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QUADRO B1.4:PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS PERFIS DE ALTERAÇÃO DE GRANITÓIDES DA ÁREA DE GUIMARÃES

- F O L H A 9 - B D A C A R T A G E O L Ó G I C A DE P O R T U G A L - G R A U D E A L T E R A Ç Ã O G R A N I T O D E L U S T O S A / R EG I L D E G R A N O D I O R IT O D E F EL G UE I R A S G R A N I T O D E G U I M A R Ã E S B U R G Ã E S / S E L H O / A R Õ E S G R A N I T O D E R S ( r o c h a s ã ) + B o l a s g r a n í t i c a s + C ô r c i n z e n t a a z u l a d a + M u i t o d u r o , d i f í c i l d e p a r t i r c o m o m a r t e l o + Q u a r t z o c o m b r i l h o v í t r i o + B i o t i t e + M u i t o f r a c t u r a d o + C ô r c i n z e n t a b a s t a n t e e s c u r a + M u i t o r e s i s t e n t e + B o l a s g r a n í t i c a s + B o l a s g r a n í t i c a s + C ô r c i n z e n t a + R o c h a s ã m u i t o d u r a , d i f í c i l d e p a r t i r c o m o m a r t e l o R A C ( R o c h a a l t e r a d a c o m p a c t a ) R P A ( R o c h a p o u c o a l t e r a d a ) + C o l o r a ç ã o c o m t o n s a m a r e l o s . + M a n t o d e a l t e r a ç ã o p o u c o a l t e r a d o . + F r a c t u r a ç ã o v e r t i c a l . . . . R A ( R o c h a a l t e r a d a ) + D i f í c i l d e d e s a g r a g a r R P A ( R o c h a p o u c o a l t e r a d a ) + C a p a s d e a l t e r a ç ã o r e s i s t e n t e s + P a r t e m c o m o m a r t e l o + C ô r c i n z e n t a f o r t e + P r e s e n ç a d e ó x i d o s d e f e r r o a o l o n g o d o s p l a n o s d a s d i á c l a s e s . . . R A ( R o c h a a l t e r a d a ) + C e d e à p r e s s ã o d a s m ã o s + T o m c a s t a n h o c o m a i m p r e g n a ç ã o d e ó x i d o s d e f e r r o + A u r é o l a s e m t o r n o d a s b i o t i t e s + F e l d s p a t o s m a n c h a d o s , b a ç o s e q u e b r a d i ç o s + P o r v e z e s , h á i n t e r c a l a ç ã o d e c a p a s r e s i s t e n t e s R P A ( R o c h a p o u c o a l t e r a d a ) + C o n s e r v a t o n s d e c i n z a + L i g e i r a m e n t e a m a r e l a d o p o r ó x i d o s d e f e r r o + D i f i c i l m e n t e p a r t e c o m o m a r t e l o . . . R A ( R o c h a a l t e r a d a ) + T o n s c a s t a n h o s + P a r t e - s e f a c i l m e n t e c o m a s m ã o s + F e l d s p a t o s e s b o r o a m - s e f á c i l m e n t e e a s b i o t i t e s n ã o t ê m b r i l h o R P A ( R o c h a p o u c o a l t e r a d a ) + C a p a r e s i s t e n t e f i n a + P a r t e - s e c o m a l g u m a f a c i l i d a d e c o m o m a r t e l o + F r a c a a l t e r a ç ã o + P r e s e n ç a d e ó x i d o s d e f e r r o . . . R A ( R o c h a a l t e r a d a ) + P a r t e - s e c o m a m ã o + T o n s c a s t a n h o - a m a r e l a d o + F e l d s p a t o s p a r t e m f a c i l m e n t e + M e g a c r i s t a i s e s p a r s o s A E C ( A r e n a s d e E s t r u t u r a C o n s e r v a d a ) e A ( A r e n a s ) A E C ( A r e n a s d e E s t r u t u r a C o n s e r v a d a ) e A ( A r e n a s ) + F i n a c a m a d a n o t o p o d o p e r f i l . + P r e s e n ç a a o l o n g o d a s f r a c t u r a s e m g r a n d e s q u a n t i d a d e s . . + C ô r b r a n c a - a m a r e l a d a + M a s s a r o c h o s a m f a s e d e d e c o m p o s i ç ã o a v a n ç a d a + D e s a g r e g a - s e s o b p r e s s ã o d o s d e d o s + N ã o s e i d e n t i f i c a m o s t r a ç o s d a a l t e r a ç ã o i n i c i a l + P r e s e n ç a d o s g r ã o s d e q u a r t z o + F e l d s p a t o s e s b o r o a m - s e c o m f a c i l i d a d e + B i o t i t e q u a s e d e s a p a r e c e e t e m a s p e c t o d e s c o r a d o + M a t e r i a l d e c o m p o s t o g r o s s e i r o + C ô r b r a n c a - a m a r e l a d a + E s t r u t u r a c o n s e r v a d a + C o n s e r v a ç ã o d o s m e g a c r i s t a i s d e f e l d s p a t o + F i l õ e s d e a p l i t o p e r f e i t a m e n t e c o n s e r v a d o s e f r a c t u r a d o s + M e g a c r i s t a i s d e f e l d s p a t o + E n c r a v e s d e r o c h a s m e t a s e d i m e n t a r e s + A r e n a c o m e s t r u t u r a c o n s e r v a d a + G r a n d e q u a n t i d a d e d e a r g i l a n a p a r t e s u p e r i o r d o p e r f i l + A r e i a s d e q u a r t z o s + A r e n i z a ç ã o d o s f e l d s p a t o s S O L O S + H o r i z o n t e A + T r a n s i ç ã o b r u s c a e n t r e s o l o s e a l t e r a ç õ e s g r a n í t i c a s + H o r i z o n t e A + T r a n s i ç ã o b r u s c a e n t r e s o l o s e a l t e r a ç õ e s g r a n í t i c a s + P a s s a g e m p r o g r e s s i v a d a s a r e n a s d e e s t r u t u r a c o n s e r v a d a a u m a m a s s a c o m t e o r m a i s e l e v a d o d e a r g i l a

A lei tura das características dos perfis não v ai ser feita neste texto, já que, para tal basta ler o quadro B1.4. A nossa preocupação consi ste em salientar as diferenças entre os diversos perfis.

Do conjunto dos perfis estudados, no que se refere à lei tura macroscópica, quase todos apresentam uma ev olução marcada em vários nívei s, desde rocha sã, rocha pouco alterada ou também designada por rocha compacta pouco alterada, arena de estrutura conserv ada e arena granítica onde não é possív el encontrar qualquer elemento estrutural da rocha-mãe.

Quer no que se refere à cor, resistênci a ao impacto do martelo, estado de conservação dos minerais que compõem cada faixa de alteração, presença de óxidos de ferro, descoloração das bi otites e resi stência dos feldspatos potássi cos e plagióclases, a descrição dos v ários perfis apresenta semelhanças muito apreci áv eis, mesmo sabendo que resultam de ti po de grani tóides diferentes. É, porv entura, ao nív el da composição química e mineralógica que se poderão desenv olv er algumas diferenças entre diversos ti po de mantos de alteração. No entanto, a haver tal diferenci ação, ela poderá resultar da influência directa da composição químico-mineralógica da rocha mãe, que , como foi visto, não exerce influênci a uniforme ao longo de todo o afloramento.

Conforme discutido ao longo deste texto, não se pode estabelecer uma distinção directa e clara entre os diversos ti po de grani tóides com base na composição químico-mineralógica. Nesse caso, a di ferenci ação entre mantos de alteração baseada nas v árias composições químico-mineralógicas herdadas directamente da rocha mãe, não parece cri tério sólido para promover uma

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cartografia das formações superficiais resultantes da alteração dos vários grani tóides.

No quadro B1.4 é fei ta a comparação dos diversos ti pos de alterações estudados por A . Braga (1988) e L. Soares (1992), consti tuídos a expensas de grani tóides que afloram nas áreas de estudo do nosso trabalho. Este quadro faz- nos a apresentação das características macroscópicas dos vários perfis, considerando quatro fases de alteração desde a rocha sã (RS) até ao solo (S):

1 - rocha alterada compacta (RAC) ou rocha pouco alterada (RPA ), 2 - rocha alterada (RA),

3 - arena de estrutura conservada (A EC), 4 - arena (A ).

No que se refere à rocha sã há ligeiras diferenças na classificação das rochas, sendo que A . Braga (1988) se refere aos grani tos como tendo cor azulada e L. Soares (1992) refere-se aos vários granitóides como tendo cor cinzenta, mai s ou menos escura ou azulada. No geral, são rochas mui to duras e difíceis de parti r com o martelo, apresentando fracturas de arestas vivas. Quanto aos feldspatos, apresentam aspecto fresco e são brancos.

Quanto à rocha alterada compacta ela encontra-se geralmente nas capas de alteração que env olvem núcleos de grani to são. Em todas elas a resistênci a ai nda é importante, embora fácil de parti r com o martelo. A semelhança entre os diversos mantos de alteração mantém-se quando centramos a nossa atenção na análise dos feldspatos (duros e com brilho nas superfícies de clivagem), na presença de óxidos de ferro (traduzida pela coloração

castanha/amarelada parti cularmente próximo de fracturas ou diáclases) ou ai nda no grau de alteração.

Nos perfis de Cimo de Vila (Granodiorito de Felgueiras) Nogueira (Grani to de Guimarães) e Ri beira (Grani to de Burgães) faz-se a distinção entre rocha pouco alterada e rocha alterada. Nestes perfis, a característica da resistênci a mantém-se sempre idênti ca, ou seja, fácil de partir com o martelo, as bi otites perdem a coloração (em geral apresentam um tom castanho claro), e os feldspatos partem facilmente. As passagens destas fases de alteração para as arenas são bruscas e i rregulares. A percentagem de megacristais e micas, sobretudo de bioti te, depende em larga medida da composição mineralógica da rocha mãe. No caso dos mantos de alteração resultantes do granito de Lustosa/Regilde, o contraste entre rocha pouco alterada e arenas graníti cas é muito brusco e sem o nível intermédio designado de rocha alterada.

Também no que diz respei to às arenas, a semelhança entre os diversos perfis é importante sobretudo quando se faz uma análise macroscópica. As grandes diferenças advêm do conjunto de características herdadas da rocha mãe. A s características da textura de uma arena dependem directamente da textura da rocha que a originou.

Sendo o quartzo o mineral de melhor conserv ação, é o que maior influência tem na textura das arenas graníti cas. É i nteressante perceber que o feldspato potássi co consti tui um elemento importante, sobretudo se ocorre em fenocristais (L. Soares, 1992).

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plagióclases e micas, sendo que, por vezes, se refere que a bi oti te quase desaparece (Granodiori to de Felgueiras). De salientar, ai nda, que nas arenas graníticas resultantes da alteração do granito de Burgães (perfil de Ribeira) faz-se referência à ausênci a de feldspatos, tanto dos feldspatos potássicos como das plagióclases (L. Soares, 1992).

A . Braga (1988) procede à análise da granulometria dos v ários modelos de perfis de alteração estudados. No conjunto de perfis estudados por A . Braga, a percentagem de argilas oscila entre 4% e 10%, só ati ngindo 16% no perfil de alteração resultante do granodiori to de Carapeços (próximo de Vieira do Minho).

O facto das arenas graníticas terem uma percentagem mui to reduzida de argilas representa um elemento muito importante no que diz respei to à interpretação e entendimento das causas de movimentos em massa que ocorrem a expensas dos mantos de alteração. Com efei to, segundo a mesma autora, a alteração parece ser i ntensa e importante mas, apesar disso, a fracção fi na nos mantos de alteração das regiões temperadas e, nomeadamente, no N W peni nsular, é fraca, raramente ultrapassando os 10%. A autora justifica o facto com a lixiviação dos mantos de alteração, que constitui processo determinante

para entender a formação das arenas esqueléticas21. "A lixiviação conduz e

assegura os mais intensos graus de evolução mineralógica para minerais destas arenas" (Braga, 1988, p.292). Para este ti po de ev olução das arenas graníticas parece ser determinante o ti po de clima, associado a um encaixe vigoroso da rede hidrográfica, que permi te uma drenagem superfici al e i nterna importante.

21 A autora refere-se às arenas esqueléticas quando aborda o problema da lexiviação dos mantos de alteração em clima frio ou temperado atlântico, com níveis de base baixos, que permitem um forte escoamento interno nos mantos de alteração. Nestas condições, os materiais mais finos são removidos, permanecendo o esqueleto constituído, quase exclusivamente, por quartzo.

Ainda segundo A . Braga (1988, p. 300) "a espessura da areni zação é da mesma ordem de grandeza, de N. a S. da Europa. Contrari amente, a quantidade de matéria prima exportada cresce dos climas frios para os climas mais quentes". É, portanto, natural que as arenas graníti cas do NW peni nsular sejam arenas esqueléticas, em que o "esqueleto representa mai s de 90% da própria arena" (A . Braga, 1988, p.301), por oposição às alterites subtropicais que "... são, na maior parte argilosas. Estas resultam da alteração plasmogéni ca que produz um plasma formado de mi nerais argilosos e de óxi-hidróxidos de ferro e alumínio. Esta oposição total, entre alterite esquelética e plásmica, é o resultado de numerosos factores, dos quais os mais importantes são os climáticos" (A . Braga, 1988, citando Millot, 1964 e Pedro, 1968)

As condições climáticas registadas nas regiões quentes e húmidas conduzem a uma alteração profunda e intensa. "A cinética da reacção é tão rápida que a produção de plasma é grande. Este plasma adquire o esqueleto que se organiza numa textura microglomerolar extremamente porosa" (A . Braga, 1988, p. 301). Nestas condições a alteração progride de tal forma que o próprio esqueleto quartzoso quase desaparece, sendo de registar percentagens de argilas que chegam a ati ngir os 40% do total do materi al resultante da alteração.

Assim, "as arenas são alteri tes esqueléticas, com pequena quanti dade de fracção fi na" ao passo que "as alteri tes argilosas são mui to ricas em plasma, onde o esqueleto se encontra em vias de dissolução ou fragmentação" (A. Braga, 1988, p. 301).

Do conjunto de considerações fei tas a propósi to dos estudos sobre mantos de alteração de grani tóides atrás referidos, percebe-se por que motivo as

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arenas graníticas apresentam uma percentagem de argila mui to fraca. O estudo dos movimentos de vertente em regiões sedimentares têm demonstrado uma relação próxima entre maior frequênci a de ocorrênci a e formações li tológicas com maior componente argilosa (J. L. Zêzere, 1997). Dada a fraca componente argilosa das arenas observ áveis nas regiões temperadas atlânticas, parece claro que, para delimi tar as áreas de mais forte ri sco de movimento em massa, não basta cartografar as áreas de alteração dos diversos tipos de grani tóides.

Para além dos mantos de alteração, há que considerar a importânci a que outros factores poderão ter no desenvolvimento de movimentos de v ertente , na evolução geomorfológica e actual de vertentes.

6 . O p a p e l d a t e x t u r a e d a f r a c t u r a ç ã o .

Já em 1978, Brum Ferreira (p.12) afi rmava que "os grani tos de grão médio a fino são, ..., quase sempre de tendênci a alcalina e de duas micas, enquanto que os grani tos porfiróides de grão grossei ro são geralmente calco- alcalinos e biotíticos, por vezes de composição claramente granodiorítica". Esta constatação pretendia estabelecer uma relação entre composição química e textura dos grani tóides, sendo os últimos considerados granitos mais facilmente alteráveis, o que resultari a da tendência calco-alcalina e da textura grosseira.

A relação entre porosidade/permeabilidade e alteração adquire papel importante no texto de L. Soares (1992), a parti r da análise da textura, mas sobretudo da fracturação. Fazendo a síntese de trabalhos de v ários autores chega-se à conclusão que a fracturação vai ter uma i mportânci a determinante em todo o processo de alteração das rochas. "A sua importânci a deve ser

analisada tanto à escala do afloramento (macrofi ssuração) como do mineral (mi crofissuração), uma v ez que ambas exercem influência sobre a maior ou menor facilidade de penetração e ci rculação da água." (L. Soares, 1992, p.44). Nesta perspectiva, a importânci a da composição químico-mineralógica dos grani tóides na explicação da maior ou menor susceptibilidade à alteração torna- se secundári a. Esta ideia base já ti nha sido expressa por Amáli a Braga (1988), quando apontav a para a importânci a da fracturação (mi cro e macro) como elemento essenci al no desencadear dos processos de meteorização química.

Confirma-se assim, ao nível da análise da microfissuração, o que já ti nha surgido como relevante ao nível da macrofissuração. G. Coudé-Gaussen (1981) apresenta a grande fracturação como elemento essenci al na génese e ev olução dos alvéolos. Tendo em conta estes elementos, poderíamos considerar que "…a trama da tectóni ca guiou o seu traçado, esta heterogeneidade tectónica fav oreceu o seu alargamento" (Coudé-Gaussen, 1981, p. 78).

Em 1992, L. Soares retoma este raciocínio afirmando que "o grau de conservação das rochas privilegi a essenci almente vari áveis ligadas a aspectos texturai s, da fracturação e porosidade, enquanto que a composição químico- mineralógica assume um papel subalterno". Exemplificando, refere que, relativamente a este factor (químico-mi neralógico), "...o grani to de Guimarães/Sto Tirso representa um dos termos menos alteráveis, embora no terreno evidencie uma forte alteração" (L. Soares, 1992, p. 146).

Considerando que a alteração dos granitóides depende prioritariamente do grau de fracturação, quer à grande escala, quer à pequena escala, e a composição químico-mineralógica não é factor relevante para

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ordená-los segundo a potenci alidade para gerar mantos de alteração espessos, não podemos utilizar a cartografi a geológica disponível como cri tério relev ante na definição das áreas que revelam maior apetênci a à formação de mantos de alteração.

7 . C o n c l u s ã o

A análise dos diversos ti pos de grani tóides desenvolvida ao longo destas linhas, ti nha por objectivo identificá-los e ordená-los de acordo com a suscepti bilidade à alteração assim como com a percentagem de argila que consti tuem os mantos de alteração por eles originados.

Como primei ras conclusões podemos afirmar que:

- os mantos de alteração na Europa, e, em parti cular, no N W peni nsular, são pobres em argilas, sendo que na esmagadora maioria das análises fei tas (A . Braga, 1988 e M. Caetano, 1995) os resultados não ati ngiram os 10%, excepto em condições topográficas de mui to fraca drenagem. Só os granodioritos apresentam percentagens de 16%, mas no total dos grani tóides têm muito pouco significado geográfico;

- a micro e macrofissuração são determinantes para o desenvolvimento de espessos mantos de alteração, sobrepondo-se à composição químico- mineralógica e mesmo à textura. Este factor é directamente dependente da tectónica que afecta as diferentes rochas, i ndependentemente da sua composição químico-mineralógica;

dos diferentes grani tóides não nos permi te produzir uma cartografia segundo a sua sensibilidade à alteração já que esta, pelo menos no estado actual da investigação, se considera directamente dependente da fracturação;

- por outro lado, a fraca componente de fracção argilosa leva-nos a questi onar a importânci a dos mantos de alteração no desenv olvimento de processos de evolução de vertentes, sobretudo no que se refere aos movimentos de vertente.

As consequênci as destas conclusões no que se refere ao trabalho de definição das áreas de risco de movimento em massa são extremamente importantes. Não sendo possível identificar granitóides como potenci alizadores de alteração que, por seu lado, impliquem uma maior instabilidade nas v ertentes, não será possível utilizar a cartografia geológica como elemento cartográfico de base para o estudo dos riscos naturai s nomeadamente de movimento em massa em afloramentos graníticos. Este problema agrav a-se já que não há cartografia das formações superficiais capaz de nos fornecer elementos cartográficos, à escala média, que possam ser utilizados em ambiente SIG. Há que produzir levantamentos de campo em áreas de pormenor que, dadas as conclusões referidas, é difícil generalizar a outro ti po de grani tóides. Desta forma, o estudo da área amostra parece ser essenci al no processo de consti tuição de um Sistema de Informação Geográfica de Risco de Movimento de vertente.

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