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PROCEDIMENTOS PARA LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

No documento Sinonímia e textura (páginas 150-154)

CAPÍTULO 4 SINONÍMIA E TEXTURA: METODOLOGIA PARA ANÁLISE

4.4 PROCEDIMENTOS PARA LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

A coleta e a apresentação dos dados para a análise, nesta investigação, foram realizadas por meio dos seguintes instrumentos, listados a seguir e apresentados na seção 4.5 “Modelos de Análise” e nos anexos A, B e C:

– Produções escritas dos acadêmicos, dos profissionais e dos escritores- colaboradores de jornal, catalogadas para a organização da análise e obser- vação. Para o levantamento dos dados, os textos selecionados para o cor- pus foram identificados por grupos: (TA) = Texto de Acadêmico; (TP) = Texto de Profissional; e (TJ) = Texto Jornalístico. Esses textos foram numerados em ordem crescente (de 1 a 5), com a identificação do grupo a que pertenci- am.

– Fichas (1 e 2) de Levantamento de Dados.

– Figuras, em forma de diagramas, para visualizar a Interação entre as Cadei- as.

Utilizando esses instrumentos, o procedimento para levantamento e análise dos dados foi realizado como segue: as categorias por elos foram identificadas nos textos e as ocorrências foram registradas nas Fichas de Levantamento de Dados. A categorização por elos coesivos, constante na Ficha 1, foi efetuada levando em consi- deração as propostas das categorias por elos e da formação de cadeias. Na Ficha 2, foram registrados os itens periféricos. A seguir, foram identificadas as cadeias que in- teragem nos diagramas da Interação entre as Cadeias, conforme a orientação da sin- taxe: agente-ação, ação-objeto, objeto ou agente-localização, atributo-atribuído, obje- to-objeto, etc., dependendo da formação das cadeias coesivas. Esse procedimento foi realizado para cada texto.

Seguindo-se a isso, os números foram transportados para Tabelas e os índi- ces foram quantificados em valores absolutos e relativos (percentuais), visualizados, também, em gráficos; a princípio por grupos de textos e, depois, esses dados foram comparados entre os três grupos, observando-se as relações entre eles.

É importante frisar que o grau de textura (GT) de cada texto por grupo de tex- tos, e dos três grupos em conjunto foi definido como o quociente entre os itens cen- trais (IC) e o total de itens lexicais (TIL), isto é, GT = IC/TIL. O grau de sinonímia na textura (GST), por sua vez, foi proposto como o total de itens sinonímicos que intera- gem em cadeias (ISIC) dividido pelos itens centrais (IC), ou seja, GST = ISIC/IC. Os itens centrais (IC) foram obtidos pela soma dos itens sinonímicos que interagem em cadeias (ISIC), com os itens que interagem em cadeias e não são sinonímicos

(IICNS), isto é, IC = ISIC + IICNS, resultando em: GTxCST = (ICxIC_ISIC)/(TILxIC) = (IC_ISIC/TIL) = (IC/TIL) – (IC_IICNS/TIL). O produto final forneceu o índice de partici- pação da sinonímia na texturade um texto, em outras palavras, a sua contribuição na textura.

Conforme o modelo de Hasan (1984), qualquer texto é considerado coerente, se os seus itens centrais (IC) formarem, no mínimo, 50% do total de itens lexicais (TIL). Esse critério é igualmente adotado neste estudo para o grau de textura (GT). Calculando a média do grau de textura dos 15 textos analisados, obtém-se o percen- tual médio de 64,2%, com desvio-padrão de 10,4. Assim, o critério de Hasan, de 50%, está 1,36 desvios abaixo da média dos textos do corpus desta pesquisa. Com base nesse cálculo, são obtidos o grau de sinonímia na textura (GST) e a contribuição da sinonímia para a textura (CST). Desse modo, calculando a média do grau de sinonímia dos 15 textos, origina-se o índice de 49,7%, com desvio-padrão de 5,7, que, subtrain- do 1,36 desvios, evidencia um limite mínimo de 42%. Seguindo o mesmo cálculo, a contribuição da sinonímia na textura (CST), cuja média é de 32,3%, com desvio de 7,5, e subtraindo 1,36 desvios, aponta um limite de 22%. Esse raciocínio descrito re- sulta, assim, nos critérios que se constituem nos parâmetros de análise a serem ob- servados como índices mínimos para um texto com boa textura:

- GT ≥ 50% - GST≥ 42% - CST ≥ 22%

Esse tipo de critério foi utilizado no Provão30 do MEC de 2000, para classificar os Cursos de Graduação no Brasil. É, portanto, um critério confiável do ponto de vista teórico e prático. 

30

Prova efetuada pelo Ministério da Educação e Cultura e aplicada nos alunos concluintes de alguns cursos de graduação no Brasil.

Além disso, por meio dos diversos valores obtidos, procedeu-se à análise es- tatística de correlação. Uma análise gráfica e correlacional foi efetuada e um resumo descritivo foi providenciado com a determinação de algumas medidas usuais, como: média, mediana, desvio-padrão e coeficiente de variação.

A avaliação do grau de relacionamento entre as variáveis “textura” e “sinoní- mia” foi realizada pelo cálculo do coeficiente de correlação de Pearson, de acordo com Morettin (2005). O coeficiente de correlação de Pearson é um valor que varia no inter- valo de –1 até +1. Ele mede o grau de associação linear entre duas variáveis quantita- tivas, isto é, o quanto duas variáveis estão alinhadas. Valores próximos de + 1 indicam forte associação linear direta (uma variável cresce e a outra também), enquanto valo- res próximos de –1 indicam forte correlação inversa (uma variável cresce e a outra decresce). Valores próximos de zero indicam ausência de relacionamento linear entre duas variáveis. É importante observar que ausência de relacionamento linear não sig- nifica que as variáveis sejam independentes, ou seja, que não tenham ou não possam ter outro tipo de relação que não o linear, por exemplo, o tipo quadrático.

A análise de correlação e outros tipos de cálculos estatísticos foram realizados com o auxílio do pacote SPSSTM, por profissional especialista da área, com título de doutor.

Com o levantamento e a descrição estatística dos dados, foi realizada a dis- cussão dos resultados, visando à análise qualitativa do emprego da sinonímia, da tex- tura e da contribuição da sinonímia para a textura dos textos.

Um paralelo entre o Modelo de Hasan e o Modelo Proposto é apresentado no anexo D, que objetiva evidenciar a construção do Modelo Proposto.

No documento Sinonímia e textura (páginas 150-154)