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Professor Artur: “Eu me divirto muito tocando instrumentos musicais E eu sempre sent

CAPÍTULO 4 – A TRAJETÓRIA DE VIDA DOS PROFESSORES INVESTIGADOS

4.3. Professor Artur: “Eu me divirto muito tocando instrumentos musicais E eu sempre sent

Esse professor foi escolhido por indicação do orientador deste trabalho que me introduziu acerca da carreira e a atuação docente desse professor. Para tanto, fiz uma pequena busca em mídias sociais e comprovei seu caráter multi-instrumentista, e assim, entrei em contato com ele para poder informá-lo sobre a minha pesquisa, sobre a aplicação da entrevista a fim de convidá-lo a participar. Sua entrevista foi a terceira e última realizada.

O Professor Artur é formado no curso de Licenciatura em Música, possui Mestrado em Educação Musical e elencou como seus instrumentos principais: Violão, Cavaquinho, Bateria, Teclado, Flauta Doce e Percussão, definindo o Pandeiro como instrumento percussivo que apresenta mais habilidade. Além desses, apareceu em sua fala o Charango e a Viola Caipira como instrumentos os quais não domina, porém, consegue executar. Mais adiante apareceram ainda a Guitarra e o Contrabaixo Elétrico como instrumentos que usa constantemente em sua atuação e também a prática do Canto.

A história do Professor Artur se inicia a partir de relatos da sua infância, período onde ocorreu o interesse por estudar música, algo que aconteceu naturalmente em sua vida.

Desde que eu me entendo por gente assim, basicamente, eu lembro disso... de batucar nos cantos, de reproduzir ritmos assim... não teve um momento decisivo que eu pensei “ah, acho que agora eu vou começar a

me dedicar a tocar alguma coisa”, porque sempre foi muito natural, eu batucava nas coisas tudo... (Professor Artur, abril de 2018).

Ainda pequeno foi presenteado com um pandeiro e um teclado simples e relatou que desenvolveu brincando os conhecimentos rítmicos e melódicos desses instrumentos. A partir daí, surgiu a vontade de estudar outros instrumentos e o seu pai o colocou em uma aula particular de cavaquinho. O Professor Artur alegou que queria ter começado no violão, mas, por ainda ser muito pequeno, teve que optar por um instrumento menor. Apesar disso, brincava com o violão do irmão – muitas vezes escondido - e foi desenvolvendo a técnica desse instrumento sozinho.

Durante a sua narrativa foi possível perceber e também foi pontuado pelo próprio professor que a sua prática musical sempre foi abrangente, com experiências de melodia, ritmo e harmonia ao mesmo tempo:

Comecei a tocar cavaquinho, mas já tinha essa experiência de batuque intuitivo na infância de tocar pandeiro, de brincar melodias no teclado, então, foi como se a formação fosse desde o início já bem abrangente assim, rítmica, melódica e harmônica, já com oito, nove anos de idade, aí foi só desenvolvendo, basicamente. Fui aprendendo cavaquinho e violão ao mesmo tempo e já tinha essa ideia do batuque, aí comecei a querer aprender a tocar bateria (Professor Artur, abril de 2018). Com apenas onze anos começou a ter aulas de bateria no Conservatório de Música Popular de Curitiba - cidade onde residia na época - e durante algum tempo dedicou-se às técnicas e à prática de bateria. Nesse período, participou de algumas bandas de heavy metal fazendo shows pela cidade, e, apesar de não ter se distanciado dos outros instrumentos, a bateria tornou-se o seu instrumento principal. Segundo ele, a sua vontade era torna-se o melhor baterista possível, entretanto, uma lesão no punho o fez ter que abandonar esse sonho.

Apesar de lesionado, o Professor Artur encontrou um escape em sua característica multi-instrumentista:

Desenvolvi um problema de cisto sinovial no punho e tendinite, aí fui aos pouquinhos desencanando um pouco da ideia de ser baterista, de ser o melhor baterista do mundo, por exemplo, que a pessoa fica querendo se superar e fechado em técnica. Aí ao mesmo tempo, ‘pra’ poder aliviar, como eu não tinha como ser essa pessoa, aí eu fiquei dedicando mais ao violão. E aí eu comecei... sempre cantei um pouco assim, a noção melódica quando ‘tá’ na cabeça a pessoa entoa já mais facilmente, aí sempre cantei e comecei a cantar um pouco mais frequente, tocando violão e cantando, aí fui me desenvolvendo durante os próximos anos nisso (Professor Artur, abril de 2018).

Daí por diante, seus estudos musicais começaram a se direcionar para outros instrumentos e sua prática tornou-se mais voltada para a execução do violão, do canto e de percussões, sua experiência musical começou a se expandir e, hoje em dia, desenvolve um trabalho de performance musical amplo.

No final do período escolar, por influência do seu pai, decidiu prestar o vestibular para música e optou pela licenciatura por achar que não seria aprovado no curso de bacharelado. A partir daí começou a dedicar-se às atividades do curso e em seguida fez o Mestrado em Música na mesma instituição. Para ele, esse foi o percurso natural das coisas e sua opção por ser professor de música foi uma alternativa encontrada para trabalhar com música todos os dias.

Ao fim da entrevista, o Professor Artur revelou que chegou a ser professor concursado em dois municípios além de atuar na escola que trabalha hoje, porém, optou por pedir exoneração, pois alegou que as condições de trabalho precárias somadas à sobrecarga de tarefas tornaram essa experiência desagradável. Atualmente, ele trabalha em uma escola particular da cidade onde ministra aulas de violão, canto e “bandinha” que é uma espécie de prática de conjunto. Além disso, faz arranjos, compõe, atua como músico freelancer em algumas bandas e também realiza pequenos trabalhos de produção musical.

Foi possível perceber na fala desse professor a sua paixão por tocar vários instrumentos. Essa característica multi-instrumentista está presente desde as suas primeiras experiências com a música e, como ele mesmo falou, ela é a ferramenta que o mantém em constante movimento.

CAPÍTULO 5 – A PERFORMANCE MULTI-INSTRUMENTISTA NA