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Princípios ou diretrizes básicas dos atos processuais no PT Publicidade.

Assim dispõe o art. 770, CLT:

Art. 770. Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.

No mesmo sentido, o art. 779, CLT:

Art. 779. As partes, ou seus procuradores, poderão consultar, com ampla liberdade, os processos nos cartórios ou secretarias.

Tem fundamento constitucional no princípio da publicidade. Como exceção, temos a proteção da intimidade e do interesse público ou social.

Limites temporais.

Conforme acima citado, os atos processuais serão realizados nos dias úteis, das 06 às 20 horas.

Como exceção, alguns atos podem ser praticados fora deste horário, desde que precedidos de autorização judicial. Pode ser mitigado (regulamento de tribunais).

A efetivação do processo eletrônico tende a flexibilizar esta regra. Forma.

Escritos a tinta, datilografados ou carimbo (art. 771, CLT).

Essa regra tende a cair em desuso, frente à informatização do processo. Proibição de lançar nos autos “cotas marginais ou interlineares”.

Fac-símile – Possibilidade (Lei n° 9.800/99). Cinco dias para juntar os originais. Qual o início da contagem? Entendimento STJ, do envio, e TST, do fim do prazo (Súmula 387, TST).

E-mail (correio eletrônico) – Resolução 132/2005 do Pleno do TST. Criou o chamado e-DOC. Através do sistema (infra-estrutura) de Chaves Públicas Brasileiras (ICP- Brasil). Dispensa apresentação posterior de “originais”.

Lei n° 11.280/2006 acrescentou o parágrafo único no art. 154 do CPC, permitindo a prática de atos por meio de e-mail, através de regulamentação de cada tribunal.

Hoje: Lei n° 11.419/2006, que regulamenta o processo eletrônico no Brasil. Dois meios de “assinatura”: “digital” (ICP-Brasil) e “eletrônica” (login/senha, disciplinada e coordenada pelos tribunais) e IN 30/2007 TST.

Espécies de atos.

Atos das Partes: unilaterais ou bilaterais. Produzem efeito imediato, salvo a desistência, que deve ser homologada.

Atos Judiciais: do Juiz (sentença, decisão interlocutória e despacho) e serventuários. Atos de terceiros: praticados por terceiros, sem relação com o litígio. O descumprimento pode gerar crime de desobediência. Ler artigos 645, CLT, 339, CPC e 341, CPC.

Comunicação dos atos processuais:

A CLT (por força de sua história administrativa) utiliza o termo notificação, que abrange tanto a citação quanto a intimação (ainda que, em alguns artigos, utilize expressamente estes dois termos).

Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado, a fim de se defender (CPC, art. 213). É pressuposto processual. É indispensável para a validade do processo (o comparecimento espontâneo supre a falta de citação).

No processo do trabalho, a “notificação citatória” é feita nos termos do art. 841, CLT, pelo Chefe de Secretaria, que enviará a segunda via da petição inicial para o reclamado, comunicando o dia da audiência, que será a primeira desimpedida, depois de cinco dias. A “notificação citatória” é feita por via postal (art. 841, § 1º, primeira parte, CLT) e tem a função de citar o reclamado para se defender, assim como intimá-lo para comparecer à audiência. A “notificação citatória” não é pessoal, exceto quando existir lei especial que assim determine (Ex.: União, na pessoa de seu representante legal, LC nº 73/1993, arts. 35, 36 e 37).

A CLT determina que se o reclamado criar embaraços ao recebimento da “notificação citatória”, ou não for encontrado, poderá o ato ser feito por edital (exceto no procedimento sumaríssimo). Na prática, antes da “notificação citatória”, tenta-se a sua efetivação por mandado, a ser cumprida por oficial de justiça.

Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.

Este artigo do CPC é perfeitamente aplicável ao processo do trabalho (excetuando a prevenção, que se dá com a distribuição).

Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa (art. 234, CPC).

No processo do trabalho, de regra, pelo correio. No DF e capitais de Estados (hoje, praticamente todas as cidades), por publicação no órgão oficial (hoje, diário oficial da justiça, eletrônico). Tem que constar os nomes das partes e dos advogados (Estatuto da OAB).

MPT – Pessoalmente (art. 84, IV da LC 75/93 e art. 236, § 2º do CPC), por oficial de justiça.

Defensoria Pública - Pessoal (art. 44 da LC 80/1994).

Advocacia Geral da União – Pessoal (art. 38 da LC 73/1993). Ainda, art. 6º, Lei 9.028/1995, art. 17, Lei 10.910/2004 e art. 20, Lei 11.033/2004.

A dúvida é quanto à adaptação destas normas ao processo eletrônico.

TERMO

Termo, a rigor, é a redução escrita do “ato processual”.

PRAZOS

O processo deve “caminhar”, “andar para frente”. Prazo é uma “regra de tempo”, para que o processo possa chegar ao seu fim. Segurança Jurídica e Paz Social.

Assim, prazo é o lapso de tempo para a prática ou abstinência do ato processual. Princípios:

Isonomia: mesmos prazos para ambas as partes (salvo exceções). Brevidade: o prazo deve ser o necessário.

Utilidade: devem ser úteis e servir a sua finalidade. Continuidade: correm em dias não úteis (art. 775, CLT). Classificação:

Quanto à origem da fixação:

Legais: previstos em lei (ex.: interposição de recurso); Judiciais: fixados pelo Juiz (ex.: art. 852-H, § 4º, CLT);

Convencionais: são os que podem ser objeto de acordo entre as partes (art. 265, II, CPC).

Quanto à natureza jurídica:

Dilatórios: são os prorrogáveis; normas dispositivas. Se for por requerimento da parte, deve ser antes do encerramento do prazo original.

Peremptórios: fatais ou improrrogáveis; normas cogentes. Não pode ser objeto de convenção. Talvez uma exceção seja o art. 182, 2ª parte, CPC.

Quanto aos destinatários:

Próprios: são os destinados às partes. Incide preclusão. Normalmente previstos em lei ou pelo Juiz (se a lei não disser qual o prazo de determinado ato, e o Juiz não estipular, incide a regra geral de 5 dias, conforme art. 185, CPC, aplicável ao processo do trabalho).

Pessoas Jurídicas de Direito Público (Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional da União, Estados, Municípios e DF), conforme art. 1º do DL 779/69, têm prazo em quádruplo para contestar (inciso II) e em dobro para recorrer (inciso III).

O Ministério Público do Trabalho, conforme art. 188, CPC (aplicação subsidiária ao processo do trabalho), tem prazo em dobro para recorrer, seja como órgão agente, seja como órgão interveniente.

Litisconsórcio com dois procuradores – o art. 191 do CPC reza que o prazo, neste caso, é em dobro para contestar, recorrer e, de modo geral, falar nos autos. O

TST editou a OJ 310 da SBDI-1, que informa que essa regra não é aplicável ao processo do trabalho, em razão da incompatibilidade com o princípio da celeridade.

Impróprios: são os destinados aos Juízes e servidores. Não incide preclusão. São válidos, mesmo praticados fora do prazo. O descumprimento pode dar azo à sanção disciplinar.

Contagem dos prazos.

Artigos 774 e 775 da CLT.

Art. 774. Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam- se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal.

Parágrafo único. Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem.

Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada.

Parágrafo único. Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte.

O art. 774, CLT, marca o início do prazo (dia do conhecimento, da ciência do ato processual que motiva o prazo), que não será computado para a sua contagem. O art. 775, CLT, é o início da contagem do prazo (dia seguinte ao início do prazo). O prazo incluirá o último dia, contado do início da sua contagem.

Tanto o dia de início do prazo quanto o dia de início da sua contagem, assim como o dia final do prazo, devem ser dias úteis.

Assim, se a notificação for por publicação, o início do prazo será a data da publicação, e o início da contagem do prazo será no dia seguinte, desde que útil.

Se a notificação for postal, a data de início do prazo é a data da ciência, presumindo- se esta em 48 horas após a data da postagem (Súmula 16 do TST). Essas 48 horas, na prática, são dois dias úteis (esta presunção está em desuso, em razão da disponibilidade, no site da ECT, da data em que feita a notificação).

Quando a intimação for na sexta-feira, a contagem do prazo será na segunda-feira (Súmula 1, TST).

Se a intimação postal for no sábado, o início do prazo será no primeiro dia útil subsequente, e o início da contagem do prazo, no próximo dia útil (Súmula 262, I, TST).

ATENÇÃO: o início da contagem do prazo para juntada de originais de fac-símile pode se dar em dia não útil:

TST, Súmula 387. [...] II - A contagem do qüinqüídio para apresentação dos originais de recurso interposto por intermédio de fac-símile começa a fluir do dia subseqüente ao término do prazo recursal, nos termos do art. 2º da Lei 9.800/1999, e não do dia seguinte à interposição do recurso, se esta se deu antes do termo final do prazo. III - Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa de notificação, pois a parte, ao interpor o recurso, já tem ciência de seu ônus processual, não se aplica a regra do art. 184 do CPC quanto ao dies a quo, podendo coincidir com sábado, domingo ou feriado.

Processo Eletrônico. Lei n° 11.419/2006

Art. 1o O uso de meio eletrônico na tramitação de processos judiciais, comunicação

de atos e transmissão de peças processuais será admitido nos termos desta Lei.

§ 1o Aplica-se o disposto nesta Lei, indistintamente, aos processos civil, penal e

trabalhista, bem como aos juizados especiais, em qualquer grau de jurisdição. § 2o Para o disposto nesta Lei, considera-se:

I - meio eletrônico qualquer forma de armazenamento ou tráfego de documentos e arquivos digitais;

II - transmissão eletrônica toda forma de comunicação a distância com a utilização de redes de comunicação, preferencialmente a rede mundial de computadores;

III - assinatura eletrônica as seguintes formas de identificação inequívoca do signatário:

a) assinatura digital baseada em certificado digital emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma de lei específica;

b) mediante cadastro de usuário no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos órgãos respectivos.

Art. 2o O envio de petições, de recursos e a prática de atos processuais em geral por

meio eletrônico serão admitidos mediante uso de assinatura eletrônica, na forma do art. 1o

desta Lei, sendo obrigatório o credenciamento prévio no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos órgãos respectivos.

[...]

Art. 3o Consideram-se realizados os atos processuais por meio eletrônico no dia e

hora do seu envio ao sistema do Poder Judiciário, do que deverá ser fornecido protocolo eletrônico.

Parágrafo único. Quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo processual, serão consideradas tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último dia.

Art. 4o Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado em

sítio da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral.

[...]

§ 3o Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da

disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.

§ 4o Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao

[...]

Art. 5o As intimações serão feitas por meio eletrônico em portal próprio aos que se

cadastrarem na forma do art. 2o desta Lei, dispensando-se a publicação no órgão oficial,

inclusive eletrônico.

§ 1o Considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando efetivar a

consulta eletrônica ao teor da intimação, certificando-se nos autos a sua realização.

§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, nos casos em que a consulta se dê em dia não

útil, a intimação será considerada como realizada no primeiro dia útil seguinte.

§ 3o A consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez)

dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término desse prazo.

§ 4o Em caráter informativo, poderá ser efetivada remessa de correspondência

eletrônica, comunicando o envio da intimação e a abertura automática do prazo processual nos termos do § 3o deste artigo, aos que manifestarem interesse por esse serviço.

[...]

Art. 10. [...]

§ 1o Quando o ato processual tiver que ser praticado em determinado prazo, por

meio de petição eletrônica, serão considerados tempestivos os efetivados até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia.

§ 2o No caso do § 1 deste artigo, se o Sistema do Poder Judiciário se tornaro

indisponível por motivo técnico, o prazo fica automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à resolução do problema.

Suspensão e interrupção dos prazos:

A CLT não tem previsão expressa quanto à suspensão ou interrupção dos prazos. Assim, com as devidas adaptações, as regras do CPC são subsidiariamente adotadas.

A regra geral é de que os prazos são contínuos, não se suspendendo ou interrompendo em feriados.

O que é suspensão e interrupção dos prazos?

Na suspensão, será devolvido à parte o que falta do prazo. Exemplo é o recesso forense, que, na Justiça do Trabalho, ocorre de 20/12 a 06/01. Se o prazo é de oito dias, e transcorreram quatro até o recesso, a parte, no retorno, terá mais quatro dias (Súmula 262, II, TST). Aparentemente é Súmula “contra lei”, pois o recesso está previsto em lei como “feriado”, e, em feriado, não há suspensão de prazo.

Na interrupção, o prazo é totalmente devolvido à parte. Exemplo é o prazo para recurso ordinário, que é interrompido pela interposição de embargos declaratórios.

PRECLUSÃO

O Processo é a forma de o Estado prestar a jurisdição. Assim, tem por escopo a Segurança Jurídica e a Paz Social. Para alcançar sua finalidade, vale-se de um conjunto de regras que estabelecem a forma de participação e o papel dos sujeitos no processo. É o que

chamamos de formalismo processual. A preclusão é instituto fundamental para o bom desenvolvimento do processo. É um limitador do exercício abusivo dos poderes processuais das partes. Quer evitar retrocessos e retornos a fases e momentos processuais já ultrapassados.

Preclusão é a perda de uma situação jurídica ativa processual.

A classificação das preclusões majoritariamente adotada pela doutrina é a de Chiovenda:

Preclusão Temporal: perda do poder processual em razão do seu não exercício no momento oportuno. Art. 183, CPC. Perda de prazo.

Esta preclusão não incide para o Juiz.

Preclusão Lógica: perda do poder processual em razão da prática de ato incompatível com o seu exercício. Ex.: art. 503, CPC. Evita atitudes maliciosas, chicanas. Preserva a boa-fé objetiva.

Ainda que alguns doutrinadores defendam a tese de que esta preclusão incide para o Juiz, majoritariamente se entende que não incide.

Preclusão Consumativa: perda do poder processual em razão de já ter sido exercido, não importando se “mal exercido”. Art. 158, CPC (fundamento normativo).

Esta preclusão incide para o Juiz, na sentença.

NULIDADES

Assunto tormentoso na doutrina, pelo menos em relação à classificação ou graduação dos vícios processuais.

A doutrina acolheu diversos critérios, classificando as invalidades em duas (nulidade e anulabilidade), três (nulidade, anulabilidade e irregularidade; ou nulidade absoluta, nulidade relativa e irregularidade) ou cinco (inexistência, nulidade absoluta, nulidade relativa, anulabilidade e irregularidade) modalidades.

Na verdade, a moderna doutrina processual não vê mais o processo como um fim em si mesmo, rígido em suas formalidades. Toda a moderna doutrina das nulidades está sedimentada com base nos seus princípios, que serão determinantes, para saber como será tratado eventual vício existente no ato.