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Por que os professores consideram importantes as aulas-passeio

No documento Raimundo Nonato Brilhante de Alencar (páginas 124-127)

CAPÍTULO III: RESULTADOS E DISCUSSÃO

3. UMA SINFONIA NECESSÁRIA ENTRE OS ESPAÇOS EDUCATIVOS PARA PRÉ-

3.1 A PRÁTICA PEDAGÓGICA E OS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL

3.1.11 Por que os professores consideram importantes as aulas-passeio

A discussão sobre a relevância das aulas-passeio nos Espaços Não Formais na prática pedagógica mostrou que nas informações iniciais referendadas pelos professores na primeira entrevista 87,5% (N=7) afirmaram já ter realizado uma aula-passeio, porém com o desenvolver da pesquisa a partir dos diálogos e orientações aos professores esse percentual sofreu uma redução na segunda entrevista para 37,5% quando perguntamos se os professores já tinham ideia de como atuar na aula passeio. Esses dados sugerem que grande parte das práticas pedagógicas realizadas nos Espaços Não Formais serviu como uma atividade externa e não uma aula-passeio, os professores demonstraram que a partir das práticas articuladas por esse Projeto de Pesquisa, o entendimento sobre esta ação pedagógica ficou muito mais claro e passaram a considerar as

aulas-passeio como um recurso didático pedagógico de grande importância no processo formativo pessoal e dos estudantes.

Na relevância da realização das aulas-passeios, perguntamos aos professores: Na sua pratica pedagógica você considera importante às aulas-passeio? Por quê? As respostas estão apresentadas conforme mostra o Quadro 7.

Quadro 7 – A relevância das aulas-passeio na prática dos professores

Professores O que pensam

PZ-7

Sim. Porque a criança vai ter experiências fora da sala de aula, nessas experiências vai ser possível ver que são bem diferentes dos livros didáticos. Outra coisa é que nessas aulas é possível aguçar a curiosidade das crianças e dos professores.

PY-3 Sim. Eu vejo que os resultados são bem mais positivos, devido a vivência das crianças, participar de ações educativas com a prática ajuda a criança ter mais facilidades e domínios sobre os assuntos. PI-4 Sim. Essa prática deve existir sempre porque oferece pra criança uma vivência muito mais fácil do

que se estuda. Quando a experiência é vivenciada ajuda muito mais a aprender.

PS-8

Sim. Nessa prática dá pra explorar diferentes ambientes. Uma coisa importante também é que não só as crianças mas os professores acabam conhecendo mais sobre os diferentes espaços educativos que podem ser explorados na educação infantil.

PM-6

Eu só tinha noção do passeio, mas de uma coisa tão simples, eu não tinha ideia da aula-passeio. Na minha prática pedagógica eu acho muito importante porque na aula-passeio torna a busca das

coisas novas mais interessantes. Na minha aula eu consegui fazer começo, meio e fim.

PN-5

Sim. Depois dessa atividade nós voltamos muito eufóricos e empolgados. A aprendizagem aconteceu desde a viagem até o Bosque. Cada espaço lá foi explorado. Quando nós chegamos lá no Bosque fizemos um piquenique lá perto da recepção, orientamos as crianças pra não alimentar os animais e eles tiveram um comportamento muito bom.

PD-2

Essa prática é bastante importante porque complementa tudo aquilo que se trabalha na sala de referencia. Ela amplia o interesse e o conhecimento da criança se tornando significativa e prazerosa.

PC-1 Eu considero muito importante e penso que as crianças deveriam ir pelo menos uma vez por bimestre culminando algum conteúdo. A criança precisa do concreto em sua aprendizagem.

(Fonte: ALENCAR, 2014)

O quadro de respostas dos professores demonstra que os espaços educativos, sejam eles a Escola ou os Espaços Não Formais precisam ser articulados e bem planejados, as experiências nesses espaços contribuirá para que o estudante tenha maior facilidade nos assuntos estudados.

Se no processo educativo, as práticas dos professores tiverem como eixo norteador os jogos e as brincadeiras, poderemos assim considerar que o espaço educativo contribuirá como elemento facilitador no processo de aprendizagem. “Eu vejo que os resultados são bem mais positivos, devido a vivência das crianças, participar de ações educativas com a prática ajuda a criança ter mais facilidades e domínios sobre os assuntos (PY-3).

É certo que as aulas-passeio aos Espaços Não Formais terão muito mais sentido quando suas ocorrências vierem acompanhadas de intencionalidade pedagógica e essa sensibilização dos professores precisa ocorrer nas formações oferecidas pela Secretaria de Educação.

O déficit quanto ao uso dos Espaços Não Formais com uma intenção pedagógica é descrito pela professora “PM-6” ao remeter que não sabia como atuar em uma aula-passeio:

Eu só tinha noção do passeio, mas de uma coisa tão simples, eu não tinha ideia da aula-passeio. Na minha prática pedagógica eu acho muito importante porque na aula- passeio torna a busca das coisas novas mais interessantes. Na minha aula eu consegui fazer começo, meio e fim. Foi muito divertido mesmo!! (PM-6).

Os sentidos e as intencionalidades aqui abordadas podem trazer para essa discussão a importância dos elementos lúdicos necessários para ensinar crianças. Os Espaços Não Formais por si só podem não proporcionar a mesma aprendizagem quando os professores conseguem descobrir nesses locais os elementos lúdicos que podem ser trabalhados. Os jogos simbólicos e as brincadeiras poderão ser usados nesse contexto na busca por um rendimento significativo.

No tocante da interpretação das diferentes funções que o brincar carrega consigo Friedmann (1996 p. 11), afirma que o jogo infantil pode ser analisado sob diferentes enfoques:

Sociológico: a influência do contexto social no qual os diferentes grupos de crianças brincam; Educacional: a contribuição do jogo para a educação, desenvolvimento e/ou aprendizagem da criança; Psicológico: o jogo como meio para compreender melhor o funcionamento da psique, das emoções e da personalidade dos indivíduos...(ludoterapia); Antropológico: a maneira como o jogo reflete em cada sociedade o costume e a história das diferentes culturas; Folclórico: analisando o jogo como expressão da cultura infantil através das diversas gerações, bem como as tradições e costumes através dos tempos nele refletidos.

A autora destaca que cada enfoque presente nos jogos educativos visam contribuir no processo formativo das crianças, ela abre discussão para explicar sobre as brincadeiras, o jogo e o brinquedo explicando que a primeira, a brincadeira é a ação de brincar que pode ser refletida em um comportamento espontâneo de uma atividade não estruturada; o jogo, pode ser entendido como uma brincadeira que envolve regras e o brinquedo que é o objeto de brincar (FRIEDMANN, 1996).

As crianças aprendem quando estão brincando, mas é necessário que este brincar possua uma ação direcionada para que os objetivos propostos no planejamento pedagógico do professor sejam alcançados.

No documento Raimundo Nonato Brilhante de Alencar (páginas 124-127)