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DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES COM OS TEXTOS E SUAS IMPRESSÕES SOBRE O TRABALHO

3.3 Os alunos e suas atitudes nas atividades com os textos

3.3.1. O grupo de 5ª. Série do Ensino Fundamental

O grupo de alunos de 5ª série foi constituído de 16 meninos e 19 meninas na faixa etária de 11 anos, de uma escola municipal da cidade de São Paulo. A classe foi informada sobre os objetivos das atividades que seriam realizadas e os alunos manifestaram sua disposição em participar.

Primeiramente foi distribuído o texto jornalístico, onde todos receberam e começaram a leitura, alguns em voz um pouco alta.

Após uma aula de 45 minutos foi distribuído o segundo texto, neste caso, a bula de medicamento, não houve manifestação de rejeição. Todavia, alguns alunos deixaram de terminar o primeiro texto para trabalhar no segundo, não se preocupando em começar a trabalhar o segundo no momento em que terminar o primeiro.

Após o término do segundo texto foi dado um intervalo. Durante o intervalo dois alunos desistiram em permanecer na sala. Um deles pediu à direção para ir embora, alegando não estar passando bem, e o outro, simplesmente foi embora. Assim que voltamos do intervalo, foi distribuído o terceiro texto, e após uma aula de 45 minutos, a folha com três questões de situações problemas e três enunciados de exercícios.

Quando foi distribuído o terceiro texto, neste caso o histórico, já transcorridas três aulas, os alunos começaram a dar sinais de cansaço e alguma manifestação de inquietação. As dificuldades que já eram perceptíveis a partir do segundo texto, ficaram muito evidentes com as situações problema e os enunciados de exercícios.

Realmente as questões de situações problema e os enunciados de exercícios mostraram-se difíceis para os alunos. Alguns procuraram mecanismos de fuga como, por exemplo, pedir para ir ao banheiro e tomar água, logo após o intervalo, entre outros.

Já no final do trabalho, quando os alunos estavam respondendo a um questionário sobre os textos aplicados, muitos alunos iniciaram pequenas brincadeiras numa demonstração de inquietação.

3.3.2 O grupo de 8ª. Série do Ensino Fundamental

O grupo de alunos de 8ª série foi constituído de 15 meninos e 17 meninas na faixa etária de 14 anos, de uma escola municipal de São Paulo.

A recepção dos alunos ao teste foi tranqüila, visto que, um professor da turma já havia conversado com eles anteriormente.

Iniciamos com o texto histórico, sobre o Teorema de Pitágoras. A primeira impressão é de que talvez o texto não tenha sido tão difícil, pois alguns alunos o responderam rapidamente. Entretanto, rapidez não quer dizer que esteja resolvido de forma correta; os próprios alunos ao terminar o primeiro texto tomavam a iniciativa de em ir ate a mesa do professor pedindo o segundo texto.

O segundo texto a ser aplicado foi o da bula de medicamento. Nas escolas municipais de São Paulo uma aula tem a duração de 45 minutos, alguns alunos conseguiram resolver os dois primeiros textos num prazo inferior ao de uma aula. Terminado o segundo texto foi dado um intervalo.

Após o intervalo foi solicitado a turma para que eles respondessem a um terceiro texto, agora o jornalístico, e que na seqüência teriam de responder cinco questões de avaliação de impressões.

Na seqüência, três questões de enunciados de exercícios e três questões de situação problema e, ao final, o segundo questionário de perguntas. Neste momento houve um pouco de agitação, mas que logo se dissipou. Ao conseguirmos acalmar os ânimos demos seqüência ao teste.

Alguns alunos apresentaram desconhecimento ao padrão de medida (mwh). Por outro lado, alguns alunos foram muito rápidos na resolução das questões. Um aluno chegou a dizer que as questões estavam muito fáceis, que deveríamos propor questões mais difíceis. É bom salientar que a fala deste aluno não expressa a opinião da turma.

A partir do momento em que a turma iniciou o primeiro questionário de avaliação de impressão, um grupo de alunos começou a se mostrar agitado, pois o cansaço já dava seus primeiros sinais. Com um pouco de dificuldade controlamos a algazarra e para contê-la distribuímos as questões de enunciados de exercícios e situações problema. Nesta parte do teste um pouco de conversa ocorreu na sala, alguns alunos insistiam em trocar informações com seus colegas.

3.3.3 O grupo de 3ª. Série do Ensino Médio

O grupo de alunos do 3ºano foi constituído de 12 meninos e 20 meninas na faixa etária de 17 anos, de uma escola estadual da cidade de São Paulo.

Em primeiro lugar conversou-se com a turma a respeito dos objetivos do teste. Esclarecemos que não podiam sentar-se em duplas, como normalmente acontece, bem como não podiam conversar entre si durante a realização do teste.

Como é de costume, no inicio da atividade o volume da conversa estava alto, pois a turma é boa de conversa, mas foram bem receptivos uma vez que a grande maioria já foi aluno do professor pesquisador.

O primeiro texto distribuído foi o jornalístico, que na avaliação do professor pesquisador é o que estava trazendo dados mais complicados. Para este texto foi estabelecido um prazo de trinta minutos, que se estendeu para quarenta minutos devido a nossa conversa inicial sobre os objetivos do trabalho.

Durante a resolução do primeiro teste, observamos que alguns alunos, principalmente do sexo masculino, com um olhar muito preocupado, e que de vez em quando lançava esse olhar em direção ao professor observador e ao professor pesquisador, como se estivessem pedindo socorro.

Um aluno fez uso constante de calculadora e de vez em quando conferia os cálculos de forma mais tradicional, isto é, fazendo cálculos a lápis. É interessante notar que a calculadora do aluno correu de mão em mão com a turma do “fundão”, principalmente entre as meninas.

Uma aluna questionou se o trabalho teria retorno para o grupo classe, pois na avaliação dela seria interessante os alunos saberem dos erros e acertos. Respondemos que retornaríamos, tão logo fosse efetuada a tabulação dos dados.

Quando foi distribuído o segundo texto, 5 alunos mostraram resistência à continuidade da atividade, sendo que uma aluna chegou a afirmar que: “já é

exigência demais”, e uma outra aluna alegou: “ não vou responder o segundo texto”

.

Talvez a resistência seja por conta da dificuldade, já que ouvimos em particular, de alguns alunos, que o teste estava muito difícil. É engraçado notar, que o líquido corretor correu a solta na sala de aula, e só depois um aluno, se preocupou em perguntar se podia usar corretivo no teste. Ainda em particular, um aluno indagou ao professor observador se o texto da bula de remédio seria ou não, mais fácil do que o jornalístico. É importante ressaltar que, as conversas ditas particulares foram realizadas no horário das atividades e nos corredores do colégio durante o intervalo.

À medida que o tempo foi avançando e mais textos foram distribuídos, iniciou-se uma reclamação geral. Nessa reclamação, alguns alunos disseram que estávamos exigindo muito deles e que o teste na verdade não passava de uma prova de paciência. Entretanto alguns alunos, estavam de fato, concentrados em resolver as questões da melhor forma possível. Uma aluna chegou a indagar se o nome do remédio fazia parte ou não da composição do medicamento. Respondemos que não podíamos interferir nas suas conclusões, pois poderia afetar os resultados do teste.

Quando foi distribuído o texto histórico sobre o Teorema de Pitágoras, um aluno disse apostar que se trataria do texto mais difícil. Em seguida perguntou se é verdade que a Matemática está presente em tudo. Como havia uma questão na avaliação de impressão que pedia justamente assuntos relacionados à matemática presentes nos textos, novamente foi dito ao aluno que a nossa interferência podia prejudicar o resultado do trabalho.

Quando foram passadas na lousa as cinco questões de avaliação de impressões, ou seja, avaliação de como eles estavam encarando o teste, uma aluna se preocupou em perguntar depois do teste, se seriam dispensados da aula, o que outra acrescentou dizendo: “é mais que justo, depois de tanto esforço, a

Continuando o trabalho da noite anterior, foram aplicadas três questões envolvendo enunciados de exercícios e três questões envolvendo situações problema. Lembramos que o trabalho com a 3ª série do EM foi realizado em duas noites, pois o tempo disponibilizado pela escola, foi maior.

No momento em que o aplicador chegou na sala alguns alunos resmungaram frases do tipo: “mas de novo”, “vamos sair mais cedo”, “Ontem

nossa cabeça ficou doendo”. Entretanto, não houve resistências sérias, uma vez

que, o professor observador e o professor pesquisador acalmaram a classe dizendo que a segunda parte era bem mais tranqüila do que a primeira.

Na primeira noite estavam presentes 30 alunos e na noite seguinte estavam presentes 32 alunos. Três alunos da noite anterior faltaram, e cinco que não estiveram na primeira noite, se fizeram presentes na segunda noite.

Um aluno que apresenta grandes dificuldades não esteve presente na primeira noite, e na segunda noite ficou com o teste em uma mão e com a outra manipulava o aparelho celular.

Ao caminharmos pela sala de aula ouvimos de aproximadamente 5 alunos, coisas do tipo:“não estou entendendo nada”.

Vários alunos, em vários momentos pediam aos professores intervissem com explicações, mas em todos os momentos foi explicado que não podia haver esse tipo de interferência por parte dos professores para que o trabalho não corresse o risco de perder o objetivo.

Na primeira noite do teste, observou-se que, o que mais assustou os alunos não foi o tamanho do teste, e sim, a quantidade de textos. Por este motivo fizemos à opção de colocar as questões de enunciados de exercícios numa mesma folha das situações problema. Todavia ambas foram numeradas de 1 a 3, o que gerou desconforto no momento das perguntas de avaliação do teste, ou seja, quando os alunos tiveram de responder dizendo sobre as impressões do teste. Neste momento ficaram com dúvidas em quais questões se referir. Foi então sugerido que eles considerassem as questões na ordem de 1 a 6 ou de 1 a 3 acrescentando-se as letras a, b e c, ficando assim desta forma(1a , 2 a , 3 a, 1b, 2 b, 3 b).