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Paralisia Noturna

No documento VÁRIOS AUTORES 1 (páginas 52-61)

Por:

Alvaro Caxone

Bio:

Alvaro Caxone mora em São Paulo e gosta de utilizar seus conhecimentos na área de tecnologia em suas histórias para as deixar mais críveis.

Contato: E-mail Conto:

Alex acordou com os batimentos do coração disparados. Ele não se lembrava de estar sonhando e não tinha ideia de porque estava agitado daquele jeito. Seus olhos se abriram, mas não havia nada além da escuridão. Só havia o breu e nada mais.

Havia uma espécie de pressão no ar, que tornava difícil respirar. Alex tentou se mexer, mas seu corpo não reagiu, tentou falar, mas nenhum som saiu. Enquanto isso aquela sensação sufocante continuava e seu pulso continuava acelerado.

Para tentar se acalmar ele tentou evocar sensações familiares em seu quarto, como o travesseiro sob sua cabeça, ou a coberta sobre seu corpo. Ao invés disso não sentiu nada. Não havia travesseiro ou colchão sob ele, nem uma coberta sobre seu corpo. Tudo o que ele sentiu era um chão duro e gelado. Na verdade nem suas roupas ele sentiu. Ele estava nu deitado sobre um chão gelado.

Tudo o que ele conseguia pensar agora era porque estava assim e, enquanto o pânico aumentava, seu pulso e aquela sensação sufocante se tornavam mais intensos.

Logo começou a questionar se não estaria dormindo ainda e tudo aquilo não passasse de um maldito pesadelo. Mas a sensação sufocante era tão forte que ele não conseguia conceber aquilo como um sonho.

Em sua cabeça já haviam passado vários minutos que havia acordado, porém sua visão ainda não tinha se adaptado à escuridão. Era como se seu quarto– se é que ele realmente estava em seu quarto– estivesse mergulhado na mais profunda trevas.

O que parecia muito improvável, uma vez que morava na cidade, e as luzes da rua sempre entravam pelas frestas da janela. Será que havia acabado a luz na rua?

Alex respirou fundo, tentando se acalmar e tentou se mexer novamente. Fez um grande esforço e conseguiu mover um pouco o dedo mindinho. Uma sentimento de alívio o invadiu. aos poucos ele iria conseguir recuperar os movimentos e poderia se levantar e descobrir o que estava acontecendo afinal.

O alívio de Alex foi rapidamente interrompido quando ele se deu conta que não só não vinha luz da rua, como também não vinha som algum. ele morava em uma rua movimentada, mesmo de madrugada era normal ouvir pessoas passeando e conversando alto, ou mesmo carros, ônibus e motos passando, mas, desde que acordara, o quarta havia estado sobre o mais completo silêncio. Respirou fundo e se concentrou em ouvir algum som.

Nada. Nenhum barulho. A essa altura Alex já movia livremente o mindinho e já experimentava alguns movimentos nos outros dedos da mesma mão. Mas, a empolgação por ter recuperado o movimento quase por completo da mão foi novamente interrompida, dessa vez por um som. Mas não o som de veículos passando ou de pessoas conversando na rua que ele esperava.

O que ele ouviu foi uma leve batida. Seria numa mesa? Na parede? No chão? Passos talvez?

Alex prendeu a respiração para tentar ouvir melhor. Novamente aquela batida. Alguns segundos passaram e veio a batida novamente. Já não havia dúvidas de que as batidas eram passos. Não só isso, os passos iam lentamente em direção a Alex, vindo de algum lugar atrás dele. Lugar esse que não deveria haver nada, já que era para estar a parede do quarto, mas a essas alturas Alex já não sabia mais onde estava, e muito menos queria saber o que estava caminhando em direção a ele.

Alex começou a fazer um esforço sobre humano para recuperar o movimento do corpo. Ele já havia recobrado o movimento das mãos, mas ainda não era o suficiente. os passos continuavam, cadenciados, indo em sua direção. Alex começou a se contorcer, tentando de todas as formas recuperar os movimentos. Como se percebendo essa movimentação, os passos pareceram a se apressar, os intervalos já quase não existiam mais. Passaram de leves batidas espaçadas para um caminhar, e de um caminhar passou para um leve trotar. Trotar? Porque ele pensou nessa palavra? Sim, com a distância dos sons reduzidas, ele pode perceber que aqueles passos não eram humanos. Eles vinham de cascos, ou patas.

Mas já não importava se eram patas ou cascos, o que importava era que eles estavam cada vez mais perto, e vinham cada vez mais rápido.

Alex se contorceu ainda mais, as batidas ecoando em sua cabeça, já pareciam estar a poucos metros dele, era possível sentir a leve brisa levantada pelo trotar. Com um grito, Alex recobrou os movimentos e correu em meio a escuridão. O medo fez com que ele caísse poucos metros após se levantar, e o desespero o fez continuar, engatinhando pelo chão. Já não havia dúvidas de que não estava em seu quarto, pois não era possível correr tanto nele sem esbarrar em alguma parede.

Ele apenas continuou a correr, no vazio e na escuridão. Não sabia se ainda havia algo atrás dele, ele só conseguia ouvir os próprios passos, a respiração ofegante e os seus batimentos acelerados. Ele apenas corria. Não havia paredes, não havia móveis, não havia uma mísera pedra no chão, só havia o nada. Até que ele caiu. Sentindo seu corpo se projetar no ar, seguido pela sensação de queda. ele pôde sentir a gravidade o puxando em direção ao chão e o vento batendo em seu rosto como se quisesse empurrá-lo de volta para cima. Enquanto caia Alex percebeu que aquilo seria seu fim. Ele não fazia ideia do que estava acontecendo, mas não havia como sobreviver aquela queda, já estava a vários segundos em queda livre e, em breve, alcançaria o chão. Ele iria se espatifar no chão, em meio a escuridão, sem nem saber onde estava, em poucos segundos. Mas os segundos de queda logo se tornaram minutos, e começou a se perguntar, afinal, a qual altura uma pessoa teria que cair para demorar tanto tempo assim para alcançar o solo.

Os minutos continuaram passando, e logo já parecia a Alex que ele estava há horas caindo. Já havia se conformado. Ele achava que deveria ter morrido enquanto dormia, e aquele era seu castigo pós morte, passar o resto da eternidade em queda livre, mesmo que ele não se lembrasse de ter feito em vida algo que justificasse um castigo terrível desses.

Eis que após o que pareceram ser dias de queda, Alex viu um pequeno ponto luminoso. Era a primeira luz que vira desde que acordara. Ela vinha da direção a qual ele caiu, de onde deveria estar o chão que nunca chegava. Aos poucos a luz foi aumentando, a ponto de Alex finalmente poder ver seus braços e pernas. Ao contrário do que imaginara antes, ele não estava nu.

Usava a mesma roupa que lembrava ter posto antes de dormir, mas era como se ele não sentisse elas. Resolveu se focar na luz, em busca de tentar distinguir o que afinal era aquilo. No meio da luz ele conseguiu distinguiu formas que logo reconheceu como as de seu quarto.

Ele reconheceu seu guarda-roupa, seu criado-mudo, sua cama. Mas havia alguém nela. Com um espanto ele percebeu que era ele mesmo que estava deitado nela, com as mesmas roupas, e dormindo tranquilamente.

Talvez não tão tranquilamente. O Alex da cama se remexia, inquieto enquanto dormia. O Alex que caia ficou mais transtornado quando viu que havia uma sombra em volta da cama do outro Alex. Uma sombra de aspecto humanoide, parecia fumacenta, mas ao mesmo tempo sólida, e, se tentasse ver sobre ela, só havia escuridão.

A sombra se projetou sobre o Alex dormindo o cobrindo a ponto do outro mal conseguir enxergá-lo. Ao mesmo tempo, a sensação de sufocamento que o Alex que caia sentia se intensificou, a ponto de ele não conseguir mais respirar. Ar nenhum adentrava em seus pulmões. Desesperado, o Alex que caia, tentou se inclinar pra cair mais rápido e tentar ajudar o outro ele a se livrar da sombra que os sufocava. A manobra pareceu dar certo, e ele foi se aproximando mais rapidamente da imagem do quarto, enquanto tentava lutar para respirar. Ele já estava bem perto, esticou as mãos para tocar a luz que se aproximava, quando algo o puxou de volta para cima, antes que a alcançasse. Sobressaltado, olhou para cima e viu algo enrolado em seu tornozelo.

Era como um tentáculo, mas parecia ser feito da mesma matéria da sombra no quarto. Alex já estava a muito tempo sem respirar e não tinha mais forças para lutar. Ele tentou puxar a perna, mas o tentáculo o segurava firme, ele conseguia sentir o pé inchando dada a força com que o tentáculo apertava.

Juntando o resto de forças que tinha, Alex se projetou para cima, tentando acertar o tentáculo com os punhos. Porém seu golpe não incomodou a sombra, e o aperto do tentáculo continuou do mesmo jeito. A tentativa de Alex acabou por usar toda a energia que lhe restava, e ele estava perdendo a consciência, quando uma última ideia lhe ocorreu. Com o pé que ainda estava livre ele começou a tentar empurrar o tentáculo para cima. Na primeira tentativa nada ocorreu, na segunda, ele conseguiu empurrar um pouco o tentáculo, na terceira um pouco mais. Alex percebeu que o tentáculo estava na verdade enrolado apenas sobre sua meia, e estava conseguindo empurrar ela e o tentáculo junto, porém ele só tinha forças para mais um empurrão. Como que se entendesse o que Alex estava fazendo, o tentáculo tentou se enganchar mais acima, para pegar a perna inteira, mas esse foi o erro dele, no instante que ele afrouxou um pouco o aperto para tentar agarrar a perna inteira, Alex deu um chute com tudo, se desvencilhando do tentáculo e caiu em direção a luz.

Alex acordou com os batimentos do coração disparados. Ele não se lembrava de estar sonhando e não tinha ideia de porque estava agitado daquele jeito. Seus olhos se abriram, mas não havia nada além da escuridão. Só havia o breu e nada mais.

Perpétuo

Por:

Carol DerMond

Bio:

Carol DerMond é uma piauiense que começou a escrever contos de terror aos 16 anos, e depois se dedicou por um bom tempo a poesia erótica. Agora aos 23, volta ao terror, enquanto também se arrisca na ficção científica. Nas horas vagas, administra e faz resenhas para a página Contadores de Histórias

Contato: E-mail Conto:

Você acorda. Percebe que o que te acordou é uma sensação estranha na boca. Quando mexe a língua, sente dezenas de coisinhas duras e frias se mexendo. Você cospe. E são aranhas, lisas, pequenas e marrons. O susto e o nojo te fazem saltar do colchão e só então você percebe que não está na sua cama. É um quarto sujo e mal iluminado. A única luz entra por uma janela quebrada, e quando você olha, tudo que há é um vazio de concreto de estendendo por quilômetros em meio a neblina.

Saindo do quarto, há um longo corredor, com cinco portas em cada parede e uma na parede ao fundo. Você decide tentar a primeira a sua direita. O quarto tem cacos de vidro despontando do chão ao teto. Você se vira pra tentar outra, mas bate de frente com uma forma humanóide, alta, toda negra, que te empurra para dentro do quarto. Você sente todas as pontas entrando em você, pernas, braços, pescoço. Nada que te mate, mas te causando inúmeros cortes, o sangue quente que vem junto com a dor. Sua última visão é aquela coisa humanóide rasgando sua garganta com as unhas.

Você acorda. Percebe que o que te acordou é uma sensação estranha na boca. Quando mexe a língua, sente dezenas de coisinhas duras e frias se mexendo. Você cospe. E são aranhas, lisas, pequenas e marrons. O susto e o nojo te fazem saltar do colchão e só então você percebe que não está na sua cama. O mesmo quarto sujo, a mesma janela quebrada, o mesmo corredor.

Dessa vez você tenta a segunda porta da esquerda. Não há chão, apenas um buraco enorme e fundo, onde arde um fogo alto e incessante. Você tenta se afastar, mas se choca contra a enorme figura humanóide que estava atrás de você e ela te empurra no fogo. Você se contorce de agonia, sentindo sua pele torrar até ficar crocante e quebrar. Lá no alto, a figura abre um sorriso afiado que vai de orelha a orelha. Quando você abre sua boca para gritar, o fogo entra para sua garganta e além, te consumindo por dentro.

Você acorda. Percebe que o que te acordou é uma sensação estranha na boca. A raiva supera o nojo e você mastiga antes de cuspir os pedaços repulsivos do que eram dezenas de aranhas. O mesmo cenário, tudo igual. Você pega um pedaço grande e afiado da janela quebrada, e no corredor vai direto até a última porta. Quando ela se abre, o quarto é de um branco enlouquecedor, vazio, exceto pela coisa. Ela está sentada no chão, esperando você. Você corre em direção dela, com o vidro pronto pra atacar. Ela não se move, e o vidro entra com facilidade onde deveria ser um rosto. Você o solta e se afasta, vendo ele cair lentamente como uma pena no vento. Quando chega ao chão, o som é suave, e ao olhar pro rosto da coisa, ela está sorrindo de maneira obscena. Ele vai levantando, indo na sua direção. Você está petrificada no lugar. A medida que ele anda, o sorriso aumenta, a bocarra vai se abrindo, mostrando cada vez mais fileiras e fileiras de dentes. Quando está perto e grande o suficiente ele te engole.

Você acorda. Percebe que o que te acordou é uma sensação estranha na boca. Quando mexe a língua, sente dezenas de coisinhas duras e frias se mexendo. Você cospe. E são aranhas, lisas, pequenas e marrons. Você vira de lado, tampa os ouvidos e

fecha os olhos muito apertados. Você não quer mais fugir. Não que encontrar aquela coisa de novo. Não quer morrer de novo.

Mas, então você sente. Como uma nuvem de vapor, muito densa e quente, te abraçando por trás. Algo comprido e áspero raspa na sua orelha e você sente um jorro de adrenalina, como um soco no estômago. Uma voz gutural, que parece muito mais com o som de metal e rocha fariam se chocando, sussurra no seu ouvido.

— Não adianta tentar escapar. Você me pertence. Para sempre.

O medo te sufoca, seus pulmões não conseguem se encher de ar. Seu coração, batendo cada vez mais rápido, não aguenta e para.

E você acorda, percebendo que o que te acordou é uma sensação estranha na boca.

Pisadeira

Por:

MVZ Kaymond

Bio:

Marcos Vinícius, 22 anos. Desde pequeno, sonho com histórias, o mistério por trás das histórias, jeito no qual cada escritor demonstrava em sua escrita e a maneira com a qual o enredo dançava por seus dedos, me cativava. Hoje escrevo histórias de terror, suspense, fantasia e aventura.

Contato: E-mail Conto:

O dia foi longo, estava cansado mas não conseguia dormir, fechei meus olhos, e tentei pensar em coisas bobas que se passaram no dia, mas isso piorava cada vez minha insônia.

Era movida pela ansiedade, ansiedade no qual se fazia presente em boa parte da minha rotina, pensamentos vem e pensamentos vão, tentam me deixar cada vez mais distantes de meu descanso.

Ao meu lado na cama, se encontrava minha esposa, ela já havia dormido pois ela sempre conseguiu ter uma boa noite de descanso.

A casa era enorme, o quarto era gigantesco e o local era tão escuro que não se era possível nem enxergar a própria mão à centímetros de distância. Os ventos gélidos do calar da noite, percorriam pelas cobertas, ventos que tentavam trazer uma chuva incessante e noturna.

Senti em meus pés um toque, como se alguém houvesse tocado-os, com os olhos fechados, não me preocupei, minha esposa estava do meu lado, sabia que teria sido ela. Abri meus olhos e olhei para ela, ela estava dormindo no outro canto da cama, descoberta.

Fingi que nada aconteceu; apenas queria saber de dormir para acordar logo no dia seguinte. Outra vez, um senti um toque gelado e pesado em minha perna direita, incomodado, me levantei e olhei para aquele vazio do quarto, não era possível enxergar o que estava à minha volta, simplesmente me deitei novamente e tapei meu rosto com meu travesseiro para dormir logo.

Minha esposa havia alisado minha barriga, eu estava com os olhos fechados, será que ela queria... fazer algo? Me virei para ela e não era possível observá-la, estava muito escuro. Então segurei sua mão enquanto ela subia em cima de mim, sua perna direita estava em meu peito, e sua esquerda em minha coxa.

Um barulho vindo da cozinha chamou minha atenção.

— Ouviu isso?– perguntei à ela com toda a atenção focada naquele som.

— Não...– respondeu ela com uma voz suave.

Sua voz parecia estar diferente, mas imaginei que era por causa do sono.

Passos da cozinha até o quarto me arrepiaram, meu coração se acelerou aos poucos, então algo abriu a porta do quarto. Gritei com todo o meu ser.

— Ta gritando por que?!– disse alguém em pé, no escuro. Então acendeu a luz. Era minha esposa, senti um alívio, pensei que havia sido outra pessoa na cozinha.

Então apagou a luz novamente, a chuva havia aumentado, era possível relâmpagos se faziam presente nos céus daquela noite. Senti algo pisar novamente em meu peito e em minhas coxas.

— O que é isso?! – gritei, uma luz brilhou no quarto, era possível ver: uma mulher com os cabelos flutuando, olhos brancos e pulseiras em seus braços e pernas, de pé, sobre meu corpo.

— HAHAHAHA! – aquela mulher riu tão alto que meu corpo paralisou, não pude mover meu corpo, meus braços e pernas não reagiam, eu apenas conseguia observá-la com meus olhos.

Paralisia do sono, era possível que eu tivesse com ela naquele momento? gritei em silêncio, conseguia gritar apenas por dentro, em um silêncio profundo dentro de mim.

Aquela mulher se aproximava mais de meu corpo, suas mãos eram finas, e suas unhas afiadas e sua pele escura.

Senti aquela unha em minha face, arranhando minha pele enquanto escorriam lágrimas de meus olhos; era o medo e o desespero correndo em minhas veias.

Não fazia nenhum barulho, após me arranhar ficou ali me olhando com aqueles olhos vazios e aquele cabelo flutuando aos ares. Nunca me senti tão perturbado em toda minha vida, não conseguia me mexer.

Senti algo envolvendo meu corpo, era aquela criatura novamente? Apavorado, vi o liquido escorrer de minhas pernas para o meu lençol, de início, pensava que minha esposa estivesse do meu lado, mas ela não estava, era aquela criatura desde o início, esperando o momento certo para mexer comigo.

Então ela subiu sobre meu corpo novamente, se assentou sobre ele, e levantou suas unhas; parecia que ela iria perfurar-me com todas de uma vez. Com toda a velocidade, ela jogou suas mãos para o meu peito.

Acorda amor! Está tendo outro pesadelo. – respondeu minha mulher, era um sonho?

Me virei, e senti o alívio de que era apenas mais um pesadelo, porém o mesmo pesadelo pela terceira vez naquela semana.

Espera, o que é isto alisando meus pés? Será que… AAAAH.

Praga

Por:

Jéssica Santana

Bio:

Publicou os contos: “Bosque das bruxas”, "Ruídos", “O mundo atrás da porta” e “Zygmunt”. Em 2019, lançará os contos: "Fim" e “Afortunados” pela Andross Editora. Seu microconto “Vida Marinha” foi um dos selecionados no 9º Concurso Microcontos de Humor de Piracicaba.

Contato: E-mail Conto:

O padre Belarmino estava bastante concentrado enquanto a carroça se sacudia pela estrada. Aproximava-se o entardecer. O sol já estava bem baixo no horizonte, quase se escondendo atrás dos morros. Dorico olhava para o padre com admiração. Surpreendia-se com sua serenidade, em vista da longa viagem que faziam e da grande responsabilidade entregue a eles. O velho e sujo exemplar da bíblia era esmagado pelas mãos delicadas de Dorico. O jovem noviço estava mais nervoso agora, depois de ter confirmado com o homem ao seu lado que estavam a pouco mais de oito quilômetros do milharal. Antenor, que conduzia a carroça, morava na região. Um homem sabido, mas monossilábico e pouco

O padre Belarmino estava bastante concentrado enquanto a carroça se sacudia pela estrada. Aproximava-se o entardecer. O sol já estava bem baixo no horizonte, quase se escondendo atrás dos morros. Dorico olhava para o padre com admiração. Surpreendia-se com sua serenidade, em vista da longa viagem que faziam e da grande responsabilidade entregue a eles. O velho e sujo exemplar da bíblia era esmagado pelas mãos delicadas de Dorico. O jovem noviço estava mais nervoso agora, depois de ter confirmado com o homem ao seu lado que estavam a pouco mais de oito quilômetros do milharal. Antenor, que conduzia a carroça, morava na região. Um homem sabido, mas monossilábico e pouco

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