• Nenhum resultado encontrado

2.1 A ANÁLISE TEXTUAL DOS DISCURSOS E AS REPRESENTAÇÕES

2.1.1 A análise textual dos discursos: uma abordagem teórico-metodológica da

2.1.1.1 Os níveis de discurso e os níveis de texto no campo da análise textual

Para adentrar na discussão sobre os níveis do texto e do discurso, retomaremos o debate de que o texto, para formar o seu todo semântico organizado, precisa ser encadeado por períodos, formando a sequenciação de um plano textual.

A concepção de texto apresentada por Adam é reiterada por Ricouer (1980, p. 22 apud ADAM, 2011 [2008], p. 280) quando o define como uma “estrutura dialética [que combina]

figura e sequência em ato configuracional”.

Partilhando desse mesmo entendimento, Adam (2011 [2008], p. 283) afirma que

“compreender um texto é ser capaz de passar da sequência (ler-compreender os enunciados

como vindo um após os outros) à figura (configuração inteligível de relações)” (grifo do autor).

Adam (2011 [2008], p. 283) assume o posicionamento de que “a operação configuracional pode ser definida como o fato de instituir na produção e de depreender na interpretação uma configuração a partir de uma sucessão” (grifo do autor). Essa

sucessividade compreende a articulação entre as “proposições-enunciados, os períodos, as

partes de um plano de texto e as sequências que o constituem como os elementos de um complexo concreto de relações”.

A seguir, refletiremos a Figura 3, intitulada “Estrutura sequencial-composicional do

texto” de Passeggi et al. (2010, p. 298), que faz a releitura de Adam (2011 [2008]), na qual

podemos observar “a dialética das relações do todo e das partes, que faz a complexidade da textualidade,” conforme resume Thomas Pavel (1988 apud ADAM, 2011 [2008], p. 255).

Figura 3 – Esquema 10: Estrutura sequencial-composicional do texto Fonte: Passeggi et al. (2010, p. 298).

A figura, em evidência, vem confirmar como o texto se organiza em seu complexo composicional para formar o plano de texto. Seguindo a abordagem de Adam sobre o plano de texto e sua composição, a figura proposta por Passeggi et al. (2010), mostra que o plano de texto se subdivide em dois modelos de organização e construção sociocognitiva de um gênero: o plano convencional e o plano ocasional. De acordo com Adam (2011 [2008], p. 257), “os planos de texto desempenham um papel fundamental na composição macrotextual de sentido”.

Os planos de texto são estudados em sua materialidade e estão relacionados à textura, à configuração, à segmentação de proposições e dos enunciados que formam os períodos, construindo assim o campo composicional, formado pelas sequências de base que encadeiam a unidade semântica do texto.

Esses planos assumem um importante papel na construção da macroestrutura do significado do texto. Adam (2011 [2008], p. 278) insiste que “a estrutura composicional global dos textos é inicialmente ordenada por um plano de texto, base de composição, e é geralmente categorizável em termos de dominante sequencial”. Por isso, um texto pode comportar somente encadeamentos de enunciados organizados em partes de um plano de texto fixo ou ocasional, conforme classificação do próprio autor.

Na mesma direção, postula-se que o plano de texto pode ser convencional (fixo), determinado pela história do gênero e/ou pela sua estruturação. Pode ser ocasional, quando é considerado deslocado em relação à história dos gêneros, ou seja, são aqueles mais flexíveis e propensos a mudarem de acordo com a formação discursiva e o contexto no qual é usado.

Seguindo essa mesma linha de raciocínio, Passeggi et al. (2010, p. 297) apresentam as definições dos dois planos:

Quanto aos planos de texto fixos, pense-se, por exemplo, na estrutura de um verbete de dicionário, de um artigo científico, das estruturas literárias cristalizadas (estruturas formais da poesia, da dramaturgia) ou, na escritura jurídica, as estruturas da série: petição>contestação>sentença. Os gêneros acadêmicos também pertencem, de forma geral, aos planos de textos fixos.

Quanto aos planos de texto ocasionais, os autores discutem:

Os planos de texto ocasionais são mais abertos e flexíveis. [...] abrangem o editorial, a canção, as peças publicitárias, o discurso político, o romance. Esses planos, com frequência, fogem à estruturação clara de um gênero ou subgênero de discurso. As partes ou segmentos do texto são marcados por uma variedade de recursos, textuais e peritextuais. (PASSEGGI et al., 2010, p. 297)

Podemos entender, com base nas concepções acima, que os dois planos estão à disposição do falante-ouvinte e produtor de textos para a construção de seus enunciados, que sempre estarão dispostos em um determinado gênero. Tais enunciados proporcionam as diferentes possibilidades que dispomos no uso da linguagem, para construí-los de acordo com as nossas necessidades sociais e discursivas.

Assim, compreendemos o quanto o texto é flexível, instável e passível de mudar de acordo com os objetivos de sua produção e circulação. Nessa perspectiva, Passeggi et al. (2010, p. 256) compreendem que “os textos são, de fato, estruturados de maneira muito flexível, e a importância dos planos de texto fixos ou ocasionais se torna preponderante”. Para tanto, “[...] os agrupamentos de proposições não correspondem sempre a sequências completas, podemos dizer que o principal fator unificador da estrutura composicional é o plano de texto”.

No que se referem às sequências, elas se dividem em homogêneas, heterogêneas e dominantes. As homogêneas são aquelas combinadas por um mesmo tipo, por exemplo, em um mesmo período aparece apenas a descrição, dependendo do gênero que se está construindo. Atentemos1:

(L79-83) [...] um empresário paulista do PNBE, com dezesseis processos na Justiça pelos mais variados crimes, dá-se ao deboche de promover a entrega de pizza no Parlamento! Ele deveria ser colocado não como um pizzaiolo, mas como um ladrão que efetivamente é.

As heterogêneas são as diferenciadas que se combinam entre si, sendo o tipo mais frequente de organização textual, de forma mesclada, nas quais teremos sequências descritivas e narrativas em uma mesma ordem, conforme o excerto:

(L98-104) Discordo dos que dizem que o Senhor Presidente da República não tem gosto para governar. Não penso assim. Eu o considero um homem inteligente, capaz, vaidoso, mas nem por isso perde a qualidade de um possível bom governante. Entretanto, o governo é indelegável. O Presidente, num regime presidencialista, tem que comandar todos os setores da administração. Se não os comanda, acaba por fazer delegações a quem não merece recebê-las. Os resultados são sempre funestos para o País. São muitos os exemplos que se veem no atual Ministério.

As dominantes são as que predominam em um dado texto, ou seja, o texto é predominantemente argumentativo, narrativo, entre outras caracterizações, podendo também aparecer outros tipos de sequências alternadas. Como exemplo, podemos adiantar que, nos discursos de renúncia, predominam as sequências argumentativas.

(L119-124) É preciso que o Senhor Presidente da República compreenda que não se resolvem problemas do povo com o uso de verbas públicas em votações de projetos, mesmo que eles sejam importantes para o Governo. Além de deseducar, cria-se o hábito de só se obterem vitórias com a barganha, nunca transparente. Como toda barganha, aliás. Esses métodos, além de ultrapassados, estão maculando vida honrada do Senhor Presidente.

Adam ressalta (2011 [2008], p. 258) que “os planos de texto estão, juntamente com os gêneros, disponíveis no sistema de conhecimentos dos grupos sociais. Eles permitem construir (na produção) e reconstruir (na leitura ou na escuta) a organização global de um

texto, prescrita por um gênero”.

Defendendo esse mesmo posicionamento sobre a temática, Passeggi et al. (2010, p.

297) complementam que “os planos de texto são responsáveis pela estrutura composicional do

texto, sobretudo nos casos em que os encadeamentos de proposições ou períodos não chegam a formar claramente sequências”.

Do ponto de vista da composição e organização textual, são as sequências textuais que irão ajudar na formação desses planos, no momento em que estamos construindo nossos textos, pois um texto só é reconhecido como tal na união das suas partes para formar o seu todo significativo em um desses planos.

Adam (2011 [2008], p. 255-256) acrescenta que “um texto pode ser constituído de trechos sucessivos formando subconjuntos em seu interior” e que “o reconhecimento do texto como um todo passa pela percepção de um plano de texto, com suas partes constituídas, ou

não, por sequências identificáveis”.

Entender esse encadeamento sequencial implica compreender que essas partes vão construir o todo do texto. A organização desse todo é classificada em formas homogêneas e heterogêneas, com base na Figura 3, pois, de acordo com Adam (2011 [2008], p. 205):

As sequências são unidades textuais complexas, compostas de um número limitado de conjuntos de poposições-enunciados: as macroposições. A macroposição é uma espécie de período cuja propriedade principal é a de ser uma unidade ligada a outras macroposições, ocupando posições precisas dentro do todo ordenado da sequência.

Diante da conceituação apresentada sobre uma sequência e o seu conjunto para formar as macroposições, esse autor vem afirmar que as sequências formam uma estrutura autônoma,

em rede de enunciados interligados em “uma organização interna que lhe é própria, e,

portanto, numa relação de dependência-independência com o conjunto mais amplo do qual faz parte (o texto)” (ADAM, 2011 [2008], p. 205).

Os estudiosos da ATD no Brasil, entre eles Passeggi et al. (2010, p. 296), no que diz respeito à estruturação das sequências, discutem:

Um texto pode ser formado por uma única sequência, mas trata-se de um caso pouco frequente. A situação mais habitual é o encadeamento de várias,

que pode acontecer de duas formas: entre sequências do mesmo tipo (homogêneas) ou, mais comumente, de tipos diferentes (heterogêneas).

A heterogeneidade das sequências narrativas, argumentativas, explicativas, descritivas em um mesmo texto é o caso típico de construção de nossos textos. Em decorrência disso, para Adam, elas são modelos macro de organização textual, sendo determinadas em um texto de acordo com o gênero produzido.

Adam (2011 [2008], p. 271-272) resume em três agrupamentos o encadeamento das sequências:

1. Tipos de sequências na base dos agrupamentos

. agrupamento unissequencial (o mais simples e o mais raro); . agrupamento plurissequencial:

-homogêneo (um único tipo de sequências combinadas); -heterogêneo (mescla de sequências diferentes).

2. Combinações de sequências:

. sequências coordenadas (sucessão);

. sequências alternadas (montagem em paralelo); . Sequências inseridas (encaixamento).

3. Dominante (efeito de tipo de texto):

. pela sequência matriz (abrindo e fechando o texto); . pelo maior número de sequências de um mesmo tipo; . pela sequência pela qual o texto pode ser resumido.

A organização de um texto em sequências, de acordo com a teoria apresentada, faz- nos crer que todo e qualquer plano de texto precisa ser construído tendo em vista a forma de estruturação complexa de sequências que um texto exige. Nesse sentido, dificilmente um texto pode ser monossequencial, pois ele é organizado, na maioria das vezes, por sequências diferentes. Nesse caso, obteremos a sucessividade dessas sequências combinadas em um nível hierárquico ou dominante.

Podemos afirmar, portanto, que as combinações que elas proporcionam

“correspondem a relações macrossemânticas transmitidas culturalmente e utilizadas para fins

de reconhecimento e de estruturação da informação textual” (PASSEGGI et al., 2010, p. 273). A construção de sentidos que os blocos semânticos das sequências proporcionam faz com que o leitor/produtor de textos construa as representações semânticas que o texto veicula sobre o seu conteúdo temático, no processo interativo entre quem produz e o seu alocutário.

A depreensão de sentido desses blocos de textos resulta nas representações semânticas, pois elas vão ser significadas e ressignificadas pelo interlocutor, para que o texto ganhe materialidade linguístico-discursiva e se torne um produto analisável.

Os postulados de Adam confirmam esse pressuposto por meio dos dois níveis de análise textual discursiva que estão disponíveis ao analista do texto e do discurso e que devem ser levados em conta na análise, na compreensão, na produção e na recepção de textos.

Os níveis de análise textual são aqueles que estão na base da Figura 4 proposta por Adam (2011 [2008]), isto é, são os elementos cotextuais que constroem a materialidade textual. Os níveis da análise de discurso são as categorias que situam o texto em um plano macro das práticas discursivas, ou seja, o texto é produzido de acordo com o contexto situacional no qual os gêneros circulam e se fazem agir socialmente.

Nesse sentido, há uma relação de interdependência entre os dois níveis porque pressupomos a articulação entre os fenômenos da língua e do discurso. Reitera-se que o sentido seja produzido, incluindo o texto no contexto das práticas discursivas, priorizando o sujeito, a sua história e as condições de produção daquilo que ele enuncia. Em conformidade com Adam (2011 [2008], p. 52), “o contexto entra na construção do sentido dos enunciados. Com efeito, todo enunciado, por mais breve ou complexo que ele seja, tem sempre

necessidade de um co(n)texto”.

A junção que o referido autor faz do cotexto e do contexto é apresentada da seguinte maneira:

Escrevemos “co(n)texto” para dizer que a interpretação de enunciados isolados apoia-se tanto na (re)construção de enunciados [...] (cotexto) como na operação de contextualização, que consiste em imaginar uma situação de enunciação que torne possível o enunciado considerado. Essa (re)construção de um co(n)texto pertinente parte, economicamente, do mais diretamente acessível: o cotexto verbal e/ou o contexto situacional de interação. (ADAM, 2011 [2008], p. 53).

A figura 4 (co)relaciona e explica a complementaridade dos dois níveis ou planos de análise da ATD:

Figura 4: Esquema 4 – Níveis ou planos de discurso Fonte: Adam (2011 [2008], p. 61).

Podemos observar que Adam resume na Figura 4 o que ele considera as novas categorias de análise textual-discursiva. Na parte superior, temos os níveis de análise do discurso. Da esquerda para a direita, inicia-se a ação linguageira (N1) do sujeito da ação verbal, ou seja, quais são os objetivos que o falante possui em produzir o seu discurso, para ser orientado, argumentativamente, por uma intenção comunicativa.

Significa, portanto, que o discurso é construído por um sujeito que está em interação (N2) com outro para que o diálogo aconteça em uma situação real de uso da linguagem. São as formações interdiscursivas (N3) que vão especificar o que vai ser dito por esse sujeito na sua ação de linguagem e de que maneira o texto deve ser construído e corporificado em um gênero textual. Podemos analisar que, nesse grupo, o gênero é a última categoria do diagrama, na (inter)mediação da análise textual e discursiva, já que o gênero não existe sozinho, ele existe para ser analisado, tendo em vista um conjunto de textos.

Na parte inferior da Figura 4, da direita para a esquerda, estão situados os elementos linguísticos que encadeiam os enunciados para construir o texto. São eles: as proposições enunciadas e os períodos, encarregados de constituir a estrutura composicional, relacionando as sequências e os planos de textos que constroem os níveis semântico, enunciativo e pragmático.

É interessante observar que os períodos e/ou sequências fazem parte de uma mesma categoria, no nível da Linguística do Texto. No esquema 4, Adam, no mesmo nível, separa as

sequências dos períodos. As sequências ficam juntas do plano texto, na estrutura composicional, e os períodos se agrupam às proposições em uma mesma categoria, a da textura.

A Linguística do Texto vai se encarregar de organizar e detalhar cada nível proposto pela ATD para a análise dos gêneros. Rodrigues, Passeggi e Silva Neto (2010) detalham os principais níveis ou planos de texto que são propostos por Adam (2011 [2008]). Observemos a seguir:

1) Um nível sequencial-composicional: em que as proposições enunciadas se organizam em períodos, depois em sequências, desempenhando papel fundamental para formar o plano de texto.

2) Um nível enunciativo: baseado na responsabilidade enunciativa, que são as vozes do texto, a polifonia textual.

3) Um nível semântico: baseado na noção de representação discursiva, teoria-foco de nossa pesquisa, e, também, em noções semânticas conexas, que são: as anáforas, as correferências, as isotopias e as colocações. Todas elas remetem-se ao nível semântico do texto e fazem parte do conjunto de categorias da ATD que estão vinculadas “ao conteúdo referencial do texto” (RODRIGUES; PASSEGGI; SILVA NETO, 2010, p. 152).

4) Um nível argumentativo: nesse nível estão embasados os atos de discurso que são

realizados pela linguagem, sendo eles que contribuem “para a orientação

argumentativa do texto” (RODRIGUES; PASSEGGI; SILVA NETO, 2010, p. 152).

Os quatro níveis formam a competência textual-discursiva por meio da qual são estabelecidos vínculos sociais entre os parceiros do processo comunicativo, nos atos de ação e nos eventos que a linguagem permite atuar, via os elementos linguístico-discursivos que estão à disposição na língua.

O que Rodrigues, Passeggi e Silva Neto (2010) denominam de nível sequencial- composicional, Adam (2011 [2008]) nomeia de textura. É nesse nível que estão inseridos os elementos linguístico-gramaticais que formam a estrutura do texto. Esses elementos se organizam para formar o plano composicional-configuracional em períodos e sequências.

Os níveis enunciativo, semântico e argumentativo, além de aparecerem organizados no texto de maneira linear, podem também se configurar no texto de maneira não linear.

Nesse sentido, podemos analisar ou localizar a representação discursiva e a responsabilidade enunciativa em um texto por meio de parágrafos ou sequências que não obedeçam, necessariamente, a uma ordem linear. Elas podem estar no início do texto, no

meio, no final ou em todas essas partes ao mesmo tempo. Seguimos essa orientação para procedermos à análise das Rds nos excertos que constituem o corpus de nossa pesquisa. Segundo Rodrigues, Passeggi e Silva Neto (2010, p. 152), “a explicitação da responsabilidade enunciativa e a construção de uma representação discursiva apresentam diversas características não lineares”.

Rodrigues, Passeggi e Silva Neto (2010, p. 266) definem socioleto como o dialeto social, as variações de linguagem utilizadas pelo falante diante de uma dada comunidade de

fala, “no seio de um interdiscurso”. Isto é, agimos através da linguagem e a forma como

conduzimos essa nossa ação vai depender do tipo de atividade que realizamos.

Assim sendo, o discurso é concebido como “[...] uma atividade mais universal e o texto enquanto a peça empírica particularizada e configurada numa determinada composição

observável” (MARCUSCHI, 2008, p. 84). Essa é a concepção teórica com a qual

compartilhamos no decorrer desta nossa pesquisa.

Dessa forma, os autores reforçam que incluir a Linguística do Texto no foco da análise do discurso significa inscrever as atividades de textualização no quadro de um gênero específico determinado, que é atualizado nas atividades humanas institucionalizadas.

Assim, usar a linguagem em qualquer atividade significa que estamos realizando essa atividade por meio de um texto, no qual os seus enunciados estão organizados em uma sequência composicional de base para formar o todo significativo. Nesse direcionamento, Adam (1992) discute e teoriza o processo de configuração e organização da materialidade textual, compreendendo a textualidade a partir do entrelaçamento da composição das partes que formam o todo semântico dos enunciados. Assim sendo, o texto focaliza a macroestrutura que envolve a união entre a enunciação, a semântica, a argumentação e a pragmática.

É com base nesse pressuposto geral da pesquisa que embasamos a nossa discussão sobre as representações discursivas enquanto dimensão semântica do texto, observando a sua definição e constituição.