• Nenhum resultado encontrado

Conforme o Documento Norteador do Bloco Pedagógico, instituído pela Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed), há dois tipos de avaliação diagnóstica: a realizada na própria escola e as externas (como a ANA e a Prova Brasil), realizadas em larga escala, pelo Ministério da Educação. Quando pensamos em avaliação diagnóstica no âmbito da Semed, vemos que ela consiste, a princípio, naquela avaliação realizada nas primeiras semanas do ano letivo, visando “verificar as habilidades e competências já desenvolvidas pelo aluno em séries/anos anteriores, assim como em auxiliar o professor no conhecimento quanto ao nível de aprendizagem de seus alunos” (Manaus, 2014, p. 12).

Tal avaliação diagnóstica propiciará ao docente dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental uma visão da condição na qual está recebendo seus alunos e planejar estratégias de ensino e aprendizagem voltadas, diretamente, ao público-alvo daquele ano letivo. Seguindo esse pensamento, compreendemos a relevância de o professor realizar esse diagnóstico inicial todos os anos, visto que sempre receberá alunos e turmas com perfis diferentes e necessidades de aprendizagem diferenciadas, conforme o contexto daqueles estudantes.

Ainda conforme o Documento Norteador do Bloco Pedagógico da Semed, Manaus (2014, p. 16), tal diagnóstico permitirá que o docente planeje: “atividades contextualizadas em seus aspectos social, psicomotor e cognitivo, identificando os níveis conceituais de linguagem (pré-silábico, silábico, silábico alfabético e alfabético) e lógico matemático, entre outros”.

No contexto desta tese, ao analisarmos a implantação de avaliações diagnósticas no 1º Ano do Ensino Fundamental, consideramos que a Semed instituiu o “Suplemento Pedagógico para o Primeiro Ano do Ensino Fundamental Alfabetizar Letrando: Nosso compromisso”. Este documento possui as informações pertinentes para que os docentes do 1º Ano possam realizar as avaliações diagnósticas e analisar as hipóteses concernentes aos níveis de aprendizagem para a aquisição da leitura e escrita.

de sondagem, que consiste em uma:

[...] atividade escrita que envolve no primeiro momento a produção espontânea dos alunos de uma lista de palavras ditadas pela professora, sem apoio de outras fontes escritas e necessariamente seguida da leitura do aluno daquilo que ele escreveu.

As palavras ditadas pela professora devem seguir a algumas regras. O grupo delas deve ser formado por quatro palavras que possuam algum grau de relação, sendo que uma deve ser monossílaba, dissílaba, trissílaba e polissílaba em sequência. Preferencialmente, as palavras devem ser significativas ao universo infantil (Manaus, 2014, p. 21).

Sabemos que no 1º Ano o objetivo da avaliação diagnóstica, em um primeiro momento, não consiste em mensurar quais conteúdos os alunos já assimilaram, visto que eles estão entrando no Ensino Fundamental e sim o conhecimento que eles já apreenderam no contexto familiar, ou da Educação Infantil que podem ser refletidos através da escrita. Como vimos acima, o suplemento demonstra, em etapas, como o professor deve proceder o diagnóstico dos alunos, inclusive levando em consideração palavras do contexto do aluno, que facilitem a compreensão do mesmo em relação ao que está sendo apresentado no ditado.

A Divisão de Ensino Fundamental da Semed organizou e publicou uma nova Proposta Curricular no ano de 2014 as quais foram distribuídas para todas as escolas da rede municipal de ensino e passou a nortear o trabalho dos docentes do Bloco Pedagógico. Na Proposta Curricular do Ensino Fundamental I – Bloco Pedagógico, estão preconizados os direitos e capacidades de aprendizagem, relacionados à apropriação da escrita alfabética dos alunos. Nesse documento, as habilidades e competências previstas para cada ano do Bloco Pedagógico devem ser introduzidos (I), aprofundados (A), ou consolidados (C), junto às crianças. Algumas das habilidades básica previstas no 1º 1º ano do Ensino Fundamental para a consolidação do Sistema de Escrita Alfabética são:

 Reconhecimento individual do nome e dos formatos das letras do alfabeto;

 Reconhecimento das diferentes estruturas silábicas (CV- consoante – vogal, CCV – Consoante-consoante-vogal; CVC – Consoante – vogal – consoante...;

 Dominar as correspondências entre letras ou grupo de letras e seu valor sonoro, de modo a ler palavras e textos;

 Correspondência entre fonemas/grafemas e apropriação do sistema de escrita alfabética. (Manaus, 2014, p. 78-81)

A Proposta Curricular de Língua Portuguesa encontra-se nos apêndices desta pesquisa e consiste em um dos documentos norteadores do trabalho docente no 1º Ano do Ensino Fundamental, pois, através dele, o professor pode planejar suas aulas conforme os objetos de aprendizagem dessa fase educacional, desenvolvendo assim, atividades em sala de aula sobre o eixo – Análise Linguística e a Apropriação do Sistema de Escrita Alfabética, que contemplam além dos descritos acima, habilidades como: a escrita do nome próprio, reconhecimento do nome e formato das letras, ordem alfabética, uso das letras em seus diferentes tipos, pronúncia silábica, número de sílabas, consciência fonológica, valor sonoro da sílaba, estruturas silábicas, pauta sonora, relação entre a fala e a escrita e a correspondência entre os fonemas e grafemas.

1.7.1 Orientações para a correção e identificação dos níveis da escrita

No âmbito da Semed, os professores podem ter acesso às orientações acerca das hipóteses e níveis da escrita no “Suplemento Pedagógico para o Primeiro Ano do Ensino Fundamental, Alfabetizar Letrando: Nosso compromisso”. Esse documento descreve os procedimentos de alfabetizar letrando, bem como os níveis de aprendizagem do processo de alfabetização, preconizados por Ferreiro e Teberosky (1999). Além de apresentar os níveis de escrita, o suplemento mostra suas principais características e a forma como o professor os dissociará uns dos outros, percebendo a compreensão das crianças em relação à escrita.

Posteriormente, o suplemento ensina o docente as formas de trabalhar as hipóteses de escrita com os alunos, contendo sugestões de metodologias e intervenções para serem utilizadas em sala de aula. Além disso, há um exemplo de teste de sondagem (avaliação diagnóstica) conforme a teoria da Psicogênese de Ferreiro e Teberosky (1999), contendo instruções sobre como avaliar no 1º Ano do Ensino Fundamental.

Além dessas instruções emanadas da Semed, os professores do Bloco Pedagógico (1º ao 3º Ano) têm participado das formações do PNAIC, que são ofertadas pelo MEC, anualmente:

[...] no PNAIC concebe-se que a compreensão de textos escritos precisa ser promovida desde a Educação Infantil e ser continuada, e progressivamente tornar-se mais complexa, durante os três anos iniciais do Ensino

Fundamental, enfocando estratégias de leitura tanto aparentemente mais simples (como extrair informações da superfície do texto) como mais sofisticadas (como inferir informações nas entrelinhas do texto) (Brasil, 2015, p. 62).

Nessas formações do PNAIC, os docentes recebem instruções teóricas e práticas de como planejar suas aulas e reconhecer os níveis da escrita desenvolvidos pelos alunos: pré- silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.

1.8 O PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES CONSIDERANDO OS NÍVEIS DA