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CAPÍTULO III:POR DENTRO DA TEMPORADA DO AÇÚCAR

3.3. Descrição, análise dos programas e comentários dos internautas

3.3.4. Programa 4 (11/04/2016): Açúcar, só na sobremesa

a) Conteúdo (Tema) e cenário;

O quarto vídeo da temporada tem o título “Açúcar, só na sobremesa” com duração de 5 minutos e 7 segundos. Obteve 23.412 mil visualizações, 3.256 mil curtidas e 284 comentários.

O cenário é o mesmo já descrito no primeiro vídeo da temporada. Após 2 minutos e 37 segundos de execução do vídeo, os elementos industrializados dispostos na mesa são substituídos por um pote de vidro com iogurte caseiro, um saco de grãos de café, um bule de café, uma vasilha com fatias de abacaxi e um porte de aveia em flocos (Figura 85).

Figura 85: Exemplo de alimentos que não necessitam da adição de açúcar

Fonte: Print screen do vídeo “Açúcar, só na sobremesa”

Neste vídeo, Francine volta a falar sobre a importância do olhar crítico sobre o que comemos. Reforça a necessidade de evitarmos a ingestão de açúcar e dos perigos que algumas pessoas correm ao comerem certos alimentos que se dizem saudáveis quando na verdade, possuem grande quantidade de açúcar em sua composição. Além disso, dá dicas de consumo prudente e saudável do açúcar, como, evitar alimentos que possuem no primeiro componente da lista de ingredientes o açúcar; preferir consumir alimentos com açúcar apenas durante a sobremesa, não adoçar os alimentos e utilizar a mistura de iogurte com fruta para que não seja necessária a adição de açúcar no mesmo.

b) Condução dos programas (linguagem: clara, simples, didática, sofisticada, agressiva, etc.);

A linguagem deste vídeo é descontraída, simples e clara. A introdução do conteúdo é realizada com o uso de uma história vivida pela Francine na infância. A intenção é dar um exemplo de situação comum vivenciada pelas pessoas, em relação ao uso exagerado do açúcar. Após isso dá dicas com formas de consumo do açúcar. Finaliza falando sobre a necessidade dos produtos industrializados brasileiros diminuir a quantidade de açúcar na composição e também da importância de discriminarem no rótulo, a quantidade exata de açúcar presente na composição.

c) Abordagem (predomínio: política, social, econômica, científica, educativa...);

A abordagem é social, econômica, educativa e política. O assunto é introduzido por meio de uma história vivenciada pela própria autora. Relata sua experiência de ter ido comer na casa da avó de uma amiga. O “lanche” era um pão com queijo acompanhado por um copo de leite com achocolatado. Desde criança Francine não consome açúcar em excesso em sua

alimentação e por isso, na época estranhou o uso do achocolatado, que já possui açúcar em sua composição e o fato de que algumas pessoas, mesmo assim, o adoçavam com açúcar.

A história é contada, para ilustrar um hábito social alimentar comum em nossa sociedade, principalmente no campo dos alimentos infantis. Consumir açúcar em excesso, adoçar todos os alimentos e consumir alimentos ricos em açúcar em refeições como o café da manhã e lanche. Ela destaca que gosta de comer alimentos doces em momentos destinados a consumir sobremesas, porém, os problemas se encontra no momento em que as pessoas passam a consumir estes alimentos no café da manhã, por exemplo.

Muitas crianças ingerem achocolatados, barrinhas de cereal, cereais matinais, refrigerantes, biscoito recheados e salgadinhos, nos cafés da manhã e lanches escolares. São alimentos ricos em açúcar, gordura, sal, pobres em nutrientes. Na realidade são sobremesas disfarçadas pela indústria alimentícia como a máscara de alimentos saudáveis.

Francine relembra novamente a necessidade de sempre que o consumidor for comprar ou consumir um alimento industrializado, deve procurar na lista de ingredientes se o “açúcar” é o primeiro componente da lista ou se ele está presente em outra ordem. Caso esteja presente, evitar consumir ou consumi-los pensando sempre que se trata de uma sobremesa. E que é possível encontrar alternativas para estes alimentos livres de açúcar.

Próximo ao final, Francine acrescenta, que a indústria tem a possibilidade de produzir alimentos com menos açúcar ou até sem açúcar em seus produtos. Ela argumenta que em outros países, alguns alimentos consumidos lá, possuem o teor de açúcar inferior ao mesmo produtos vendidos aqui no Brasil. Frisa que os produtos brasileiros só vão adotar essa redução, apenas se todos nós consumidores, exigirmos essa mudança.

Para dar o exemplo, Francine solicita a redução de açúcar nas granolas industrializadas. Segue trecho da fala:

Francine: “Então vai aqui meu pedido. Alguém por favor, fabrique uma granola

honesta! Sem açúcar, sem mel, sem melado, sem adoçante, sem nada que adoce a granola. Sem maltodrestina, sem caramelo 4, honesta de verdade. Com preço honesto também, que não custe o olho da cara. Que ai eu viro freguesa. Enquanto isso, eu continuo fazendo a minha em casa. Obrigada. ”

Encerra o vídeo informando que no próximo será explicado o que os outros países estão fazendo para reduzir o consumo do açúcar pela população.

Neste vídeo foram utilizados os enquadramentos de filmagem em plano aberto, plano médio e fechado.

Figura 86: Mudança de enquadramento

Fonte: Print screen do vídeo “Açúcar, só na sobremesa”

O plano fechado foi usado no momento em que Francine precisou chamar atenção para um detalhe que estava sendo dito (figura 87). Este enquadramento foi utilizado quando foi explicado que devemos encarar alimentos ricos em açúcar como sobremesas.

Figura 87:Mudança de enquadramento

Fonte: Print screen do vídeo “Açúcar, só na sobremesa”

Foram utilizadas imagens de apoio retiradas do Instagram do projeto Do Campo à Mesa, por meio de print screen da timeline (figura 88 ). As imagens ilustram exemplos de alimentos saudáveis consumidos pela Francine. Ela convida o público para seguir a página caso queiram saber as preferências alimentares da autora.

Fonte: Print screen do vídeo “Açúcar, só na sobremesa”

Este vídeo, assim como os outros da Temporada do Açúcar, são finalizados com uma tela em são divulgadas as redes sociais do projeto, como foi relatado no primeiro vídeo.

e) Participação do público (Internautas);

Entre os vídeos da temporada, este foi o que mais recebeu elogios dos internautas. Muitas pessoas relataram mudanças alimentares após começar a acompanhar os vídeos do canal e devido a isso já vinham reduzindo o consumo de açúcar. Novamente foi solicitada a produção de mais vídeos sobre os tipos de açúcar e de adoçantes. Alguns internautas relataram que conseguiram abandonar o uso exagerado de açúcar, mesmo possuindo este hábito desde de criança.

f) Interação entre os internautas: Concordando um com o outro, respondendo a debates ou respondendo diretamente para a Francine.

Seguem os comentários de internautas elogiando o canal e relatando a mudança, na saúde e no paladar ao adotar uma dieta com menos açúcar.

Fonte: Print screen dos comentários do vídeo “Açúcar, só na sobremesa

A internauta “Marília Faria” elogia o canal e critica outros profissionais da mídia que não se preocupam em produzir conteúdos de qualidade para a sociedade. Sugere que a Francine comente sobre o uso exagerado do melado de cana nas receitas gastronômicas exibidas nos programas da apresentadora “Bela Gil”, já que durante a Temporada do Açucar, ficou claro que melado de cana também é enquadrado como açúcar e por isso deve ter seu consumo controlado. Francine reponde que prefere não se envolver no trabalho dela.

Figura 90: Comentários do YouTube

Outros internautas questionam a ideia de se regular o consumo de açúcar, por acreditarem que a atitude seja exagerada.

Fonte: Print screen dos comentários do vídeo “Açúcar, só na sobremesa

Franice em resposta, esclarece que é uma recomendação da OMS e cabe ao consumirdor seguí-la ou não. Acrescenta que essa mudança na dieta pode ser estranha no começo, porém o paladar se adapta aos novos sabores, opnião confirmada por outros internautas que já praticaram a retirada do açúcar da dieta, e por consequência passam à perceber melhor o sabor dos alimentos.

Fonte: Print screen dos comentários do vídeo “Açúcar, só na sobremesa