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R EADEQUAÇÃO /R EADAPTAÇÃO F UNCIONAL

No documento UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (páginas 98-103)

Enfermeiros 0 0

Téc. Enf. / Aux. Enf. 40 64,3 Atendentes de Enf. 2 35,7

TOTAL 42 100

ATUAÇÃO EM OUTRO EMPREGO

Sim 134 20,7

Não 514 79,3

TOTAL 648 100

Os trabalhadores de enfermagem do HU, no período do estudo, eram do sexo feminino em sua maioria (78,7% = 510). O total de 43,1% (279) das pessoas estavam na faixa etária entre 40 e 50 anos e 26,1% (169) já se apresentavam com mais de 50 anos. A rotatividade apresentada no Hospital é baixa, possivelmente em razão da estabilidade no emprego que o serviço público assegura ao trabalhador, assim como o fato do salário estar compatível com a realidade regional. Conseqüentemente, a tendência do envelhecimento da população é presumível, assim como as repercussões esperadas dessa fase da vida, pela emergência de problemas de saúde decorrente dos desgastes naturais que o próprio trabalho apresenta nos componentes da equipe.

É notório o maior contingente de trabalhadores do nível médio no Hospital. Os enfermeiros, em menor número (14,8% = 96), ficam encarregados das tarefas gerenciais, havendo grupos hierarquicamente definidos, sendo os enfermeiros de campo subordinados aos Chefes de Seção (responsáveis pelos diversos Setores de Trabalho), seguindo-se na escala hierárquica os Chefes de Divisão e ao Diretor de Enfermagem, sendo estes últimos, sujeitos da segunda fase da pesquisa.

Quanto ao tempo de trabalho na Instituição, o fato de 68,8% (446) do pessoal ter mais de 10 anos de atividade no HU faz com que se possa aventar a existência de um grupo estável, conhecedor da política institucional, da sua trajetória histórica e social, cuja cultura organizacional possibilita o desenvolvimento de políticas de trabalho bem definidas. Sendo assim, mesmo havendo alguma rotatividade de pessoal, há grupos bem definidos na estrutura da organização que, ao mesmo tempo em que lhe dá segurança, podem contribuir para a manutenção de um estilo tradicional no desenvolvimento do trabalho.

O total de 6,4% (42) dos trabalhadores estavam em situação de readequação/readaptação funcional formalizadas, sendo 7,6 (40) do total de técnicos/auxiliares de enfermagem e 15,4 (2) dos atendentes de enfermagem (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, 2004a).

O Programa de Readequação e/ou Readaptação Funcional trata-se de um processo institucional da Universidade que tem o objetivo de promover a adequação da capacidade funcional dos servidores com saúde abalada para atividades compatíveis e cujo agravo à saúde não se caracteriza em motivo para aposentadoria ou licença com afastamento. Na readequação o trabalhador permanece na mesma função, com atividades diferenciadas, enquanto na readaptação funcional ele muda de função. Nas duas situações o trabalhador mantém os mesmos direitos trabalhistas

como se estivesse atuando na função original para a qual foi contratado. Observe-se que esse processo é todo conduzido pelo Serviço de Medicina Ocupacional do Hospital, que segue o caso com revisões periódicas (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, 2000).

Uma das repercussões dessa política é o fato de que os trabalhadores que permanecem nos postos de trabalho ficam sobrecarregados, uma vez que as vagas daqueles readequados e/ou readaptados não são preenchidas por outros funcionários enquanto o processo se desenrola. Por outro lado, as atividades referentes a estes postos de trabalho, quando não aumentam, permanecem as mesmas, o que sobrecarrega os demais que continuam atuantes.

Quanto ao duplo emprego formal, sem contar as atividades domésticas inerentes à situação da mulher, foi possível constatar que 20,7% (134) dos trabalhadores possuíam duplo emprego formal, o que significa pelo menos o quantitativo de atuação de 72 horas de trabalho semanais, muitas vezes em regime de plantões noturnos seguidos (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, 2004a). Digno de nota é que este quantitativo refere-se apenas ao trabalho formal, não estando contados os do informal e nem as atividades domésticas que tanto consomem o trabalho e a atenção das mulheres, principalmente.

4.3

F

ASE

1

E

STUDO DOS

R

EGISTROS DOS

A

CIDENTES

Conforme já apresentado previamente, essa fase, de abordagem metodológica quantitativa, representou o atendimento do PRIMEIRO, SEGUNDO e TERCEIRO OBJETIVOS ESPECÍFICOS.

Nesta fase caracterizou-se os acidentes sofridos pelos trabalhadores de enfermagem e que foram notificados, avaliou-se a sua expressão no contexto de todos os ATs do HU, elaborou-se o Relatório de ATTs que vitimaram esses trabalhadores, analisou-se o perfil epidemiológico dos referidos acidentes, segundo as variáveis relativas à pessoa, ao tempo e ao espaço, quantificou-se os indicadores de risco e identificou-se as 5 Divisões que apresentaram os maiores índices acidentários.

4.3.1

P

OPULAÇÃO

E

STUDADA

Trata-se das 349 ATTs das 392 notificações de ATs ocorridos no HU entre os anos de 1997 a 2002.

4.3.2

I

NSTRUMENTOS

,

C

OLETA DE

D

ADOS E

P

RODUÇÃO DOS

R

ELATÓRIOS DE

ATT

S

A coleta de dados para produção dos Relatórios de ATTs foi realizada a partir da atualização do Banco de Dados previamente confeccionado pela autora, por meio do Programa Epi Info, versão 6.04 C (SÊCCO, 2002), que contém o conjunto das variáveis elencadas para o estudo, além de outras informaçoes contidas nas notificaçoes (Apêndice A).

Os instrumentos utilizados na referida coleta foram:

Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), referente aos anos de 1997 a 2002, fonte primária da investigação;

Notificação de Acidentes de Trabalho com Material Biológico (NATMB), referentes aos anos de 1998 a 2002 (em outubro de 1988 é que se deu a implantação do Programa de Acidentes de Trabalho com Material Biológico (PATMB) na Instituição);

Dados complementares necessários disponibilizados pela Diretoria do HU, por meio da Divisão de Recursos Humanos do HUl e da Assessoria Técnica de Enfermagem (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA; 2004a, 2004b).

Foi solicitado junto ao Núcleo de Bem Estar da Comunidade (NUBEC), hoje Serviço de Bem-Estar à Comunidade (SEBEC), Órgão Suplementar da UEL onde está lotada a Divisão Higiene e Segurança no Trabalho (DHST), autorização para acesso às CATs e NATMBs referentes aos anos de 2001 e 2002, que foram acrescentadas ao banco de dados já existente.

Salienta-se que o banco de dados contemplou os anos de 1997 a 2002. Os lançamentos e checagem dos dados foram feitos pela própria autora, em estratégia para confrontação dos dados.

As variáveis estudadas no Relatório de ATTs, por Divisão de Enfermagem e por ano, foram relativas à função do acidentado, à natureza do acidente,

à parte do corpo atingida, natureza da lesão, atividade desempenhada no momento, à hora do acidente e ao número de horas trabalhadas até a sua ocorrência, ao Setor da ocorrência do ATT e à Divisão de Enfermagem de lotação do trabalhador acidentado.

A presente investigação exigiu a preparação e apresentação de 6 (seis) documentos distintos: o Relatório dos ATTs da DE e os Relatórios das 5 Divisões que apresentaram maiores indicadores epidemiológicos de ATs, que foram encaminhados à Direção do HU e às instancias de interesse.

Trata-se dos seguintes documentos:

1. Relatório de ATTs dos Trabalhadores de Enfermagem da DE do

HU – 1997 a 2002: com os dados completos, analisados anualmente nos 5 anos do estudo (Apêndice B);

2. Relatório de ATTs dos Trabalhadores de Enfermagem da Divisão

de Pronto Socorro do HU - 1997 a 2002;

3. Relatório de ATTs dos Trabalhadores de Enfermagem da Divisão

de Centro Cirúrgico do HU - 1997 a 2002

4. Relatório de ATTs dos Trabalhadores de Enfermagem da Divisão

de UTI Adulto do HU - 1997 a 2002;

5. Relatório de ATTs dos Trabalhadores de Enfermagem da Divisão

de Internamento do HU - 1997 a 2002;

6. Relatório de ATTs dos Trabalhadores de Enfermagem da Divisão

Materno-Infantil do HU - 1997 a 2002.

O conjunto completo dos 6 Relatórios dos ATTs notificados pelos trabalhadores de enfermagem foi entregue à Diretora de Enfermagem e à Enfermeira da CCIH, por estarem em contato com a realidade global do Hospital, cada qual na especificidade de sua função, em janeiro de 2004.

No mesmo período a enfermeira chefe de cada uma das 5 Divisões que apresentaram maiores indicadores de risco médio anual, por sua vez, recebeu o relatório da respectiva Divisão.

Embora tenha sido encaminhado uma carta de apresentação do Relatório, que detalhava os seus objetivos e a metodologia empregada, a pesquisadora orientou a todas pessoalmente, visando sanar possíveis dúvidas.

Após 3 meses dessa data, as mesmas foram convidadas a participar da segunda fase da investigação, a da entrevista, assim como a Diretora de Enfermagem e a Enfermeira da CCIH, tendo este sido aceito de maneira unânime.

O mês de janeiro de 2004 foi o de escolha para a entrega dos Relatórios, e os meses de abril e maio foram dedicados às entrevistas.

4.3.3

A

NÁLISE DOS

R

ESULTADOS

Uma vez preparado o banco de dados, a tabulação e a análise estatística foram realizadas também com a utilização do Programa Epi-Info versão 6.04 C, anteriormente já citado, e da Planilha Microsoft Excel 2000, série Windows (MICROSOFT, 1999).

Foram estimados todos os possíveis indicadores, ou, o coeficiente de risco (CR) de ATs, com vistas a fornecer os indicadores que poderiam contribuir para a avaliação dos acidentes ocorridos.

O CR, segundo Pereira (1995) apresenta a razão entre o número de ATs ocorridos em determinado tempo e a população exposta ao risco, no mesmo período de tempo e local. Desse modo, adequando-se a cada variável em que este indicador mostrou-se possível ser calculado, o CR foi operacionalizado pela seguinte fórmula:

F

No documento UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (páginas 98-103)