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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.2 A PRAÇA ENGENHEIRO WALTER FAULHABER

5.2.2 Preferência da Paisagem da Praça

Na Praça Engenheiro Walter Faulhaber, a respeito da amostragem, com relação ao perfil dos entrevistados (Tabela 6), salienta-se que houve uma coleta de setenta e dois questionários em igualdade nas categorias de gênero (feminino:36 ; masculino:36) e entre as faixas etárias (12 de cada por gênero). A média de idade total foi de 33,91 anos, e na categoria escolaridade, as porcentagens foram próximas entre os gêneros. Desta forma, prevaleceu a escolaridade do ensino fundamental (51,39%), seguido do superior (16,67%).

Tabela 6. Relação do perfil dos entrevistados

ESCOLARIDADE MASC ULINO IDADE (ANOS) QUANTIDADE ENTREVIST. (Nº) MÉDIA IDADE (ANOS) FUNDAM. MÉDIO COMPL. SUP. INCOMP. SUPERIOR PÓS- GRAD. Até 17 12 14,42 100,00 % 18-44 12 31,50 16,67 % 8,33 % 25,00 % 25,00 % 25,00 % + 45 12 57,75 50,00 % 8,33 % 33,33 % 8,34 % MÉDIA MASC. TOTAL: 36 HOMENS 34,57 55,56 % 5,55 % 8,33 % 19,45 % 11,11% ESCOLARIDADE FEM IN IN O IDADE (ANOS) QUANTIDADE ENTREVIST. (Nº) MÉDIA IDADE (ANOS) FUNDAM. MÉDIO COMPL. SUP. INCOMP. SUPERIOR PÓS- GRAD. Até 17 12 13,08 100,00 % 18-44 12 30,58 25,00 % 16,67 % 41,66 % 16,67 % + 45 12 56,08 41,67 % 33,33 % 8,33 % 16,67 % MÉDIA FEM. TOTAL: 36 MULHERES 33,25 47,23 % 19,44 % 8,33 % 13,89 % 11,11 % MÉDIA TOTAL 72 33,91 51,39 % 12,50 % 8,33 % 16,67 % 11,11 %

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Em relação ao uso e frequência (Perguntas 1 e 2 da Figura 33), a maior parte dos entrevistados utiliza o espaço livre de uma a três vezes por mês (42%) e de uma a três vezes por semana (39%), com predomínio semelhante em dias de semana (47%) e em finais de semana (47%). Os horários mais utilizados pelas pessoas entrevistadas (Pergunta 3) é o da tarde (12-16h – 44%), seguido pelo entardecer (17-20h – 31%). E, os cidadãos ficam (Pergunta 4) no espaço livre predominantemente menos de 10 minutos (37%), e de 1 a 2 horas (29%).

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Figura 33. Frequência e usos na Praça Engº Walter Faulhaber

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Com essas informações, podem-se estabelecer os maiores usos em cada faixa etária (ver ANEXO D). Até 17 anos frequenta mais a praça de uma a três vezes por semana (13 entrevistados), equilibradamente entre durante e aos finais de semana (21), no turno da tarde (15), distribuído em vários tempos de permanência, na qual se destaca menos de 10 minutos (10). Os usos que mais se sobressaem são de circulação, observação da paisagem, observação de pessoas, observação da fauna, pela proximidade com áreas comerciais, contato com a natureza, estar com a família e interação social.

Os respondentes entre 18 e 44 anos utilizam mais a praça de uma a três vezes por mês (15), aos finais de semana (17), predominantemente das 17 às 20 horas (14), e no tempo de 1 a 2 horas, mais para observação da paisagem, estar com a família, apreciação, ter contato com a natureza, circulação, proximidade com a residência, curtição e interação social.

A opção durante a semana foi mais selecionada pela faixa etária acima de 45 anos. Esta faixa etária é também a que mais frequenta o parque no período da manhã e por menos de 10 minutos (principalmente as mulheres), para circular/atravessar/cortar caminho para se deslocar até outro local. Mas, também para observar pessoas, ter contato com a natureza, pela proximidade com áreas comerciais, estar com a família, interação social, apreciação, eventos e observação da paisagem.

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Figura 34. Usos e atividades realizadas pelos usuários na Praça Engº Walter Faulhaber

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Na Figura 34 acima, percebe-se que dentre as diversas possibilidades de uso mencionadas na pesquisa para o espaço livre, de forma geral, os entrevistados mais realizam a observação da paisagem, a circulação breve, ter contato com a natureza, estar com a família, pela proximidade com as áreas comerciais, apreciação estética, interação social, observação de pessoas, pela presença de bancos e por participarem de eventos.

Na Figura 35, os respondentes podiam selecionar mais de uma opção de com quem utiliza o espaço livre. Dentre as opções, nota-se que os cidadãos mais utilizam a praça com a família, com amigos, e sozinhos – geralmente para circulação breve.

Figura 35. Com quem os questionados utilizam a Praça Engº Walter Faulhaber

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Ainda mais, os setenta e dois entrevistados também atribuíram uma valoração conforme a Classe de Preferência, de 1 a 5 (Muito baixa; Baixa; Média; Alta; Muito alta), para cada uma das 11 fotografias. Por meio da média efetuada destas na planilha eletrônica do Excel, pôde-se notar, na Tabela 7, que a média total (geral - de todas as categorias) é a valoração de 3.45, o que indica uma Classe de Preferência Média para a paisagem da Praça.

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Além disso, as médias femininas (F) demonstram-se mais diferenciadas entre si (se comparadas às médias masculinas), e um pouco superiores do que as médias masculinas (M) - por faixas etárias (exceto no gênero feminino até 17 anos).

Tabela 7. Médias gerais da Preferência da Paisagem

FAIXAS ETÁRIAS MÉDIA M MÉDIA F MÉDIA GERAL

Até 17 anos 3,39 3,28 3,33

De 18 a 44 anos 3,49 3,73 3,61

Acima de 45 anos 3,39 3,41 3,58

TOTAL 3,42 3,47 3,45

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Por conseguinte, para avaliar a preferência da paisagem da Praça, compôs-se um ranking (Figura 36) com a média geral total de valoração com a disposição das fotografias entre as classes de preferência (por cores), com a média geral, e com as médias diferenciadas entre os gêneros (em cada lado da média geral), que se mantiveram semelhantes, ou seja, concordância na valoração e desvio padrão baixo. Nele também se constata que a valoração do gênero feminino foi mais elevado em praticamente todas as fotografias, exceto a foto 1 e a 4, que representa a parte sul da praça e o parquinho infantil.

Neste ranking de preferência nota-se que as duas fotografias nas primeiras classificações tem uma classe de preferência alta, e ambas contém construções. A primeira predominam edificações que utilizam em suas fachadas características alemãs (o Kaufhaus e um ponto de táxi), e a segunda o monumento Portal das Colonizações. De acordo com a opinião geral dos entrevistados, estes ambientes são esteticamente agradáveis de visualizar, e são as melhores referências de paisagem para a Praça, apresentam uma iluminação mais adequada, e as melhores condições de manutenção.

Em seguida, dispõem-se sete fotografias de preferência média, entre as quais se encontram o canteiro central, o monumento à Bíblia, a vista para o Palanque Oficial, a vista para vegetação, o parquinho, a área com pergolados e passeio, e alguns caminhos internos. Em todas estas, bem como nas de preferência alta, observa-se um equilíbrio entre os elementos construídos/pavimentados e os naturais, tal como a vegetação.

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Figura 36. Ranking de Preferência da Paisagem da Praça Engº Walter Faulhaber

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Na sequência do ranking tem-se a fotografia número dois, de preferência baixa. Nela podem-se observar a estética da calçada junto ao espaço aberto do Palanque Oficial, julgada pelos entrevistados como um dos aspectos negativos da praça, bem como, que necessita de investimentos para sua regularização e padronização. Tem-se também a fotografia cinco, já na classe de preferência muito baixa, que representa os banheiros públicos da praça, um dos principais motivos de insatisfação das pessoas pela paisagem local, devido à memória mais antiga e recente relacionada com a sujeira, falta de manutenção e limpeza nesta edificação, além da estética visual da construção. Apesar disso, é importante salientar que a limpeza está sendo realizada mais frequentemente na gestão administrativa atual, mas a memória antiga prevalece para a grande maioria dos cidadãos.

Na Figura 37 tem-se a visualização das valorações da Preferência da Paisagem (conforme as cores) e a abrangência de cada uma das onze fotografias (números).

Figura 37. Classe de Preferência conforme as fotografias da Praça Engº W. Faulhaber

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Na pergunta referente à importância da interação e socialização, a grande maioria dos cidadãos considerou importante ter esse vínculo na praça central (75%), porém, houve uma porcentagem de pessoas (21%) que não apreciam ter socialização na praça, por a avaliarem com condições gerais baixas para passar tempo interagindo ou por não gostarem de socializar.

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Objetivou-se outra análise dos dados, para eleger as fotografias que contivessem o lugar mais representativo da paisagem da praça, que demonstrasse mais a identidade da praça ou que é “a cara da praça”. Nem todas elas foram citadas, a exemplo das que tiveram classe de preferência baixa e muito baixa. Mas, ressaltam-se as fotografias em ordem semelhante/próxima com a valoração e preferência descrita anteriormente, que relaciona a quantidade de pessoas que escolheu cada fotografia, como se vê abaixo (Figura 38).

Nesta parte, algumas pessoas citavam um lugar, outras duas, três ou quatro. Notou-se durante as entrevistas, que a maior parte decidia rapidamente pelos lugares. Além disso, perguntava-se também na questão, se havia alguma justificativa para tais escolhas, e geralmente as respostas eram evidentes com as características do lugar, aos quais as pessoas alegam mais utilizar ou ter beleza cênica, ser atrativo para as famílias, lembrar da história, o que é importante para uma praça/para esta praça, ou a identidade e relação de vida com elas mesmas.

Figura 38. Fotografias mais representativas da Praça Engº Walter Faulhaber

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Houve perguntas em relação à satisfação dos usuários quanto à qualidade e à gestão do espaço livre. Os dois questionamentos obtiveram resultados parecidos (Figura 39), destacando entre as escalas de valores (baixo, médio, alto), a satisfação em nível médio com uma alta porcentagem (71% e 62%). O nível de satisfação alto permaneceu o mesmo entre os dois gráficos (10%), porém, a diferença entre eles está na pergunta 2, em que mais entrevistados elencaram a gestão do espaço livre como “baixo”. Esses índices baixos de 19% para a satisfação da qualidade da praça, e de 28% para a gestão do espaço livre foi explicada por várias pessoas, pelo fato de que o local poderia ser melhor (manutenção e opções de atividades), e também, devido à presença de toxicodependentes e da falta de limpeza/manutenção dos banheiros.

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Figura 39. Satisfação quanto à qualidade e gestão da Praça Engº Walter Faulhaber

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Na última parte do questionário, estiveram as questões de características descritivas e qualitativas. A primeira delas é referente à definição do espaço livre em três palavras. As suas respostas foram variadas (vinte e oito no total), mas as mais recorrentes foram de aspectos positivos, que descreveram mais a praça Engenheiro Walter Faulhaber como: paisagem com vegetação, bonita, central, histórica, de interação social (família, amizade), e relaxante e uma negativa: desatualizada (7). Na Figura 40 também se destacou alguns antagonismos (tais como “bonita(25) x abandonada(5)”, “relaxante(12) x estressante(1)”, “tranquilidade(5) x insegura(5)”, “organizada(4) x bagunçada(2)”, “limpa(2) x suja(5)”, “grande(2) x pequena(2)”. Com isso, percebeu-se que os usuários tem um predomínio de definição para o espaço livre com palavras favoráveis (177), em comparação com as desfavoráveis (39).

Figura 40. Palavras-chave definidas do espaço livre

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Em seguida, interrogou-se sobre os aspectos positivos e negativos do espaço livre, que se encontram na Figura 41. Os principais aspectos positivos lembrados pelos respondentes foram em relação à vegetação da área (que incluiu palavras como: natureza e arborização), pela sua localização central na área urbana, apreciação dos monumentos e construções, a

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interação social possibilitada, ter parquinho para diversão das crianças, e ser um espaço para uso público e grande.

Figura 41. Aspectos positivos e negativos da Praça

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Já dentre os negativos, foram muito destacadas as condições dos banheiros e pela presença de dependentes químicos (geralmente bêbados que passam dia e noite na praça), que cria repulsa nas pessoas ou as faz atalhar (ou circular só ao redor da praça) para não os encontrar. Seguem a estes os aspectos de presença de sujeira, as condições das calçadas (irregulares, com pouca acessibilidade para transição), e da manutenção geral do espaço livre (muito relacionado à infraestrutura e mobiliário).

O interessante é que os aspectos menos mencionados se encontram em certo equilíbrio, ou seja, estão presentes com palavras antagônicas tanto na coluna positiva quanto na negativa, a exemplo de: “tranquilidade x movimentada”, “bancos/iluminação x infraestrutura, bancos/iluminação”, “limpa x poucas lixeiras ou sujeira/lixo”, “histórica x desatualizada”, “bonita x vandalismo”. Isso tudo depende dos usos, identidade e percepções de cada pessoa.

Outra questão se referiu aos sentimentos que são despertados nos usuários quando utilizam o espaço livre ou pensam nele (Figura 42 abaixo). Houveram sentimentos favoráveis (49): tranquilidade, bem-estar, felicidade, relaxado, identidade, divertimento e acessível – que se relacionam principalmente à praça ser para eles um espaço agradável com vegetação e interação social; e desfavoráveis (23): desconfortável, reflexão/confuso, tristeza, indiferente, e insegurança – essencialmente por conta das condições de infraestrutura, banheiros e da comunhão no espaço com dependentes químicos (bêbados).

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Figura 42. Sentimentos despertados pela Praça Engº Walter Faulhaber

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Na pergunta sobre sugestões de atividades que poderiam ser realizadas na praça (Figura 43), as mais citadas foram a implantação de um espaço gourmet (mesas, cadeiras e talvez uma lancheria), de haverem mais eventos culturais para apreciação e participação, e serem acrescentadas opções de atividades físicas, como uma academia ao ar livre e quadra de esportes. Entre outras ideias manifestaram-se mais espaços para convívio familiar (tranquilos e amplos), opções diferentes e um local amplo de parquinho, banca de revistas, museu ao ar livre (exposições fixas ou itinerárias), rotas turísticas e uma ciclovia (não só para a praça, mas na área urbana).

Figura 43. Atividades que os entrevistados gostariam de fazer na Praça Engº W. Faulhaber

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Os locais que os entrevistados mais mencionaram gostar no espaço livre é do parquinho (por ser espaço familiar ou lembrar a infância), a área com pergolados (espaço familiar), monumentos (principalmente o Portal das Colonizações), as áreas de escadaria frontal e Palanque Oficial (muito utilizada, e próxima de vendas de lanches), a área central com flores (apreciação), construções enxaimel (como a Kaufhaus), áreas com gramados e vegetação (para sentar e interagir).

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Figura 44. Preferência por ambiente na Praça Engº Walter Faulhaber

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Na última pergunta foram salientados quais seriam os aspectos que necessitam de maiores investimentos e melhorias (Figura 45). As preocupações se voltaram mais para questões relacionadas ao conforto e imagem, melhorias nos banheiros, manutenção geral da praça, nivelamento e padrão de calçadas, maior quantidade e bancos melhores, bom paisagismo e jardinagem, manutenção do parquinho, limpeza, pintura e cores vivas, iluminação interna adequada, segurança (vigilância), entre outros. Tudo isso corresponde aos maiores anseios dos entrevistados, e responde basicamente aos aspectos negativos levantados.

Figura 45. Aspectos que necessitam de maior investimento

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.