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2. OBJETIVOS

4.9. Estudo II: Programa INTerAÇÃO

4.9.2. Programa INTerAÇÃO: Ativação da Intenção

espontânea do paciente. Os agendamentos das etapas subsequentes seguiram os prazos estabelecidos no desenho do estudo e foram realizados pelos enfermeiros.

4.9.2. Programa INTerAÇÃO: Ativação da Intenção

As estratégias de ativação da intenção foram desenvolvidas pelos enfermeiros das unidades de saúde por meio de consulta de enfermagem individual com os pacientes que preparam suas refeições ou por meio de consulta de enfermagem com o paciente e seu referente social que prepara as refeições. Todas as consultas foram realizadas em ambiente privativo, que corresponde ao ambiente da consulta de enfermagem, reproduzindo o contexto da prática real dos enfermeiros.

O desenho da intervenção para o grupo intervenção foi desenvolvido com base no procedimento de coleta de dados aplicado nos estudos de Agondi et al(56) e Nunciaroni(57) e foi organizado de acordo com as etapas descritas a seguir (Figura 7). Todos os instrumentos utilizados nas etapas de coleta de dados são descritos posteriormente.

T0 ou baseline: Em T0, no momento em que o paciente foi convidado a participar da pesquisa e assinou o TCLE, foram obtidas as informações relativas à caracterização sociodemográfica e clínica, à mensuração do consumo de sal (autoavaliação do comportamento de adição de sal aos alimentos, consumo de sal

per capita, QFASó), à intenção e autoeficácia para adicionar até uma colher de chá

de sal aos alimentos e hábito de adicionar mais que uma colher de chá de sal aos alimentos durante o preparo, tanto para os pacientes do grupo intervenção como os do grupo controle. Para os pacientes que não preparam suas refeições, os instrumentos de autoavaliação do comportamento, consumo de sal per capita, autoeficácia e hábito foram direcionados ao seu referente social que cozinha. Caso o referente social não estava presente neste dia, o paciente e seu referente social foram convidados a voltar em dia subsequente, estabelecido de comum acordo, para que fosse iniciada a coleta de dados.

Em T0, os pacientes receberam um folder contendo informações sobre a importância do consumo saudável de sal e os malefícios de seu consumo excessivo.

Os pacientes e seus referentes sociais desenvolveram, ainda, em T0, os planos de ação e os planos de enfrentamento de obstáculos. As propostas de intervenção partiram do paciente e de seu referente social, podendo, caso estes não identificassem possibilidades de planejamento, serem sugeridas pelo enfermeiro com base em estudos prévios que avaliaram planos de ação e de enfrentamento de obstáculos para a redução da ingestão de sal entre pacientes com insuficiência cardíaca e HAS(56, 57).

T1: Em T1, aproximadamente 30 dias após T0, os pacientes do grupo intervenção retornaram para a realização de reforço presencial dos planejamentos propostos em T0. Tal reforço aconteceu por meio da leitura dos planejamentos realizados.

Nesta data, além de realizado o reforço, cada plano foi avaliado individualmente quanto a sua realização ou não, e os motivos de sua não realização.

No caso de sujeitos que não são os responsáveis pelo preparo dos alimentos, o referente social que o faz o acompanhou nesse encontro.

Novo contato telefônico para mais um reforço da intervenção foi realizado quinze dias após T1 para este grupo.

T2: Em T2, 60 dias após T0, os pacientes e seus referentes sociais, quando houve, retornaram para a medida final de todas as variáveis de interesse (autoavaliação do comportamento de adição de sal aos alimentos, consumo de sal per capita, QFASó, intenção e autoeficácia para adicionar até uma colher de chá de sal aos alimentos, hábito de adicionar mais que uma colher de chá de sal aos alimentos). Os questionários foram aplicados ao paciente ou ao seu referente social como descrito em T0.

Contatos telefônicos: O reforço da intervenção por contatos telefônicos com os pacientes do grupo intervenção compreenderam as seguintes questões:

• “Está conseguindo fazer o que foi planejado para diminuir o seu consumo de

sal?;

• “Está tendo dificuldade para realizar o que foi planejado para diminuir o seu

“Vamos relembrar o que foi planejado para diminuir seu consumo de sal e usar no máximo uma colher de chá de sal por dia (5g ou menos de sal) no preparo das refeições”.

Figura 7: Fluxograma da intervenção para o Programa INTerAÇÃO

4.9.2.1. A Intervenção

A intervenção do presente estudo consistiu-se na elaboração de Planos de Ação (Action Planning) e Planos de Enfrentamento de Obstáculos com suas estratégias de superação (Coping Planning) a fim de reduzir o consumo de sal de forma efetiva. Ambos os planos visam à efetivação de uma intenção positiva para a mudança do comportamento, ou seja, facilitam a visualização pelo sujeito de como ele poderia alcançar este comportamento e introduzi-lo em seu dia a dia.

Instrumentos de Intervenção

Os instrumentos que utilizados para o desenvolvimento da intervenção foram construídos e utilizados em estudos anteriores(56, 57).

Planejamento de Ação – Action Planning (Apêndice 9)(56, 57): formulário no qual foram apontados até três planos de ação sobre quando, onde e como o paciente pretende diminuir a adição de sal ao preparo dos alimentos nos próximos dois meses. O formulário instrui o sujeito a pensar sobre sua alimentação no dia a dia, nos próximos dois meses, a fim de planejar diminuir a adição de sal aos alimentos de forma clara. Também orienta que quanto mais o sujeito for preciso e realista na determinação dos seus planos e quanto mais fizer os planos por sua conta, mais chance terá de conseguir implementá-los.

Planejamento de Enfrentamento de Obstáculos – Coping Planning (Apêndice 10)

(56, 57): após o estabelecimento do planejamento de ação, foi desenvolvido o

planejamento de enfrentamento de obstáculos. Então, o sujeito de pesquisa foi orientado a preencher, com a ajuda do enfermeiro, outro formulário no qual foram apontados até três possíveis obstáculos para reduzir o consumo de sal e as respectivas estratégias para superá-los. O formulário instrui o sujeito a identificar os obstáculos ou barreiras que podem interferir no comportamento de redução do consumo de sódio e ajuda a elaborar um plano de apoio a sua superação.

Os planejamentos de ação e de enfrentamento de obstáculos foram realizados em duas vias, sendo que uma delas ficou em posse da pesquisadora e outra em posse do sujeito de pesquisa, que foi orientado a mantê-la em local visível e consultá-la sempre que dúvida, a fim de reforçar a intervenção realizada.

4.9.2.2. Debriefing

Após a finalização da fase de coleta de dados deste estudo, foi realizado o

debriefing, desenvolvido com base em Nunciaroni(57), com todos os pacientes do grupo intervenção (Apêndice 11).

Esta fase foi realizada por telefone, pela pesquisadora principal – enfermeira que não fez parte da coleta de dados junto ao paciente ao longo do seguimento, com avaliação de três grandes temas: 1. Se a intervenção foi realizada conforme o previsto no manual específico, ou seja, se foram cumpridas todas as etapas da coleta de dados e da intervenção; 2. A avaliação das experiências do paciente ao participar da intervenção com relação ao seu comportamento de consumo de sal, desenvolvimento

dos planos e a qualidade da consulta de enfermagem com a inserção da intervenção baseada em teoria e 3. A avaliação geral do folder informativo pelo paciente.