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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.2 PROCEDIMENTOS DO ESTUDO DE CASO

3.2.3 Procedimentos de Análise e Conclusão

Para este estudo, a definição de uma estratégia analítica geral, segundo Yin (2005), contribui para as decisões sobre o que, e por que analisar. Dentre as estratégias sugeridas pelo autor, foi utilizada a estratégia que se baseia em proposições teóricas, pela confrontação de dados coletados com os indicadores de resposta derivados da fundamentação teórica. Assim, a partir da estratégia analítica geral, a técnica específica utilizada foi a de adequação ao padrão, pela comparação dos resultados com um padrão baseado na teoria levantada.

Desta forma, foi criada um tabela, presente no Apêndice D, com as respostas dos entrevistados e estas foram confrontadas com os indicadores de respostas adequados. Assim foi possível criar uma síntese de todas as unidades caso em relação às perguntas da entrevista e o significado de suas repostas. O estabelecimento de uma comparação entre a teoria levantada com a prática das empresa, oferece uma compreensão da Gestão de Design no estudo de caso realizado.

Para este estudo também foram estabelecidos os resultados esperados baseados na teoria levantada segundo as possibilidades e potencialidades do design e da Gestão do Design.

3.2.3.1 Resultados Esperados

Os resultados esperados sobre as características das empresas é que seus produtores sejam profissionais com capacitação em design e/ou gestão e que tenham atribuições operacionais, táticas e estratégicas no desenvolvimento de jogos e nas atividades de gestão das empresas.

Espera-se que as empresas sejam micro ou pequenas empresas e que tenham no máximo dez anos de existência, visto o início desta indústria no Brasil. Como não há desenvolvimento de jogos eletrônicos para consoles no país, então as empresas devem desenvolver para computadores, web e dispositivos portáteis jogos de entretenimento e serious games de forma

independente visto que estas plataformas não necessitam de licenças ou kits de desenvolvimento específicos e tampouco de

publishers para os jogos das empresas. Nestas plataformas as

empresas podem distribuir seus produtos em lojas online ou pela venda direta para clientes de projetos sob demanda.

Também é esperado que as empresas tenham recebido investimentos, principalmente privados, visto que o custo do desenvolvimento de um jogo eletrônico pode ser elevado. Com este investimento as empresas devem ter investido a maioria em design já que as equipes de design são geralmente maiores que as equipes de programação de um produto deste tipo.

Sobre a estrutura das empresas é esperado que tenham as áreas de game design, design e programação, bem como uma estrutura para a gestão destas áreas com a função de gestão no profissional produtor de jogos eletrônicos.

A área de design deve ser uma área independente, não vinculada à outras áreas e deve se reportar somente à alta direção da empresa. Nesta área, os designers devem receber investimento para seu aperfeiçoamento profissional para as atividades técnica e gerencial de seus trabalhos.

Sobre o papel do design nas empresas do estudo de caso, espera-se que seja o de direcionar as atividades do desenvolvimento e da empresa e assim se apresentar como um fator relevante para seu sucesso.

No âmbito operacional, é esperado que o desenvolvimento siga as fases de conceito, pré-produção, protótipo, produção, versões incrementais e pós-produção e que o design participe de todas estas fases direcionando o desenvolvimento de acordo com a estratégia da empresa por meio de um processo formal. Este desenvolvimento deve ser gerenciado pela utilização de ferramentas de gestão e a área de design deve participar destas ferramentas integrando-se à todas as outras áreas.

Esta integração também deve acontecer pela criação e utilização de um guia de estilo de arte que direciona o design e o desenvolvimento para refletir e executar a estratégia do jogo e da empresa. A criação deste guia, visto seu ligação com a estratégia, deve ser realizada pelos designers e pela alta administração da empresa para que todas as expectativas possam ser consideradas.

Como o produtor também deve conhecer as expectativas da alta administração, da mesma forma que o design, ele deve estar sempre em contato com as outras áreas e os diferentes níveis hierárquicos para integrar e progagar o design, bem como liderar o jogo de acordo com os objetivos da empresa com uma visão global.

Este contato entre design e as outras áreas pode acontecer por meio de e-mails, documentos, atas e relatórios, pelos quais o design deve ser responsável pela sua geração e difusão.

Como uma das formas de aumentar o retorno sobre o investimento em design é a exploração comercial de sua propriedade intelectual, espera-se que as empresas tenham a alavancagem dessa propriedade com a utilização dos elementos de interface em outras mídias, licenciamento de produtos,

merchandising, etc. E relacionado à operação do design na

empresa, é sua relação com a proteção intelectual. Espera-se que haja um processo de design integrado às outras áreas responsáveis nas empresas.

No âmbito estratégico, espera-se que as empresas considerem o design como um fator de inovação que direciona toda a empresa e é fundamental para as suas estratégias. E que ele influencie a redução de custos de desenvolvimento, o incremento de vendas, a alavancagem da propriedade intelectual, o posicionamento da marca, a participação no mercado, a satisfação dos funcionários e a percepção dos consumidores.

Para que a empresa possa ter esta consideração com o design como fator estratégico, é esperado que sejam realizadas elaborações formais da estratégia e o design também participe deste processo junto à alta administração de forma atuante ao oferecer um contexto de oportunidade de negócios para a formulação da estratégia, bem como direcionando esta formulação. Desta forma o processo de design pode liderar o desenvolvimento e estar fortemente conectado à estratégia da empresa.

Para que isto possa acontecer, é importante que a empresa invista em design para que possa ter um processo de desenvolvimento exclusivo e um produto diferenciado no

mercado. E assim, o design e o seu processo possam garantir uma vantagem competitiva para as empresas.

Espera-se que as empresas possam perceber que esta vantagem competitiva se apresenta pela influência que o design pode exercer sobre todos os 4Ps do marketing. A influência em Produto, Preço, Praça e Promoção deve ser realizada em uma atitude pró-ativa em pesquisas e comunicação com clientes para o conhecimento de seu mercado.

Com o design considerado um fator estratégico que direciona o desenvolvimento e que influencia os 4Ps do

marketing, ele deve fazer parte da cultura das empresas e

sempre estar presente em suas preocupações em relação a sua estratégia e seu comportamento em relação ao mercado e ao seu processo de desenvolvimento. E para que a importância do design possa ser conhecida e valorizada dentro desta cultura, é esperado que as empresas possuam métricas de desempenho de suas atribuições como impacto financeiro no lucro ou prejuízo, e não-financeiro, como na percepção dos clientes.

E em relação às suas marcas, espera-se que as empresas possuam manuais de marca corporativa e de seus produtos. Assim como a integração do design dos diversos itens de comunicação externa como papelarias, anúncios, embalagens, stands, lojas, site, manuais, e interna como arquitetura das instalações, sinalização e aparatos visuais de comunicação.

Com estes resultados esperados, as empresa podem ser classificadas em relação a sua maturidade de design, segundo a Escada de Design, nos terceiro e quarto degraus, sendo estes o “Design como processo” e “Design como inovação” em que o design é um método integrado no início do processo de desenvolvimento de produtos e trabalha em conjunto com a alta administração da empresa em todo o conceito de todos os negócios da empresa.

Espera-se então, que as empresas estejam nestes degraus e que possam considerar o design como elemento importante para seus processos e suas inovações.