• Nenhum resultado encontrado

6.6 CATEGORIAS SEMÂNTICAS DE ANÁLISE

6.6.1 A referenciação e os modificadores

ACM constrói a representação discursiva de Fernando Henrique Cardoso como presidente “infalível” e “entidade superior”. Para tanto, utiliza-se das categorias da referenciação, da predicação e dos seus modificadores. O locutor se dirige ao seu alocutário com o próposito de lhe dar conselhos, conforme a linha 86: “acho justo que lhe dê alguns conselhos”. Observemos: Referenciação Número de ocorrências Modificadores do referente “infalível” “uma entidade” “Senhor Presidente” 01 01 02

“superior, onipresente, abstrata, infalível”

“da República” Tabela 15 – A referenciação e os modificadores do alocutário FHC

Substantivos comuns e próprios são utilizados para designar as “entidades envolvidas nos eventos” (PASSEGGI, 2008, p.73), que constituem os referentes no conjunto das

predicações. Vejamos os trechos do discurso:

(L87-89) Não se julgue o infalível; Não reclame de todos e contra todos, como tem feito ultimamente, sobretudo depois de uma reportagem com a grande jornalista Teresa Cruvinel.

(L90-91) Deixe de se considerar uma entidade superior, onipotente, onipresente, abstrata e

infalível.

(L92-93) Assuma os erros que são seus e não dos outros, muito menos do povo, que é a grande vítima de seus desencontros.

(L94) Tenha humildade, faça reflexão e veja que esta situação não pode continuar [...].

(L119-124) É preciso que o Senhor Presidente da República compreenda que não se resolvem problemas do povo com o uso de verbas públicas em votações de projetos, mesmo que eles sejam importantes para o Governo. Além de deseducar, cria-se o hábito de só se obterem vitórias com a barganha, nunca transparente. Como toda barganha, aliás. Esses métodos, além de ultrapassados, estão maculando a vida honrada do Senhor Presidente.

Os destaques são entidades nomeadas pelo locutor para construir a Rd de seu alocutário: “o infalível”, “uma entidade”, “o Senhor presidente da República”. Os referentes têm função de sujeito e de objeto. Inicialmente, o referente é categorizado por substantivos comuns acompanhados de artigo definido e indefinido, para, em seguida, ser recategorizado

Presidente da República/o Senhor Presidente. Os nomes comuns e próprios aparecem em dois momentos e produzem efeitos de sentido específicos. Na 1ª parte, estão dois nomes figurativos importantes para a construção da Rd: “o infalível” e “uma entidade”. O primeiro referente recebe um julgamento do locutor e, em seguida, o recategoriza. O uso dos nomes faz parte da estratégia de ACM de orientar o texto para sinalizar a relação conflituosa entre locutor e alocutário e de colocar o presidente da república, no quadro figurativo dos que estão contra ele, no processo de sua cassação. Percebemos que as duas referências são caracterizações pejorativas, trazem conotação negativa na construção da imagem do alocutário, considerando-o imbatível e superior pelo cargo político que exerce e que, por isso pode exercer relação de poder sobre ele.

Na 2ª parte, vamos ter as redesignações em nome próprio: “Senhor Presidente da

República”, denominação respeitosa, que determina o grau de formalidade nesse cenário

político, portanto é uma forma de identificar quem é “o infalível”, “uma entidade”. Podemos perceber que há nesse processo de interação, uma preocupação do locutor de mostrar uma imagem positiva e outra negativa na construção da Rd do alocutário.

Há uma sequência de modificadores para o referente “uma entidade”: “superior”,

“onipotente”, “onipresente”, “abstrata”, “infalível”. A ordem da descrição forma uma

sequência de adjetivos sinonímicos, que reforçam a superioridade do referente diante do outro, ele é tematizado dessa forma, porque seguindo os dizeres de Adam (2011 [2008]) há entrecruzamentos entre os elementos descritivos para determinar o objeto referenciado. Assim, o conjunto lexical produz um efeito de sentido específico no conjunto da proposição, pois delimita as relações de poder, determina o espaço de oposição entre os políticos envolvidos, as polêmicas estabelecidas entre locutor e alocutório para justificar a renúncia do senador.

6.6.2 A predicação e os modificadores

Identificamos o imperativo na Rd de FHC como alocutário:

Verbos Ocorrências Linha do texto

“(não) julgue” 01 87 “(não) reclame” 01 90 “deixe” 01 92 “assuma” 01 94 “tenha” 01 94 “faça” 01 94

“veja” 01 94 Tabela 16 – A predicação do alocutário FHC

Pelo quadro, notamos que a predicação verbal se caracteriza pelo modo imperativo (negativo e afirmativo) que produz um efeito de sentido de ordem, construindo um contexto situacional de comunicação que determina o alocutário a praticar as ações expressas pelos verbos.

Atentemos aos recortes:

(L87-89) Não se julgue [...]. Não reclame de todos e contra todos [...]. (L90-91) Deixe de se considerar uma entidade superior [...].

(L92-93) Assuma os erros que são seus e não dos outros [...].

(L94) Tenha humildade, faça reflexão e veja que esta situação não pode continuar [...].

No percurso das linhas 87 a 94, os verbos estão no modo imperativo afirmativo (deixe, assuma, tenha, faça, veja) e no imperativo negativo (não se julgue, não reclame), que são usados para incitar o alocutário a executar as práticas determinadas pelo locutor.

O efeito de sentido causado pelas expressões negativas que antecedem os verbos (não se julgue, não reclame), é o de que ACM pretende envolver ou acusar o outro na efetivação do seu objetivo de se livrar da cassação do mandato.

Assim, ACM constrói a série de importantes alocutários que diretamente ele envolve em seu texto. Inicia com os colegas senadores e encerra com o presidente do país: “senhoras e senhores”; “Juízes do Conselho de Ética”; “Presidente do Senado”; “presidente do país”.

Examinamos, portanto, que os alocutários de ACM pertencem a duas esferas relevantes de atuação política: o legislativo e o executivo, que são poderes em que ele se encontra envolvido e com os quais dialoga diretamente.

Por meio da referenciação, da predicação, dos modificadores, da localização espacial e temporal e da conexão, ACM constrói as representações discursivas dos alocutários. A cadeia de alocutários se torna fundamental para ACM alcançar o objetivo de se declarar inocente. Ele explicita uma relação conflituosa com todos eles e declara publicamente que os seus alocutários contribuíram, estrategicamente, para incriminá-lo no caso de violação do painel eletrônico do Senado.

CAPÍTULO VII

SÍNTESE DOS RESULTADOS E CONCLUSÕES

Nesta parte conclusiva, apresentamos reflexões, contribuições, conclusões do que propomos analisar em nosso trabalho, que foi a dimensão semântica do texto, considerando que apresenta contribuições teóricas e metodológicas para os estudos da textualidade.

Dentro desse contexto, a nossa pesquisa focalizou a noção referencial do conteúdo do texto através do discurso político de renúncia de ACM. Analisamos, descrevemos e interpretamos as representações discursivas que ACM constrói de si e de seus alocutários por meio de uma série de referentes e de seus modificadores, de predicações e de seus modificadores, de localizações espaciais e temporais, de elementos de conexão e de comparação. São esses procedimentos de textualização que constroem o nível semântico dos discursos, em conformidade com os pressupostos defendidos por Adam (2011 [2008]).

Enfatizamos que a proposta da análise textual dos discursos se insere “na perspectiva de um posicionamento teórico e metodológico que, com o objetivo de pensar o texto e o discurso em novas categorias, situa decididamente a Linguística Textual no quadro mais

amplo da análise do discurso” (ADAM, 2011 [2008], p. 24).

As operações semânticas que utilizamos na análise foram readaptadas seguindo os pressupostos de Grize (1990) com os operadores lógico-discursivos. Trouxemos de Adam (2011 [2008]) as macrooperações como procedimentos de construção de análise da sequência descritiva. Revisitamos Neves (2006) com os fenômenos linguísticos da predicação, da referenciação e da conexão na construção dos enunciados. Depois, refletimos em Castilho (2010) os procedimentos da referenciação, da predicação e da conectividade como estratégias de construção de sentido do texto para, posteriormente, discutirmos e apresentarmos as categorias utilizadas por Rodrigues, Passeggi e Silva Neto (2010), seguindo-as mais de perto para analisar a representação discursiva no discurso de ACM.

Em relação à organização composicional do discurso de renúncia de ACM, no geral, observamos que ele é organizado por blocos temáticos diversos que formam as proposições enunciadas no aspecto global do texto. As etapas que seguem o plano de texto obedecem a

sseguinte ordem: abertura, apresentação dos objetivos da renúncia e mesclagem de sequências argumentativas, narrativas, descritivas e explicativas, predominando o uso das sequências argumentativas na construção da materialidade textual.

Concluímos que o discurso de ACM consegue manter a sua relação de força institucional com a sociedade, pois presta conta de sua vida pública, diz ser perseguido pelo poder legislativo e executivo e julga-se vítima, portanto inocente das denúncias feitas contra ele, por isso renuncia o mandato para não ter os seus direitos políticos cassados e para garantir o direito de retornar à vida política, pelo voto popular, garantia da sua volta ao poder legislativo.

Assumimos a perspectiva da ATD, analisamos que o discurso de renúncia leva em conta as especificidades do nível textual e discursivo, uma vez que pressupõe a ação de linguagem visada, a interação social, a formação sociodiscursiva, bem como a genericidade complexa de um discurso político. Por meio da análise textual, observamos que o locutor- protagonista do texto constrói as Rds de si mesmo e dos seus alocutários, utilizando as categorias semânticas da referenciação, da predicação, da modificação, da localização espacial e temporal, da conexão e da comparação.

Na representação discursiva de si, o locutor desencadeia um conjunto de representações: “vítima; político; sigla; nordestino; presidente do senado; senador confiante; condenado”. Para a designação desses referentes, utiliza com maior frequência substantivos comuns e próprios, pronomes e nomes predicativos. Nessa direção, observamos que a representação discursiva do locutor vai desencadeando as demais. Uma representação mais geral vai gerando outras mais específicas. Nesse sentido, analisamos que a Rd de locutor aparece como sendo muito importante para a produção e a compreensão do sentido do texto, uma vez que como protagonista do discurso, assume sempre a sua voz e seus pontos de vista, posiciona-se como sujeito ativo, agente do papel político e paciente das acusações sofridas por seus alocutários, por meio dos processos que desenvolve, se julga vítima das ações do outro.

Em relação à predicação, ACM primou pelo uso de verbos de ação, em especial, os verbos na 1ª pessoa do singular que marcaram o tempo presente, real e conclusivo de ações que projetaram um cenário a favor de si mesmo.

Os verbos de estado, na sua maioria, nas relações predicativas, criaram, em grande parte, a categoria da modificação, a qual determina o atributo dos referentes e das predicações.

A localização subdividiu-se em espacial e temporal, é indicadora de ações realizadas pelos participantes no espaço do Senado Federal, no Brasil e na Bahia e permitem que circunstâncias temporais os situem, no fator tempo.

Com menor frequência, apontamos o processo comparativo/analógico no discurso de ACM. Demos destaque ao par pronominal “tão...quanto”, no registro da representação de ACM condenado.

No processo de conectar os períodos textuais na formação das proposições, o locutor fez uso de conectores adversativos, explicativos e condicionais. Com frequência, obervamos o

uso do conector “mas”, que revela efeitos de sentido que mudam realidades adversas

vivenciadas pelo locutor, em busca de provar a sua inocência.

Diante disso, apresentamos um quadro que resume as categorias das representações discursivas de si que usamos em nossa análise e, ao lado de cada uma, as classes gramaticais que as representam.

Vejamos:

Categorias semânticas

locutor vítima adversário político sigla nordestino presidente

do senado senador confiante condenado referenciação eu, mim sujeito elidido nomes substanti vos substantiv o substan tivo substan tivo

substantivo Substantivo - adjetivo

modificação do referente

predi cativos

- adjetivo adjetivo Adjetivo adjetivo adjetivo - adjetivo

Predicação verbos no presente e pretérito Verbos no presente e pretérito Verbos no presente e infinitivo Verbos Presente e infiniti vo verbos presente pretérito infinitivo gerúndio verbos Pretérito perfeito verbos presente pretérito perfeito verbos presente modificação da predicação advérbio de negação e de modo Advérbios de negação e de modo advérbios de modo - advérbio negação modo - advérbios de negação e de modo - advérbio modo localização espacial advérbio de lugar Advérbio de Lugar - advérbio de lugar - advérbio de lugar advérbio de lugar advérbio de lugar advérbio lugar localização temporal advérbio tempo advérbio de tempo - - - - advérbios de tempo - advérbio tempo Conexão conjunção adversativa condicional comparativa conjunção aditiva, adversati va, condicio nal e comparativa - - - - conjunção adversativa explicativa conjunção Aditiva conjunção adversativa explicativa Comparação - - - prono me compara tivo - - - - -

As categorias semânticas expressas pelo quadro para construir a cadeia referencial de ACM, nos permitem concluir que, no que se refere a:

1. referenciação: os referentes são designados por pronomes e substantivos. Na

representação discursiva de senador confiante não há nome tematizado, a Rd é construída pela predicação.

2. predicação: a ênfase é dada aos predicados verbais e os tempos predominantes

são o presente e pretérito do indicativo, que apresentam traço conclusivo dos processos verbais. O presente denota fatos bem próximos aos ouvintes e o intuito do locutor é tornar esses fatos reais, marcando esse efeito de sentido. 3. modificação do referente: a classe dos adjetivos traz efeitos semânticos

especiais ao texto. Apresenta e identifica o objeto descrito e o representa. Marca atributos específicos que estão a favor da narração, da explicação e das justificativas feitas pelo locutor.

4. modificação da predicação: predominam as circunstâncias de negação e de

modo que caracterizam e/ou determinam os processos verbais desenvolvidos pelos participantes. Marcam posicionamentos positivos do locutor e reitera ou refuta ações que possam incriminá-lo.

5. localização espacial e temporal: demarca as circunstâncias temporais que

coincidem com o início do processo de investigação sobre a quebra de decoro parlamentar e termina com o momento da renúncia. As circunstâncias de lugar são locativos da vivência social e política do Senador, principalmente quando diz respeito ao Senado Federal.

6. conexão: essa categoria é marcada no texto pelo uso de operadores que

constroem pontos positivos para a defesa que ACM faz de si mesmo, ao mesmo, em que permitem a ele fazer posicionamentos e pontuais, frente as Rds construídas.

7. comparação: foi destacada uma ocorrência comparativa que permite fazer a correspondência descritiva entre ACM político e ACM espancado, criando um referente dentre a cadeia semântica que o representa.

Na sequência, podemos visualizar o quadro que resume as categorias semânticas e os elementos linguístico-discursivos que constroem as representações discursivas dos alocutários:

Categorias semânticas Representações discursivas Senadores Jáder Barbalho FHC Referenciação substantivo substantivo

Pronome de tratamento substantivo Modificação do referente adjetivos e locuções adjetivo

Predicação futuro do presente presente, pretérito, futuro imperativo afirmativo e negativo Modificação da predicação advérbio de negação advérbio de negação advérbio de negação

Localização espacial advérbio de lugar advérbio de lugar

-

Localização temporal advérbio de tempo advérbio de tempo - Conexão - conectores e advérbios -

Quadro 9 – Resumo das categorias semânticas das Rds dos alocutários e classes gramaticais correspondentes

A Rd dos alocutários é feita por meio das categorias teóricas da referenciação, da predicação, da modificação e da localização espacial e temporal. Os operadores sintetizados pelo quadro, para construir a cadeia referencial dos alocutários de ACM, permitem a seguinte conclusão no que se refere a:

1. referenciação: a designação dos alocutários é feita pela classe do pronome de

tratamento e pelo substantivo. Os nomes substantivos, na sua maioria, possuem uma carga semântica pejorativa, que forma uma imagem negativa dos alocutários. A forma de tratamento assegura o respeito à esfera política em que locutor e alocutário convivem e ao mesmo tempo revela o estilo denunciador e irônico do protagonista do texto.

2. predicação: é materializada por verbos de ações, predominam os tempos

presente, pretérito e futuro. Ao utilizar o presente, ACM situa os alocutários em relação às ações praticadas como conclusivas e garantem o seu papel de

político atuante e ativo, durante sua trajetória parlamentar. Ao mesmo tempo, pretende tornar os alocutários participantes do motivo de sua renúncia. O tempo futuro para expressar a sua indignação em relação aos atos praticados pelos alocutários contra ele. O modo imperativo é específico ao contexto comunicativo em que ACM se dirige a FHC, nesse caso, o locutor impõe possibilidades de mudança a esse alocutário.

3. modificação do referente: os adjetivos possibilitam destacar pontos

aspectuais/descritivos dos alocutários, que são desenhados pelo locutor em um contexto político negativo.

4. modificação da predicação: os advérbios de negação são os mais importantes modificadores dos verbos para a produção de sentido do texto, pois são as circunstâncias negativas que contribuem para colocar o locutor em posições contrárias às práticas dos seus alocutários.

5. localização espacial e temporal: são os circunstancializadores de lugar e de

tempo que pontuam os processos verbais realizados pelos alocutários. O advérbio temporal demarca o momento em que o locutor pronuncia o seu discurso e o espacial focaliza com mais precisão o espaço físico e simbólico do parlamentar.

6. conexão: a ênfase é dada às relações textuais e semânticas dos elementos de

conexão que se encarregam de marcar efeitos de sentido que encaminham os posicionamentos do locutor contrários aos alocutários. A conexão é mais enfatizada na Rd do Senador Jáder Barbalho.

Nesse sentido, podemos sintetizar a construção das representações discursivas do locutor e dos alocutários pelo quadro:

Categorias semânticas Representações do locutor

Representações do alocutário Referenciação pronome de 1ª pessoa

singular substantivo

substantivo, pronome de tratamento.

Modificação do referente adjetivos; locuções adjetivas

adjetivos; locuções adjetivas

e subjuntivo, com ênfase no presente e pretérito perfeito do indicativo.

com ênfase no pretérito perfeito.

modo imperativo. Modificação da predicação advérbios de modo e

negação

advérbio de negação

Localização espacial advérbios e locuções adverbiais de lugar

advérbios e locuções adverbiais de lugar Localização temporal advérbio de tempo advérbio de tempo

Conexão conectores adversativos e

explicativos

conectores adversativos

Comparação pronome comparativo -

Quadro 10 – Resumo das classes gramaticais recorrentes nas Rds do locutor e dos alocutários

O nosso trabalho seguiu a abordagem semântica do texto por meio de procedimentos de construção das Rds que tratam “de procedimentos de textualização gerais e elementares

que estão na base da construção de todo texto” (RODRIGUES et al., 2012, p. 298). Diante

disso, analisamos que nossa pesquisa vem enriquecer os procedimentos teórico- metodológicos da ATD enquanto subdomínio da Linguística de texto.

Acreditamos que o nosso trabalho poderá contribuir com o conhecimento do discurso político investigando a respeito das particularidades desse tipo de texto, a sua forma de organização e construção textual-discursiva, constituídas pelos aspectos de composição do seu plano de texto, pelo estilo de linguagem e pelo conteúdo que é tematizado.

Nesse sentido, esperamos que o nosso trabalho contribua, também, para o ensino da leitura e da produção textual, no sentido de oportunizar ao aluno analisar e compreender os textos concretos, observando a interface gramática e semântica integrada ao campo discursivo.

REFERÊNCIAS

ADAM, Jean-Michel. Lês textes: types et prototypes. Paris: Nathan, 1992

______. Linguistique textuelle: des genres de discours aux textes. Paris: Nathan, 1999.

______. Linguistique textuelle: brève histoire et état des lieux. Université de Lausanne, 2010.

______. A Linguística Textual: introdução à análise textual dos discursos. Trad. RODRIGUES, Maria das Graças Soares; SILVA NETO, João Gomes; PASSEGGI, Luis; LEURQUIN. Eulália Vera Lúcia Fraga. São Paulo: Cortez, 2011 [2008].

______. Imagens de si e esquematização do orador: Pétain e De Gaulle em junho de 1940. In: AMOSSY, Ruth (Org.). Imagens de si no discurso: a construção do ethos. São Paulo: Contexto, 2008b.

______. “Viva o Québec livre”: análise textual de um discurso do general De Gaulle. In: RODRIGUES, Maria das Graças Soares; SILVA NETO, João Gomes; PASSEGGI, Luis (Org.). Análises textuais e discursivas: metodologias e aplicações. São Paulo: Cortez, 2010.

AQUINO, Zilda Gaspar Oliveira de. O léxico no discurso político. In: PRETTI, Dino (Org.).

Léxico na língua oral e na escrita. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, 2003.

AMOSSY, Ruth (Org.). Imagens de si no discurso: a construção do ethos. São Paulo: Contexto, 2008.

ANDRÉ, Marli Eliza D. A. de. Etnografia da Prática Escolar. 14. ed. Campinas, SP. Papirus, 2008.

BAKTHIN, M. M. Estética da criação verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes. 1992. 2003.

BENTES, Ana Cristina. Linguística textual. In: MUSSALIN, Fernanda; BENTES. Ana Cristina (Org.). Introdução à linguística 1: domínios e fronteiras. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2004.

BENVENISTE, Émile. O aparelho formal da enunciação. Problemas de Linguística Geral II. Trad. E. Guimarães et al. Campinas: Pontes, 2005.

BERTRAND, Denis. Caminhos da semiótica literária. Bauru, SP: EDUSC, 2003.