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Organismos que Congregam Reguladores de Valores

No documento BRASIL. Governo Federal (páginas 42-46)

GJU-2 TOTAL

C. Difusão de informações

A.1 Organismos que Congregam Reguladores de Valores

A.1.1 Organização Internacional das Comissões de Valores - IOSCO

A IOSCO é a organização que congrega, mundialmente, os reguladores de valores no mundo, tendo como membros ordinários 102 países. Membro fundador da IOSCO, a CVM participou, em 2005, de várias reuniões de grupos de trabalhos, assim como da elaboração de trabalhos técnicos.

Comitê Executivo

O Comitê Executivo é composto por 19 jurisdições, sendo nove eleitas pela totalidade dos membros para mandatos de dois anos. A CVM foi eleita em 2002 para o biênio 2003/2004. A partir de então, permaneceu com assento devido à sua eleição para a presidência do Comitê Interamericano (COSRA). O Comitê Executivo se reuniu por três ocasiões durante o ano. A primeira ocorreu em fevereiro, na Cidade do Cabo (África do Sul). A segunda, em abril, na cidade de Colombo (Sri Lanka), tendo sido a CVM em ambas representada pelo seu Presidente e por seu Superintendente de Relações Internacionais. A última ocorreu em outubro, na cidade de Frankfurt, da qual participaram o Superintendente de Relações Internacionais e um Diretor. Além dos assuntos de cúpula tratados, podemos também destacar a análise dos relatórios oriundos de Forças-Tarefas, tais como a de Implementação dos Princípios de Regulação da IOSCO, com ênfase na instauração da Metodologia de Avaliação que tem a finalidade de prestar melhor assistência aos membros, que através desta podem estimar seus graus de inserção nos preceitos da organização.

Outrossim foi discutida a cooperação conjunta entre a IOSCO e outras instituições financeiras internacionais, tais como o FMI e o Banco Mundial, para assegurar coerência de suas atuações nos setores-padrão internacionais e buscando análises transparentes a respeito da regulação de valores mobiliários.

O Comitê também expôs o esforço na divulgação e adaptação dos membros ao Memorando Multilateral de Entendimento da IOSCO.

Comitê de Mercados Emergentes

Nas reuniões desse comitê, deu-se continuação aos trabalhos referentes aos cinco grupos de trabalho, a saber: WG-1- Contabilidade e Disclosure; WG-2- Mercados Secundários; WG-3- Intermediários de Mercado; WG-4- Enforcement e Troca de Informações; e WG-5- Administração de Investimentos Coletivos.

Com referência ao WG-5, grupo que o Brasil preside e que, desde 2000, encontra-se sob a responsabilidade do titular da Superintendência de Investidores Institucionais (SIN), houve, ao longo de 2005, duas reuniões, sendo uma em abril, por ocasião da Conferência Anual da IOSCO em Colombo, e outra em dezembro, em Bridgetown. O Grupo apresentou os dados consolidados do mandato em que vem trabalhando desde 2004, que versa sobre uma pesquisa sobre o atual estado de desenvolvimento dos Fundos de Investimento, incluindo o arcabouço normativo, nas jurisdições dos membros do EMC. O principal objetivo desta pesquisa, ao identificar a atual situação de seus membros no que tange os Fundos de Investimento, foi estabelecer diretrizes para futuros mandatos, de modo que os mesmos possam ser planejados de acordo com as reais necessidades e interesses do grupo.

Comitê Técnico

O Comitê Técnico é dividido em cinco grupos denominados “Standing Committees” (SC).

Apesar de não ser membro do Comitê Técnico, a CVM tem assento nos grupos: SC1 (Contabilidade), SC2 (Mercados Secundários), SC5 (Fundos de Investimento) e SC4 (Enforcement e Troca de Informações). Neste último, os trabalhos mais importantes deste ano continuaram relacionados ao memorando de entendimento multilateral.

Ao longo de 2005, houve três reuniões do SC-1, tendo a CVM sido representada pelo inspetor Uwe Kehl, da Superintendência de Normas Contábeis (SNC), na cidade de Madri, em fevereiro, em Bruxelas, em julho, e em Tóquio, em novembro. Na pauta, houve delimitação de três vertentes de discussão: convergência de normas de contabilidade, auditoria e divulgação de informações brasileiras e internacionais.

Na primeira, houve a elaboração de um banco de dados que futuramente servirá para promover interpretações regulatórias e consistentes pelos órgãos reguladores acerca das Normas Internacionais de Contabilidade.

Na segunda, foram analisados dois projetos relativos à revisão da definição de “network firm” (rede de firmas) e ao novo Código de Ética. O SC-1 recomendará modificações no tocante à confidencialidade que os auditores são obrigados a manter, mesmo quando da detecção de fraudes, exceto quando em um país houver lei que obrigue a atuação diversa. Outro projeto em pauta é o “Clarity”, que versa sobre a utilização de linguagem clara e objetiva no texto das normas internacionais de auditoria – ISAs. Isto será a base para todos os futuros pronunciamentos e existe a necessidade dos objetivos de cada ISA serem obrigatórios, devendo, portanto, serem redigidos em linguagem precisa, de modo a possibilitar adequada aplicação da lei (“enforcement”) pelos órgãos reguladores. Outrossim, fora exposto a iniciativa dos órgãos supervisores de auditores recém criados em gerar uma organização internacional própria.

Na terceira, iniciou-se o projeto intitulado “Comentários da Administração”. A princípio, a proposta é de delinear uma estrutura para divulgação, capaz de identificar itens que a Administração das entidades deve levar em conta quando da preparação de seus comentários acerca de determinado período contábil.

O SC-2 se reuniu três vezes em 2005. A CVM foi representada pelo gerente Marcos Galileu Lorena Dutra na reunião de Roma, em maio. A reunião de janeiro, em Kyoto, não contou com a presença da CVM dado que o orçamento anual ainda não havia sido liberado. Tampouco participamos da reunião de setembro no México.

Nos eventos houve o início de um estudo sobre “Exchange demutualization: regulatory implications of the business model”. Foi discutida a elaboração de um relatório sobre políticas de tratamento de erros nas negociações; foi aprovado o novo projeto de estudos sobre “Multi-jurisdictional information for market oversight”, que foi discutido ao longo do primeiro semestre (a primeira versão do relatório deve ser discutida na reunião do SC-2 em janeiro de 2006). Foi iniciado o processo de revisão do relatório sobre transparência no mercado de corporate bonds. No âmbito deste último item, também foi enviado um pedido de comentários às instituições do mercado brasileiro (BOVESPA, CETIP, ANDIMA, BNDES) que deve ser posteriormente encaminhado ao grupo relator do SC-2.

Foram ainda discutidos assuntos relacionados a (i) risk-based methodology (metodologia de

consideração de risco em matéria de regulação) e (ii) convenções da UNIDROIT.

O SC-4 se reuniu três vezes em 2005, tendo a CVM sido representada pelo seu Superintendente de Relações Internacionais, em Sidney, em Bergen e em Madri. Foi aprovada uma proposta de resolução a ser apresentada no Comitê Executivo da IOSCO versando sobre congelamento e repatriação de ativos, e foram analisadas algumas jurisdições não-cooperantes, assim como analisados novos pedidos de países membros para assinatura do Memorando Multilateral de Entendimento da IOSCO (MMOU).

O SC-5 se reuniu por três vezes, tendo sido representado pelo Superintendente Carlos Sussekind, da

SIN, em fevereiro na cidade de Madri, em junho, em Lisboa, e no Rio de janeiro, em novembro. O Comitê Técnico Permanente sobre Administração de Recursos de Terceiros abordou temas como Lavagem de dinheiro no contexto da indústria de fundos de investimento; “Soft Commissions”; Remuneração do Administrador de Carteiras e questões controversas; Abordagem baseada em Risco (apresentação da versão preliminar desta pesquisa, incluindo discussão sobre as definições existentes de administração internacional de recursos de terceiros e o atual nível de harmonização); Fundos Hedge e questões relacionadas (definição do trabalho a ser realizado com a participação ativa da indústria em assuntos-chave no âmbito dos hedge funds (valuation, risk measurement and administration process); Responsabilidades dos fundos de investimento no exercício governança corporativa (discussão do mandato sobre “Governança de Fundos de Investimento (CIS)”, incluindo follow-up de comentários recebidos após apresentação da primeira versão e discussão da segunda versão do documento, que irá aprofundar o “princípio de supervisão independente”); e Erros de apreçamento na distribuição de quotas.

A Força-Tarefa sobre Implementação dos Princípios da IOSCO reuniu-se por duas vezes no ano de 2005: a primeira em abril, em Colombo, e a segunda em junho, em Washington. Foi discutido o trabalho elaborado pelo FMI a respeito da governança sobre reguladores de valores.

Comitê Interamericano

O Comitê Interamericano atua sob a égide do COSRA. O Brasil, eleito presidente do COSRA em março de 2004, foi automaticamente eleito presidente do Comitê Interamericano para o biênio 2004/2006.

XXX Conferência Anual da Iosco

As autoridades reguladoras de valores mobiliários reuniram-se em abril, na cidade de Colombo, no Sri Lanka.

A IOSCO endossou formalmente uma série de prioridades operacionais que vão fortalecer ainda mais a eficácia da Organização. Os objetivos incluem manter o papel da IOSCO como o modelo internacional na Regulação de Valores, através do fortalecimento relacionado à cooperação transfronteiriça e a implementação dos Objetivos e Princípios da Regulação de Valores Mobiliários (princípios IOSCO). Parte da estratégia é enfatizar o Memorando Multilateral de Entendimento da IOSCO (MMOU). O MMOU, que foi adotado em 2002, é uma das mais significantes contribuições da Organização para a Cooperação Internacional entre Reguladores e a efetiva fiscalização transfronteiriça dos mercados. Por reconhecer a importância do seu papel no aumento da qualidade da regulação dos mercados de valores e no fortalecimento da cooperação entre os Órgãos Reguladores, a IOSCO assegurou que vai continuar trabalhando para manter o sucesso efetivo e contínuo destas áreas, as quais considera conquistas-chave da Organização nos últimos anos.

Nesta 30ª Conferência Anual, a IOSCO adotou um calendário no qual todos os reguladores membros

que ainda não assinaram o MMOU deverão envidar esforços para fazê-lo até 1o. de janeiro de 2010.

Até essa data, todos os reguladores membros devem assinar o MOU ou ter expressado (através do Apêndice B) o comprometimento com as autoridades legais de que vão assiná-lo. Para alcançar estes objetivos, a IOSCO vai dar a assistência técnica necessária para os membros que a necessitem. Foi reiterado o suporte para o trabalho da Junta de Padrões de Contabilidade, que incentiva os países a aceitarem demonstrativos financeiros que sejam preparados de acordo com os Padrões Internacionais de Demonstrações Financeiras. A IOSCO vem também desenvolvendo métodos de incentivo à cooperação entre membros sobre interpretação regulatória e para fazer cumprir os Padrões Internacionais de Demonstrações Financeiras.

Doze entidades foram aceitas como novos membros, sendo três como membros ordinários, uma como membro associado e oito como membros afiliados, incluindo a Associação Nacional de Bancos de Investimentos do Brasil (ANBID).

A.1.2 Conselho de Reguladores de Valores da América - COSRA

O COSRA, fundado em 1992, oferece um foro para estimular a cooperação mútua e o intercâmbio de informações com o intuito de melhorar os esforços realizados por cada um dos países da região para desenvolver e melhorar o crescimento de mercados de valores sadios e justos para todos os investidores.

De estrutura mais informal que a IOSCO, as atividades do COSRA são baseadas em debates técnicos. Atualmente, o mandato debatido é sobre formas de financiamento e acesso ao mercado de pequenas e médias empresas, trabalho coordenado pela SEC dos Estados Unidos, no qual a CVM coordena o subgrupo relacionado a formas de facilitar o acesso ao mercado de capitais.

Ao longo de 2005, houve duas reuniões de trabalho, tendo sido uma em março, em Quito, e outra em setembro, em Cartagena. A CVM foi representada em ambas por seu Presidente e por seu Superintendente de Relações Internacionais.

O mandato sobre pequenas e médias empresas foi finalizado com a produção de um relatório que servirá de base para a realização de um seminário sobre o assunto a se realizar em março de 2006 em Miami, junto com a próxima reunião do COSRA.

A.1.3 Instituto Ibero-americano de Mercado de Valores – IIMV

A Fundação Instituto Ibero-americano de Mercado de Valores (IIMV) é uma instituição sem fins lucrativos, com sede em Madri (Espanha) e que tem por objetivo favorecer um melhor conhecimento da estrutura e regulação dos mercados de valores nos países ibero-americanos, desenvolver mercados de valores transparentes e íntegros, assim como incrementar a relação entre os reguladores, a iniciativa privada e os profissionais do mercado.

O Conselho dos Presidentes, neste Instituto, que já foi presidido pela CVM, é presidido pela Comissão Nacional do Mercado de Valores de Portugal. A CVM, por conta do instituto, disponibiliza anualmente servidores para atuarem como instrutores de treinamentos promovidos pelo mesmo em países da América Latina.

Em 2005 a CVM foi representada na reunião do Conselho de Autoridades do IIMV pelo seu Superintendente de Relações Internacionais. Houve apresentações sobre Regulação e Supervisão de Mercados, que se destinaram a provocar e ordenar debates sobre o tema, o qual constitui a prioridade do Instituto nas atividades a serem programadas para 2006.

A CVM contribuiu também com diversos artigos que foram publicados na Revista Ibero-americana de Mercado de Valores.

A.1.4 Conferência de Boca Ratón

Não houve participação da CVM nesse foro, devido a sua realização ter sido concomitante com o período da Reunião do COSRA.

A.1.5 Enlarged Contact Group on Supervision of Investment Funds – ECG

A reunião anual deste foro informal de troca de informações sobre fundos de investimento ocorreu em Dublin, no mês de setembro, com participação do Superintendente de Investidores Institucionais (SIN). Foram debatidos assuntos sobre administração de fundos de investimento e suas implicações jurídicas; divulgação de informações e relatórios de fundos de investimento; métodos de fiscalização de fundos de investimento; conflitos de interesse e códigos de conduta, assim como impostos incidentes sobre ganhos de fundos de investimento.

No documento BRASIL. Governo Federal (páginas 42-46)