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O percurso de análise que percorremos tem duas perspectivas: (i) observaro ponto de partida, da apresentação do grupo na página do site, e (ii) analisar as contas oficiais do Facebook e do Twitter, juntamente comos tuítes de seguidores do movimento. Nessa última abordagem (Facebook e Twítter) agrupamos textos por unidades temáticas.

Como mencionamos acima e a modo de resumir as escolhas, reafirmamos que, apesar de um período de dois anos de seguimento das redes sociais do Vem pra rua, percebemos que

no tempo pré-impeachment o movimento investiu “pesado” em escolhas discursivas com posicionamentos radicais e definidos. Devido a isso, nosso corpus está compreendido por postagens realizadas entre os dias 17 de março e 17 de abril de 2016, na conta oficial do Facebook e na conta oficial do Twitter.Contudo, no caso do Twitter, incorporamos também postagens dos seguidores do grupo. Como mencionamos antes, o ponto de partida, antes de entrar nas análises das publicações das redes sociais, é a apresentação do movimento na página oficial.

As unidades temáticas identificadas no Twitter, no período compreendido, foram: Combate à corrupção: essa unidade temática está representada por textos que

colocam como prioritário o combate à corrupção, em linhas gerais, na esfera de atuação dos políticos brasileiros;

Ataque ao Partido dos Trabalhadores: esse agrupamento de publicações tem em comum a consolidação discursiva do Partido dos trabalhadores como inimigo dos brasileiros e responsável por todos os males do país;

Motivação à mobilização: essa categoria reconhece o papel das mídias como mobilizadoras e articuladoras quando se trata de incentivar a participação em movimentos sociais; e

Pró-impeachment: no último trajeto do percurso discursivo do movimento, no período que nos ocupa, o discurso foi muito claro e objetivo: conseguir que a câmara aprovasse o início do processo de impeachment, esses posts se agrupam com esse objetivo.

O Twitter, também conhecido como a rede social do passarinho, que começou com uma proposta de “dizer o que se tem para dizer” em 140 caracteres, oferece recursos específicos que envolvem a participação do outro nos processos discursivos, ao permitir “linkar” vídeos, sites, publicar fotos, retuitear postagens de terceiros e outros recursos. Por isso propomos analisar textos a partir de três lugares de emissão dentro do Twitter:

1) postagens na conta oficial @vemprarua_br 2) postagens direcionadas a @vemprarua_br

A partir dessas três categorias de publicações (uma delas é a voz oficial do movimento, mas as outras duas trazem “o outro” para dentro da conta da rede), propomos transitar o seguinte caminho, apresentando 10 postagens em cada uma das quatro unidades temáticas principais. Representamos essa organização de análise da seguinte forma:

Figura 3: Categorização das análises, quanto às postagens do Twitter

Se temos no nosso recorte, no primeiro momento, 10 postagens de cada unidade temática, totalizaremos, como já apresentamos, 40 postagens do Twitter.

O Facebook permite postagens maiores, mais contextualizadas, oferece espaço para comentários dos seguidores, reproduz fotos, arquivos, vídeos. O “livro de rosto” é um canal de comunicação mais popular, com um número infinitamente maior de seguidores, se comparado ao Twitter, com usuários de todas as classes sociais e culturais que oferece a possibilidade de abranger públicos bem diferentes, mas que tem nesse caso um objetivo em comum: a oposição ao governo petista.

No caso do Facebook, como explicamos no processo de composição do corpus, vamos nos concentrar exclusivamente nas postagens da conta oficial do movimento Vem pra rua,

durente o período escolhido. Ao todo, nessa etapa de análise mais detalhada do Facebook, faremos a composição de um recorte de 14 postagens: 4 em cada uma das três primeiras unidades temáticas e 2 na última.

A partir da voz oficial do movimento, propomos transitar o seguinte caminho:

Figura 4: Categorização das análises, quanto às postagens do Facebook

Com o objetivo de organizar visualmente o exposto anteriormente, quanto ao percurso de níveis de análise discursiva, apresentamos o gráfico a seguir:

Gráfico 1: Etapas da análise discursiva

Pagina oficial de Facebook do Vem pra rua Postagens do movimento Exaltação ao Patriotismo Críticas ao PT Pró Impeachment Lideranças

Análise discursivo do texto de apresentação do movimento Vem pra rua na página oficial do grupo.

Análise de textos postados no Twitter a partir de postaem na conta oficial, de tuítes endereçados à conta oficial e de usuários das hashtags #vemprarua #vempraruabrasil

Análise de textos postados no Facebook a partir de postagens na página oficial do movimento.

Fechamento da análise com considerações finais através do olhar Transdisciplinar, detectando mediante os códigos atuas das novas tecnologias da Informação e Comunicação (Transmidialidade e Convergência) e uma análise de texto baseado na Gramática da Multimodalidade e no Sistema da Avaliatividade da LSF , a articulação midiática do movimento Vem pra rua.

A escolha por representar graficamente o percurso da pesquisa nesse momento da metodologia respondeu à vontade de que o nosso leitor entenda os caminhos que transitaremos ao longo do trabalho. Representações gráficas com as conclusões das nossas análises e a aplicação das categorias analíticas propostas a partir da Abordagem Sociológica e Comunicacional do Discurso (PEDROSA, 2012), com o apoio das ferramentas que nos oferecem a Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 2004), a Representação dos Atores Sociais (VAN LEEUWEN, 2008) e a Gramática da Multimodalidade (COPE; KALANTZIS, 2009), estarão presentes no capítulo V desta tese, no qual materializaremos as análises.

3 A CONSTRUÇÃO E A DESCONSTRUÇÃO DE PRÁTICAS DISCURSIVAS: uma