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No TRT da 4ª Região foram analisados 12 processos de estagiários, que se referem a processos de Varas do Trabalho de Porto Alegre e de alguns municípios do interior do Rio Grande do Sul.

Entre os estagiários, dez eram do sexo feminino e somente dois do masculino. Quanto à idade, tem-se que um tinha 19 anos, um tinha 20 anos, dois tinham 23 anos, dois tinham 21 anos, dois tinham 22 anos e quatro tinham 24 anos.

Os estagiários residiam em Porto Alegre e em algumas cidades do interior do Rio Grande do Sul. Vale destacar que quatro estagiários residiam em Porto Alegre, três residiam em Santo Ângelo, um em Esteio, um em Veranópolis, um em Guaíba, um em Novo Hamburgo e um em Sapucaia do Sul. Os processos desse TRT foram numerados de 10 a 21.

Não se pode perder de vista que em apenas um processo o estagiário não era estudante do Ensino Superior, foi o caso de uma jovem que fazia curso Técnico em Administração de Empresas. Entre os cursos de nível superior realizados pelos estagiários estão: Administração, Ciências Contábeis, Direito, Economia, Jornalismo, Pedagogia, Psicologia e Publicidade e Propaganda.

No que tange ao tipo de empresa em que foi realizado o estágio, tem-se que dez jovens realizaram estágio em empresas do setor de serviços e dois realizaram o estágio em indústrias. Convém assinalar que no setor de serviços houve vários casos relacionados a bancos privados e instituições de ensino, assim como outros casos em que o estágio foi realizado em um órgão do sistema S, uma empresa de telecomunicação e uma empresa de vale refeição. Quanto às instituições de ensino, foi nelas que os estagiários realizaram sua formação e também fizeram o estágio. Já em relação às indústrias em que os jovens realizaram o estágio, estas se referem ao setor farmacêutico e à indústria de calçados.

Ao analisar os processos do TRT da 4ª Região, tem-se que houve cinco decisões favoráveis aos reclamantes, três decisões favoráveis à reclamada e quatro processos que terminaram em acordos. Dentre os processos que terminaram em acordo, dois tiveram reconhecimento do vínculo empregatício e dois tiveram acordos homologados sem que fosse reconhecido o vínculo empregatício. Os processos demonstram que também no TRT da 4ª Região alguns estagiários tentaram recorrer ao TST, mas em boa parte dos casos seus recursos não foram

admitidos, visto que não cumpriam os critérios para serem aceitos. Em alguns processos as

empresas tentaram recorrer ao TST, mas em apenas um caso ele foi admitido68, antes da decisão

desse Tribunal a empresa conseguiu fazer um acordo com o reclamante.

Um fato que impressiona nos processos do TRT da 4ª Região diz respeito às instituições de ensino privadas oferecerem estágios desvirtuados para seus próprios alunos. Em alguns desses casos, a bolsa-auxílio tinha valor reduzido porque havia descontos ou isenções na mensalidade do estudante, o que pode implicar na realização de um estágio sem remuneração. Para justificar essa situação, algumas dessas instituições de ensino alegaram nos processos que a contratação de estagiários era uma atuação em prol da sociedade, o que permitia ao jovem de menor renda ter acesso ao Ensino Superior. Isso é destacado abaixo em trecho de um processo:

“O estágio oferecido por essa instituição de ensino e realizado pelo estudante cumpre função social de valor inestimável: permite o acesso ao Curso Superior de pessoas de baixa renda, que graças a essa criação legal de exceção à legislação trabalhista enfrentaria dificuldades quase intransponíveis para a conclusão do Curso Superior”(pág. 72 do processo nº 10).

Essa situação indica que a instituição de ensino deveria fiscalizar o estágio de seus estudantes e atuar para que ele cumpra sua verdadeira função e não utilizar o seu estudante como estagiário com a finalidade de obter mão-de-obra barata e precária. Portanto, essas instituições de ensino, assim como as empresas privadas, devem ter atuação social, mas essa atuação não pode ter como fim o aumento de seus lucros e precarização do trabalho de um jovem que ainda está no curso superior e espera a oportunidade de ter um primeiro contato com o mercado de trabalho.

O Portal Universia, na internet, traz reportagens sobre alunos que realizaram o estágio na própria instituição de ensino, inclusive casos de estágios sem bolsa-auxílio e que tinham processos seletivos bastante concorridos. Para os alunos entrevistados pelo Universia, a vantagem do estágio na própria instituição de ensino é a possibilidade de acumular experiência tanto para o ingresso no mercado de trabalho quanto ampliar os conhecimentos acadêmicos. Essa é a visão de Paulo Alves de Almeida Júnior, entrevistado pelo Portal Universia, para reportagem publicada em 11/05/2010, que diz:

68 Segundo Almeida (2001), os recursos para serem admitidos devem atender a determinados pressupostos

(subjetivos e objetivos). Pelos pressupostos subjetivos, o recurso pode ser interposto pela parte vencida, por um terceiro ou pelo Ministério Público. Enquanto os pressupostos objetivos definem que os recursos podem se dar quando há efetivos prejuízo, a recorribilidade da decisão, a tempestividade, o depósito recursal e pagamento das custas processuais. Somente a parte vencida parcialmente ou totalmente pode recorrer.

Apesar de não ser uma garantia de emprego depois de formado, o estágio na faculdade me dará subsídio para conseguir uma boa oportunidade na área de botânica, segmento que eu mais me identifico dentro das Ciências Biológicas (Disponível em: <www.universia.com.br>, acesso em: 13/05/2010).

Houve três processos de estagiários que realizaram o estágio na própria instituição de ensino que estudavam, sendo que dois deles eram do sexo feminino e um do sexo masculino. Em dois casos os jovens realizaram o estágio na mesma instituição de ensino e, em ambos os casos, o estágio foi realizado no setor de reprografia e não em setores que tinham relação com a área de formação desses estagiários. A instituição de ensino deveria valorizar seus alunos e sua formação, bem como permitir que eles façam estágio apenas em locais que proporcionem aprendizagem prática da área de formação.

Parte-se agora para discussão desses dois casos. O primeiro processo é de um jovem de 19 anos de idade, que era morador de Santo Ângelo e estudante de Administração de Empresa com ênfase em Comércio Exterior. Ao longo do processo e das audiências, o reclamante argumentou que tinha que realizar diversas horas extras e até inseriu prova documental disso. O documento é uma carta da universidade que solicitava que o reclamante trabalhasse em um final de semana para auxiliar no vestibular de inverno e, ainda, é mencionado na referida carta, que ele tinha débito de horas de trabalho junto à universidade.

No processo do jovem, o argumento da instituição de ensino para defender a validade do estágio é o seguinte:

“A realização do estágio na reprografia não o desqualifica, pois naquele setor trafega o universo do mundo acadêmico, onde passam todas as informações de interesse dos alunos. Ainda que a reprografia não seja uma atividade exclusivamente ligada ao Comércio Exterior, é certo que a formação integral do aluno deve concorrer o desenvolvimento das habilidades ali desenvolvidas para a mais plena formação acadêmica” (pág. 120 do processo nº 10).

Um aspecto deve ser mencionado: essa universidade é uma instituição filantrópica, ou seja, possui isenção de diversos impostos e, mesmo assim, utiliza a mão-de-obra dos estagiários de forma extremamente precária.

Esse jovem teve decisão favorável na primeira e na segunda instâncias. A decisão da primeira instância diz que as atividades realizadas pelo reclamante eram desvirtuadas, pois foram realizadas na área de reprografia, que não tem nenhuma relação com a formação em Administração de Empresa com ênfase em Comércio Exterior. Além disso, a reclamada não

comprovou que o reclamante tinha acompanhamento, avaliação e orientação ao longo do estágio. Por esses motivos, a sentença considera que o reclamante não era estagiário e determina que deve ser reconhecido o vínculo empregatício e que a reclamada deve fazer a anotação da Carteira de Trabalho Por Tempo de Serviço (CTPS) do reclamante.

Na segunda instância, os juízes da turma do TRT afirmaram que o fato desse jovem estudar Administração com ênfase em Comércio Exterior e estagiar na área de reprografia leva ao desvirtuamento do estágio, conforme destaca trecho da decisão da Turma do TRT:

“A função preponderante do autor [estagiário] se resumia à rotina de atendimento do setor de reprografia envolvendo o atendimento aos alunos, aos professores, efetuar e arquivar cópias de documentos, atividades que sequer remotamente podem ser consideradas que proporcionam experiência prática na área de formação do estudante, que neste caso é o curso de Administração com ênfase em Comércio Exterior” (pág. 136 do processo nº 10).

O segundo caso de jovem que estagiou na instituição de ensino que estudava, trata-se de uma jovem de 23 anos de idade, que também morava em Santo Ângelo e era estudante de Pedagogia. O estágio dessa jovem foi marcado por trabalhos no setor de reprografia e horas extras, e, ainda, não foram realizados acompanhamento e avaliação durante o estágio. Além disso, a reclamante disse, nas audiências que era obrigada a fazer horas extras e a ficar durante várias noites trabalhando no setor de reprografia.

Como a reclamada é a mesma do processo discutido anteriormente o argumento para defender o estágio não se altera: baseia-se no fato de que, ao tirar cópias de livros, a jovem ‘trafega’ pelo universo do mundo acadêmico e, ainda, tem contato com professores e estudantes. Outro ponto destacado pela reclamada é que todas as atividades realizadas pela reclamante tinham relação com sua formação em Pedagogia Ela ressalta que em momento algum a reclamante exerceu atividades que pudessem caracterizar uma relação de emprego. Além disso, segundo a reclamada, o TCE comprova a regularidade do estágio, bem como o agente de integração prova a validade do estágio.

Tanto na primeira como na segunda instâncias a reclamante teve decisões favoráveis. O juiz da primeira instância diz na decisão que não se pode contestar que a reclamante realizava as atividades de estágio no setor de reprografia e isso indica que as atividades realizadas não tinham relação com o curso realizado, Pedagogia. Por isso, ele conclui que a jovem era empregada e não estagiária.

Na segunda instância, por unanimidade de votos, a Turma do TRT negou o recurso da reclamada e na decisão diz:

“Restou claro que a finalidade do estágio não foi cumprida, pois a autora cursando Pedagogia e laborando na reprografia não poderia obter qualquer experiência prática na formação da estagiária” (pág. 157 do processo nº 11). Apesar das decisões favoráveis, a reclamante acabou realizando um acordo em que houve o reconhecimento do vínculo empregatício e a possibilidade de saque do FGTS. A jovem aceitou um acordo que equivale a 81,2% ao que deveria ser pago pela reclamante, segundo a sentença e os cálculos judiciais.

Outro caso relacionado a essa discussão é o de uma jovem de 23 anos de idade, que cursava Direito e foi estagiar na própria instituição de ensino. Porém, durante o estágio atuou no Serviço de Psicologia da Universidade, exercendo função de secretária e atendente. Isso impediu que a aprendizagem fosse garantida ao longo do estágio, sendo utilizada como mão-de-obra que substitui trabalhador formal e totalmente distante da sua área de formação. Ainda durante o estágio a jovem exercia atividades na biblioteca da universidade, tendo a função de atendente. Ela disse, em uma audiência da primeira instância, que jamais teve a oportunidade de estagiar na área

jurídica e que teve que trabalhar em períodos extras, especialmente no período de matrícula e no

vestibular.

Na contestação à petição inicial, a reclamada questiona os argumentos da estagiária e afirma que o estágio deve ser considerado válido, tal como é destacado abaixo:

“Em nenhum momento a reclamante exerceu quaisquer atividades que pudessem caracterizar-se como relação de emprego, o que se comprova através do Projeto Pedagógico do curso de Direito, do convênio firmado com o CIEE e do Termo de Compromisso de Estágio” (pág. 131 do processo nº 12).

A reclamante responde a essas alegações e diz:

“Para a reclamada, pouco importa que tipo de atividade seus ‘estagiários’ desempenhavam, contanto que estivesse desobrigada dos direitos trabalhistas daqueles que trabalhavam nas funções normais de quaisquer de seus funcionários” (pág. 192 do processo nº 12).

As decisões da primeira e da segunda instâncias foram favoráveis à reclamante e a reclamada realizou o pagamento dos valores determinados pela Justiça. Na primeira instância,

representante da reclamada não compareceu à última audiência, o que fez todas as alegações da reclamante serem consideradas verdadeiras. Além do mais, a sentença diz que não se pode contestar que a reclamante não era estagiária, mas funcionária, pois exercia atividades como secretária e atendente. Outro aspecto salientado pelo juiz é que a reclamada não comprovou que a reclamante recebeu acompanhamento e que as atividades realizadas estavam em conformidade com os currículos, programas e calendários escolares.

Na segunda instância a decisão se manteve favorável a reclamante. Abaixo segue trecho dessa decisão:

“No caso em apreço, é incontroverso que a reclamante exercia as funções de secretaria e atendente. Assim, suas atividades estão desvirtuadas dos objetivos do curso de Direito em que estava matriculada. Esse é um dos motivos para que o estágio não seja considerado válido e deve ser reconhecido o vínculo empregatício da reclamante” (pág. 205 do processo nº 12).

Nos processos desse TRT foram encontrados quatro casos de jovens que estagiaram em bancos. Há um fator interessante que motivou alguns estagiários que realizaram estágios em bancos a recorrer à Justiça do Trabalho: a realização de atividades que são típicas de bancários, inclusive houve casos de jovens que, apesar de serem estagiários, eram caixas de banco. Ao longo dos processos esses jovens vão demonstrando essa condição seja com documentos do banco, seja com testemunhas. Mas isso nem sempre foi utilizado pelos juízes para considerar que o estágio tinha sido desvirtuado. Parte-se, agora, para a discussão dos processos dos jovens que estagiaram em bancos.

O primeiro processo é de uma jovem de 20 anos de idade, moradora de Porto Alegre, estudante de Administração de Empresas e que estagiou em um banco privado. Ao longo do estágio, ela mudou de cidade e de curso e, em seguida, trancou a nova faculdade e mesmo assim ela continuou sendo estagiária do banco, mas em agências diferentes. A legislação do estágio proíbe que um indivíduo seja estagiário durante o período que não está matriculado em instituição de ensino. Essa jovem relatou, durante uma das audiências da primeira instância, que realizava horas extras e que fazia tarefas típicas de bancários.

A reclamada contesta os argumentos da reclamante e afirma que a estagiária realizava atividades relacionadas com sua área de formação, uma vez que “organizar documentos e atender pessoal não afastam os objetivos do estágio, ainda mais em se tratando do curso da autora, ou seja, Administração de empresa” (pág. 260 do processo 13).

Pelos fatos acima, a reclamada foi condenada nas duas primeiras instâncias e foi garantido pela Justiça do Trabalho o reconhecimento do vínculo empregatício. A sentença da primeira instância diz que não há nenhuma relação entre as atividades realizadas pela reclamante e sua área de formação e que ela exercia atividades típicas de bancária. Além disso, quando a reclamante se mudou para outra cidade houve ampliação do desvirtuamento do estágio, pois, lá, a reclamante nem estava matriculada em instituição de ensino.

A sentença da segunda instância manteve a decisão anterior e os juízes da Turma do TRT destacaram que o estágio realizado mascarava uma relação de emprego entre as partes.

Após isso, a reclamada tentou recorrer ao TST, mas seu recurso não foi admitido e, então, ela propôs um acordo que não garantia o reconhecimento do vínculo empregatício da reclamante. Esse acordo foi aceito tanto pela jovem quanto pelo juiz do caso, que homologou o acordo.

O processo discutido acima demonstra que muitos bancos e empresas utilizam os estagiários como mais um funcionário, sem acompanhar as atividades realizadas pelos estagiários e sem cumprir a legislação. E, ainda, demonstra que há uma contradição na atuação da Justiça do Trabalho, pois, ao longo do processo, ela atuou contra o estágio desvirtuado, mas acabou por aceitar a homologação de um acordo sem reconhecimento do vínculo empregatício.

Convém destacar o segundo processo, que se refere a uma jovem de 24 anos de idade, moradora de Novo Hamburgo e que cursava Administração de Empresa. Ela também realizou estágio em um grande banco e teve o estágio encerrado quando estava grávida. Essa jovem menciona, durante o processo, que realizou diversas horas extras ao longo do estágio e que suas funções eram típicas de bancárias e não de estagiárias, inclusive o cumprimento de metas na venda de Títulos de Capitalização, seguros e cartões de crédito. Ela disse, em uma das audiências, que suas funções foram modificadas no momento que o banco deixou de ser estatal e foi privatizado, sendo que, antes da privatização ela realizava atividades relacionadas à sua área de formação.

Dois argumentos no decorrer do processo demonstram a visão do banco acerca do estágio: “Com a oportunidade de estágios, só o fato de estar dentro de uma empresa, em contato direto com os empregados, com suas múltiplas atividades, já faz diferença dando ao estudante um indicador de como e para onde ele deve concentrar seus estudos...Logo, os estágios são meios seguros para o estudante adquirir experiência, sendo certo que não é raro o estagiário, posteriormente, vir a ser efetivado nos quadros da empresa, ou então se valer dos mesmos para preenchimento de fichas de inscrições em outras empresas, a título de experiência, mesmo que curricular” (pág. 182 do processo nº 14).

Esses argumentos denotam que, na visão do banco, o mais importante durante o estágio não é a aprendizagem prática na área de formação do estudante. Mas garantir ao estudante a experiência de ter uma convivência, ou seja, uma socialização com outros funcionários, o que estimula o estagiário a aceitar o que é determinado pela empresa, mesmo que implique em total desrespeito à legislação do estágio. Quando o banco defende que o estágio garante experiência profissional aos estagiários, ele se pauta em um fato verdadeiro. No entanto, para garantir essa experiência, os estagiários não precisam ter experiências negativas durante o estágio, fatos comuns para muitos jovens que realizam estágios e também no caso da jovem citada acima.

Em relação ao pensamento do banco sobre o estágio, é preciso mencionar que sociologicamente a socialização estabelece a relação do indivíduo com o outro e pela socialização, os indivíduos constroem sua identidade, tanto a individual quanto a coletiva.

Mesmo com duas testemunhas que relataram as condições do estagio, a reclamante teve decisão desfavorável na primeira instância. E a sentença diz que a documentação comprova a validade do estágio e que o banco não agiu com má fé no momento que contratou a estagiária. Na sentença consta ainda que:

“Formalizada a relação jurídica de estágio, e não tendo sido comprovada má-fé do reclamado, não há falar em reconhecimento do vínculo empregatício” (pág. 316 do processo nº 14).

Na segunda instância a decisão foi mantida: o fato de o estágio ter sido encerrado durante a gravidez da reclamante não foi levado em conta, visto que a legislação do estágio não garante à estagiária o direito à licença maternidade. Nessa decisão, os juízes da Turma do TRT consideraram que a documentação referente ao estágio comprova sua validade, e, ainda, concluíram que as atividades realizadas pela reclamante tinham relação com a sua formação e eram atividades de estagiária e não de bancária. Nessa decisão há o seguinte argumento:

“Veja-se que desde o início da contratação a autora estava ciente de sua condição de estagiária, tanto que procurou a vaga diretamente no CIEE, estabelecimento notoriamente conhecido por promover a integração entre empresas e escolas através do cadastramento de estudantes/estagiários” (pág. 356 do processo nº 14).

Não se pode perder de vista que o fato da jovem procurar o estágio e ir até um agente de integração não elimina a responsabilidade da reclamada quanto às normas referentes ao estágio e