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ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

No documento Aprovado pelo Conselho Geral Transitório (páginas 131-135)

CAPÍTULO IX – FUNCIONAMENTO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

2. ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

2.1. Organização curricular

1. Os planos curriculares dos Cursos de Educação e Formação desenvolvem-se segundo uma estrutura modular, de 1 ano letivo (Percurso de formação Tipo 3 que confere uma Qualificação de Nível 2 e Percurso de formação Tipo 6 que confere uma Qualificação de Nível 4) e de 2 anos letivos (Percurso de formação Tipo 2 que confere uma Qualificação de Nível 2). Compreendem três componentes de formação: Sociocultural, Científica e Tecnológica, compreendendo ainda uma Prova de Avaliação Final (PAF), englobada na Formação em Contexto de Trabalho (Estágio).

2.2. Composição e atribuições da Equipa Pedagógica

1. A equipa pedagógica é coordenada pelo diretor de curso que deve, caso seja possível, acumular o cargo de Diretor de Turma, e integra os professores das diferentes disciplinas, os profissionais de orientação pertencentes ao Serviço de Psicologia e Orientação (SPO), os professores acompanhantes de estágio e outros elementos que intervenham na preparação e concretização do curso. Encontram-se nesta situação os formadores externos, quando existam e os profissionais de psicologia e orientação contratados, caso não exista SPO.

2. Compete à equipa pedagógica a organização, realização e avaliação do curso, nomeadamente: a) A articulação interdisciplinar;

b) O apoio à ação técnico-pedagógica dos docentes/formadores que a integram;

c) O acompanhamento do percurso formativo dos alunos, promovendo o sucesso educativo e, através de um plano de transição para a vida ativa, uma adequada transição para o mundo do trabalho ou para percursos subsequentes;

d) A elaboração de propostas para a criação e alteração dos regulamentos específicos do estágio e da PAF, os quais deverão ser homologados pelos órgãos competentes da escola e integrados no respetivo regulamento interno;

e) A elaboração da PAF.

3. As reuniões da equipa pedagógica são um espaço de trabalho entre todos os elementos da equipa, propício à planificação, formulação/ reformulação e adequação de estratégias pedagógicas e comportamentais ajustadas ao grupo turma, de forma a envolver os alunos neste processo de ensino-aprendizagem e ocorrem em todas as reuniões de conselhos de turma de avaliação e, ainda, em reuniões intercalares nos 1º, 2º e 3º períodos.

4. As escolas asseguram a oferta integral do número de horas de formação previsto na matriz dos cursos de educação e formação, adotando, para o efeito, todos os mecanismos de compensação e substituição previstos na lei.

Devem adotar-se os seguintes mecanismos de reposição de aulas:

a) Permuta entre docentes, com apoio em termos organizacionais da Escola;

b) Alteração do calendário escolar em termos de interrupções letivas e/ou final de ano letivo. Neste caso deverá haver informação atempada dos encarregados de educação.

c) Prolongamento da atividade letiva diária, desde que não ultrapasse as 7 horas/dia (9 tempos) e 35 horas/semana;

2.3. Atribuições do Diretor do Curso

1. Compete ao diretor de curso a coordenação técnico-pedagógica dos cursos, incluindo a convocação e coordenação das reuniões da equipa pedagógica definidas no n.º 3 do artigo 6.º deste regulamento, a articulação entre as diferentes componentes de formação, entre as diferentes disciplinas e, em articulação com os SPO, tudo o que se relaciona com a preparação da prática em contexto de trabalho e com o plano de transição para a vida ativa.

2. O diretor de curso assegurará que o dossiê técnico-pedagógico contém todos os elementos exigidos pelos regulamentos destes cursos, cabendo a cada professor a organização do dossiê da disciplina que leciona.

2.4. Atribuições do Diretor de Turma

1. Sem prejuízo de outras competências fixadas na lei e no regulamento interno, ao diretor de turma compete:

a) Assegurar a articulação entre os professores, os alunos, os pais e os encarregados de educação; b) Promover a comunicação e formas de trabalho cooperativo entre professores e alunos;

c) Articular as atividades da turma com os pais e encarregados de educação promovendo a sua participação;

d) Apresentar anualmente ao Diretor um relatório crítico do trabalho desenvolvido.

e) Aplicar as medidas disciplinares de acordo com a Lei n.º 30/2002, de 20 de dezembro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 3/2008, de 18 de janeiro.

f) Coadjuvar o diretor de curso em todas as funções de caráter pedagógico. g) Convocar e coordenar as reuniões definidas no n.º 1 do artigo seguinte.

2.5. Regime de Assiduidade

1. Para efeitos de conclusão de um curso com aproveitamento os alunos têm de cumprir 90% da carga horária de cada disciplina e, ainda, se for o caso, 95% da carga horária da componente de formação prática. 2. Efeitos das faltas em termos de aproveitamento:

a) Sempre que um aluno ultrapasse 10% de faltas injustificadas relativamente à carga horária de cada disciplina é obrigado a cumprir medidas de recuperação de aprendizagens. Neste caso, o professor da disciplina, por solicitação do diretor de turma, deve elaborar um plano de recuperação das aprendizagens, o qual deve obedecer ao seguinte:

i. Prazo de execução: Tempo necessário à recuperação das aprendizagens em falta resultantes do excesso de faltas, não devendo ultrapassar 15 dias úteis;

ii. Nº de tempos que tem de cumprir de atividades de recuperação: Igual ao nº de faltas injustificadas dadas, de forma a cumprir 90% dos tempos letivos previstos no plano de formação de cada módulo de cada disciplina;

iii. Local de realização: Na Escola (sala de estudo, biblioteca, oficinas ou outro espaço escolar);

iv. Responsável pela sua conceção: O professor da disciplina, no prazo de 5 dias úteis após comunicação do diretor de turma;

v. Responsável pela sua implementação: Professor da disciplina;

vi. Conteúdos de aprendizagem a recuperar: Devem-se confinar às matérias tratadas nas aulas cuja ausência originou a situação de excesso de faltas no módulo dessa disciplina;

vii. Estratégias para a recuperação das aprendizagens: São as decididas pelo professor, tendo em conta a especificidade da disciplina, a idade do aluno e os objetivos formativos pretendidos, as quais podem revestir a seguinte forma:

- Trabalho de pesquisa (na escola); - Trabalho prático;

- Relatório;

- Apresentação de trabalho(s) em suporte digital; - Outras atividades a definir pelo professor.

viii. Avaliação do cumprimento do plano de recuperação das aprendizagens: Compete ao professor da disciplina decidir se houve ou não cumprimento do plano, devendo comunicar tal decisão ao diretor de turma.

b) Sempre que um aluno ultrapasse 10% de faltas justificadas relativamente à carga horária de cada disciplina prevista no plano curricular de cada ano terá de realizar atividades de recuperação de aprendizagens, a estabelecer pelo professor de cada disciplina, de forma a cumprir o limite estabelecido no ponto 1. O professor da disciplina deve elaborar um plano de recuperação de aprendizagens simplificado, em termos a acordar com o aluno.

c) Sempre que o aluno cumpra devidamente o plano de recuperação de aprendizagens são desconsideradas as faltas injustificadas e as justificadas em excesso;

d) O não cumprimento do plano de recuperação das aprendizagens em cada disciplina, tem as seguintes consequências:

i. Alunos abrangidos pela escolaridade obrigatória:

- No caso do aluno não cumprir o plano de recuperação de aprendizagens numa dada disciplina o conselho de turma reúne e decide sobre a retenção do aluno no ano de escolaridade que frequenta e nesta situação o aluno tem de realizar atividades pedagógicas, na Escola, até ao final do ano letivo e até perfazer os 18 anos de idade, ou até ao encaminhamento para um novo percurso formativo, se ocorrer antes.

Nota: No caso do não cumprimento das atividades pedagógicas previstas, será aplicada medida disciplinar sancionatória a decidir pelo Diretor.

ii. Alunos não abrangidos pela escolaridade obrigatória:

- No caso do aluno não cumprir o plano de recuperação de aprendizagens numa dada disciplina o conselho de turma reúne e decide sobre a retenção do aluno no ano de escolaridade que frequenta e nesta situação o aluno é encaminhado para um novo percurso formativo.

2.6. Visitas de estudo

1. As visitas de estudo e os respetivos objetivos fazem parte do projeto curricular de turma, devendo ter o parecer favorável do conselho de turma.

2. Estas atividades constituem estratégias pedagógicas/didáticas que, dado o seu caráter mais prático podem contribuir para a preparação e sensibilização de conteúdos a lecionar, ou para o aprofundamento e reforço de unidades curriculares já lecionadas.

3. As horas efetivas destas atividades convertem-se em tempos letivos de acordo com os blocos previstos para o turno da manhã (6 tempos) e turno da tarde (6 tempos), até ao máximo de 12 tempos diários. Assim:

a) Atividade desenvolvida só no turno da manhã: 6 tempos; b) Atividade desenvolvida só no turno da tarde: 6 tempos.

4. Para o acompanhamento dos alunos, têm prioridade os professores com aulas com esses alunos, no dia da atividade.

5. A atividade só pode ser realizada se houver concordância por parte dos professores afetados pela mesma, devendo ser desencadeados os mecanismos de troca de serviço docente, para reposição das aulas.

6. Dadas as características práticas destes cursos, a participação dos alunos nestas atividades é considerada equivalente a uma atividade letiva normal.

2.7. Avaliação das aprendizagens

1. A avaliação é contínua e reveste um caráter regulador, proporcionando um reajustamento do processo ensino-aprendizagem e o estabelecimento de um plano de recuperação que permita a apropriação pelos alunos/ formandos de métodos de estudo e de trabalho e proporcione o desenvolvimento de atitudes e de capacidades que favoreçam uma maior autonomia na realização das aprendizagens.

2. As reuniões de avaliação, bem como os respetivos registos, ocorrem, em cada ano de formação, em três momentos sequenciais.

3. A avaliação realiza-se por disciplina ou domínio e por componente de formação e expressa-se numa escala de 1 a 5 de acordo com a escala definida para o respetivo nível de escolaridade:

a) Nos cursos de tipo 1, 2 e 3, a avaliação realiza-se por componente de formação e expressa-se numa escala de 1 a 5;

b) Nos cursos de tipo 4, 5, 6 e 7 e curso de formação complementar, a avaliação realiza-se por componente e expressa-se numa escala de 0 a 20 valores.

1. A avaliação processa-se em momentos sequenciais predefinidos, ao longo do curso, não havendo lugar a retenção no caso de um percurso de dois anos.

2. No caso de o aluno não ter obtido aproveitamento na componente de formação tecnológica, não frequentará a componente de formação prática (estágio), nem realizará a prova de avaliação final nos casos em que a mesma é exigida (PAF).

2.9. Conclusão e Certificação do Curso

1. A conclusão, com aproveitamento, de um curso de tipo 2 e 3, os alunos/formandos terão de obter uma classificação final igual ou superior a nível 3 em todas as componentes de formação e na prova de avaliação final, nos cursos que a integram.

2. A conclusão, com aproveitamento, de um curso de tipo 6 os alunos/formandos terão de obter uma classificação final igual ou superior a 10 valores em todas as componentes, nomeadamente, no estágio e na PAF.

3. A classificação final do curso obtém-se, para todos os cursos, com exceção do tipo 7, pela média ponderada das classificações obtidas em cada componente de formação, aplicando a seguinte fórmula:

CF= FSC+FC+2FT+FP 5

sendo:

CF=classificação final;

FSC= classificação final da componente de formação sociocultural; FC=classificação final da componente de formação científica; FT=classificação final da componente de formação tecnológica; FP=classificação da componente de formação prática.

4. Aos alunos/formandos que concluírem com aproveitamento os cursos previstos no presente Regulamento será certificada, consoante os casos, a qualificação profissional de nível 2 e a conclusão do 9.º ou a qualificação de nível 4 e a conclusão do 12.º ano de escolaridade. Os alunos/formandos que concluírem um curso que confira o 12.o ano de escolaridade têm ainda direito ao diploma de conclusão do nível secundário de educação.

5. Aos alunos/formandos que frequentaram um curso de tipo 2 e 3 e obtiveram nas componentes de formação sociocultural e científica uma classificação final igual ou superior a nível 3, e tenham respeitado o regime de assiduidade em todas as componentes, com exceção da componente de formação prática, poderá ser emitido um certificado escolar de conclusão do 9.º ano de escolaridade.

6. A fórmula a aplicar na situação referida no número anterior será a seguinte: CFE= FSC+FC

2 sendo:

CFE=classificação final escolar;

FSC=classificação final da componente de formação sociocultural; FC=classificação final da componente de formação científica.

7. No caso de o aluno/formando ter obtido aproveitamento nas componentes tecnológica e prática, mas sem aprovação na componente formação sociocultural ou científica, poderá, para efeitos de conclusão do curso, realizar exame de equivalência à frequência a, no máximo, uma disciplina/domínio de qualquer das referidas componentes de formação em que não obteve aproveitamento.

8. Nas situações em que o aluno/formando tenha obtido aproveitamento numa ou mais componentes de formação, mas não suficientes para a conclusão do curso, poderá requerer a certificação das componentes de formação em que obteve aproveitamento, as quais não terá de repetir para efeitos de conclusão do respetivo percurso. Nas situações em que o aluno/formando só tiver aproveitamento em alguns domínios ou disciplinas, a entidade formadora, quando solicitada, poderá passar certidão comprovativa do aproveitamento obtido naqueles domínios ou disciplinas, as quais não terá de repetir para conclusão do respetivo percurso.

2.10. Prosseguimento de estudos

1. A obtenção da certificação escolar do 9.º ano de escolaridade através de um curso de tipo 2 ou 3 permite ao aluno/formando o prosseguimento de estudos num dos cursos do nível secundário de educação previstos no artigo 6º do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, exceto nos cursos Científico- Humanísticos em que têm de realizar obrigatoriamente as provas finais do 3º ciclo (Português e Matemática).

2. A obtenção da certificação escolar do 12.º ano de escolaridade através de um curso de tipo 6 permite ao aluno/formando o prosseguimento de estudos em cursos do ensino superior nos termos previstos no artigo 29.º do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho.

No documento Aprovado pelo Conselho Geral Transitório (páginas 131-135)