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Ponto de encontro da práxis: uma análise das ações em desenvolvimento com as

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2 O METODISMO EM POÇOS DE CALDAS E SUAS PRÁXIS SOCIAIS E

2.4 A práxis social e missionária dos metodistas em Poços de Caldas

2.4.3 Ponto de encontro da práxis: uma análise das ações em desenvolvimento com as

Aqui cabe falar dos pontos de confirmação entre a prática social dos metodistas poços caldenses, através do CIADI, e do documento missionário norteador da Igreja, o PVM, o que para isso passa a ser empregada a palavra práxis. O que se observa em Vazquez (2007, p.214) que o conceito de práxis se mistura e confundi com a ideia de prática. Mas a práxis deve ser compreendida como unidade indissolúvel da teoria e prática.

O quadro a seguir é uma tentativa de constatar algumas atividades desenvolvidas na prática do Projeto que estão de acordo com as diretrizes contidas no PVM no que diz

31 Informações disponíveis em http://pocosdecaldas.mg.gov.br/noticias/prefeitura-quer-parcerias-para-ampliar-

atendimento-na-amas/

32 Informações disponíveis em http://pocosdecaldas.mg.gov.br/noticias/prefeitura-amplia-atendimento-idosos-

ciadi/

respeito ao plano especifico para área de vida e trabalho: Ação Social. Para contrapor a este documento foi utilizado como referência das ações da AMAS-PC o Plano de Trabalho do CIADI que se encontra em vigor.

Diretrizes e atividades do CIADI Diretrizes do PVM- Área de Ação Social O serviço prioriza a convivência e

fortalecimento de vínculos à pessoa idosa, independente ou sem dependente, com situações de isolamento social por ausência de acesso a serviços e oportunidades de convívio familiar, pela fragilização de vínculos familiares, e sociais e/ou pela ausência de acesso a possibilidades de inserção, habilitação social e comunitária cuja família não tenha nenhuma disponibilidade de prover os cuidados necessários ao idoso, durante o período diurno, contribuindo para um processo de envelhecimento ativo autônomo e saudável.

A igreja metodista cumpre sua missão na área de ação social atuando nas seguintes ocasiões:

Na pessoa visando à restauração da sua integridade e do seu ambiente de vida

Nos sofrimentos humanos, participando de soluções para sua superação

Nos conflitos humanos, buscando promover a paz, combater a guerra e toda a violência.

Apoio à família na sua função protetiva, mobilização da família extensa ou ampliada.

- Mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de apoio, mobilização para o exercício da cidadania.

Há a necessidade de apoiar todas as iniciativas que preservem e valorizem a vida humana (I Sm 2.1-10;Lc 1.46-55)

Articulações com os serviços de políticas públicas setoriais, CRAS, CREAS, PSF’S, Conselhos de direitos.

- Articulação interinstitucional com sistema de garantias de direitos.

- Orientação e encaminhamento para a rede de serviços locais.

Há necessidade de denunciar por palavras e pela prática, todas a forças e instrumentos que oprimem e destroem a vida humana (Sl 82, 42.1- 9, 49.1-6, 50.13-53.12; Is 1.17, 58.6-7, 61.1-3, 65.20-23;Tg 5.1-6).

Fonte: Autora da pesquisa Lays Santos

Na lógica do quadro é possível apreender a ação social dos metodistas em Poços como atividade da missão da igreja ao “sair de si mesma e se envolver no trabalho de Deus, na construção do novo ser humano e do Reino de Deus” (IGREJA METODISTA, 2017, p.156). Vale lembrar que apesar do PVM da Igreja tenha sido aprovado pelo Concilio Geral de 1982 o documento mostrou-se atualizado ao ser comparado com as descrições desenvolvidas pelo CIADI, o qual respalda seu Plano de Trabalho nas diretrizes nacionais da política de assistência social voltada para emancipação humana e social. Este fato implica no compromisso do plano em “denunciar por palavras e pela prática, toda a força e instrumentos que oprimem e destroem a vida humana” (IGREJA METODISTA, 2017, p.157).

Dessa forma, para os metodistas, a dimensão da missão está articulada a direitos amplos e universais, os quais tem por objetivo a devastação das desigualdades sociais e a igualdade das possibilidades, seja para a classe trabalhadora ou daqueles se quer conseguem trabalhar. Assim a missão acontece ao,

Confraternizações (aniversários, dia do idoso, datas comemorativas); Apresentações artísticas; Exposições dos trabalhos produzidos pelos idosos nas oficinas realizadas pelas artesãs voluntárias; Campanhas educativas e preventivas; Passeios, festas temáticas conforme calendário brasileiro ou regional, jogos, dia da beleza; Palestras e oficinas, Atividades físicas, Atividades socioculturais; Sessões de leitura e filmes.

Promover e praticar uso racional e sadio do lazer

Impacto social esperado:

Melhoria da socialização, aumento da autoestima, inclusão social, reconhecimento das potencialidades, aceitação do processo do envelhecimento, troca de vivências, valorização das experiências, atividade de lazer, superação da violação de direitos e prevenção de abrigamento nas instituições de longa permanência.

Objetivo:

Participar na solução de necessidades pessoais, sociais, econômicas, de trabalho, saúde, escolares e outras fundamentais para dignidade humana. Propugnar por mudanças estruturais da sociedade que permitam a desmarginalização social dos indivíduos e das populações pobres.

Colocarmos-nos a favor de relações justas entre empregadores e empregados, estando ao lado daqueles que são explorados em seu trabalho e daqueles que nem sequer conseguem trabalhar (Jr 22.13-19,Dt 24.14-15; Is 65.21-23; Am 2.6-7, Mt 25.40).

Para que haja trabalho, é necessário haver humanização do trabalho, melhor distribuição da riqueza, organização e proteção do trabalhador, segurança, valorização, oportunidade para todos de salários e empregos (Êx 23.12-13; Jr 23-12; Lv 19.13-14, 25.35-38; Dt 24.14-15; SL 72) (IGREJA METODISTA, 2017, p.162-163).

Outra característica indispensável que o PVM traz é a visão do sujeito em sua totalidade, ao compreender que para haver vida são necessários:

Comunhão e reconciliação com Deus e o próximo, direito à terra, habitação, alimentação, valorização da família e dos marginalizados da família, saúde, educação, lazer, participação na vida comunitária política e artística, e preservação da natureza (At 2.42; 2 Co 5.18-20; Jo 10.10, 15-5, I Jo 1.7) (IGREJA METODISTA, 2017, p.163).

Enfim, como já abordado, a ação social não é a única maneira de fazer missão, mas como é possível perceber aqui a palavra não pode estar divorciada da ação. Se houver só a palavra será vazia ou se a ação não for acompanhada por palavras essa então será muda (Bosch, 2004). Dessa maneira, esses “dois mandatos” na missão, ação e palavra, práxis e teoria, se constroem mutuamente e um valida o outro. Para esse importante exercício reflexivo sobre a práxis foi reservado o 3º e último capítulo.

CAPÍTULO 3

Conceitos e Análises da práxis social e missionária dos metodistas

poços-caldenses

3 CONCEITOS E ANÁLISES DA PRÁXIS SOCIAL E MISSIONÁRIA

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