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Processos de avaliação do PDA

Compreendemos que, nesse momento de apresentação do pdai, a avaliação deve ter dois enfoques diferenciados. O primeiro, diz respei- to a avaliação do pdai enquanto instrumento utilizado para planejar e orientar o serviço de aee na ufsm e o segundo, refere-se à avaliação individual que deve ser realizada ao final do semestre, ou seja, é a ava- liação referente ao desenvolvimento do acadêmico.

Com relação ao primeiro enfoque, embora ainda não tenhamos finalizado o primeiro semestre de aplicação do pdai, observamos na prática do aee que o instrumento colabora para o planejamento das ações que precisam ser desenvolvidas, estruturando e padronizando o trabalho da equipe envolvida.

No que se refere à avaliação do acadêmico a partir do pdai, compreende-se que deve ser de maneira processual e individuali- zada. A avaliação ocorre a cada intervenção e a partir dessa e do pdai é planejado o próximo atendimento e revisto as necessidades de outros encaminhamentos e orientações. Ainda, considerando essa avaliação processual, destacamos que o próprio pdai poderá ser alterado no decorrer do semestre, pois, assim como o planeja- mento didático de um professor, ele não constitui-se em um docu- mento finalizado e imutável. Entendemos que os diversos profis- sionais ativos na rede de apoio podem colaborar com este processo de avaliação.

Na avaliação do acadêmico o enfoque não é restrito às notas ob- tidas e a aprovação ao final do semestre. No contexto da Educação Especial, compreendemos que deve ser considerado todo o processo de construção de aprendizagem e as melhorias nos demais aspectos

contemplados no pdai do estudante, os quais não podem ser simples- mente quantificados.

No quadro abaixo apresentamos um pdai elaborado para um acadê- mico fictício, no intuito de demonstrar a aplicabilidade do instrumento.

Quadro 2 – pdai preenchido.

Conclusão

A inclusão de alunos com deficiência na educação superior ainda é muito recente no cenário educacional brasileiro. Assim, apresenta muitos desafios às instituições e aos profissionais envolvidos. Nesse sentido, destacamos a importância de buscar e planejar alternativas coletivamente em prol da permanência, da aprendizagem e da conclu- são do curso por esses alunos.

Portanto, é urgente a necessidade de formalizar espaços, setores e serviços que contemplem essas questões nas universidades. Esses espaços, por sua vez, precisam organizar-se para atender essa nova demanda, adaptando e criando novas estratégias.

Embora a Educação Especial seja uma modalidade de educação transversal a todos os níveis e etapas da educação, as diretrizes des- ta modalidade não se estendem à Educação Superior, tornando esse nível de educação carente dos serviços de Educação Especial. Na Educação Básica esse trabalho já está bastante estruturando, exis- tindo muitas publicações sobre e, inclusive, documentos que orien- tam o serviço. Contudo, para a Educação Superior são necessárias adaptações das práticas de Educação Especial que são realizadas na Educação Básica.

A partir das demandas do aee na Educação Superior na ufsm, identificamos a necessidade de criação do pdai para a Educação Su- perior. Esse plano foi elaborado com base nas leituras realizadas nas reuniões do grupo de professoras de Educação Especial que realizam esse trabalho na Universidade e em nossas experiências como profes- soras da Educação Básica.

Na elaboração do pdai para uso na ufsm, consideramos o período semestral como o espaço de tempo para aplicação e avaliação, pois a universidade organiza-se semestralmente. Dessa forma, demanda-se a renovação e atualização do pdai dos estudantes a cada semestre.

Percebemos que, com a criação e implementação do pdai, o tra- balho desenvolvido pelas professoras de Educação Especial tornou-se mais colaborativo, organizado e menos restritivo ao profissional res- ponsável pelo atendimento do aluno, pois todos passaram a envol- ver-se na elaboração do plano. Assim, verificamos que na ausência ou afastamento de um dos profissionais o aluno e o desenvolvimento do plano não serão prejudicados, pois todos estão envolvidos no processo e conhecem cada caso.

Referências

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