5.5 A valiação do problema mediante análise probabilísti a
5.5.5 A valiação da segurança estrutural
Autilização de umaabordagem probabilísti a, baseada nasmetodologias des ritas no Capí-
tulo 2, impli a que a ondição de segurança seja denida em termos de probabilidades de
o orrên ia, ao invésda utilizaçãodosvalores ara terísti os e de ál ulo.
Assim, nesta se ção, denem-se as a ções a tuantes na madre,
S
, omo a soma das var- iáveisaleatórias orrespondentesàsa ções permanentes eà a çãovariável, de a ordo omosvaloresmédios eosdesvios padrãoapresentados noQuadro 5.6, expressa daseguinteforma:
S =XN (g) +XN (q) ⇔ S = (b × h) × N(γ) + linf
× N(RCP ) + linf
× N(s)
(5.8)onde
b
eh
orrespondemàsdimensõesdase çãotransversaldamadredeterminadasnaSe ção 5.4,linf
àlarguradeinuên iadasa çõeseN (γ)
,N (RCP )
eN (s)
sãoasvariáveisaleatórias querepresentam opesopróprio,asRCPe aneve,respe tivamente.A apa idade resistente,
R
,é denida,ex lusivamente,pelavariávelaleatóriada resistên- iaàexão,de a ordo omaseguinte equação:R = (kh× kmod) × N(f m)
(5.9)onde
kmod
ekh
orrespondem ao fa tor de modi ação da resistên ia e ao fa tor de forma, respe tivamente eN (f m)
à variávelaleatória da tensão resistente.Cumprindoa dis retizaçãoes olhidaparaaanáliseprobabilísti a(verSe ção5.5.2), para
adasimulaçãooprogramaforne eumvaloraleatóriodaa çãoa tuante
S
(que ontemplaas a çõespermanentes - peso próprio e RCP - e a a ção variável - neve) e 16 valores aleatóriosasso iadosàtensãoresistenteàexão
R
, orrespondendodoisvalorespor adaelementonito.Opro essodedeterminaçãodosesforçosa tuantes,
MS
,éanálogoaodes ritonoCapítulo 4, sendo que presentemente a a ção exterior,S
, assume o referido valor aleatório de ada simulação. Osesforçosresistentes,MR
,sãodeterminadosmediantea equação (5.5).Nesta fase do trabalho, a avaliação da segurança estrutural é tratada de a ordo om os
on eitos de probabilidade de falha e dos prin ípios de abilidade, des ritos no Capítulo 2.
Assim,o prin ipal obje tivo desta se ção éobter uma função estado limite, dentro dospres-
supostosapresentadosao longodeste apítulo, paraposterioranálisedaabilidadeestrutural
Probabilidade de falha
A probabilidade deo orrên ia doestado limite, éexpressa pela seguinte inequação:
P (MR− MS≤ 0) ≤ pf
(5.10)onde
MR
traduzosmomentos resistentesda madreeMS
osmomentos a tuantes damesma, denidas pelas variáveis aleatórias des ritas anteriormente,P
é a função de probabilidade epf
é a probabilidade admissível para violar o estado limite (vulgarmente designada por probabilidade defalha).A probabilidade defalha éestimada por:
pf
=
nf
N
(5.11)onde
N
orrespondeaonúmerodesimulaçõesadmitidas,quenopresenteestudo são10
6
e
nf
dizrespeito aonúmero de simulaçõesonde o programa onstatouhaver falhada madre.Onúmerodesimulaçõesédeterminantenaobtençãoderesultadosdedignos. NoCapítulo
2 são expostos alguns, ontudo na fase de programação apenas se admitiu a abordagem
men ionadaporShooman(1968),o qual dene oerro admissível pelaseguinteequação:
erro(%) = 200 ×
s
1 − pf
N × pf
(5.12)
Caso o errode probabilidade defalha sejainferior a
5%
, julga-seque o modeloes olhido éumbommodelo, podendo-se prosseguir omumaanálisedoíndi edeabilidade damadre.Índi ede abilidade
O índi e de abilidade, que traduz a avaliação da segurança para o aso em estudo, é
determinado pelainversa da distribuiçãoNormal reduzida,
Φ(.)
,da probabilidade de falha:β = −Φ−1(pf)
(5.13)Comojáfoireferido,oprogramatemalimitaçãode
8 × 10
5
i losde ál ulo, númeroeste
que serevelou insu iente, quando o índi e de abilidade é alto, para atingir as
400
falhas. Para os asos em que tal a onte eu, a probabilidade de falha passou a ser dada, em funçãodoíndi e de abilidade,
β
,por:p∗f
=
√1
2π
× exp(−
β2
Avaliação da segurança dos modelos estruturais
No Quadro 5.7 são expostos a probabilidade de falha e o índi e de abilidade para os
dois modelos estruturais para
10
6
i los. De a ordo om estes resultados ofere idos pelo
programadesenvolvido, paraasmesmas ondições de soli itações, o modeloestrutural queé
maispropí ioào orrên ia defalha orresponde àmadre ontínua.
Quadro5.7: Veri açãodasegurança obtidapeloprograma paraosdoismodelosestruturais.
Modeloestrutural Probabilidade de falha,
pf
Índi ede abilidade,β
Madre ontínua 1,1
×10
−5
4,34
Madresimplesmente apoiada 2
×10
−6
4,61
Note-sequeosvaloresdaprobabilidade de falha,apresentados noQuadro 5.7,não ara -
terizamne essariamente onúmero defalhasreaisparaestruturas idênti asaosmodelosanal-
isados,dado queno ál ulonão foram abordados alguns fenómenosfundamentais, nomeada-
mente erros humanos que a onte em nas várias fases da vida da estrutura, os quais são
extraordinariamente difí eis dequanti ar probabilisti amente.
Quando omparados os índi es de abilidade apresentados nos regulamentos, anterior-
mentereferidos(Euro ódigo0eJCSS),adverte-sequeoEuro ódigo0apresenta valoresmais
onservativos,namaioriaumvaloramais, omparativamenteaoJCSS. Destemodo,preferiu-
seapenas examinar se osíndi es de abilidade obtidos são superiores aosmínimos impostos
peloEuro ódigo0, paraosEstadosLimites Últimos.
Na denição da lasse de abilidade, para a estrutura em ausa optou-se por CC2, dado
que a mesma trata de um edifí io públi o om onsequên ias de olapso médias em termos
de perdas de vidas humanas e de onsequên ias e onómi as e ambientais medianamente im-
portantes. Como apresentado na Se ção 2.5.3, o valor mínimo admitido para o índi e de
abilidadeé de
4, 7
,visto que osvaloresaleatórios do presente trabalho orrespondem a um períodode referên ia de1
ano (verQuadro 5.8).Quadro5.8: Valoresmínimosre omendadospara oíndi e deabilidade,
β
,paraELU(adap- tadode CEN, 2001).Classede abilidade Período de referên ia de1 ano Período de referên iade 50 anos
CC3 5,2 4,3
CC2 4,7 3,8
CC1 4,2 3,3
Perante osvaloresexpostos no Quadro 5.7fa e ao valor mínimo admissívelparao índi e
de abilidade da estrutura em ausa, julga-se que os valores são razoáveis, onrmando-se,
O sistema estrutural do tipo simplesmente apoiado, geralmente, é mais dispendioso que
o sistema estrutural ontínuo, em termos de material de onstrução, para uma mesma ex-
tensão. Esta onstatação deve-se ao fa to do primeiro sistema estrutural prestar momentos
ameio vão expressivamentesuperiores quando omparados om osmomentos dos apoios do
segundosistemaestrutural,destaformaéne essárioumamaiorse çãotransversalnosistema
estruturaldotiposimplesmente apoiado. Contudo,osistemaestruturaldotiposimplesmente
apoiado é maisfá il de transportar doque o sistemaestrutural do tipo ontínuo, na medida
Análise do Colapso Progressivo
Apli ado ao Problema do Capítulo 5
Lista de símbolos
Letras maiús ulas latinas
C
ustoCDir
usto dire toCInd
ustoindire toC
matriz de orrelação relativa àhipótese de orrelaçãoes olhidaE
eventoE [X]
valormédio da variávelaleatóriaX
H.C.i
hipótese de orrelaçãoi
da variável aleatóriafm
H.F.i
hipótese de falhai
N
número total desimulaçõesR
ris oRi
ris odo enário de olapsoi
RCP
Restantes CargasPermanentesSi
se çãoi
onde o orre falhaST D [X]
desviopadrãoda variável aleatóriaX
XC
onjunto de variáveisX
orrela ionadasXT
Letras minús ulas latinas
fm
tensão resistenteà exãofmk
valor ara terísti oda tensãoresistenteà exãokh
fa tor deformakmod
fa torde modi ação da resistên iali
omprimento olapsadonf
número total defalhaspf
probabilidade de falhas
a çãoda neveLetras gregas
β
índi ede abilidadeγ
peso volúmi oda madeiralamelada oladaµf m
média datensão resistenteσf m
desvio padrãodatensão resistente6.1 Enquadramento
O obje tivo deste trabalho é a análise da segurança de madres de madeira em situações
a identais,não onsideradasnodimensionamento. Destemodo,opresente apítulotem omo
nalidade o estudo do omportamento da madre tratada no Capítulo 5, numa perspe tiva
probabilísti a, aquando da existên ia de imperfeições ou falhas lo alizadas. Estes defeitos e
falhaslo alizadas foram modelados por remoção deapoios estruturaisda referidamadre.
A análise é realizada onsiderando os ritérios de resistên ia des ritos no Euro ódigo 5
(CEN,2003b), utilizados noCapítulo 5, omo obje tivo de obter umafunção estado limite,
paraposterior análiseda abilidadeestrutural. Todo otratamento dedadosestá assenteem
on eitosdeprobabilidadedefalhaedosprin ípiosdaabilidadeestrutural, apresentadosno
Capítulo2.
Dadoqueamadreaanalisar orrespondeàdes ritanoCapítulo 5,asa çõespermanentes
evariável assumem osvaloresapresentados nosQuadro 5.1e Quadro5.2, respe tivamente.
Emrelaçãoàresistên iaestrutural,estasofrealteraçãonamedidaemquese onsideraque,
aquando da o orrên ia de uma falha, a duração da a ção da neve é instantânea resultando,
porisso,numaumentodovalorde
kmod
para1, 10
. Todososrestantesparâmetrosasso iados àresistên ia estrutural foram onsiderados omoo des ritono Capítulo 5.Para o presente estudo, re orreu-se, uma vez mais, ao programa de ál ulo desenvolvido
simulação deMonteCarloparao ál ulodaabilidade estrutural dasestruturasdani adas,
apli andosu essivasanáliseselásti as lineares.
A Figura 6.1 relembra os modelos estruturais utilizados no apítulo ante edente, visto
estes serem utilizados no estudo do olapso progressivo, que será tratado neste apítulo do
trabalho.
Figura6.1: Modelos da madreparaassituações(a) ontínua e (b)simplesmenteapoiada.