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3. A PROPRIEDADE RURAL NO BRASIL APÓS A CONSTITUIÇÃO DE 1988

3.6 DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA NA CONSTITUIÇÃO DE 1988

3.6.3 Propriedade rural na Constituição de 1988

Retornando às disposições constitucionais, o capítulo III do título referente à ordem econômica e financeira do diploma constitucional versa sobre a política agrícola e fundiária, sobre a reforma agrária, e contém as diretrizes sobre o desenvolvimento agrícola nacional e as disposições relativas ao incentivo à produção e de acesso ao crédito287.

O artigo 184 estipula a competência exclusiva da União para desapropriação por interesse social, para os fins da reforma agrária estabelecendo as balizas da prévia e justa indenização, em títulos da dívida

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BRASIL. Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993. Dispõe sobre a regulamentação dos

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BRASIL. Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o Imposto sobre a

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286 ROCHA, Sílvio Luís Ferreira. Função social da propriedade pública. São Paulo: Malheiros,

2005. p. 69.

287 ALKMIM, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. Florianópolis: Conceito Editorial, 2009. p.

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pública. Regula, na realidade, como se dará a sanção para os imóveis descumpridores de sua função social288.

Acerca da desapropriação no direito brasileiro, Celso Antônio Bandeira de Mello leciona:

[...] procedimento através do qual o Poder Público, fundado em necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, compulsoriamente despoja alguém de um bem certo, normalmente adquirindo-o para si, em caráter originário, mediante indenização prévia, justa e pagável em dinheiro, salvo no caso de certos imóveis urbanos e rurais, em que, por estarem em desacordo com a função social legalmente caracterizada para eles, a indenização far-se-á em títulos da dívida pública, resgatáveis em parcelas anuais e sucessivas, preservado seu valor real289.

Dessa forma, o administrativista, além de conceituar a desapropriação, também aponta a sanção para o descumprimento da função social.

O dispositivo seguinte trata taxativamente das terras não passíveis de desapropriação para a reforma agrária: as propriedades produtivas, bem como as pequenas e médias e que sejam as únicas propriedades de seus donos.

A questão acerca da impossibilidade objetiva de desapropriação das terras produtivas foi objeto de uma das grandes batalhas congressuais290, mas

venceu o pensamento protetor à economia segundo o qual não faz sentido o parcelamento de unidades agrárias que estão em condições de produção, revelando assim a preocupação fundamental norteadora da reforma agrária: o aumento da produtividade291. Destaca-se ainda que o parágrafo único do

mesmo artigo reitera a obrigação da propriedade produtiva de cumprir com a função social.

Já o artigo 186 foi elaborado com a finalidade de se definir o que seria a propriedade rural cumpridora de sua função determinando os requisitos para esta concretização.

288 CHIMENTI, Ricardo Cunha et al. Curso de Direito Constitucional. 7. ed. rev. e atual. até a

EC n. 64/2010. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 559.

289 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 30. ed. rev. e atual. até

a Emenda Constitucional 71, de 29.11.2012. São Paulo: Malheiros, 2013. p. 881-882.

290 BONUMÁ FILHO, Henrique R. Da política agrícola e fundiária da reforma agrária. In:

MACHADO (org.); FERRAZ, op.cit., p. 944-945.

291 BASTOS, Celso. Artigo 185. In: BASTOS, Celso; MARTINS, Ives Gandra da Silva.

Comentários à Constituição do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. v. 7. São Paulo:

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❄❅ ❇❊ ❋●❍❊ ❄ função social é cumprida quando a propriedade ❅r❅■❏ ■❇❑▲▼❑◆ ❖◗❘ r❏❇■▲❑■ ❘❑▲❇❑◆ ❖❑❙ r▲▼ ❚ ❯❅◗❇❱❅◗❚❖ ❑ ❙❅■ r❖ ▼❑ ❑❡◗❙❲▲ ❯◗■❑❖❇■❳❑ ❏❑❯◗▼❚❖❑ ❘❏❑ ◗◆■ ❚❖❖❑❙ r◗▲❇❑❖❅❑❨r◗❖◗❇❚❖❩

❬- aproveitamento racional e adequado;

❬ ❬ - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e ♣❭❪ ❫❪ ❭❴❵ ❛❜❝❢❝❣ ❪✐❝❵❣ ❥✐❪ ❦❧❪ ♠

❬ ❬❬ - observância das disposições que regulam as relações de ❧ ❭❵ ❥❵ t♥❝ ♠

❬♦ - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e ❢❝ ❫❧❭❵ ❥❵ t♥❵❢❝ ❭❪ ❫s

No entanto, ao utilizar-se de termos vagos e ambíguos, bem como de situações irrealizáveis, tal qual a de uma exploração que favoreça o bem-estar de proprietários e trabalhadores, deixou, como já afirmado anteriormente, para o Judiciário, no caso concreto, a delimitação do termo função social292.

Regulamentando a reforma agrária, além do ainda vigente Estatuto da Terra foi promulgada a lei 8.629/1993 que aborda, após alteração efetuada, por via de Medida Provisória, também a impossibilidade da desapropriação de terras produtivas que tenham sido objeto de invasão, bem como proíbe o recebimento de recursos por qualquer pessoa, entidade, organização,

✉ ✇ ①②✉ ③ ④⑤✇ ✇ ⑥ ⑦✇⑧②③ ⑨⑩ ⑨ ③ que houver de qualquer forma colaborado na invasão ⑨ ③❶ ❷✇❶ ❷②③ ⑨⑩ ⑨ ③ ⑦❸

Contestou-se a proteção dada à propriedade produtiva inserida na lei, mas o STF foi categórico em afirmar a sua constitucionalidade:

❹ ❺ ❻❼❽❽❾ ❿ ➀ ❼➁ ➁❺➂ ❺ ❽❾ ➃➄➅➆❾ ➇❾❽ ❻❾ ➈➉➃➊ ➀❾❽ ❽❾ ❻➊❺➊❽➂ ❾ ❺ ➋➁❾ ➌❼➊ ➀❺➍❼➈➀❾ ➁❺ ❻➊❾ ➈❺➃ ❼ ❺ ➇❼➎➄❺ ➇❾ ➇❾ ➊➍ ➏➌❼➃ ➁ ➄➁❺➃➂ ❺ ➄➀➊➃➊ ➐❺➅➆❾ ❺ ➋➁❾ ➋➁➊❺➇❺ ➇❾❽ ➁ ❼❻➄➁❽❾❽ ➈❺➀ ➄➁❺➊❽ ➇➊❽ ➋❾ ➈➑➌❼➊❽ ❼ ❺ ➋➁ ❼❽ ❼➁ ➌❺➅➆❾ ➇❾ ➍ ❼➊❾ ❺➍ ➒➊ ❼➈➀ ❼ ❻❾ ➈❽ ➀➊ ➀➄ ❼➍ ❼➃ ❼➍❼➈➀❾❽ ➇❼ ➁ ❼❺➃➊ ➐❺➅➆❾ ➇❺ ➉➄➈➅➆❾❽❾❻➊❺➃ ➇❺ ➋➁❾➋➁iedade. A desapropriação, ➈❼❽❽ ❼ ❻❾ ➈➀ ❼➓➀❾ – enquanto sanção constitucional imponível ao ➇❼❽ ❻➄➍➋➁➊➍❼➈➀❾ ➇❺ ➉➄➈➅➆❾ ❽❾ ❻➊❺➃ ➇❺ ➋ ➁❾ ➋➁➊ ❼➇❺ ➇❼ – reflete ➊➍➋❾ ➁ ➀❺ ➈➀ ❼ ➊ ➈❽ ➀➁ ➄➍❼➈➀❾ ➇❼❽ ➀➊ ➈❺ ➇❾ ❺ ➇❺ ➁ ❻❾ ➈❽ ❼➎➄➔ ➈❻➊❺ ❺❾❽ ❻❾➍➋➁❾➍ ➊❽❽❾❽ ❺ ❽❽ ➄➍ ➊ ➇❾❽ ➋❼➃❾ →❽ ➀❺ ➇❾ ➈❺ ❾ ➁ ➇❼➍ ❼❻❾ ➈➣➍ ➊ ❻❺ ❼ ❽❾ ❻➊❺➃↔↕➈❻➄➍ ➒ ❼➂ ❺❾ ➋➁❾ ➋➁➊ ❼➀➙➁➊❾ ➇❺ ➀ ❼➁ ➁❺➂❾ ➇❼➌❼➁ ➛➄➁ ➑➇➊ ❻❾-social ➇❼

❻➄➃ ➀➊ ➌➙-la e de explorá-la adequadamente, sob pena de ➊ ➈❻➊ ➇➊ ➁ ➈❺❽ ➇➊❽➋❾❽➊➅➜❼❽ ❻❾ ➈❽ ➀➊ ➀ ➄❻➊❾ ➈❺➊❽ ❼ ➃ ❼➝❺➊❽ ➎ ➄❼ ❽❺ ➈❻➊❾ ➈❺➍ ❾❽ ❽ ❼➈➞❾ ➁ ❼❽ ➇ ❼ ➊➍➏➌❼➊❽ ❾ ❻➊❾❽❾❽➂ ➈➆❾ ❻➄➃ ➀➊ ➌❺ ➇❾❽ ❼➟❾ ➄ ➊➍➋➁❾ ➇➄➀➊ ➌❾❽➂ ➋❾➊s só se tem por atendida a função social que ❻❾ ➈➇➊ ❻➊❾ ➈❺ ❾ ❼➓❼➁❻ ➑❻➊❾ ➇❾ ➇➊ ➁ ❼➊ ➀❾ ➇❼ ➋➁❾ ➋➁➊ ❼➇❺➇❼➂ ➎➄❺ ➈➇❾ ❾ ➀➊ ➀ ➄➃❺ ➁ ➇❾ ➇❾➍ ➑➈➊❾ ❻➄➍➋➁➊ ➁ ❺ ❾➒ ➁➊➝❺ ➅➆❾ ➠ ➡➢ ➇❼ ➉❺ ➌❾ ➁❼❻❼ ➁ ❾ ➒ ❼➍- ❼❽ ➀❺ ➁ ➇❾❽ ➎ ➄ ❼ ➈❺ ➀ ❼➁ ➁❺ ➃❺➒ ➄➀❺➍➤ ➠➥➢ ➇❼ ➍❺ ➈➀ ❼➁ ➈➑➌❼➊❽ ❽❺ ➀➊❽➉❺➀ ➏➁➊ ❾❽ ➇ ❼ ➋➁❾ ➇➄➀➊ ➌➊➇❺ ➇❼➤ ➠➦ ➢ ➇e assegurar a conservação

292 BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal anotada. 9. ed. rev. e atual. até a Emenda

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293

Como exposto pelo eminente ministro, a propriedade deve ser protegida das ilicitudes caracterizadas pela invasão.

Na sequência de dispositivos de difícil efetivação encontra-se o artigo 187:

Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:

I - os instrumentos creditícios e fiscais;

II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;

III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia; IV - a assistência técnica e extensão rural; V - o seguro agrícola;

VI - o cooperativismo;

VII - a eletrificação rural e irrigação; VIII - a habitação para o trabalhador rural.

§ 1º - Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.

§ 2º - Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.

Segundo Bulos, se “o art. 187, seus incisos e parágrafos fossem realizados, na plenitude do programa que contêm, talvez poderíamos transmudar a ficção de Zweig sobre o Brasil: país do futuro, na visão mais compensadora e otimista”294.

Os dispositivos seguintes tratam da compatibilização da destinação das terras públicas e devolutas com a reforma agrária e a política agrícola, da

ðñò SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ADI 2.213-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em óôóôõ ööõ÷ø ùû üýþ ÿ✹÷ DJ de 23/4/2004.

restrição ao comércio das terras e/ou da concessão de uso pelos seus beneficiários pelo prazo de dez anos, da possibilidade de imposição de restrições a que estrangeiros adquiram ou arrendem terras agrícolas e, por fim, sobre a usucapião pro labore, resultante da ocupação e posterior transformação do imóvel em área produtiva, pelo trabalho próprio ou da família. Dentre as disposições merecedoras de especial menção estão aquelas que estabelecem o prazo de três anos para a destinação da área à reforma agrária que deverá ser realizada em terras economicamente úteis, preferencialmente nas regiões pelos beneficiários habitada, bem como a necessária observância de requisitos para que os títulos de concessão de uso, após dez anos, sejam alterados para titulação em definitivo, seguida determinada ordem de preferência.

Tema de grande repercussão do ano de 2012 foi a promulgação da lei 12.651 instituidora do Novo Código Florestal nacional. Tal norma busca a dar efetividade ao desenvolvimento sustentável, considerando, como um de seus princípios, a “reafirmação da função estratégica da atividade agropecuária”.

Os interesses por vezes antagônicos entre proteção e preservação ambiental são resolvidos em favor da última, impondo inclusive obrigações derivadas de ocorrências lícitas realizadas sob a proteção de legislação anterior. Neste aspecto é de realce a obrigação de reflorestamento de margem de rios e de outras áreas de reserva legal.