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5. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS

5.3 Unidade de Análise III, Política pública

5.4.2 Questão norteadora nº16

Professor, a instituição promove no seu entender, o acesso à educação de qualidade ao aluno surdo?

Diante do exposto, procurou-se evidenciar quais eram as percepções dos professores sobre a educação proposta pela instituição e, em específico, pelos professores, já que eles fazem parte desse grupo de profissionais que atuam no desafio de ensinar e aprender, promover a aprendizagem diante dos desafios da educação.

Na tabela nº 8 é possível identificar como se dividiu o grupo de professores frente à concepção de qualidade que cada professor adotou para se posicionar a respeito, concepção que partiu dos professores como entendimento sobre; fazer os alunos compreenderem alguns saberes frente às diferentes temáticas estudadas em sala de aula.

Tabela nº 8 - Afirmativa sobre qualidade do ensino para o surdo praticado pela IES-A

Educação de qualidade ao aluno surdo

Afirmativa Percentil dos entrevistados

Sim 73,33% - 11 professores

Não 33,33% - 5 professores

Fonte: elaborado com base nas entrevistas dos professores da IES-A

De acordo com os relatos, foi possível aferir que, mesmo apresentando fragilidades em diversos aspectos da educação para o surdo, os professores avaliam como um ensino de qualidade, e acreditam que o ponto principal ainda é a didática de sala de aula que cada um deve promover – isso se evidenciou nas falas dos professores.

Para grande parte dos professores, os relatos seguiram esta frente de análise:

PR07ARH “...a qualidade no meu entender é você entregar o que você se

propôs a fazer e isso sem dúvida eu entrego...inclusive para o aluno surdo.”

PR01AA “... a instituição tem seu papel nesse processo e acho que está indo

bem, a outra parte mais complexa é o professor, e nesse ponto, tomando por base os relatos dos meus colegas e a minha postura de sala de aula, eu só posso acreditar que é de qualidade o ensino que praticamos aqui com o aluno surdo, não poderia ser diferente; a instituição já tem uma história bastante longa a respeito do trabalho com os surdos.”

PR04AM “... sem dúvida, claro que cada professor tem um estilo que atende

mais ou menos a necessidade do surdo, mas isso também ocorre com o ouvinte e no geral e pelas avaliações institucionais que nos foram apresentadas nos últimos semestres estamos bem, e quem fala isso são os alunos.”

PR15ATI “... há um item importante na avaliação institucional que eu pego

como base da minha justificativa. Nós somos avaliados bem pelos alunos, e, em termos de qualidade de ensino, esse ponto também é bem avaliado pelos alunos... então, acho que estamos no caminho certo, no meu ponto de vista acho que tem coisa que dá pra melhorar, mas concordo com os resultados: a qualidade é boa.”

PR08AF “... os professores são bons, são de mercado, atribuem em suas aulas

conceitos e realidade profissional, esse é um diferencial do nosso professorado, eu acho que também atendemos bem a particularidade do aluno surdo.”

PR05ARH “... a coordenadora do grupo de trabalho está sempre em atividade,

pensando e dialogando com todos sobre implementações... acredito que a qualidade é muito boa para todos os alunos.”

Para (33,33%) dos professores (5), há uma diferença entre a qualidade do ensino e do ensino do aluno surdo; destacaram a esse respeito as seguintes reflexões:

PR10AP “... não poderia falar com certeza sobre a qualidade do aluno surdo,

pois aprendendo mais sobre o tema, já estou vendo que nem tudo que se aplica para um grupo é bom para o outro, então ainda considero nossa prática, no geral, não na qualidade recomendável para o aluno surdo; para o aluno ouvinte cada curso tem a sua própria avaliação junto ao MEC e que a instituição já sabe, mas na vertente do aluno surdo, acho que valeria a pena pesquisarmos mais com esse grupo em específico.”

PR12AL “... avalio a minha didática como média frente ao aluno surdo, mas em

conversas com outros professores percebo que muitos não têm cuidado com a questão de o aluno ser surdo, e não têm cuidado algum no planejamento das aulas, então, isso me leva a acreditar que nossa qualidade não atende aos alunos.”

PR13AL “... entendo que é diferente a qualidade vista com os olhos dos alunos

baixa qualidade para o aluno surdo, e me incluo nesse grupo de professores, mas não tenho a capacitação necessária e nem tempo pra correr atrás do prejuízo.”

As diferentes perspectivas sobre o tema e o reconhecimento do ensino e da qualidade proposta ao aluno surdo nos apresentam que não há, segundo os professores entrevistados, fórmula para o ensino de qualidade, mas, em outras situações, os professores apresentaram pelo menos um caminho que julgam satisfazer algumas das diferentes necessidades do ensino promotor de aprendizagem e, em consequência disso, de qualidade; são, no nosso entender, os saberes necessários e fundamentais na prática docente.

Salientamos que há indicativos em documentos atuais do Ministério da Educação, que nos parece amplamente adaptável ao ensino superior e por isso importante em ser compreendido e aplicado.

Os saberes e práticas explícitos e implícitos nas falas dos professores e sustentados pelos autores estão, também em trabalhos e documentos oficiais. Destacamos o produzido pelo MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Em 2006, em termos de saberes para a promoção da educação do surdo.

Esses documentos, se discutidos e trabalhados em conjunto com os professores, podem, de alguma maneira, melhorar a qualidade da prática docente e, então, garantir uma educação de qualidade frente ao desafio da surdez.