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Esta parte do trabalho tinha como objectivo obter informações sobre os materiais utilizados por cada professor, a frequência com que os utilizava, se esses materiais satisfaziam todas as suas necessidades, se recebia material de apoio, se já ministrara algum curso extra- escolar estrangeiro, se já frequentou alguma vez uma acção sobre o ensino de uma língua estrangeira e se já leu algum livro sobre esta mesma questão.

Quadro 7 – Caracterização material

Variáveis Materiais Recursos

Utiliza manuais escolares Recebe material de apoio

Não Sim Frequência Ocasionalmente Quase Nunca Nunca

20 28 1 12 19 16

% 41,7 58,3 2,1 25,0 39,6 33,3

Na primeira questão deste item do inquérito pergunta-se ao docente se utilizava normalmente nas suas aulas manuais escolares. Em caso afirmativo pedia-se depois que os identificasse. Metade destes docentes afirmou que recorria ao auxílio de livros escolares para dar as suas aulas.

Constatou-se depois que esse material didáctico descrito pelos docentes referencia livros elaborados já há anos por uma equipa de professores do EPE em Espanha, alguns livros oferecidos pela editora Lidel e outros manuais escolares utilizados nas escolas Básicas em Portugal oferecidos pelas editoras anualmente, os quais são fotocopiados.

Quanto à questão que pretende saber se o docente recebe material de apoio de alguma editora ou instituição portuguesa, são muito poucos o que usufruem deste privilegio. A maioria dos professores no estrangeiro não tem possibilidade de contactar ou receber material de apoio que lhe ajude nas suas aulas e o mantenha informado.

Tendo em conta esta carência em material escolar tentamos saber numa escala de 1-5 em que o 1 (um) corresponde ao valor mais baixo e o 5 (cinco) ao máximo a frequência em que o docente utiliza os seguintes recursos: livro escolar, fotocópias, vídeo, computador, áudio, outros.

Para este tipo de questões, a análise mais vulgar é a da Variância de Friedman e foi o tipo de análise que utilizamos, da qual extraímos as seguintes ilações:

Sendo os livros escolares, o material mais utilizado ainda nestes tempos, obtivemos uma disparidade de respostas que justificam a falta dos mesmos sobre esta matéria. Reparamos que a maioria dos docentes talvez por não possuir os idóneos, já quase não utiliza este apoio

escolar como recurso, enquanto o computador, pela diversidade de opções, por sua vez está a ser utilizado com mais frequência. Podemos assim concluir que a maioria dos docentes usa o computador como recurso de aprendizagem.

No que concerne a fotocópias, observamos que este recurso é utilizado no dia-a-dia por todos os docentes. Chega até a ser mais utilizado que o computador e o livro escolar. Isto continua a justificar a falta de livros escolares sobre esta matéria e a necessidade imperiosa que os professores têm em recorrer às fotocópias para poder dar as suas aulas.

Quanto ao áudio é usado por todos os inquiridos sendo uma peça fundamental para a aprendizagem e um dos auxiliares que mais apoio dá a este tipo de aulas.

O recurso visual (vídeos), já não serve de apoio para a maioria, que neste momento, como recurso não está a explorar. Todavia, visto que existem alguns docentes que o utilizam com certa frequência, esta tendência pode vir a inverter-se.

Por último, existem ainda alguns professores que dando lugar à criatividade e imaginação utilizam outros tipos de recurso nas suas aulas.

Depois desta análise perguntamos aos professores se estes materiais satisfaziam todas as suas necessidades. As suas respostas estão esquematizadas no quadro que se segue.

Quadro 8 – Caracterização satisfação de material

Variáveis Materiais

Recursos

Estes materiais satisfazem as suas necessidades? Não Sim

23 25

% 47,9 52,1

Mais de metade dos docentes confirmou que o material que possuiu satisfaz as suas necessidades. Talvez esta boa vontade e acomodação em termos de material se compreenda, se entendermos que grande parte dos inquiridos não tem muita experiência neste tipo de ensino e aceita com passividade e bom ânimo os recursos que possui. Aliás é típico e conhecido além fronteiras que o professor português tentar sempre conseguir do ―pouco fazer muito‖.

Já a outra metade, talvez aqui a mais conhecedora da matéria, e por isso mais experiente, se sente descontente e desamparada na hora de programar e dar as suas aulas.

A última parte destas questões referenciava aspectos relacionados com a possibilidade do docente em horário pós-laboral ter ministrado cursos de língua estrangeira, assistido a formações sobre esse tema ou então ter lido ou pesquisado sobre o assunto.

Quadro 9 – Caracterização de formação Variáveis de Formação

Formação Pessoal

Ministrou cursos de LE Frequentou formação Leu livros/artigos Não Sim Não Sim Não Sim 22 26 24 24 6 42

% 45,8 54,2 50,0 50,0 12,5 87,5

Quantos a estas três questões verificamos que os docentes têm presente que a formação hoje é uma peça fundamental para receber e compreender os seus alunos, as suas famílias e os seus colegas no país em que estão. Entendem por isso que, esta diversidade deve ser acompanhada com a aquisição de conhecimentos, atitudes, percepções e comportamentos necessários ao longo da sua trajectória educacional, ministrando cursos, lendo livros ou pesquisando informação sobre o tema. Apesar de metade destes docentes ter assinalado que não frequentou formação, muitas vezes é devido à falta de condições idóneas (distância, acesso limitado ou vetado a portugueses, tratamento de outros temas, etc.) para poder assistir às mesmas, como foi mencionado na questão 3.7 (desvantagens) do questionário analisado anteriormente.

Metade destes professores, já assistiu a formações relacionadas com o ensino de uma língua estrangeira, as quais lhes forneceram informações pertinentes para o seu quotidiano pedagógico.