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Capítulo III – Estágio em Farmácia Hospitalar

9. Qualidade, certificação e acreditação

A qualidade relaciona-se com a existência de procedimentos adequados e corretos na gestão dos recursos disponíveis, permitindo desta forma a execução de um serviço ou produção de um produto com capacidade de satisfazer as necessidades e merecer a confiança do utilizador [2, 29]. No âmbito da Saúde o utilizador é o doente, e de forma a proporcionar um serviço de qualidade a este, os SFH do CHCB adotaram estratégias de gestão e garantia de qualidade baseados: na existência de procedimentos padronizados de todas as atividades desenvolvidas neste serviço, escritos, documentados e regularmente atualizados; no estabelecimento de indicadores e objetivos (estes apresentam uma meta a atingir, enquanto os outros não) de qualidade em todos os seus setores e atividades; adoção de atitudes de gestão de risco; e a realização regular de auditorias internas nos setores e atividades em que ocorre a intervenção dos SFH, tendo oportunidade durante o meu estágio de presenciar uma destas auditorias [2, 4]. Relativamente aos indicadores e objetivos de qualidade adotados pelos SFH, referidos ao longo deste documento, encontram-se resumidos em anexo (Anexo XIII). Relativamente à tomada de atitudes de gestão do risco, onde se pretende a minimização da ocorrência de erros, antecipando-os e evitando-os, são exemplos: a utilização de sinalética para distinção de medicamentos com dosagens diferentes, embalagens semelhantes, de dosagens potencialmente perigosas e de eletrólitos de diluição obrigatória; da sinalização clara dos diferentes medicamentos, realçando as diferenças gráficas da DCI destes; e a utilização de pictogramas de forma a evitar a administração incorreta dos medicamentos pelo doente [4].

A certificação baseia-se no conjunto de atividades desenvolvidas por organismos independentes com o objetivo de atestar publicamente, por escrito, que determinado produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados, podendo estes ser nacionais, estrangeiros ou internacionais [30]. A acreditação por sua vez relaciona- se com a criação de uma cultura de segurança e qualidade no interior de instituições que se empenham na melhoria e qualificação dos seus procedimentos de prestação de cuidados e dos resultados obtidos [31]. As ações desenvolvidas, fruto do empenho de todo o pessoal dos SFH do CHCB, permitiram a este serviço encontrar-se certificado pela Certificação de Qualidade de acordo com o referencial normativo ISO 9001:2008 [32], encontrando-se também o CHCB na sua globalidade acreditado pela JCI (Joint Commission International) [8].

10. Conclusão

Durante o meu estágio curricular em Farmácia Hospitalar tive a oportunidade, como referido ao longo do relatório, de observar e participar ativamente em todas as áreas e atividades desenvolvidas pelos SFH do CHCB, tendo desta forma contribuído enormemente para a minha formação como futuro profissional de saúde. Para além do enriquecimento curricular, toda a empatia e espírito de união apresentado pela equipa aqui presente, bem

amadurecer tanto a nível pessoal como profissional, bem como constatar o importantíssimo papel do farmacêutico hospitalar na promoção da prestação de melhores cuidados de saúde, que primam pela qualidade e segurança, mesmo quando o seu empenho por vezes passe despercebido.

Apesar de 7 semanas constituírem um curto espaço de tempo para a realização de um estágio numa área tão cientificamente vasta, tive a oportunidade de percorrer as principais áreas disponíveis nos SFH do CHCB, nomeadamente na área de ambulatório, de farmacotécnica, de distribuição em dose unitária e no armazém, num período aproximado de 8 dias em cada uma dessas áreas. Durante esses dias foi me possível, para além de contatar com todas as atividades aí desenvolvidas, participando sempre nestas, de aplicar inúmeros conhecimentos adquiridos ao longo do meu percurso académico.

Por fim, pude constatar o importantíssimo papel do farmacêutico hospitalar na garantia do uso racional do medicamento, baseado sempre em relações beneficio-custo favoráveis, garantindo sempre qualidade e segurança na dispensa deste, sempre mediante devido aconselhamento, bem como a sua intervenção em muitas outras áreas administrativas e de gestão dos medicamentos, colocando-o como um dos principais promotores na saúde do doente.

11. Bibliografia

[1] Decreto-Lei n.º 44 204, de 2 de fevereiro de 1962. Legislação Farmacêutica Compilada. INFARMED.

[2] Manual da Farmácia Hospitalar, 2005, Conselho Executivo da Farmácia Hospitalar, Ministério da Saúde.

[3] Boas Práticas de Farmácia Hospitalar, 1999, Conselho do Colégio da Especialidade em Farmácia Hospitalar, Ordem dos Farmacêuticos.

[4] Procedimentos operativos e procedimentos internos. Serviços Farmacêuticos Hospitalares do CHCB, EPE.

[5] Decreto-Lei n.º 197/99. Diário da República. I Série-A. N.º32 de 8 de junho de 1999. [6] Deliberação n.º105/CA/2007, de 1 de março. Legislação Farmacêutica Compilada.

INFARMED.

[7] Manual de Apoio ao Estágio de Licenciatura - Farmácia Comunitária e Farmácia Hospitalar, Universidade de Lisboa - Faculdade de Farmácia, Lisboa, 2002.

[8] Padrões de Acreditação da Joint Comission International para Hospitais. 4ª edição. janeiro 2011.

[9] Boas Práticas na Área do Medicamento Hospitalar. Administração Central do Sistema de

Saúde. Disponível em:

http://www.acss.minsaude.pt/Portals/0/Projectos /Programa_Medicamento_Hospitala; Consultado a 17 de maio de 2013.

[10] Dispensa em Farmácia Hospitalar. INFARMED. Disponível em:

/AVALIACAO_ECONOMICA_E_COMPARTICIPACAO/MEDICAMENTOS_USO_AMBULATORIO/M EDICAMENTOS_COMPARTICIPADOS/Dispensa_exclusiva_em_Farmacia_Hospitalar, consultado a 25 de maio de 2013.

[11] Despacho nº 18419/2010. 2ª Série. Nº 239 de 13 de dezembro de 2010. Legislação farmacêutica compilada.

[12] Decreto-Lei n.º 206/2000, de 1 de setembro. Legislação Farmacêutica Compilada. INFARMED.

[13] Circular Normativa nº01/cd/2012. 31 de novembro de 2012, Procedimentos de cedência de medicamentos no ambulatório hospitalar. INFARMED.

[14] Despacho n.º 1845/2011. Diário da República. 2ª Série. N.º17 de 25 de janeiro de 2011. [15] Despacho n.º 1051/2000. Diário da República. 2ª Série. N.º 251 de 30 de outubro de

2000.

[16] Decreto-Lei nº 15/93, de 22 janeiro. Legislação Farmacêutica Compilada. INFARMED. [17] Portaria nº 981/98. Diário da República. 2ª Série. N.º 216 de 18 de setembro de 1998. [18] Lynne M. Murphy, Timothy O. Lipman. Central Venous Catheter Care in Parenteral

Nutrition: A Review, JPEN J Parenter Enteral Nutr, March 1987 11: 190-201.

[19] Medicamentos antineoplásicos e imunomoduladores. Disponível em:

http://www.infarmed.pt/formulario/navegacao.php?paiid=266; Consultado a 10 de maio de 2013.

[20] Onco-Tain™ Vials - Disponível em

http://www.hospira.com/products_and_services/drugs/onco-tain/index; Consultado a 10 de maio de 2013.

[21] Portaria n.º 594/2004, de 2 de junho. Aprova as boas práticas a observar na preparação de medicamentos manipulados em farmácia de oficina e hospitalar. Legislação Farmacêutica Compilada. INFARMED.

[22] Portal RAM. INFARMED. Disponível em:

http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramaboutpage?wmp_tc=1396715 &wmp_rt=render&requestID=1632af7f-44be-493a-b1aa-8ddd157e43bf; Consultado a 12 de junho de 2013.

[23] Saiba mais sobre a Farmacovigilância. INFARMED. Disponível em:

http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/PUBLICACOES/TEM ATICOS/SAI BA_MAIS_SOBRE/SAIBA_MAIS_ARQUIVO/Farmacovigil%E2ncia.pdf; Consultado a 12 de junho de 2013.

[24] Boletim de Farmacovigilância. INFARMED. Volume 13. Número 2. 2º Trimestre 2009. [25] Decreto-Lei n.º 46/2004, de 19 de agosto. Legislação Farmacêutica Compilada.

INFARMED.

[26] Despacho n.º 1083/2004, de 1 de dezembro de 2003. Legislação Farmacêutica Compilada. INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso.

[28] Decreto-Lei n.º 97/95, de 10 de maio. Legislação Farmacêutica Compilada. INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso.

[29] Campos, L., Saturno, P., Carneiro, A. "A qualidade dos cuidados e dos serviços. Plano nacional de saúde 2011-2016". Alto Comissariado da Saúde. 2010.

[30] Rodrigues, M.L. e Tuma, I.L. "Certificação em Farmácia Hospitalar". Farmácia Hospitalar. Número 14-junho/julho/agosto 2011.

[31] Primeiro Hospital Privado em Portugal Acreditado pela JCI. Hospital São Gonçalo De

Lagos. Disponível em:

http://www.hpplagos.pt/pt/Institucional/Paginas/Acredita%C3%A7%C3%A3o.aspx; Consultado a 10 de junho de 2013.

Anexos

Anexo I - Valores de logP

0

recolhidos da literatura, grupo a que pertence a

molécula (Tr-Treino, Val-Validação, Test-Teste), valor previsto pelo