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3.4.1 Considerações ini iais

A madeira, omo elemento vivo queé, apresenta, em geral, propriedades físi as e me âni as

om um grau de variabilidade elevado, omumente superior a outros materiais. Esta par-

e ambientais a que está sujeita. Assim sendo, no estudo do omportamento da madeira, é

forçoso ompreenderassuaspropriedades,querfísi asquerme âni as,eaindaarelaçãoentre

asmesmas.

Para além da anisotropia, a higrospi idade é outro dos fa tores que mais afe ta as pro-

priedadesdamadeira, estando,por isso,estesdois aspe tospresentesemprati amentetodas

as ara terísti as da madeira (Natterer et al., 2004). Destemodo,para obter o melhor fun-

ionamento da madeira é onveniente que os esforços paralelos às bras estejam sujeitos a

ondiçõesde humidade onstantes.

Na se ção seguinte apenas são desenvolvidos os on eitos de teor de água, de massa

volúmi a e de densidade, visto julgar-se que esta matéria não está in luída no âmbito do

presentetrabalho.

3.4.2 Propriedades físi as

Teorde água

Oteordeágua,ouhumidade,éumdosparâmetrosfísi osqueassumegrandeimportân ia

nadurabilidade damadeira omo materialestrutural, dado que, relativamente aosparâmet-

ros des ritos anteriormente, é o úni o passível de ser devidamente ontrolado por pro essos

onhe idos.

Entende-se por teor de água,

W

, o valor per entual do peso de água da amostra em relação ao peso se o da mesma, após se agem em estufa a uma temperatura de referên ia,

traduzindo-senaseguinteequação:

W =

mh− ms

ms

× 100 [%]

(3.1)

onde

mh

orrespondeàmassadoprovetehúmidoe

ms

àmassadoprovetese o. Dea ordo om espe i ações, oteor de água padrão, para o qual sãoapuradas aspropriedades da madeira,

é onven ionalmentedenido omosendo

W = 12%

(Nattereret al., 2004). Massavolúmi a e densidade

A massavolúmi a é,seguramente, o ritério maisimportanteda ara terização físi ada

madeira, uma vez que esta propriedade tem uma forte ligação às propriedades elásti as e

me âni asdamadeira. Por estarazão, nasnormasde lassi açãodasmadeiras,as ondições

a umprirestão rela ionadas omamassavolúmi a.

Posto isto,dea ordo oma orrente literatura, amassavolúmi ada madeira,

ρW

,estab- ele ea relaçãoentre asuamassa,

mw

,e ovolume orrespondente,

Vw

,atendendoque ambas asgrandezas sãomedidasparao mesmoteorde água (Natterer etal., 2004):

ρw=

mw

Vw

[kg/m3]

(3.2)

Para efeitos de proje tos de estruturas de madeira, as normas impõem que a massa

volúmi a de referên ia orresponde à massa volúmi a determinada para um teor de água

de

12%

, sendo geralmente expressa em

kg/m

3

. Além deste parâmetro, existe ainda outro

apelidado de densidade, que orresponde à relação entre a massa volúmi a da madeira e a

massavolúmi ada água,tratando-se por issodeumvaloradimensional.

3.4.3 Propriedades me âni as

De orrente da anisotropia, a madeira apresenta diferentes propriedades me âni as segundo

três dire ções nomeadamente, longitudinal, radial e tangen ial. Contudo, uma vez que as

diferençasdepropriedadesentreadire çãoradiale tangen ial, apesardeexpressivasentresi,

sãobastantediferentes daspropriedades nadire çãolongitudinal (paralelaàsbras),opta-se

por estudar apenas as propriedades segundo a dire ção paralela e a dire ção perpendi ular

à bra. Deste modo, as prin ipais propriedades me âni as da madeira são, sumariamente,

ara terizadasde seguida.

Tra ção

A madeira possui umaelevada resistên ia à tra ção segundo a dire ção paralela à bra,

podendo, em aso de ausên ia de defeitos, atingir valores superiores aos obtidos na exão

(Carvalho, 2007). Os resultados provenientes do usual ensaio à tra ção (ver Figura 3.2)

mostramumarelaçãoprati amentelineardatensão-deformação de umapeçade madeiraaté

atingirarotura, advertindo-se, assim,umarotura frágilno momento da rotura.

Figura3.2: Relação tensão-deformação damadeiraparaa situaçãode (a)tra ção e(b) om-

pressão.

Aresistên ia da madeiraàtra ção nadire ção perpendi ularà bra émuitoinferior fa e

à tra ção segundo a dire ção paralela, evitando-se, por isso, a onsideração deste tipo de

tensões aquando do estudo do omportamento da estrutura de madeira. Esta ara terísti a

Compressão

Na dire ção paralela à bra, a resistên ia da madeira à ompressão é elevada, ontudo é

inferiorquando omparada omaresistên iaàexão. Nestasituação,aroturapor ompressão

ébastantemaisdú tilquea rotura por tra ção, onforme se ilustrana Figura3.2.

A resistên ia à ompressão na dire ção perpendi ular à bra é, tal omo todas as pro-

priedadestransversais,muitoinferior à orrespondente nadire ção paralela. A mesmagura

mostra, uma vez mais, a relação tensão-deformação da madeira, entendendo-se que numa

fase ini ial este material apresenta um omportamento linear, ontudo a rotura o orre por

plasti ação(Carvalho, 2007).

Flexão

A resistên ia àexão é,neste trabalho e,provavelmente, num modogeral, apropriedade

damadeira om maiorimportân ia, vistoser otipode esforço aque aviga-tipo estásujeita.

Estapropriedadesurgenasnormasde lassi açãodamadeiraparaestruturas omoreferên ia

para a atribuição das lasses de resistên ia da madeira, sendo as restantes propriedades de

resistên ia,nadire çãoparalelaao o, al uladasemfunçãodaresistên iaàexão. Comofoi

dito anteriormente, a madeira ofere e uma boa resistên ia à exão quando omparada om

outrosmateriais estruturais, espe ialmentefa eà suadensidade (Carvalho, 2007).

Corte

Aresistên ia damadeiraao orteé bastantebaixa nasduasdire ções(paralela eperpen-

di ularaoo). Aroturasegundoadire çãodasbrasdamadeiratraduz-senumdeslizamento

entre as mesmas, resultando num es orregamento que pode o orrer na dire ção paralela ou

perpendi ular àsbras. Ao passoque, arotura por plasti açãosegundo a dire çãoperpen-

di ularàsbraso orre quandoa peçade madeiraé submetida a esforçostransversais ao o.

Contudo, este último tipo de rotura não é muito habitual na medida em que, geralmente,

antes deseatingir arotura por orteo orre oesmagamento perpendi ular(Carvalho, 2007).

Comoédeseprever, aresistên iaao ortevaria onsideravelmenteempeçasdemadeira om

defeitos omo, por exemplo,fendas essuras.

Todas estas propriedades me âni as estão denidas na norma Europeia, por equações

determinadasexperimentalmente.