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A COMPREENSÃO DOS PROFESSORES SOBRE AS SITUAÇÕES DE FORMAÇÃO CONTÍNUA EM CONTEXTOS ESCOLARES

5.2. As professoras: uma breve apresentação

As professoras estão apresentadas somente em relação à sua formação inicial e a alguns aspectos relativos ao uso ou demonstração de interesse pelo uso de Tecnologias de Comunicação e Informação em sua atividade docente ou mesmo em atividades relativas à formação de professores, segundo observações do pesquisador. Além disto, haverá algumas observações que assinalem similitudes ou diferenças entre elas.

5.2.1. A professora P1

A professora P1 estava em 2004 com uma turma de 3.ª série nesta escola. A sua

formação inicial para a docência foi com o Magistério, ao nível de Ensino Médio. Após o término, queria fazer um curso superior, mas não havia condições financeiras. Disse estar realizando este sonho por meio do PEC – Formação para Docentes, que lhe oportuniza a formação em Pedagogia.

Iniciou sua carreira no Magistério em 1987, na Rede Estadual, onde ficou por 12 anos. Leciona no SESI desde 1993. Em 2004 estava há seis anos na Prefeitura.

Fez um “cursinho básico de informática” em alguma escola que o oferecia, e

47 O efeito Topázio, um dos “fenômenos da Didática”, segundo Brousseau, ocorre quando “a resposta que o

aluno tem de dar está determinada à partida, e o professor escolhe as perguntas a que essa resposta pode ser dada. Evidentemente, também o significado dos conhecimentos necessários à produção dessas respostas se altera. Fazendo perguntas cada vez mais fáceis, ele tenta obter o significado máximo para um máximo de alunos. Se os conhecimentos visados desaparecem totalmente, estamos perante o ‘efeito Topázio’” (Brousseau, 1996a. p. 42).

continuou adquirindo tais noções somente quando ingressou na Prefeitura, onde começou a utilizar o computador, conforme era sua vontade. Disse ter sentido dificuldades no PEC – Formação para Docentes no início pois deveria acessar um ambiente até então desconhecido – o Prometeus, que é um ambiente de aprendizagem com atividades online e offline que os cursistas utilizavam no curso.

(Esta professora participou da reunião coletiva do dia 2 de dezembro e está lá identificada por Prof. 3).

5.2.2. A professora P2

Esta professora tinha em 2004 uma turma de 4.ª série. Inicialmente cursou o Magistério, depois fez especialização em Pré-Escola. Estava também concluindo o PEC – Formação para Docentes.

Inicialmente, trabalhava somente em Pré-Escola. Começou em uma escola particular pequena onde ficou por 12 anos. Passou em um concurso da Prefeitura em 1985, para a Educação Infantil. Deste cargo se aposentou em 2002. Em 1992 ingressou em outro cargo na Prefeitura como professora do Ensino Fundamental I.

(Esta professora participou da reunião coletiva do dia 2 de dezembro e está lá identificada por Prof. 4b).

5.2.3. A professora P3

Fez o Magistério numa escola particular, com especialização para Educação Infantil. Depois, graduou-se em Educação Artística na FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas. Também esta professora estava cursando o PEC – Formação para Docentes.

O início da docência foi na escola onde fez o Magistério, ficando em escolas particulares por 14 anos. Ingressou na escola pública municipal em 1999.

Disse que os primeiros contatos com computadores ocorreram em 1997, na última escola particular em que lecionou. Havia, nesta escola, uma orientação para os professores quanto ao uso da informática com os alunos.

(Esta professora também participou da reunião coletiva do dia 2 de dezembro e está lá identificada por Prof. 4a).

5.2.4. A professora P4

Esta é uma professora de Artes.

No início daquele ano foi acordado entre os professores que cada um deveria levar os alunos de sua respectiva turma de coordenação para o Laboratório de Informática Educativa (no caso das turmas de Ensino Fundamental II); esta professora disse que até gostaria de levar, de descobrir como trabalhar a informática com os alunos em seu componente curricular, mas dispensou esta idéia porque tem apenas 3 aulas semanais com cada turma (levar os alunos uma vez por semana a deixaria com uma aula semanalmente a menos). Disse que gostaria de saber como utilizar a tecnologia em suas aulas, como alternativa ao bom trabalho que já desenvolve nos demais espaços na escola.

Fez sua graduação em Artes na “antiga Marcelo Tupinambá”, apesar de na época almejar fazer em “uma Belas Artes”, o que não foi possível pelo alto custo financeiro.

Antes de iniciar a carreira docente, trabalhou em lojas, até concluir a sua graduação. Suas primeiras turmas foram do Ciclo Básico, na Rede Estadual, com as quais foi aprendendo a lidar com toda a dinâmica da escola. Ficou cinco anos trabalhando com crianças de 1.ª e 2.ª séries.

Durante a entrevista, a professora somente fez menção a algum curso ou oficina que tenha participado que envolvesse o uso de Tecnologias de Comunicação e Informação quando a isto houve referência na pergunta. Disse não lembrar de nenhum curso assim, a não ser um em que a professora utilizava um computador para mostrar as suas obras. Disse também que não procura cursos com esse teor e que talvez encontrasse algum.

5.2.5. A professora P5

É professora de História e Geografia e desempenha também a função de Professora Coordenadora numa escola da Rede Estadual de ensino. Sempre esteve muito presente nas discussões coletivas e manifestou interesse permanente no uso de quaisquer recursos que pudessem enriquecer o seu trabalho em sala de aula.

Sua graduação se deu em História, Bacharelado e Licenciatura Plena. Fez também um curso de Especialização em Educação e um curso de complementação pedagógica para obter o certificado de Licenciada em Pedagogia.

Começou a lecionar um ano após o término do curso. Trabalhava, inicialmente, também em uma empresa estatal, de energia elétrica, na qual teve oportunidade de trabalhar na área de pesquisa. Exercia o magistério e trabalhava como contratada nesta empresa. Disse que era muito difícil conseguir uma oportunidade na pesquisa, motivo pelo qual quis “agarrar com unhas e dentes” esta que lhe apareceu.

5.2.6. A professora P6

Esta professora, de Matemática, já foi Professora Orientadora de Informática Educativa, em uma outra escola. Fez o curso Técnico em Eletrônica, o que a levou a trabalhar na IBM durante onze anos. Quando cursou sua Licenciatura em Matemática, na USP, área pela qual já demonstrava interesse antes, foi que decidiu ser professora. Fez esta opção também porque a carreira do magistério “seria um pouco menos desgastante” quanto aos horários, ofereceria-lhe uma certa estabilidade. Na Educação, começou lecionando em curso de suplência, ainda concomitante com o trabalho técnico em eletrônica, durante seis meses. Gostou da docência e optou por esta carreira. Ministrou aulas também em um cursinho pré- vestibular como voluntária, para alunos carentes. Desvinculou-se do trabalho técnico em eletrônica e entrou de vez na Prefeitura. Entrou como Professora de Matemática, trabalhou até meados do segundo semestre e passou para o Laboratório de Informática Educativa. Ficou mais ou menos um ano e meio como POIE. O seu ingresso na Prefeitura se deu em maio de 2000.

Em agosto de 2004 defendeu a sua dissertação de mestrado, pela PUC-SP, onde apresenta uma análise da Reforma Francisco Campos no que tange às mudanças propostas e implementadas pelos professores do Ginásio da Capital do Estado de São Paulo, durante a década de 1930.

5.2.7. A professora P7

Esta professora de Português lecionou apenas na Prefeitura, iniciando sua carreira como Professora Adjunta e, depois, acessou48 o cargo de Professora Titular. Não trabalhou em outras escolas, apenas dando aulas particulares. Chegou a ministrar aulas de Inglês, entretanto, sempre gostou e trabalhou a maior parte de seu tempo na Prefeitura ministrando aulas de Português. Antes era secretária numa empresa privada. Sua formação inicial para o trabalho docente é em Letras (Inglês e Português). Depois fez Pedagogia (Administração

Escolar).

Era uma das professoras multiplicadoras quando a Prefeitura começou a implantação da informática nas escolas.

(Esta professora também participou da reunião coletiva do dia 2 de dezembro e está lá identificada por Prof. Port.).

5.2.8. A professora P8

Esta é a Professora Orientadora de Informática Educativa da escola. Formou-se em Magistério, ao nível de Ensino Médio. Depois, fez graduação em Educação Física e Pós- Graduação em Yoga. Após este curso, começou fazer alguns de informática, por conta própria, o que a levou ao interesse pela informática educativa. Encontrou no Laboratório de Informática Educativa uma maneira de trabalhar com dois elementos importantes, que ela declarou gostar: de pessoas e máquinas.

Começou sua carreira na Educação como professora de Pré-Escola, numa escola particular, onde ficou por cinco anos. Trabalhou por um ano e meio numa escola estadual, com crianças da 4.ª série. Após isto trabalhou, por uma Organização Não-Governamental (ONG), durante quase três anos atendendo meninos de rua. Em 1994 havia prestado o concurso para Professor Adjunto de Ensino Fundamental I, na Prefeitura. Foi chamada em 1997, quando já estava se desvinculando desse trabalho na ONG. Escolheu a escola onde está hoje, a qual ela ainda não conhecia, mas adquiriu muito gosto. Como é Professora Adjunta, em um certo ano teve que escolher outra escola, mas voltou como Auxiliar de Direção, função que ocupou por cinco anos e largou somente para assumir o cargo de POIE.

Hoje trabalha apenas na Prefeitura e tem um espaço de yoga em sua casa. Em 2004 estava prestes a concluir também a faculdade de Pedagogia, uma vez que tem a pretensão de tornar-se Coordenadora Pedagógica.