. Tanto é que era burocrática, porque também nós queríamos...pra assegurar que ela não se tornasse muito autônoma nem muito independente, a configuração da primeira diretoria, tinha que garantir X vagas de agentes da CPT..., isso porque a preocupação era de não descaracterizar o trabalho da CPT. E isso aos poucos foi criado certos conflitos. (D.L.F.83

)

então foi criado no final de 93 a APEART ali nas dependências da Paróquia do São Lourenço. Foi feito uma reunião envolvendo bastante gente aí da linha de frente do PEART, das pastorais, e aí se formou a primeira diretoria da APEART e o nome foi muito discutido até que se chegou à definição de dar o nome de APEART pra trabalhar com “ART” que já tinha em torno do nome PEART, e aí a APEART e PEART sempre foi uma convivência meio complicada porque é aquela velha história que nós sempre falamos nas reuniões: o filho nasceu primeiro que a mãe. (D.B.84)

83 Pe. Dirceu Luíz Fumagalli é atualmente diretor da APEART, sendo também seu presidente no período de 1995 a 1998. Entrevista realizada em 28/01/2002.

84 Durvalino Biliatto foi coordenador geral do PEART e sócio-fundador da APEART. Entrevista concedida em 28/01/2002.

Com o acúmulo de debates realizados com a crise política entre CPT-PR e governo estadual e com a criação da APEART, inicia-se um novo processo de repensar o papel entre APEART e CPT-PR (bem como do próprio Serviço Pastoral dos Migrantes presente ainda neste contexto), identificando as influências e relações na direção da nova entidade, considerando a permanência das mesmas pessoas ocupando estes espaços num processo de identificação de suas semelhanças e diferenças, permeadas pela mística simbólica e celebrativa que influenciará a resistência e a persistências dos vários sujeitos da APEART principalmente em seus momentos de crise política e financeira.

A partir da institucionalização do PEART transformando-se na APEART, ela se constitui numa instituição com autonomia, uma entidade não governamental, sem fins lucrativos enquadrada no campo das ONGs e ela media e negocia com a CPT um quadro de identidade, com identidade própria mas ao mesmo tempo ela mantém na sua estrutura a presença da CPT para que o elemento original da CPT, da origem do projeto e o elemento religioso que era um dos elos do projeto continuasse e desenvolve-se uma política de estar promovendo a ação conjuntamente com a CPT mas a CPT se constitui na sua estrutura, desenvolve ações específicas na região do norte do Paraná e a APEART desenvolve a sua ação específica. Tem alguns momentos que as ações são somadas e articuladas e a partir daí são dois rios que correm paralelamente e alguns momentos se juntam e em outros se separam. [...] Os momentos de encontro se dão nas ações locais nas comunidades a partir das pastorais onde o agente de CPT é um proporcionador de espaço para que a APEART se insira. Ele é quem vai na paróquia, conversa com o padre e abre um espaço pra que surgisse uma turma de alfabetização e aquele educador, aquela liderança ali da comunidade se vinculava à APEART e o agente da CPT continuava desenvolvendo as suas atividades enquanto a turma dos bóias-frias da APEART desenvolvia a suas atividades. [...] Outros momentos que eram momentos muito mais de beber na fonte, momentos de espiritualidade, momentos de reflexão, as romarias da terra, os congressos, os seminários, as assembléias da CPT onde os coordenadores, educadores da APEART participavam conjuntamente, isso é, ele iria abastecer da fonte da mística para que pudesse desenvolver o projeto APEART85. (J.P.L.86)

e eu acho que também não dá pra não dizer que houve sempre uma competição, um certo conflito entre a CPT e a Pastoral dos Migrantes que acabavam de certa forma trombando no trabalho, em alguns momentos fazendo juntos e em alguns momentos trombando, então, naturalmente como a CPT acabou ficando mais próxima, então a Pastoral dos Migrantes acabou também se afastando da linha de frente do PEART. (D.B.)

Um outro momento que me chamou bastante a atenção na história da APEART é o momento em que APEART, não sei se o termo correto seria rompe, mas em que ela muda com a sua matriz que é a matriz histórica, sua matriz inclusive de princípios que é a CPT. Isso me chamou a atenção porque é a CPT que imprime uma marca de concepção, uma marca de princípio, uma marca de organização na APEART, então isso de certa forma

85 Grifo nosso, ressaltando o referencial marcante da "mística" da CPT na gênese da APEART.

86 Joaquim Pacheco de Lima é assessor da APEART. Foi o primeiro coordenador do PEART em 1993 e 1994 e primeiro presidente da APEART em 1994. Entrevista realizada em 19/04 e 02/05/2002

tem as suas conseqüências, os seus impactos num momento mais recente que é o que a APEART está vivendo hoje e ao tomar conhecimento dessa trajetória, ficou mais claro o que acontece com a crise, com uma crise de identidade, com o período que a APEART vem passando hoje de reflexão, de tomada de decisão e de algumas posturas que ela tem pra decidir em questões político-pedagógicas, então esse é um momento significativo em que a APEART extingue a CPT como matriz na sua origem em determinado momento por uma relação com o Estado, ela precisa romper entre aspas, se desligar de certa forma e passar a fazer o papel direto, ter uma relação direta com o Estado através dos convênios, através do repasse principalmente de recursos [...] então isso, talvez da história da APEART, da sua relação com a CPT que permanece até hoje, grande parte da direção da APEART, dos supervisores e alguns educadores são membros da CPT, tem uma relação direta de coordenação, de acompanhamento, então é um rompimento institucional, de relação talvez mais burocrática com o Estado e hoje ainda permanece um forte engajamento desses sujeitos [...]. essa relação com a CPT que desencadeia com certeza uma crise de origem, de vínculos... (A.M.F.87

)

Observa-se que no processo de identificação dos papeis entre CPT- SPM-APEART, foi-se afirmando a necessidade de se estruturar a Associação, definindo internamente os papeis dos sujeitos envolvidos, principalmente a coordenação, supervisão pedagógica e assessoria pedagógica. A CPT-PR até então considerada a proponente de todas as ações desenvolvidas, passa a se constituir progressiva e efetivamente menos na executora das ações e mais como um referencial político-pastoral, buscando "abastecer" a mística e os princípios da educação popular presentes no PEART, vindo a competir acirradamente com as pressões que a SEED/PR imporá nos anos vindouros. Ainda assim, observa-se as confluências presentes na duplicidade de papeis e funções ocupados no interior do Projeto e da entidade (haja visto que o próprio coordenador regional da CPT/Equipe PAR, é coordenador geral do PEART, sendo também eleito presidente da APEART, como muitos outros casos), bem como nas ações desenvolvidas pelos próprios monitores.

[...] 94 então, o surgimento da Associação que também teve um período embrionário que foi a próprio ano de 94, aonde era conjugado ainda o poder de quem estava na coordenação do projeto e na direção da Associação (burocrática) que a gente encarava muito mais uma prestação de contas ao Estado do que pensar a instituição. (D.L.F.88)

87 Adriana Menezes Farias foi assessora pedagógica e membro da equipe de coordenação político-pedagógica da APEART, no período de 2000 a 2001. Entrevista realizada em 25/07/2002.

88 Pe. Dirceu Luíz Fumagalli é atualmente diretor da APEART, sendo também seu presidente no período de 1995 a 1998. Entrevista realizada em 28/01/2002.

e tinha também muita confusão porque as pessoas as vezes acabavam confundindo o que era um trabalho de CPT, de pastoral, com um trabalho da sala de aula, mas foi muito interessante. (I.C.D.89)

Assim, o ano de 1994 é marcado também por muitos conflitos na relação entre APEART e CPT-PR, tendo como palco os espaços do PEART, confluindo nos espaços da Paróquia São Lourenço. O convênio entre APEART e SEED/PR foi assinado no mês de abril, prevendo o mesmo número de 116 monitores do convênio anterior. Sua renovação passa a exigir da APEART uma estrutura mais ágil de controle financeiro e prestação de contas ao governo estadual, contratação de pessoal (admissão, pagamento, demissão), dentre outros, possibilitando a ampliação do número de funcionários na sede administrativa do Projeto, redimensionando assim, o nível de conflitos que passam a incorporar estas relações. Neste ano, a culminância dos conflitos é caracterizada pela saída de Joaquim Pacheco de Lima, o Pio, da coordenação do PEART, no mês de agosto90,

ficando temporariamente na coordenação da CPT-PR e dividindo a direção da APEART com o Pe. Dirceu Luíz Fumagalli (vice-presidente) até o mês de novembro do mesmo ano, gerando assim, reflexões sobre a reestruturação nos vários espaços de poder existentes. Com este fato, realiza-se no dia 15 de novembro de 1994, a Assembléia Geral Ordinária da Associação PEART, sendo eleita a nova diretoria da organização, assumindo sua direção executiva o Pe. Dirceu Luíz Fumagalli (presidente), a professora Regina Célia Alegro (secretária) e o Pe. Zenildo Megiato (tesoureiro)91. Na mesma assembléia foi indicado e acatado o nome do professor

Durvalino Biliatto - até então coordenador voluntário do PEART/Região de Londrina - para assumir o cargo de coordenador geral do PEART. Sendo o Pio o representante de uma das mais intensas marcas cepetistas neste processo, observamos que sua saída passa a significar um redesenho nos projetos, nas relações e na convivência político-pastoral e político-pedagógica até então existentes, considerando a profunda referência por ele criada no que se refere aos princípios político-pedagógicos até

89 Isabel Cristina Diniz foi educadora e supervisora pedagógica do PEART e membro da diretoria executiva no período de 1997 a 1999. É membro sócio-fundadora da APEART. Entrevista realizada em 18/07/2002.

90 Constatamos a partir da documentação da APEART, que a renúncia de Joaquim Pacheco de Lima da presidência desta Associação foi justificada formalmente na reunião da diretoria da organização realizada no dia 20 de janeiro de 1995, sendo registrada a leitura da sua carta de renúncia, alegando na mesma "motivos de trabalho para seu afastamento". (Ata da 2ª reunião da APEART, 20/01/1995)

91 Ressaltamos que o Pe. Zenildo Meggiato renunciará ao seu cargo (formalizado em reunião no dia 21/07/1995) devido assumir a coordenação estadual da CPT-PR, sendo substituído pelo seu suplente Fernando Franzói da Silva, em 24/02/1996.

então formulados e cultivados através do PEART. Podemos constatar os conflitos presentes neste momento da história da APEART, a partir do relato dos entrevistados.

Foi até a metade do ano de 94, quando gerou essa crise, e que no confronto entre o administrativo do PEART e a coordenação política pedagógica, tinha um racha. [...] No conflito de agosto, foi interessante porque o pessoal pressionou o Pio pra sair da coordenação. O pessoal não se apercebeu que o Pio tinha um poder maior, que ele era presidente da Associação. Ele era agente da CPT, presidente da Associação, e coordenador do PEART. Sendo que a APEART não tinha um corpo, uma visibilidade, não tinha uma institucionalidade então o que valia era o coordenador do PEART, que isso depois só vai ser resolvido no conflito de 96/97, [...] ele tinha uma inserção estadual, ele fazia parte da coordenação estadual, dentro do colegiado, dentro do conselho, e aí acumulava presidência e a coordenadoria. Que foi um problema técnico, que ele era patrão dele mesmo, por assim dizer, mas não tinha essa configuração do período, era militância mesmo. [...] Pio continuou com a figura política junto ao Estado, ele tinha entrada principalmente com a Emília Belinatti, mas na condição do processo executivo do PEART foi eu que toquei, claro, eu juntamente com as equipes. [...] em 95, fui eleito Presidente da APEART. E em 95 mesmo, o Pio sai da coordenação geral, e nós indicamos, o coletivo, o Durvalino como coordenador geral. Ele era coordenador voluntário da região de Londrina, até no decorrer de 94. Em 95 ele assume a coordenação geral da APEART. (D.L.F.)

[...] a saída do Pio. Pra mim assim a morte do... a decepção dessa... a concretização do desvirtuamento da proposta inicial do projeto é a saída do Pio, porque o Pio era a alma do PEART. O PEART é o Pio né [...] porque assim, no momento que nós tivemos aquele encontro dos bóias-frias, o Pio, mais do que qualquer um de nós captou aquilo que as pessoas estavam dizendo. [...] o Pio soube captar aquilo e concretizar no projeto [...] o Pio se doou tanto pra isso e as pessoas... a gente sabe que foram as pessoas que o tiraram né [...] eu sou uma das pessoas, na época que sempre tive críticas em relação a algumas posições do Pio e a algumas práticas do Pio e ele sabe disso porque eu explicitei sempre isso pra ele [...] Mas a alma do PEART se perde pra mim na saída do Pio. [...] Tinha alguns problemas de encaminhamento de questões, de centralização [...] Porque o Pio conserva o romantismo do início do PEART apesar de tudo. [...] A saída do Pio se dá num momento em que o projeto já estava enorme. Já tinha não sei quantas turmas, não sei quantos supervisores, quantos monitores. Era uma coisa... já tinha se dado a criação da APEART, já era uma estrutura, uma infra- estrutura que a gente nunca tinha pensado que chegaria a isso (S.M.F.92)

Foi extremamente tenso, extremamente desgastante emocionalmente, nós participamos daquelas discussões muito mais por estar fazendo parte do conjunto, do que por entender o que de fato se passava ali. Na verdade nunca ficou claro isso, o que aconteceu, o que de fato fez o afastamento do Pio e a ascensão do Dirceu. Isso nunca ficou claro pra gente, se foi uma exigência da CPT, se foi uma forma deles próprios se organizarem entre eles por exigência da própria CPT, enfim, eu não sei o que foi. (M.G.F.93)

o momento da transição de PEART e APEART [...] aí entrou um outro referencial que é a Igreja Católica nas suas estruturas paroquiais, a Igreja enquanto instituição assumiu o controle dos grupos na comunidade da paróquia e os grupos de alfabetização acabaram sendo um extensão da

92 Solange Maria Ferreira foi educadora e sócio-fundadora da APEART. Entrevista realizada em 14/05/2002. 93 Maria das Graças Ferreira é assessora da APEART. Entrevista concedida em 14/04/2002.

paróquia, coordenados por catequistas, por lideranças da paróquia e uma extensão também do padre dentro da teoria, da hierarquia filosofia, antiga teologia, isto é, a visão hierárquica onde o agente de pastoral é dependente do clero na sua ação, ele é “castrado” para produzir pensamento. [...] Dentro desse quadro, uma pessoa é referencial que é o padre Dirceu que com todo o seu discurso de autonomia, da teologia da libertação, mas ele é refém dessa visão burocrática, dessa visão da sobreposição do religioso, do institucional aos movimentos sociais, isto é, para isso então ele, com as suas habilidades políticas desenvolveu uma intervenção, quando eu estou dizendo padre Dirceu, ele é parte de um grupo político, mas ele é uma expressão deste grupo. O padre Dirceu desenvolveu uma ação de intervenção que culminou nessa institucionalização do PEART e os assalariados rurais ficavam exclusos desse processo. As demandas iniciais dos assalariados foram exclusas porque se queria institucionalizar aquele projeto e dois campos são sobrepostos onde o quadro se trabalhava a dimensão econômica e cultural que eram os mediadores para contemporizar os assalariados rurais. Essa dimensão foi negada e foi dado importância à dimensão política dele. O eixo político que foi dado referência, isto é, o eixo do poder e o poder precisa do que, ele precisa de coação, ele precisa de violência e é nesse momento que se inicia na APEART todo um processo de violência, de jogada política, de busca de hegemonia, de busca de consenso e aí os conflitos que eram negociados e pactuados anteriormente, foram explícitos e chegaram a confrontos extremos, de exclusão de debates e as ações não eram vistas em torno do assalariado mas em vista de quem assumia o poder, de quem dirigia a instituição, o eixo fundamental é esse, isso é, a instituição sobrepôs ao público alvo. O público alvo que era sujeito, acabou sendo um objeto da instituição. (J.P.L.94)

Consideramos este momento, um dos marcos do processo de institucionalização da APEART e da proposta de educação popular até então experimentada, percebendo seu progressivo afastamento das intenções e princípios originários da CPT-PR no que se refere especificamente à organização dos trabalhadores assalariados rurais temporários, a partir de um trabalho efetivamente de base. Evidencia-se neste contexto, as marcas institucionais da Igreja Católica principalmente no desenho organizacional da Associação, já presentes desde as experiências piloto realizadas. Por conseguinte, observamos no ano de 1995, novas configurações que marcarão esta história, sendo uma delas a progressiva estruturação da APEART nos moldes institucionais (posteriormente reconhecida pelos seus membros como uma ONG) contudo, sem ainda visibilidade política como tal, bem como o crescimento do PEART, contando então com novos membros compondo uma equipe renovada de coordenadores e supervisores, com maior número de turmas de alfabetização a partir da renovação do convênio no referido ano.

94 Joaquim Pacheco de Lima é assessor da APEART. Foi o primeiro coordenador do PEART em 1993 e 1994 e primeiro presidente da APEART em 1994. Entrevista realizada em 19/04 e 02/05/2002.