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MÃES PREMATURAS BEBÉS PRÉ-TERMO

PUBLICAÇÃO FACTORES IDENTIFICADOS

Cloherty (1985, cit. Paul, 1992)

pobreza, raça negra, má nutrição, idade materna inferior a 16 anos ou superior a 35,5 anos, maior actividade materna, tabagismo, doença aguda ou crónica da mãe, gestação múltipla, polihidramios, partos prematuros anteriores, gravidezes muito seguidas, incompatibilidade cérvica, malformações uterinas, trauma uterino, perda de sangue vaginal devido a placenta prévia ou abrupta, ruptura prematura de membranas, condições fetais e, ainda, avaliação incorrecta da idade de gestação Bóer, Smit, & van Huis

(1994) prematuro èfeítõs dos hábitos tabágícõs para õ pãrtõ Kretef^. & Sóuíè (1995);

Rosenblatt (1997) Kreisler&Soulé(1985) O'Brien, Soliday &

McCIuskey-Fawcet (1995)

técnicas de reprodução assistida Kretef^. & Sóuíè (1995);

Rosenblatt (1997) Kreisler&Soulé(1985) O'Brien, Soliday &

McCIuskey-Fawcet (1995)

tentativa de interrupção voluntária da gravidez Kretef^. & Sóuíè (1995);

Rosenblatt (1997) Kreisler&Soulé(1985) O'Brien, Soliday &

McCIuskey-Fawcet (1995)

^ _ _ _ _ . p - g g - pfëvënir ò parto prematuro: 1) participação antecipada e seguimento de

programas pré-natais; 2) renúncia à utilização de substâncias aditivas, como o tabaco, o álcool e droga e 3) manutenção de uma dieta saudável. Mammelle(1986) categorias pTõTisslõnais; cirga horária ë a quantidade de fontes de cansaço profissional Goldberg & DiVitto ( 1995)

Newton & Hunt (1984, cit. Seabra, 1993)

Adler&Heyes(1990)

mães jovens, oriundas de famílias de recursos limitados, tendo tido fracos cuidados pré-natais e sujeitas ao stress resultante da pobreza

Goldberg & DiVitto ( 1995) Newton & Hunt (1984, cit. Seabra, 1993)

Adler&Heyes(1990)

acontecimentos de vida importantes no último trimestre da gravidez

Goldberg & DiVitto ( 1995) Newton & Hunt (1984, cit. Seabra, 1993)

Adler&Heyes(1990) acontecimentos de vida traumáticos durante a a/avidez Rosenblat(1997) semanas de gestação Incidência de stress materno por volta dás 30

Pelo exposto, afigura-se claro que, atenta a sua complexidade e pluralidade, a prematuridade revela-se como um terreno desejável para a investigação médica, psicológica, social e educacional. Esta constatação confirma a natureza transdisciplinar do fenómeno do nascimento pré-termo. A complexidade dos processos que advêm destes nascimentos para os próprios, para os pais, para as famílias e para a sociedade, justifica, por si só, a manutenção de esforços perseverantes no sentido da prevenção dos processos desencadeantes da prematuridade.

Resumidamente, e de acordo com Goldberg & DiVitto (1995), pode afirmar-se que as diferentes abordagens centradas nas consequências da prematuridade, não diferem, de um modo geral, entre si. De facto, em todas se assume que o prematuro e as circunstâncias em redor do seu nascimento confrontam os pais com desafios únicos. Nelas se acorda que a relação mãe-prematuro apresenta, inicialmente, uma maior vulnerabilidade e dificuldades, divergindo, apenas, sobre os factores que estão na génese dessas dificuldades. Por exemplo, enquanto que algumas teorias mais centradas na vinculação apelam aos efeitos que emanam da separação inicial, as teorias de interacção social valorizam as limitações dos recém-nascidos per se. Por outro lado, as teorias ditas de cariz mais relacional, enfatizam a capacidade dos pais para estabelecerem uma relação sincronizada e harmoniosa com o filho.

Cabe salientar que a teorização em torno da "psicologia da prematuridade" não se tem desenvolvido alheada dos desenvolvimentos epistemológicos da Psicologia em geral. A emergência do paradigma integracionista imprimiu, também nesta área científica, a valorização dos aspectos dinâmicos do desenvolvimento. Tal paradigma postula que nenhum aspecto singular exercitará a sua influência sobre determinado período de desenvolvimento sem que, consequentemente, seja também influenciado por essa mesma etapa do desenvolvimento. Neste contexto, as teorizações atrás enunciadas enfatizam diferentes aspectos de um

Personalidade da Mãe Prematura

processo contínuo. Na verdade, se é certo considerar que as teorizações da psicologia da prematuridade têm ido beber à fonte dos quadros conceptuais da psicologia, é igualmente correcto inferir que a psicologia científica, nomeadamente a psicologia da relação, tem ido beber à fonte da prematuridade. Desta forma, o fenómeno do parto prematuro tem sido reconhecido como uma experiência natural no estudo das relações mãe- criança e pais-criança, facultando condições reais que, se se tratassem de condições experimentalmente manipuladas, jamais seriam admissíveis do ponto de vista ético e deontológico (Botelho & Leal, 2001).

Procurou-se ao longo deste capítulo, dar a conhecer a evolução histórica da prematuridade: analisaram-se os conceitos, as teorias, a expressão epidemiológica, os factores etiológicos, os processos de vinculação, enfim, todo um conjunto de dados bibliográficos que permitiram caracterizar a realidade deste acontecimento de vida. Encerra-se a actual exposição lançando algumas pistas que indicam o caminho a traçar na investigação em prematuridade. O futuro da investigação sobre a prematuridade, o futuro da prematuridade, deverá contemplar algumas destas temáticas: 1) o desenvolvimento e implementação de uma definição de prematuridade universalmente aceite, sob pena de se perpetuar a dificuldade de generalização ou comparação de dados entre amostras; 2) o mapeamento das variáveis biológicas, psicológicas e sociológicas envolvidas na génese do parto prematuro de acordo com uma matriz holística; 3) programas psico-profiláticos destinados às grávidas, mães e pais que facultem informação objectiva sobre a criança prematura e a desmistificação do estereótipo da prematuridade; 4) investigações destinadas à compreensão das dinâmicas relacionais (prematuro-mãe; prematuro-pai e prematuro-pais) após a primeira infância e, por último, 5) avaliações de adolescentes e adultos nascidos prematuramente, no intuito de identificar se permanecem características reveladoras do seu nascimento ante-termo.

Enquadradas as vivências da mulher, na gravidez, parto e maternidade (Capítulo I), a realidade singular da díade mãe prematura - criança pré- termo (actual capítulo), há que desbravar a estrutura personológica que imprime a estas vivências uma marca indelével de idiossincrasia (Capítulo III).