• Nenhum resultado encontrado

ORIGEM DO PROJETO AIP E SEUS ENCAMINHAMENTOS

O Projeto Avaliação Institucional (AIP) tem sua origem no Projeto Geres – Geração Escolar 2005, e é uma iniciativa do Pólo Campinas, coordenado pelo LOED da Faculdade de Educação da Unicamp, como complemento e com atuação independente do projeto que o originou.

O objetivo último do projeto de avaliação institucional participativa nas escolas públicas de ensino fundamental de Campinas era potencializar a qualidade do ensino e da aprendizagem:

Educação de qualidade exige de nós um bom uso da avaliação. Entendemos que o bom uso da avaliação depende, também, do quanto ela se afasta do viés da classificação, do “ranqueamento”, que habitualmente tem caracterizado nossa cultura avaliativa e que, via de regra, aponta os professores como o grande responsável pela falta de qualidade das escolas, enviesando a análise dos dados e por vezes distorcendo a realidade dos fatos. Essa atitude, acaba por prejudicar os processos decisórios subseqüentes que podem conduzir à melhoria dos processos (LOED, 2005a, p.2).

Considerava, também, a avaliação institucional um importante instrumento para não simplificar o que é complexo, para a recuperação da função social da escola:

Os processos de avaliação que incidem sobre o sistema educacional objetivando produzir maior qualidade em nossas escolas não podem desconsiderar que pertence ao coletivo dos professores/estudantes/gestores/funcionários/famílias o protagonismo no processo de avaliação e este não pode se circunscrever apenas ao desempenho dos estudantes medido em uma prova. É fundamental uma visão de conjunto sobre as escolas e envolve um exame criterioso das condições concretas em que estas operam. (LOED, 2005a, p.2).

Selecionamos três eixos a serem trabalhados e analisados, partindo do documento do LOED (2005a), como condição de existência e realização do projeto: o projeto político- pedagógico; a direção democrática da escola em suas dimensões pedagógica (ensino e aprendizagem) e administrativa (tarefas e pessoas); a qualidade negociada e contínua entendida como construção participativa e coletiva.

Para o Projeto AIP configuram-se como fundamentais: a visão da escola como uma instituição complexa (que supõe educação intencional, organizada e sistemática) em que a medida de desempenho do aluno aparece como uma das etapas do processo de ensino e aprendizagem; o envolvimento de todos os segmentos da escola; a participação e a construção de um ambiente de trabalho coletivo, movidos por uma qualidade negociada e contínua. Resumindo:

Os princípios que norteiam nosso plano espelham-se naqueles que reconhecem a avaliação como processo que reclama por ações participativas, contínuas e dialógicas. A adesão voluntária ao processo avaliatório surge como quesito indispensável assim como a rejeição a modelos voltados para o “ranqueamento” ou produtores de uma comparabilidade descontextualizada, são escolhidos como pilares necessários ao êxito da AI. Por isso nosso plano de avaliação assenta-se no compromisso e valorização dos atores da escola, sem os quais decididamente não há mudança na educação (LOED, 2005a, p. 4, grifos nossos).

Para justificar a adesão voluntária, e não simplesmente imposta, à avaliação institucional participativa, porém compromissada com resultados efetivos, Sordi (2002, p. 69) assim se expressa: “Avaliar implica o desejo de conhecer, tirar as máscaras, ato de entrega que não pode ser imposto simplesmente”.

A intenção do Projeto AIP de Campinas foi oferecer às escolas que aderiram ao projeto suportes técnico, teórico e metodológico para implantação de um modelo próprio de avaliação institucional: “oferecer subsídios para que as mesmas se disponham a um movimento de autoconhecimento de suas forças e suas fragilidades, potencializando o processo de tomada de decisão que lhes pertence legitimamente” (LOED, 2005a, p. 3).

A escola, no conjunto de seus atores, será sempre a protagonista do processo de implementação da AIP. Na condição de parceiros, os pesquisadores da Unicamp serão responsáveis por:

Oferecer suporte técnico para que a comunidade local se instrumentalize para o processo de interpretação dos dados do Geres; subsidiar a equipe local no desenho do projeto de Avaliação Institucional; mediar o processo de reflexão coletivo tanto nas reuniões presenciais como nos espaços virtuais devidamente agendados e com participação opcional; indicar material bibliográfico que sustente o processo de implantação da AI. [...] Não será responsabilidade do grupo Unicamp oferecer soluções para os problemas da escola. O processo decisório pertencerá sempre ao grupo das escolas que deverá construir e testar suas estratégias (LOED, 2005a, p. 14, grifos nossos).

Conforme documento do LOED (2005a) previa-se que a Coordenação do Projeto AIP supriria as escolas participantes com todo o apoio técnico e metodológico, por meio dos apoiadores, bem como com atividades gerais e específicas. O apoio geral seria destinado a todas as escolas Geres; o específico, destinado às escolas que aderissem ao projeto.

Como atividades de apoio geral e específico, tanto para as escolas do Projeto Geres como para as escolas do Projeto AIP, foi criado o Simpósio de Avaliação Institucional, uma “tentativa de apoiar a ação dos atores da escola em prol de uma cultura de avaliação participativa” (folder do Simpósio, 2006). O simpósio, na verdade, sempre esteve aberto a todas as escolas da rede municipal, estadual e privada independentemente de pertencerem ao Projeto Geres. Estava aberto também à participação de todos os segmentos das escolas: direção, professores, funcionários, alunos e pais. A divulgação das atividades de apoio era feita através do folder do simpósio, enviado a todas as escolas, do Sistema de Educação a Distância (TELEDUC), de e-mail endereçado a todas as Escolas Geres e pelos apoiadores nas escolas em que atuavam.

As atividades específicas, ou encontros das “Comissões Própria de Avaliação”, como ficaram conhecidos, tinham os objetivos de discutir e refletir a problemática da avaliação institucional com as escolas participantes do projeto como forma de aprendizado

coletivo. Essas atividades específicas também estavam abertas a todas as escolas interessadas.

As escolas de Campinas convidadas a participar do Projeto AIP foram as que já participavam do Projeto Geres original, ou seja, 21 escolas municipais, 20 privadas e 20 estaduais, todas do ensino fundamental. Em decorrência de acordo entre a Secretaria Municipal de Educação (SME) de Campinas e o LOED, as escolas de ensino infantil, bem como as de ensino fundamental que não participavam do Geres também puderam postular a sua inscrição no Projeto AIP.

Para dar suporte e sustentação ao Projeto AIP, foi constituído um grupo de pesquisadores do LOED, incluindo alunos e ex-alunos da pós-graduação e um representante da Secretaria Municipal de Educação de Campinas, responsável pelo programa de avaliação da rede. Posteriormente outros profissionais da Secretaria Municipal de Campinas integraram o grupo como responsáveis por algumas escolas municipais, de ensino fundamental e infantil, que aderiram ao projeto, mas que não pertenciam ao Geres.

O Grupo AIP tinha como objetivo principal a pesquisa em avaliação institucional, apoiando, teórica e metodologicamente, as escolas que integravam o Projeto AIP, na condução de seus processos de avaliação institucional. Daí o nome que se convencionou chamar de “apoiadores” aqueles pesquisadores que passaram a trabalhar junto às escolas. O grupo também ficou conhecido como “Grupo Geres AI” ou “Grupo AIP”.

As reuniões do Grupo AIP visavam discutir o andamento dos projetos, socializando experiências, bem como o estudo sobre avaliação institucional e especificamente de avaliação institucional em escolas de ensino fundamental. A periodicidade das reuniões era quinzenal. Cabia ao grupo também pensar o projeto, propor atividades e temas articulados ao desenvolvimento do conhecimento sobre o assunto avaliação institucional em escolas de ensino fundamental, envolvendo as escolas do projeto Geres em geral e especificamente aquelas que faziam parte do Projeto AIP.

A produção do conhecimento sobre avaliação em escolas de ensino fundamental era outro objetivo do grupo, por meio de elaboração de textos, de trabalhos sobre a experiência que estava sendo realizada, de dissertações de mestrado e teses de doutorado. Cada membro do grupo ficou responsável por uma ou mais escolas. A coordenação do grupo ficou sob a responsabilidade dos professores do LOED, mais especificamente da Profa. Dra. Mara Regina Lemes De Sordi. O Projeto AIP de Campinas tornou-se uma experiência de aprendizado comum, não só das escolas, mas de todos que participavam dele.

Foi criado também um recurso virtual utilizando-se do sistema de educação à distância da Unicamp, o TELEDUC. Estava à disposição de todos que participavam do Projeto AIP, apoiadores e/ou pesquisadores e escolas em geral. O TELEDUC disponibilizava canais de comunicação, textos, publicações, divulgação do projeto e outras informações. O objetivo geral foi de: “desenvolver uma cultura de uso do ambiente virtual, Teleduc, para fortalecer o processo de implementação do AI” (LOED, 2005b).

O Grupo AIP preparou a divulgação do projeto às escolas de Campinas, estudou e discutiu o documento Geres Campinas: a avaliação institucional potencializando a qualidade nas escolas, elaborado pelo LOED, para ser entregue às escolas interessadas na avaliação institucional. Resumidamente constam desse documento: as considerações gerais sobre o projeto; o plano de trabalho; os critérios ou condições para a postulação ao projeto; os formulários necessários para a oficialização do interesse. Os objetivos dos formulários de inscrição eram entender as características das escolas que se candidatassem ao projeto e poder recomendar ou não a sua participação, ter um compromisso formal da adesão da escola. Destacamos aqui os critérios (LOED, 2005a, p.7) por entender que representavam a preocupação com as condições necessárias para o desenvolvimento do projeto. Quanto ao item 1, havia exceção aberta às escolas municipais de Campinas:

1. Ser escola GERES e ter participado de todas atividades do projeto Geres já executadas;

2. possuir contexto e clima institucional favorecedor ao desenvolvimento de processos de AI evidenciado por experiências colegiadas já instituídas e descentralização do poder decisório;

da AI (múltiplos protagonistas com igualdade de direitos, de voz e de poder);

4. evidenciar disposição para instalação de colegiados na escola (no caso de inexistência prévia);

5. assumir compromisso com a liberação dos membros das Comissões Próprias de Avaliação (CPA) que serão instituídas, para a participação nas atividades gerais e específicas do projeto;

6. assumir compromisso com a socialização dos dados de avaliação com a comunidade da escola.

A divulgação do Projeto AIP às escolas iniciou-se em setembro de 2005, com aquelas que participavam do Projeto Geres Campinas, numa reunião de entrega dos relatórios de avaliação de desempenho dos alunos das escolas Geres, referentes aos dados da primeira aplicação (início de 2005). Para essa reunião foram também convidadas todas as escolas da prefeitura municipal de Campinas.

Na segunda parte da reunião, apresentou-se o Projeto de Avaliação Institucional Participativa, seus princípios, condições e critérios para participação das escolas interessadas. O documento Geres Campinas: a avaliação institucional potencializando a qualidade nas escolas foi entregue às escolas, com os formulários que elas deveriam preencher para a adesão espontânea ao projeto. A adesão deveria ser feita até o dia 16/09/2005, mas todos foram informados de que as escolas que não aderissem poderiam participar das atividades gerais oferecidas pela coordenação geral do projeto.

Alguns aspectos importantes foram enfatizados, tais como: participação coletiva da escola (envolvendo todos os seus segmentos: direção, professores, pais, alunos, funcionários); busca da qualidade negociada e contínua; não punição ou premiação dos envolvidos; não “ranqueamento” das escolas participantes; caráter voluntário da participação (que não implicaria em conseqüências àquelas escolas que não aderissem).

A expectativa do Grupo AIP, considerando a grande quantidade de escolas representadas nessa reunião inicial, era quanto ao número de adesões, em função do número de pessoas disponíveis para apoiarem as escolas. As escolas Geres que aderiram

foram duas municipais de ensino fundamental e quatro do ensino infantil, sendo que duas dessas acabaram desistindo, posteriormente.

No início do ano de 2006 houve a desistência de mais três escolas que haviam aderido ao projeto: uma municipal, uma estadual e uma privada. As razões das desistências convergem sempre para as mesmas, porém com características diferentes: decisões centralizadas; falta de condições objetivas como tempo e espaços para a realização dos trabalhos requeridos pela avaliação institucional participativa; falta de informações mais precisas sobre o projeto, o que muitas vezes levou a interpretações equivocadas2.

Em meados de outubro (13/10/2005), as escolas que aderiram ao projeto foram distribuídas entre os membros do Grupo AIP e de profissionais da SME da Prefeitura de Campinas que passaram a integrar o grupo. Foi discutido nessa reunião um roteiro para entrevista preliminar com as escolas participantes do projeto, cujo objetivo principal seria conhecer a escola e seu funcionamento, em um primeiro contato; mas esse roteiro seria apenas um guia e as entrevistas não seriam gravadas.

Os roteiros que usamos nessa pesquisa estão relacionados nos anexos, Entrevista preliminar 1 e 2. Ao redigir o texto sobre a contextualização das escolas pesquisadas, percebemos que faltavam alguns elementos importantes para descrever certas situações e, por isso, agendamos com cada escola uma segunda entrevista.

Na distribuição das escolas aos membros do Grupo AIP, coube a nós trabalhar com três escolas municipais de ensino fundamental da 1ª a 8ª séries, pertencentes ao Projeto Geres: escola E13, em que seria o apoiador do projeto e pesquisador; escola E2, como pesquisador auxiliando o apoiador do projeto; escola E3, como pesquisador e auxiliar do apoiador do projeto (essa última escola acabou desistindo do projeto, logo no início do ano de 2006). Quanto à escola E2, a partir de abril de 2006, passamos também a ser o apoiador, uma vez que o apoiador responsável retirou-se do projeto.

2

Os históricos e considerações sobre os casos de desistências e de não adesão das escolas Geres ao projeto serão apresentados no capítulo 6.

Nessa ocasião, alguns membros do Grupo AIP elaboraram um texto denominado Comissão própria de avaliação: estratégia para a produção de sentidos na realidade das escolas. Esse texto foi apresentado ao grupo e distribuído, posteriormente, às escolas integrantes do Projeto AIP.

No dia 20/10/2005, sob a coordenação da Profa. Dra. Mara Regina Lemes De Sordi, realizou-se a primeira reunião com as Escolas AIP, estando presente também os professores do LOED (coordenadores do Projeto AIP) e os apoiadores e/ou pesquisadores.

A reunião foi aberta pelo Prof. Dr. Luiz Carlos de Freitas que falou da importância do momento em que se iniciava no LOED uma nova etapa da questão da avaliação, isto é, a avaliação institucional de escolas de ensino fundamental; apresentou o Projeto AIP; disse também que se tratava de um trabalho de pesquisa, cuja contribuição seria fundamental para a elaboração de um processo que permitiria às escolas de ensino fundamental conduzirem os seus próprios projetos nessa área; apontou que as escolas que estarão em evidência serão aquelas que farão alguma diferença, como, por exemplo, aquelas que possuírem um processo de avaliação institucional que venha contribuir para a melhoria da qualidade de seu padrão de ensino.

Os apoiadores e/ou pesquisadores se apresentaram indicando as escolas com as quais estariam trabalhando e seriam responsáveis por conduzir o processo de AIP; as escolas presentes expuseram suas expectativas e dificuldades que enfrentaram para aderirem ao projeto; dificuldades essas junto aos professores e ao coletivo da escola.

Destacamos aqui as expectativas apresentadas apenas pelas escolas que pertenciam ao nosso trabalho: Escola E1, presente a vice-diretora: a escola afirmou estar aberta ao projeto, sendo que já existia um clima propício em decorrência de trabalhos anteriores feito pelo Prof. Dr. Luiz Carlos de Freitas sobre a questão da avaliação do ensino e aprendizagem. Escola E2, presentes a diretora, uma vice-diretora e a orientadora pedagógica: a escola esperava criar parâmetros para fazer avaliações isentas, criando mecanismos para que a avaliação provocasse constantes mutações. Escola E3, presente a

diretora: a escola disse entender a avaliação como instrumento de tomada de ação, com indicadores de melhoria abrangentes à escola como um todo.

Em geral nossa percepção foi de que a expectativa das escolas estava mais voltada para a avaliação de rendimento do aluno e do professor; o perigo seria a escola interpretar a avaliação institucional como solução dos seus problemas. Consideramos que o entendimento do projeto ainda não era total, o que, talvez, tenha inibido muitas escolas a participarem.

Pelo depoimento de algumas escolas da prefeitura (não Geres) que estavam presentes houve muita resistência dos professores para participarem do Projeto AIP. Por outro lado, isso exigiu do Grupo de Apoiadores uma postura de esclarecimento às escolas onde cada um era responsável, desfazendo possíveis dúvidas e percepções sobre a questão da avaliação institucional e a de desempenho do aluno e professor. Essa resistência possivelmente está ligada à cultura da avaliação predominante na escola, ou seja, à da aprendizagem e ao receio do professor em relação à avaliação do ensino, conforme verificamos pelas entrevistas e levantamentos feitos durante a implementação do projeto. Segundo o depoimento da orientadora pedagógica da escola E2, sua escola começou a discutir a questão da avaliação institucional com a seguinte frase: “nós estamos contentes com a escola que temos?”.

A Prof. Dra. Mara Regina Lemes De Sordi, num depoimento ao grupo, disse que as expectativas das escolas presentes são as mesmas que aparecem quando os professores universitários falam de avaliação institucional no ensino superior. Segundo ela, é preciso construir o que é possível através da Avaliação Institucional Participativa por meio do coletivo da escola, como sua responsabilidade.

Após os depoimentos das escolas, a coordenadora da reunião fez uma pequena apresentação enfatizando o envolvimento do coletivo na CPA: das famílias, alunos, professores, funcionários, diretores. Resumiu as tarefas da CPA, como sendo: articulação; sensibilização; motivação; dinamização; sistematização; divulgação; movimentação;

reelaboração. Enfatizou que o processo de avaliação institucional tem de ser participativo e haver co-responsabilidade. É a busca de algo convergente, apesar dos conflitos, das formas diferentes de participar.

Apresentou-se nessa reunião o cronograma das atividades do processo de implementação do Projeto AIP. Houve um impacto em relação às datas e ao cumprimento das etapas, em função da carga de trabalho alegada pelas escolas. Com algumas modificações sugeridas pelas escolas, o cronograma foi aprovado. O Prof. Dr. Luiz Carlos de Freitas esclareceu que para diminuir o impacto da carga de trabalho, a escola poderia fazer tomadas ou coleta de dados por áreas ou dimensões. Não haveria necessidade de se fazer levantamento de dados de todos os indicadores de qualidade de uma vez só. Um questionário fez o levantamento de dados sobre o uso da informática pelas escolas, com vistas ao TELEDUC.

Posteriormente algumas etapas do cronograma de trabalho foram alteradas em função de palestra do Prof. Dr. Luiz Carlos de Freitas, realizada em reunião do Grupo AIP no dia 16/02/06, sobre Níveis de Avaliação e Indicadores em AI (anexo 3).

A reunião aqui relatada em detalhes foi o marco da implementação do Projeto AIP nas escolas; o Prof. Dr. Luiz Carlos de Freitas assim se expressa em e-mail ao Grupo AIP sobre a mesma: ela “[...] Marca o início de uma linha de trabalho que poderá ser produtiva. Estamos com as duas frentes simultaneamente no ar: avaliação da aprendizagem do aluno e avaliação institucional. Isso não é pouco”.

A extensão do Projeto AIP não se mede apenas por sua ação nas escolas de ensino fundamental em que apoiou ou apóia a implementação de um processo de avaliação institucional participativa. A sua ação transcende as atividades que desenvolveu ou desenvolve nas poucas escolas que optaram em implantar esse processo em 2005. Passa a ter influência decisiva na iniciativa pioneira da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Campinas em adotar a avaliação institucional participativa como uma política

pública na Rede Municipal de Ensino e na Fundação Municipal para Educação Comunitária (FUMEC).

Aliado ao trabalho desenvolvido pelos apoiadores e/ou pesquisadores, o LOED em parceria com a SME de Campinas, trabalhou e continua trabalhando para a implementação e efetivação dessa política pública. Em documento da SME/Campinas (2007, p. 18) que institui a Avaliação Institucional Participativa como uma política pública consta que essa “[...] é uma iniciativa pioneira do LOED em parceira com a SME/Campinas”.

Ainda sobre a influência do LOED, ao lançar o Projeto AIP em setembro de 2005, na adoção de uma política pública de avaliação pela SME de Campinas, assim se expressa a Coordenadora do Projeto: “Aquele evento chamando todas as escolas, marcou uma posição, mesmo que por adesão, mas estávamos instituindo uma política de AI. [...] Foi um marco político, uma decisão política importante para desencadear o processo novamente”