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Os Treinadores nos Treinos após a Competição

No documento OS TREINADORES DE SUCESSO (páginas 94-98)

2. Análise Descritiva do Comportamento dos Treinadores nos Treinos de

2.3. Os Treinadores nos Treinos após a Competição

Os treinos após a competição podem ser muito ricos se analisarmos as variáveis a que estão sujeitos. Entre muitas variáveis, como seria natural neste processo, estudámos os treinos após a vitória na competição e os treinos após a derrota na competição (como é sabido, no voleibol não existem empates).

Tratam-se de treinos que acontecem imediatamente após a competição, isto é, normalmente o primeiro treino da semana.

Estes treinos apresentam-se com características muito próprias em função do resultado da competição, pelo que deveremos ter muita atenção aos resultados encontrados.

2.3.1. Os Treinadores nos Treinos após a Vitória na Competição

Após a vitória na competição, os treinos podem sofrer alterações importantes. Desde a simples mudança de microciclos e consequentemente de objectivos até à análise e discussão sobre os resultados obtidos na competição. Portanto, estamos perante um tipo de treinos que pode ser bastante variado. No entanto, a dominância vai para os treinos de conteúdos específicos porque no próximo fim-de-semana já existe nova competição. Assim, os valores de 15.4% (Quadro 9) para a informação dos conteúdos não são de estranhar porque podem envolver a apresentação de análises sobre a competição passada. No entanto, os 2.6% de correcção das

aqui referidos. Se observarmos também o valor das pressões (1.6%) poderemos admitir que após uma vitória o treinador não insiste demasiadamente sobre as correcções e sobre a pressão aliviando um pouco os atletas reflectindo também um certo entusiasmo pelo objectivo alcançado.

Média Desvio Máximo Mínimo

Informação 15.4 9.5 37.6 1.7 Correcção 2.6 1.8 7.4 0.5 Avaliação Positiva 0.9 0.9 3.2 0.0 Avaliação Negativa 0.4 1.1 5.6 0.0 Demonstração 0.0 0.1 0.3 0.0 Questionamento 0.3 0.3 1.1 0.0 Gestão 6.8 4.5 18.0 0.9 Afectividade Positiva 0.1 0.2 0.9 0.0 Afectividade Negativa 0.1 0.2 0.7 0.0 Pressão 1.6 1.2 4.4 0.1 Conversas 10.6 8.6 35.9 0.0 Observação 56.2 14.9 85.3 27.4 Atenção Interv. Verbais 0.3 0.3 0.8 0.0

Actividade Motora 3.1 7.2 27.9 0.0 Não-Actividade Motora 0.0 0.0 0.0 0.0 Outros Comportamentos 1.5 3.7 17.1 0.0

Quadro 9 - Média, desvio-padrão, valores máximo e mínimo da percentagem de tempo gasto pelos Treinadores em Treinos após a Vitória na Competição

Nestes treinos a intervenção do treinador é mais reduzida pelo que a observação aumenta (56.2%). Como podemos observar no gráfico 3, este comportamento do treinador destaca-se.

Os comportamentos de gestão 6.8% permitem assegurar a continuidade e a realização dos diversos exercícios.

Um valor que se apresenta relativamente distante dos outros são as conversas com 10.6%. Parece ser aqui, o momento em que o treinador se descontrai e aproveitando a presença dos dirigentes ou de adjuntos procura satisfazer a sua vontade de conversar sobre o jogo/competição, pois trata-se de um momento de alegria geral dentro da equipa de trabalho (técnicos e directores).

inf cor av+ av- dem que ges af+ af- pre con obs aiv am nam oc 0 10 20 30 40 50 60 %

inf cor av+ av- dem que ges af+ af- pre con obs aiv am nam oc

GRÁFICO 3-COMPORTAMENTO DO TREINADOR EM TREINOS APÓS A VITÓRIA NA

COMPETIÇÃO

Como já foi referido atrás estes treinos são normalmente mais “leves” com uma pressão mais reduzida, permitindo a recuperação psicológica dos atletas após a competição. Deste modo, os valores de pressão (1.6%) e de atenção às intervenções verbais (0.3%) são muito baixos.

Por vezes, esta satisfação pela vitória atingida implicando uma descontracção com que o treino vai decorrer origina comportamentos inapropriados dos atletas e do treinador que inclusivé se ausenta do ginásio, descurando o controlo sobre esta parte do treino.

2.3.2. Os Treinadores nos Treinos após a Derrota na Competição

Após a derrota na competição o comportamento do treinador poderá sofrer alterações significativas, em função da importância que irá assumir essa mesma derrota no projecto competitivo da equipa.

Uma derrota pode ser encarada como pré-determinada, principalmente quando estamos a referirmos a equipas de níveis muito diferenciados. Ou pelo contrário, poderá ser completamente inesperada criando situações de culpabilização e de instabilidade, caracterizado pelo comportamento alterado do treinador e dos atletas.

Assim, o valor de 16.4% (Quadro 10) reflecte o tempo que se gasta em informação, tratando da análise da competição passada, bem como da informação dos conteúdos.

O valor de 1.7% de correcção das execuções dos atletas é muito baixo, pelo que se poderá justificar com o aumento da avaliação positiva 2.6%, traduzindo talvez a incapacidade de intervir sobre a especificidade do conteúdo devido às consequências da derrota passada.

Média Desvio Máximo Mínimo

Informação 16.4 6.9 25.0 5.8 Correcção 1.7 1.5 4.8 0.1 Avaliação Positiva 2.6 3.0 9.6 0.1 Avaliação Negativa 0.4 0.5 1.9 0.0 Demonstração 0.0 0.0 0.1 0.0 Questionamento 0.6 1.0 3.3 0.0 Gestão 9.4 7.6 24.4 0.1 Afectividade Positiva 1.7 2.5 7.4 0.0 Afectividade Negativa 0.3 0.4 1.0 0.0 Pressão 4.7 3.4 12.3 0.2 Conversas 7.1 5.8 17.0 0.7 Observação 45.8 17.2 77.3 17.4 Atenção Interv. Verbais 3.4 4.0 10.5 0.0

Actividade Motora 2.2 6.6 24.9 0.0 Não-Actividade Motora 0.0 0.0 0.0 0.0 Outros Comportamentos 3.7 6.6 20.2 0.0

Quadro 10 - Média, desvio-padrão, valores máximo e mínimo da percentagem de tempo gasto pelos Treinadores em Treinos após a Derrota na Competição

Por outro lado, as pressões (4.7%) apresentam-se com valores relativamente elevados pelo que se pode admitir um novo enfoque no esforço e empenhamento dos atletas.

Após a derrota os atletas e os dirigentes intervêm mais frequentemente. Parece existir uma procura para as justificações da derrota, principalmente se esta não é esperada.

Nestes treinos a intervenção dos atletas é mais elevada (3.4%) que em outros treinos. A observação é a categoria dominante (45.8%) como se observa no gráfico 4.

Os comportamentos de gestão 9.4% permitem assegurar a realização dos diversos exercícios.

inf cor av+ av- dem que ges af+ af- pre con obs aiv am nam oc

0 10 20 30 40 50 %

inf cor av+ av- dem que ges af+ af- pre con obs aiv am nam oc

GRÁFICO 4-COMPORTAMENTO DO TREINADOR EM TREINOS APÓS A DERROTA NA

COMPETIÇÃO

Estes treinos são normalmente “pesados”, com críticas e intervenções dos atletas e dos directores. Portanto, será de esperar que o treinador apresente comportamentos de desvio (outros comportamentos - 3.7%) ou mesmo uma intervenção demasiado funcional, limitando a sua interacção ao absolutamente necessário.

Por vezes, a insatisfação pela derrota origina comportamentos e atitudes mais positivas, dando a entender a existência de uma grande diversidade de estratégias e estilos que produzem um grande desvio nestes resultados.

3. Análise Comparativa do Comportamento dos Treinadores nos

No documento OS TREINADORES DE SUCESSO (páginas 94-98)