• Nenhum resultado encontrado

5.1 A Copa de 2014 no Brasil

5.1.4 Estádios

5.1.4.2 Previsão inicial e final de investimentos para as cidades-sede

A seguir será descrita a perspectiva que havia em condição atualizada de cada obra de infraestrutura, incluindo especificamente mobilidade urbana, aeroportos e hotelaria, com base em dados oficiais e material veiculado pela grande mídia.

Auxilia no entendimento da previsão de investimento do governo para esses três itens uma série de doze quadros (um para cada cidade-sede), com um resumo da condição atual de cada um dos doze estádios, elaborados a partir de informações veiculadas no site da revista Veja (Veja.com) de 29 junho de 2015 a partir de colabo- ração de conteúdo produzido pelo jornal o Estado de São Paulo.

Inicia-se pela cidade do Rio de Janeiro (Quadro 10), complementado com da- dos de uma pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral e divulgada em 2015.

Quadro 10 – Resumo dos projetos da Copa 2014 na cidade do Rio de Janeiro

Fonte: APÓS GASTAR... (2015)

Estudo da Fundação Dom Cabral e da Universidade Griffith, na Austrália, so- bre os gastos com a Copa revela que, em junho de 2015, o Aeroporto Internacional do RJ ainda exibia tapumes por toda a extensão, numa reforma que começou em 2008 e deveria ter siso finalizada em abril de 2014, antes da Copa, foi postergada para maio, dezembro e já não há mais previsão. Em agosto de 2016, a cidade do Rio de Janeiro irá sediar os Jogos Olímpicos (GUEDES et al 2015).

Quadro 11 – Resumo dos projetos da Copa 2014 na cidade de São Paulo

Fonte: APÓS GASTAR... (2015)

O monotrilho da Linha 17-Ouro, em São Paulo, foi orçado inicialmente em R$ 2,9 bilhões. O valor em junho de 2015 já estava batendo na casa dos R$ 4,7 bilhões, e a entrega da obra, que deveria ter ficado pronta em 2013, portanto um ano antes do início da Copa do Mundo, para a abertura da prevista para março de 2013, foi postergada para 2017. As desapropriações, alta de custos, inflação, projetos mal concebidos e falta de recursos são as principais razões alegadas pelos administra- dores para justificar o fracasso do projeto (AMORA, 2015).

Quadro 12 – Resumo dos projetos da Copa 2014 na Capital Federal

Fonte: APÓS GASTAR... (2015)

Em termos de mobilidade urbana, o corredor exclusivo de ônibus previsto, li- gando o aeroporto ao Centro, foi entregue no prazo. Segundo As obras do VLT de Brasília, que teria 6,5 km de extensão e ligaria o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek à Asa Sul, na capital federal, foram iniciadas em 2009, mas a Justiça do Distrito Federal entendeu que houve fraude no processo de licitação e suspendeu as obras em 2011. Não foi lançada nova concorrência (PORTAL 2014, 2015a).

Quadro 13 – Resumo dos projetos da Copa 2014 na cidade de Belo Horizonte

Fonte: APÓS GASTAR... (2015)

Um dos problemas mais sérios ocorreu eme BH, com a queda do Viaduto de Guararapes, com duas mortes e 23 feridos. Já o Viaduto Montese ficou nove meses interditado. Um inquérito da Polícia Civil indiciou o secretário de Obras e outras de- zessete pessoas por homicídio com dolo eventual e tentativa de homicídio A investi- gação concluiu que o acidente foi causado por erro de cálculo; a prefeitura foi alerta- da para o risco, mas não interditou as obras (MENDONÇA, 2015).

Quadro 14 – Resumo dos projetos da Copa 2014 na cidade de Fortaleza

Fonte: APÓS GASTAR... (2015)

A obra do Veículo Leve sobre Trilhos, que percorreria 12 km na cidade de Fortaleza ficou inacabado. Parte da linha está ocupada por sem-teto. O contrato com o consórcio responsável pelas obras foi rescindido em função do atraso e nova licita- ção foi aberta em maio de 2015. A ampliação do terminal de passageiros do Aero- porto Internacional de Fortaleza não ficou pronta para a Copa do Mundo, apenas 15% das obras foram realizadas (GUEDES eta al, 2015).

Quadro 15 – Resumo dos projetos da Copa 2014 na cidade de Porto Alegre

Fonte: APÓS GASTAR... (2015)

As obras do entorno do Estádio Beira Rio foram entregues a tempo para a Copa, no entanto, somente quatro obras das catorze previstas ficaram prontas. A duplicação de uma importante via da cidade não tem prazo para acabar, e mais de 500 famílias que vivem ali ainda precisam ser realocadas para um conjunto habitacional que até junho de 2015 não saíra da prancheta (GUEDES et al., 2015).

Quadro 16 – Resumo dos projetos da Copa 2014 na cidade de Salvador

Fonte: APÓS GASTAR... (2015)

Em Salvador, apenas a Arena Fonte Nova ficou pronta para a Copa, o custo inicial de R$ 591,7 milhões passou para R$ 689,4 milhões, 16,5% a mais. A inaugu- ração, para agosto de 2012, ficou para abril de 2013. O BRT Aeroporto/Acesso Nor- te, única obra de mobilidade urbana, foi substituído por uma linha de metrô, a ser en- tregue em 2017. O Aeroporto de Salvador segue em obras (UM ANO..., 2015).

Quadro 17 – Resumo dos projetos da Copa 2014 na cidade de Curitiba

Fonte: APÓS GASTAR... (2015)

Curitiba teria sete projetos no total, mas apenas a expansão do BRT e a refor- ma da Rodoferroviária foram entregues. Os demais estão em andamento. Estado alega que os atrasos foram causados por “(...) adequações de projetos; trâmites bu- rocráticos pendentes; problemas no pagamento; problemas climáticos”. Das dez obras de mobilidade, nenhuma foi totalmente entregue (MENDONÇA, 2015).

Quadro 18 – Resumo dos projetos da Copa 2014 na cidade do Recife

Fonte: APÓS GASTAR... (2015)

O Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre, no Recife (PE), foi remodelado e ficou pronto e funcionando durante a Copa do Mundo de 2014. Com terminal para receber mais de 16 milhões de passageiros por ano, a demanda pre- vista para 2014 era de 8,7 milhões (AREOPORTO..., 2014). Para Mucio Jucá, arqui- teto e professor da Universidade Católica de Recife, “(...) as ações foram feitas sem planejamento nenhum” (COSTA, 2013). A Arena Pernambuco fica a 22 km da capi- tal, e a solução foi decretar feriado para evitar o caos.

Quadro 19 – Resumo dos projetos da Copa 2014 na cidade de Manaus

Fonte: APÓS GASTAR... (2015)

A Arena da Amazônia, que custou cerca de R$ 670 milhões, é a mais subutilizada dos doze estádios da Copa: apenas nove jogos em uma ano. Somente a decisão do campeonato estadual tem previsão para ser ali. Os clubes se queixam do alto custo. O governo do Estado arca mensalmente com o custo de manutenção de R$ 500 mil. O prejuízo atual é de R$ 4 milhões desde a inauguração, em março de 2014 (GUEDES et al, 2015).

Quadro 20 – Resumo dos projetos da Copa 2014 na cidade de Natal

Fonte: APÓS GASTAR... (2015)

As obras do acesso ao Aeroporto Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, e a Avenida Omar O’Grady, estão inacabadas. A conclusão depende da liberação de um empréstimo já aprovado pela Assembleia Legislativa de R$ 850 milhões no Banco do Brasil. O Estado tem dificuldade até para pagar a folha de pessoal (OBRAS..., 2015).

Quadro 21 – Resumo dos projetos da Copa 2014 na cidade de Cuiabá

Fonte: APÓS GASTAR... (2015)

As partidas de futebol que a Arena Pantanal tem sediado são insuficientes para cobrir os custos de manutenção, que alcançam por mês a R$ 1 milhão. Em re- lação aos projetos de mobilidade urbana, apenas os vagões do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) chegaram, mas os trilhos não estão sendo instalados. Em junho de 2015, só havia uma estação pronta das 32 previstas – a promessa é que entre em operação só daqui a três anos (GUEDES et al, 2015).