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2 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA NUMA VISÃO MULTIDIMENSIONAL

2.3 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE

A pesquisa é predominantemente qualitativa e adotou a análise de conteúdo de Bardin (2011) para a categorização, codificação e inferências do corpus de análise. Foi substanciada por categorias e norteada pelas seis dimensões do estudo de Bufrem (2013). Com base nas dimensões de pesquisa, a análise partiu dos pressupostos e foi guiada pelos conceitos-chaves: ciência aberta, e-Science, quarto paradigma, dados científicos, propriedade intelectual, ciência do commons, autoralidade colaborativa e recompensa autoral.

A análise de conteúdo é definida como um conjunto de técnicas que norteiam as interpretações e apresenta duas funções: heurística e prova. “A função heurística conduz a análise de conteúdo e enriquece a tentativa exploratória, aumentando a propensão para a descoberta. A prova se apresenta na forma de afirmações provisórias e diretrizes” (BARDIN, 2011, p. 35). Assim, adotou-se a análise de conteúdo temática em virtude das funcionalidades que possibilitam: a gestão de ideias, dados e informações para sistematização do raciocínio epistemológico e conceitual a partir de categorias representadas por nós. Os nós e sub-nós são as categorias e sub-categorias, respectivamente, emergidas dos conteúdos (textuais, audiovisuais e interativos) e em diferentes formatos (Word, PDF., Excel, MP3., JPG.); e a modelagem visual a partir do software NVivo oportunizou a elaboração de tabelas, diagramas, nuvens de palavras, mapas e construção de modelos.

A análise temática foi construída por uma grade de categorias assentadas no corpus de análise, direcionada ao objeto de estudo e guiada pelos pressupostos e objetivos. O processo de codificação também denominado por unidade de registro, orientou na codificação e categorização dos conteúdos. Bardin (2011) afirma que a categorização é uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação e, em seguida, por reagrupamento com os critérios previamente definitivos. Podem ser reunidos por tópicos,

temas ou casos, configurando no critério de categorização semântica ou temática. Com base na categorização temática, as unidades de registro foram codificadas por temas, frases, parágrafos e sites.

Para a execução dos procedimentos de codificação e categorização foi utilizado o

Software NVivo (versão 11 Mac). Os resultados obtidos a partir dos procedimentos gerados no Software Nvivo ajudaram a constituir o capítulo da análise de conteúdo e gerar representações

a partir das categorias (nodes) e subcategorias.

2.3.1 Etapas de Codificação e Categorização da Análise de Conteúdo

A pré-análise, descrição analítica e interpretação inferencial compuseram a sistemática do corpus de análise realizada no período de seis meses (fevereiro a julho de 2016). Esse

corpus de análise foi guiado pelo referencial teórico e pelas categorias temáticas: ciência

aberta e propriedade intelectual. As fontes de pesquisa foram constituídas por artigos científicos (nacionais e internacionais), base de dados (Elsevier, Proquest, Wiley Online

Library), legislações nacionais e documentos resultantes de diretrizes, normativas, iniciativas

e instrumentos regulatórios (acordos, tratados e convenções). Também fizeram parte do escopo portais governamentais, organizações não governamentais, repositórios de dados (científicos e governamentais), sites de instituições de ensino, de pesquisa e agências de fomento. Todo o levantamento bibliográfico foi por meio eletrônico, com predominância do conteúdo no idioma inglês, em virtude das fontes de pesquisa serem oriundas de diferentes países, em especial, os que já possuem práticas consolidadas de ciência aberta. O escopo brasileiro foi analisado por meio de legislações específicas constituídas pela Lei de Direito Autoral (LDA), Lei de Acesso à Informação (LAI), decretos, instruções normativas e algumas iniciativas no âmbito dos órgãos governamentais e instituições científicas voltadas para o acesso aberto, dados abertos (governamentais e científicos). Os procedimentos adotados para a sistemática da análise de conteúdo estão demonstrados no Quadro 1.

Quadro 1 – Procedimentos da análise de conteúdo

ETAPAS PROCEDIMENTOS DESCRIÇÃO

1a. Etapa PRÉ-ANÁLISE

COLETA E ORGANIZAÇÃO

Análise preliminar:

- Coletou-se o material de análise (artigos, legislação, livros, diretrizes, vídeos e sites);

- Realizou-se a separação do conteúdo e transferência dos arquivos relacionados com o referencial teórico da tese para

Sources - Internals;

- Criou-se pastas seguindo a sistemática do referencial teórico e suas correlações temáticas.

2a. Etapa DESCRIÇÃO ANALÍTICA CATEGORIZAÇÃO TEMÁTICA

Criação das categorias:

- Criou-se as categorias temáticas a partir das Categorias:

Propriedade Intelectual (PI) e Ciência Aberta (CA) definidas previamente na estruturação temática da tese;

- Relacionou-se uma leitura exaustiva de todo o arcabouço teórico de PI, com o intuito de identificar as temáticas de estudo; - Adotou-se para nomenclatura das categorias, as unidades de análise ou registro baseada em palavras-chaves representativas que embasam o estudo.

- Gerou-se os nodes (categorias temáticas) foram criados a partir: referencial teórico, observação empírica, problema, hipóteses (pressupostos) e objetivos.

- Realizou-se para cada node criado uma descrição (Get Info) com o intuito de orientar a análise de conteúdo.

- Criou-se a partir das temáticas pré-selecionadas as categorias de análise (nodes). 3a. Etapa: DESCRIÇÃO ANALÍTICA CODIFICAÇÃO (Interpretação Inferencial em Codes) Recorte e codificação:

- Escolheu-se as unidades de registro e contexto;

- Criou-se os codes (unidades de registro) a partir dos conteúdos previamente coletados;

-Utilizou-se os critérios: pertinência, relevância e internacionalidade.

-Realizou-se a classificação e agregação pela escolha das categorias temáticas.

4a. Etapa: DESCRIÇÃO

ANALÍTICA INFERÊNCIAS

Enumeração dos codes:

Query: Foi utilizado o recurso word frequency para descobrir as

palavras que mais se repetem no corpus de análise e nos codes separadamente. Realizou-se as inferências nas 20 principais palavras que emergiram do recurso word frequency. O recurso

text search foi utilizado para identificar as palavras-chave.

Fonte: Elaborado pela autora (2016).

As conexões temáticas resultaram em categorias e subcategorias dispostas no Quadro 2 e que direcionaram para a constituição dos padrões do modelo conceitual.

Quadro 2 – Categorias temáticas da análise de conteúdo

CATEGORIAS DA