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A OCDE: UM APARELHO DE HEGEMONIA PARA A GOVERNANÇA GLOBAL

CAPÍTULO 2. A RELAÇÃO OCDE E BRASIL: IMPACTOS NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS

2.1 A OCDE: UM APARELHO DE HEGEMONIA PARA A GOVERNANÇA GLOBAL

A OCDE é um aparelho de hegemonia global que difunde as ideologias do neoliberalismo. A organização tem vocação de exercer influência através de mecanismos de controle indireto a partir dos mecanismos de governança global que são a “construção de consensos” e a “pressão por pares”.

Esse organismo internacional tem características peculiares como: “Entidade sui

generis, sem vocação de participação global, misto de think tank, tribunal, foro de

coordenação e aconselhamento de políticas nas mais diferentes áreas” (PINTO, 2000, p. 9).

Portanto, é um organismo internacional sui generis por não possuir mecanismos de controle diretos (financeiros e/ou militares), como outros organismos internacionais (Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, Organização do Tratado do Atlântico Norte etc.), que concedem empréstimos ou prestam ajuda militar, a fim de exercer pressão sobre as políticas nacionais para a exigência de planos de austeridades ou de subordinação às ações dos países imperialistas.

A OCDE é um think tank47 em virtude de sua atuação específica enquanto

organização que produz recomendações para governos e para a sociedade em geral, dando instrumentalização técnico-política para decisões em diversas áreas de políticas públicas, como educação, saúde, segurança, gestão, meio ambiente, relações internacionais etc.

A OCDE conforma-se enquanto espaço em que a disputa pelo poder se materializa, primordialmente, no campo das ideologias, atuando na elaboração e na divulgação da concepção de mundo que fundamenta a racionalidade neoliberal, pelo exercício do poder soft, “termo que se refere às formas de poder baseadas em instrumentos de persuasão, em oposição aos meios de pressão que caracterizam o poder

hard” (RIGOLIN; HAYASHI, 2013, p. 398).

Com sede em Paris48, a OCDE surge como uma das mais importantes iniciativas políticas e econômicas que os Estados Unidos tiveram no pós-segunda guerra com a criação do Programa de Recuperação Europeia. Esse programa, chamado de Plano Marshal, mostrou-se rentável e eficaz para o projeto norte-americano de “por fim às barreiras comerciais e monetárias, oriundas do período da grande depressão do final dos anos 30” (PINTO, 2000, p. 13).

O objetivo Norte-americano era consolidar sua hegemonia enquanto potência imperialista mundial e auxiliar na reconstrução das economias dos países europeus devastados com a guerra, para evitar, sobretudo, o avanço da área de influência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Assim, os países do velho

47 Rigolin e Hayashi (2013) elaboraram uma síntese sobre os Think Tanks de que são organizações que

transitam em espaçoes sociais híbridos, orientados por diferentes tipos de expertises e atores coletivos formalmente institucionalizados, cuja razão de ser é influenciar políticas. Para tanto, os think tanks enquanto aparelhos de hegemonia, não possuem limites nítidos e rigidamente demarcados entre a sociedade civil e política, que podemos chamar de instituições híbridas, pois se vinculam intrinsecamente às direções da sociedade civil, mas sofrem influência da sociedade política constantemente.

48 Precisamente no Château de la Muette, um castelo situado a oeste de Paris, com um estilo arquitetônico

do século XVIII. Em 1948, tornou-se propriedade da Organização Europeia de Cooperação Econômica (OECE), que, posteriormente, viria a ser a sede mundial da OCDE em 1961.

continente sofreram um processo de subordinação consentida à hegemonia política e econômica dos Estados Unidos.

No entanto, o Plano Marshall, sob a coordenação da Organização Europeia de Cooperação Econômica (OECE), mostrou-se insuficiente para a reconstrução da Europa, em virtude da incapacidade de lidar com uma série de mudanças estruturais e da gestão do sistema de pagamento das dívidas europeias, que, por um lado, ocasionou privilégios para alguns países e, por outro, descontentamentos dos menos desenvolvidos e/ou com menor influência.

A repartição do plano Marshall, fundamental para o soerguimento das economias europeias, foi o principal objetivo de curto prazo da OECE. Ao estabelecer mecanismos de financiamento de importações essenciais, tinha como objetivo a retomada do crescimento econômico e posterior aumento do consumo das populações da Europa Ocidental. Essa repartição foi arbitrada e supervisionada pelos comitês técnicos da OECE, com a finalidade de assegurar o crescimento rápido da produção, em setores fundamentais como agricultura, transporte e siderurgia. (PINTO, 2000, p. 14)

Apesar do êxito parcial da finalidade da OECE de assegurar o rápido crescimento entre todos os membros, foi gerada uma crise de hegemonia que causou uma divisão em dois blocos de países membros. De um lado, estavam os países que constituíram o “Clube de Roma”. Eles almejavam a criação de um mercado comum: Itália, França, Alemanha Ocidental, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo. De outro lado, encontravam-se os países que constituíram a Associação Europeia de Livre Comércio: Áustria, Dinamarca, Grã-Bretanha, Noruega, Portugal, Suécia e Suíça.

Essa fragmentação revelou a disputa entre as frações dominantes pela hegemonia subordinada no interior da OECE e no interior do território europeu, visto que a hegemonia Norte-americana permaneceu inquestionável. O aprofundamento dessas disputas possibilitou a especulação da criação de mercados e organizações regionais multilaterais.

A partir das movimentações desses blocos internacionais, começou uma série de reuniões entre os principais líderes, compostas pela cúpula dos Estados Unidos, da França, do Reino Unido e da Alemanha Ocidental, que conformaram um novo bloco histórico conservador através de um pacto de dominação para manter o equilíbrio de poder que se configurou na cooperação transatlântica e significou também um pacto contra a URSS. No entanto, para o sucesso desse pacto contra a URSS, era necessária a inclusão de outros países (Japão e Finlândia), inclusive com baixo desenvolvimento industrial.

Com esse argumento, a Cúpula dos líderes mundiais chegou ao consenso do esgotamento dos objetivos da OECE e se consolidou com a criação oficial da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), para a manutenção do equilíbrio das frações hegemônicas, no dia 30 de setembro 1961.

Nesse sentido, a OCDE surgiu como uma organização dos “países desenvolvidos”, pelas características de suas economias avançadas, predominantes nos setores da indústria e dos serviços. Atualmente, é constituída por 35 países membros49, visto que outros países, fora da Europa, foram incorporados à OCDE, para além dos 20 países fundadores50.

A estrutura51 da OCDE mantém-se semelhante desde a sua antecessora OECE, sendo compreendida pelo Secretariado (geral e adjunto), pelas Diretorias, pelas Agências, pelos Centros de Pesquisas e pelos Comitês Especializados. Cada país membro pode indicar seus representantes aos organismos internos. Os comitês especializados reúnem-se para a criação e a avaliação de ideias e projetos que se concentram em diferentes áreas das políticas públicas: educação, economia, ciência, comércio, emprego, meio ambiente e mercados financeiros.

A função da OCDE é “a troca de informações e a consulta informal entre os países-membros, na busca de harmonização de práticas e legislações nacionais nas mais diferentes áreas das atividades socioeconômicas” (PINTO, 2000, p. 10). Essa função

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Membros efetivos até a presente data: Alemanha (1961), Austrália (1971), Áustria (1961), Bélgica (1961), Canadá (1961), Chile (2010), Coreia (1996), Dinamarca (1961), Eslováquia (2000), Eslovênia (2010), Espanha (1961), Estados Unidos (1961), Estônia (2010), Finlândia (1969), França (1961), Grécia (1961), Holanda (1961), Hungria (1996), Islândia (1961), Irlanda (1961), Israel (2010), Itália (1962), Japão (1964), Letônia (2016), Luxemburgo (1961), México (1994), Nova Zelândia (1973), Noruega (1961), Polônia (1996), Portugal (1961), República Tcheca (1995), Reino Unido (1961), Suécia (1961), Suíça (1961), Turquia (1961). A OCDE ainda tem relações de aproximações e parcerias com Rússia, Brasil, China, Indonésia e África do Sul (OCDE, 2017c).

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A adesão de novos membros se dá pelo processo de solicitação formal de ingresso por parte do país solicitante, em seguida, caso aceito pelo secretariado, o país passa por um período variável de aproximação junto à OCDE, através da implementação de suas decisões, recomendações, princípios e participação nos comitês e agências internas da OCDE. Após certo período, o país solicitante é avaliado, e a decisão de ingresso é tomada pelo secretariado geral. Esse processo é bem flexível, mas o essencial é como a OCDE atua através do consenso de suas recomendações e decisões. Nesse sentido, os membros da OCDE avaliam a atuação dos países solicitantes, segundo palavras da OCDE, “se atuam de maneira sustentável e responsável”, isto é, se cooperam ou geram conflitos junto aos órgãos e comitês internos. Por exemplo, a Rússia tem negada sua solicitação de ingresso, participando somente de alguns comitês. E países como o Brasil, a China, a Indonésia e a África do Sul são tidos como “parceiros-chave [que] contribuem para o trabalho da OCDE de uma forma sustentada e abrangente” (OCDE, 2017a). O que se percebe é a tentativa de manutenção do equilíbrio de poder no interior da OCDE. Em maio de 2017, o Brasil solicitou a entrada formal a OCDE.

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No Ministério da Fazenda brasileiro, encontramos a descrição da estrutura da OCDE que “compreende o Secretariado Técnico, as Agências, os Centros de Pesquisa e cerca de 30 Comitês intergovernamentais especializados em temas variados de economia internacional e de políticas públicas, como comércio, investimentos, finanças, tributação, energia, siderurgia, serviços, economia do trabalho, política ambiental e outros, dentro de um universo de aproximadamente 270 órgãos” (BRASIL, 2017j, não paginado).

torna a OCDE muito eficaz em comparação com outros Organismos Internacioanis, em virtude de suas recomendações de política serem passíveis de seguimento mesmo por países não membros, em consequência de a organização representar os principais países industrializados do mundo que entram em “consenso” sobre determinado tema.

A efetivação desse “consenso” entre os países e da capacidade de influenciar decisores políticos e governos expressa a compreensão da gestão global sobre temas relevantes para a perpetuação da hegemonia neoliberal vigente, que é chamada de

Governance pelos intelectuais do capital.

A Governança global é um sistema de ordenamentos que só tem valor quando é aceito pela maioria dos subalternos ou, pelo menos, por seus atores mais poderosos. A governança é um tanto mais eficaz quando relacionada ao convencimento das funções inerentes à gestão global.

Porém, nos anos 1990, essa Governance da OCDE foi questionada por Brasil e China pela ausência de envolvimento e participação política das potências ditas “emergentes”52

. Nesse sentido, foi possível verificar uma mudança na participação dos países emergentes na organização, com a entrada do México, em 1994, e do Chile, da Estônia, de Israel e da Eslovênia em 2010. A OCDE assumiu uma parte importante da tarefa destinada ao “moderno príncipe” neoliberal que se dedica a “ser o anunciador e o organizador de uma reforma intelectual e moral (GRAMSCI, 2016, p. 18), isto é, da concepção de mundo neoliberal.

É importante destacar que os secretários gerais da OCDE 53 estiveram intrinsecamente vinculados à gestão estratégica da economia mundial e das finanças, na qualidade de intelectuais orgânicos do capital que representavam os interesses da fração dominante do capital financeiro. No entendimento da OCDE, o princípio básico era de que as informações e os conhecimentos científicos obtidos por esses intelectuais orgânicos representavam uma forma privilegiada de poder.

52 Esses países viriam, posteriormente, a conformar os BRICS (Brasil, Rússia, China, China e África do

Sul), que se tornaram um bloco econômico não formalizado de países ditos “emergentes”, que, de certa forma, foram “excluídos” da OCDE.

53 A OCDE teve apenas cinco secretários gerais, sendo o primeiro o dinamarquês Thorkil Kristensen

(1961-1969), fundador do Instituto Copenhagen para Futures Studies (CIFS), um think tank internacional que realiza pesquisas sobre as economias e as finanças globais. O segundo secretário foi o holandês Emile Van Lennep (1969-1984) que, no período anterior (1951-1969), era o oficial holandês mais graduado do Ministério das Finanças. O terceiro foi o francês Jean-François Paye (1984-1996), que se tornou, em 1979, Diretor de Economia e Finanças do Ministério das Relações Exteriores da França e membro do conselho de um importante think tank liberal político francês, a Fundação para a Inovação Política. O quarto foi o secretário canadense Donald J. Johnston (1996-2006), ministro da gestão do serviço e do Presidente do Conselho do Tesouro do Canadá, no período entre 1980 e 1982 e depois ministro do

Desde 2006, o mandatário geral da OCDE é Ángel Gurría, mexicano, graduado em Economia pela Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), foi secretário de relações exteriores do México, depois foi secretário da Fazenda e do crédito público mexicano (1998-2000). Cargo este que, segundo a OCDE, conferiu-lhe destaque, em virtude do enfrentamento da crise generalizada e da implementação de um plano de austeridade no México (OCDE, 2017b).

A OCDE, com a ascensão do mexicano Gurría, demonstrou sua tentativa de aproximação aos países “emergentes” e, principalmente, um sentido de aumentar a flexibilidade da organização para intervir na América Latina e ampliar seu raio de influência na política, na economia, no meio ambiente, na educação e na produção do conhecimento.

A missão atribuída pelos países imperialistas da OCDE consistia em atualizar a organização para atender à plataforma neoliberal frente à hegemonia do capital financeiro internacional. Essa missão antiga referia-se ao processo de reforma interna e de modernização, algo que outros organismos internacionais conseguiram realizar na transição para o neoliberalismo de maneira mais ágil.

A crise do “consenso keynesiano” atingiu a finalidade de existência da OCDE, que era o Estado de bem-estar social, e colocou em xeque a OCDE de conjunto, perante os países imperialistas e a classe dominante vinculada ao capital financeiro.

A tarefa de Gurría era reinventar a OCDE frente à nova Ordem do Capital e às demandas da reestruturação das relações capitalistas, uma das saídas encontradas foi a adesão ao neoliberalismo de Terceira Via. O documento Os Princípios da OCDE sobre

o Governo das Sociedades (OCDE, 2004) representou a consolidação do processo de

transformação da OCDE para a inserção nessa nova ordem de hegemonia neoliberal. Essa consolidação da OCDE se traduz na gestão intergovernamental pelos países imperialistas na perspectiva de minimizar os conflitos de interesses, a fim de melhor gerenciar os elementos de continuidade e de rupturas dentro das margens do modo de produção capitalista.

Nesse aspecto, atua na construção de consensos internacionais em diferentes setores da sociedade, com recomendações que fortaleçam a confiança dos mercados financeiros nos países membros e parceiros-chave. Por exemplo, as recomendações para o Brasil durante a primeira década do século XXI: “O ajuste fiscal e a política monetária mais rigorosa” (OCDE, 2015a).

Essas recomendações vêm, geralmente, sucedidas de uma tergiversação de cunho social próprio de neoliberalismo de Terceira Via: “fortalecer seu notável

progresso social e econômico implementando as reformas estruturais necessárias para

elevar, de modo sustentável, os padrões de vida de todos” (OCDE, 2015a, p. 3, grifo nosso).

No entanto, tais recomendações não são exclusividade da economia brasileira, mas padronizações para o conjunto de países membros da OCDE e sob sua influência. Elas são sistematizadas em relatórios54 (produzidos por seus Expertises com dados concretos da realidade) como forma de controle e de persuasão da cultura e de valores neoliberais, através da comparação entre os países, que é chamada de “pressão por pares”.

Os relatórios trazem elementos de caracterização (indicadores de performance, monitoração, orientação para a política, colaboração e parceria) em uma escala global e que, portanto, passam a ser parâmetro para os países em crise ou atrasados economicamente.

Para Carvalho, essa é a capacidade da OCDE, enquanto ator político “independente”, de desenvolver e dar forma às decisões políticas que se revelam em duas modalidades:

[...] através de uma governança pela “coordenação”, fazendo convergir actores diversos em iniciativas comuns, como conferências ou projectos; através da “formação de opinião”, mediante um trabalho de produção de visões e de valores, de modelos e conceitos, que lhe permite iniciar e influenciar os discursos nacionais. (CARVALHO, 2009, p. 1016, grifos nossos)

A regulação em caso de recusa das recomendações pelos países é tratada segundo essas duas modalidades que se configuram como formas indiretas de ações normativas. Ressaltando que as recomendações são compromissos facultativos que permitem uma adaptabilidade e uma flexibilidade aos dispositivos normativos adaptados à volatividade das relações econômicas internacionais de cada país.

54 Ferreira (2011, p. 71) afirma que a “OCDE se empenhou em preservar estatísticas confiáveis sobre o

quadro macroeconômico dos países-membros e implantou um sistema para acompanhar, de forma sistemática, as contas dos mesmos”. Isto a torna uma das mais extensas e confiáveis fontes para comparação de dados estatísticos e sociais (economia, comércio, emprego, migração, educação, energia, saúde e meio ambiente). Esses dados conformam indicadores que permitem aos investidores avaliar os riscos dos investimentos, aferir a produtividade e a competitividade em determinados países e regiões. E, assim, assegurar práticas financeiras, administrativas, de comunicação e de gestão eficazes e eficientes, reduzindo as margens de riscos.

No entanto, conforme a afirmação de Pinto (2000, p. 30), “a quase totalidade das recomendações da Organização é posta em prática pela maioria dos seus membros [...] tendência que reitera o caráter consensual” e de governança suave da OCDE. Essa governança suave se manifesta a partir da revisão pelos pares e das análises para alcançar os métodos para a governança global, com o envolvimento dos países membros e de seus governos.

Nesse sentido, a OCDE representa a forma de liderança do modelo mais avançado da cultura de uma época, servindo de um protótipo, que deve ser emulado para todas as sociedades. A OCDE postula-se como a criadora de consenso neoliberal através da adaptação à globalização e da hegemonização da racionalidade neoliberal.

Essa é a forma com que a OCDE exerce a hegemonia a serviço dos países imperialistas, pelo convencimento, mais do que pela força, no sentido ampliado de Estado. Visto que o Estado ampliado se vale do convencimento ideológico e da coerção para exercer o papel hegemônico sobre a classe subalterna e perpetuar a classe dirigente e dominante, no âmbito do neoliberalismo de Terceira Via.

A direção e o domínio que a OCDE almeja exercer sobre toda a sociedade manifestam-se tanto pela construção do consenso econômico e político quanto pelo consenso intelectual e moral de seus valores enquanto universais. Essa é a síntese peculiar de dominação e de direção, um equilíbrio dinâmico entre força e consenso (GRAMSCI, 2016).