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9. A Mundialização da Cultura

9.7. Os Novos Desafios da Educação

A terceira vaga tecnológica trouxe a explosão dos computadores (com as suas 1ª, 2ª, 3ª e 4ª vagas), o nascimento da televisão e a sua expansão, a telemática, a inteligência artificial e a expansão da genética e biotecnologia que alcançaram resultados espectaculares.

Foi nesta vaga tecnológica que emergiu o ciberespaço, que suporta tecnologias intelectuais que amplificam, exteriorizam e modificam o número de funções cognitivas do homem:

Imaginação – Simulações, que desempenham hoje um papel importante nas actividades de pesquisa científica, concepção industrial, gestão, aprendizagem, jogo e entretenimento;

Percepção – Receptores Digitais, Telepresença e Realidades Virtuais;

Raciocínios – Inteligência Virtual e Modelização de Fenómenos Complexos. Estas tecnologias são “objectivadas em documentos digitais ou softwares disponíveis em rede” o que permite que “elas possam ser partilhadas entre um grande número de indivíduos aumentando assim o potencial de inteligência colectiva dos grupos humanos”(Lévy, 1997).

“Um ensino de massas põe em questão as relações entre a escola e a sociedade, de forma radical. A escola não se concebe separada da sociedade. Porém a escola e a sociedade são dois aspectos de um mesmo pensamento criador. De forma premeditada, a escola e a sociedade proporcionam a mesma aprendizagem; não fornecem aprendizagens incompatíveis entre si. Contudo, isto é o que está infelizmente a suceder” (François Perroux).

A contestação escolar começou nos anos 60 do século XX e é contemporânea do aparecimento do movimento de educação permanente. Estão ligadas a esta contestação livros como A pedagogia do oprimido de Paulo Freire, Uma sociedade sem escola de Ivan Illich e A reprodução de Pierre Bourdieu e Jean Claude Passeron.

A escola deve estar aberta ao mundo do saber como um todo e não só àquele que permite a continuação dos estudos. Deste ponto de vista a tecnologia desempenha um importante papel. Para Maria Teresa Ambrósio (2000) estamos a assistir a uma mudança de conceito – de aprendizagem escolar para um processo contínuo de educação e formação. Da massificação passamos para uma individualização baseada nas escolhas da auto- aprendizagem. Neste sentido, a Comissão Internacional Sobre Educação para o Século XXI recomenda: «O princípio essencial é organizar a diversidade de percursos educativos sem nunca fechar a possibilidade de retornar, ulteriormente, ao sistema». Quanto à concorrência escola/TV, para terminar, citava Giovanni Sartori que diz, “espero sim, assustar bastante os pais acerca daquilo que irá acontecer à sua videocriança, de forma a torná-los pais ainda mais responsáveis. Espero que a escola saia da má pedagogia e [...], consequentemente, espero uma escola apta a contrariar aquele pós- pensamento que, pelo contrário, está a fomentar. Espero também jornais melhores, e,

afinal, uma televisão melhor” (Sartori: 14 e 15).

Referências Bibliográficas e Bibliografia Complementar da Aula 9

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