• Nenhum resultado encontrado

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.4 MODELO DE ORÇAMENTO PARTICIPATIVO ELABORADO PARA A

4.4.1 Parâmetros do processo de elaboração do Orçamento Participativo proposto

As necessidades de adaptação no modelo atual foram analisadas de forma tal que a elaboração do modelo de OP voltado à instituição pautou-se nos seguintes parâmetros:

4.4.1.1 Condições externas

O conhecimento do valor efetivo a ser recebido pelo Câmpus Londrina se dá somente quando o exercício já está em curso, em razão do prazo de aprovação do orçamento da União pelo Congresso Nacional e da necessidade de aprovação da redistribuição orçamentária entre os Câmpus pelo COUNI.

Porém, os trâmites para aprovação da PLOA exigem que o COPLAD elabore a proposta da UTFPR até o mês de agosto, incentivando um planejamento orçamentário pelas instituições. Nessa condição, o COPLAD poderia decidir, concomitantemente, os valores a serem destinados aos Câmpus com base no valor da PLOA e enviar para aprovação pelo COUNI, para que os Câmpus tenham a informação do montante previsto a ser recebido ainda no mês de agosto, a tempo de finalizarem a elaboração de seu orçamento anual a vigorar no exercício seguinte.

Dessa forma, um parâmetro considerado na elaboração do modelo proposto à UTFPR Câmpus Londrina é o conhecimento do montante orçamentário previsto a ser recebidos pelos Câmpus até o mês de agosto do exercício anterior ao que se referir o orçamento em elaboração.

4.4.1.2 Descentralização de poder

Para a adoção de um Orçamento Participativo em qualquer instituição, é primordial a vontade política dos detentores do controle no processo de elaboração do orçamento em descentralizar o poder de discussão e decisão.

Nas entrevistas com os membros da Equipe de Gestão atual, nenhum entrevistado afirmou ser contra a adoção do instrumento. Porém, parte deles veem o instrumento com receio, alegando que o ato de consultar a comunidade universitária pode atrasar ainda mais o processo, o que será afastado no modelo proposto à instituição por meio do adiantamento do processo participativo de elaboração do orçamento. Tal ação constitui-se em, ao invés de discutirem sobre a redistribuição de recursos entre as Unidades Gestoras do Câmpus em meados de abril, após a elaboração da matriz de redistribuição de recursos entre os Câmpus e da aprovação pelo COUNI, o processo de planejamento e elaboração do orçamento será realizado ao longo de todo o exercício anterior ao de vigência do orçamento em questão, ao passo que, ao iniciar o exercício, as Unidades Gestoras de Recursos (UGRs) já conheçam o montante orçamentário a que terão direito no exercício. Além disso, surgindo contingências ou alterações nos valores, a Equipe de Gestão e as UGRs poderão rediscutir sobre a revisão desses valores.

Para uma outra parte dos entrevistados, o processo de elaboração do orçamento anual da UTFPR Câmpus Londrina já é participativo, em razão de os membros da Equipe de Gestão serem representantes das Diretorias e Coordenadorias de Gestão da instituição e de suas subunidades. Porém, segundo dados obtidos pela disponibilização do questionário à comunidade acadêmica, apenas 4,5% dos respondentes acreditam que a elaboração do orçamento do Câmpus é participativa, sendo que 42,3% acreditam não ser participativa, 23,4% acreditam ser parcialmente participativa e 29,7% não possuem opinião formada. Além disso, sobre o fato de sentirem-se ou não representados pelos membros da Equipe de Gestão, apenas 12,7% dos respondentes afirmaram sentirem-se totalmente representados,

40,9% sentiram-se parcialmente representados e 46,4% afirmaram não se sentirem representados no processo atual de elaboração do orçamento da instituição, denotando que os membros da Equipe de Gestão não têm sido representativos de fato. Salienta-se, ainda, que nas Reuniões de Direção, onde discute-se o orçamento da instituição, não há a participação de nenhum membro discente.

Uma terceira parte dos entrevistados mostra-se, em maior ou menor grau, favorável a implantação do OP na instituição, beneficiando o planejamento e eficiência na alocação dos recursos e alinhando os diversos interesses da comunidade com as possibilidades da instituição por meio da participação democrática e eleição de prioridades pela maioria.

Soma-se a isso o fato de que 94,59% dos respondentes do questionário afirmaram não ter participado do processo de nenhuma forma, denotando a concentração de poder

Portanto, elaborando-se um modelo que antecipe o planejamento e a elaboração do orçamento, que possibilite a ampla participação e representação de todos os núcleos universitários, e considerando a inexistência de resistência total quanto à implantação do instrumento pela Equipe de Gestão, constitui-se como um dos parâmetros do modelo aplicável à UTFPR Câmpus Londrina a pré-disposição em descentralização do poder na elaboração do orçamento da instituição.

4.4.1.3 Critérios de redistribuição interna de recursos às UGRs

Conforme levantado pelas entrevistas com os membros da equipe de gestão anterior, a redistribuição interna de recursos orçamentários na UTFPR Câmpus Londrina é marcada por critérios subjetivos, com exceção da Matriz de Distribuição aos Departamentos Acadêmicos recomendada pelo COPLAD, que se utiliza de critérios objetivos, mas que a instituição se utiliza parcialmente, empregando complementarmente critérios subjetivos.

Nesse quadro, um parâmetro considerado na elaboração do modelo proposto à UTFPR Câmpus Londrina é o de que a Reitoria informe o valor previsto a ser destinado a cada Câmpus e que, com isso, o Câmpus Londrina deverá elaborar uma Matriz de Redistribuição Interna de Recursos a todas as UGRs pautada exclusivamente em critérios objetivos, de forma que possibilite às unidades terem

conhecimento do valor previsto a ser repassado a elas já a partir do envio da PLOA da UTFPR ao MEC, no mês de agosto.

Dessa forma, a UTFPR Câmpus Londrina poderá debitar o saldo previsto a ser gasto em despesas fixas durante o exercício e lançar o saldo residual na Matriz de Redistribuição Interna de Recursos a ser elaborada pela instituição com critérios estritamente objetivos e, com isso, obter os valores previstos a serem destinados a cada uma das UGRs.

4.4.1.4 Participação da comunidade universitária

Outro parâmetro considerado na elaboração do modelo de OP aplicável à UTFPR Câmpus Londrina é a predisposição da comunidade universitária em participar da implantação e manutenção do instrumento na instituição, haja vista que 74,1% dos respondentes afirmaram ter interesse em participar do processo de elaboração do orçamento da instituição.

Ainda com relação ao quesito participação da comunidade universitária, 25,3% dos respondentes afirmaram que participariam ativamente do processo, 58,5% participariam de maneira mediana e 16,1% teriam baixo nível de participação. Dessa forma, elaborou-se o modelo considerando os níveis de participação dos respondentes, resultando em um modelo onde haja reuniões locais, com a participação de todos os membros de determinada Unidade Gestora, e reuniões que extrapolam os limites das UGRs, onde haja a participação dos representantes das UGRs interessados em atuar mais ativamente do processo.

4.4.1.5 Normatização da UTFPR Câmpus Londrina

A consulta aos documentos institucionais como o Estatuto da UTFPR, o Regimento Geral da UTFPR, o Regimento dos Campi da UTFPR, o Plano de Desenvolvimento Institucional, dentre outros, mostrou não haver limitações normativas quanto a implantação de um Orçamento Participativo, pelo contrário, estando submetida à legislação federal, a instituição é incentivada a realizar eficiência do gasto público, transparência de gestão e de contas, promoção de uma gestão participativa, dentre outros. Por isso, um parâmetro considerado no modelo proposto é a possibilidade legal de implantação do OP local.

4.4.2 Fluxograma do processo de elaboração do Orçamento Participativo proposto à