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redução das taxas de abandono escolar e, por decisão de cada escola / agrupamento, os objetivos

fixados no projecto curricular de turma (art.º 8º do Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de janeiro).

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Os objetivos individuais são fixados, por acordo entre o avaliado e avaliador, tendo por referência um conjunto de itens, a saber: i) melhoria dos resultados escolares dos alunos; ii) redução do abandono escolar; iii) prestação de apoio à aprendizagem de todos os alunos; iv) participação nas estruturas de orientação educativa e órgão de gestão; v) relação com a comunidade; vi) formação contínua adequada ao desenvolvimento profissional do docente; vii) participação e dinamização de projectos e ou catividades constantes no plano anual de actividades e projectos curriculares de turma e de outros projectos e actividades extracurriculares. No caso de não existir acordo entre avaliador e avaliado relativamente aos objetivos definidos prevalece a opinião do avaliador (art.º 9º do Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de janeiro).

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Como já foi atrás referido, os intervenientes no processo de avaliação são o avaliado, os avaliadores que são os coordenadores de departamento curricular e o presidente do conselho executivo ou o diretor e a comissão de coordenação da avaliação do desempenho (art.º 11º do Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de janeiro).

Este procedimento encontra na literatura um grande consenso quanto à sua utilização, na medida em que pode fomentar um ensino de melhor qualidade, consistindo no olhar crítico consciente sobre o que se faz, enquanto se faz e/ou depois de se ter feito (Simão, 2008: 133).

A avaliação efetuada pelo coordenador do departamento curricular inclui a observação de, pelo menos, três aulas66, cuja calendarização se efetuava pelo órgão de direção executiva (art.º 17º do Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de janeiro). A supervisão da prática letiva67 é considerada, por muitos autores, como uma das componentes mais importantes da avaliação do desempenho docente, pois como referem Tardif e Faucher, é difícil imaginar uma avaliação da profissionalidade dos professores que não incluísse sessões em sala de aula (2010: 49). A avaliação feita, quer pelo coordenador de departamento curricular, quer pela direção executiva, exteriorizavam-se no preenchimento de fichas próprias (art.º 19.º do Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de janeiro).

Este sistema de avaliação de desempenho contemplava a entrevista individual do avaliador com o avaliado e tinha por objetivo apresentar a proposta de avaliação, propiciando a apreciação conjunta e a análise da autoavaliação realizada pelo avaliado (art.º 23º do Decreto Regulamentar em análise).

Os coordenadores dos departamentos curriculares são avaliados pelo presidente do conselho executivo ou diretor e por um inspetor68 com formação científica na área do avaliado69. A avaliação efetuada pelos docentes do departamento

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Para o ano lectivo 2007/2008 foi criada uma norma transitória que previa a marcação, não de três aulas assistidas, mas de, pelo menos, duas aulas devendo corresponder, cada uma, a uma unidade didática (art.º 33º Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de janeiro).

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Na recomendação nº2/CCAP/2008 está expresso que a observação de aulas é um dos elementos mais relevantes dos sistemas eficazes de avaliação do desempenho docente, pelas potencialidades e pelos efeitos positivos que pode ter para romper o isolamento em que actividades docente tradicionalmente ocorre e criar condições que conduzam a uma melhoria do desempenho profissional (CCAP, 2008b).

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Sanches refere não se compreender a atribuição desta função à inspeção-geral da educação o que terá como consequência uma avaliação mais pobre e menos contextualizada quando esta função poderia ter sido concedida à comissão de coordenação da avaliação de cada escola / Agrupamento (2008: 175).

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O Decreto Regulamentar n.º 11/2008, de 23 de maio, veio simplificar alguns procedimentos no modelo de avaliação, tendo, desta forma, estabelecido que no primeiro ciclo de avaliação, a avaliação dos coordenadores de departamento curricular seria efetivada, unicamente, pelo presidente do conselho executivo ou diretor (art.º 6º).

poderia ser um item a considerar na avaliação do coordenador desde que tal fosse decidido e estipulado no regulamento interno das escolas/agrupamentos (art.º 29º do Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de janeiro).

No Decreto em análise são estabelecidos os prazos para a criação e aprovação dos instrumentos de registo e indicadores de medida (20 dias úteis a contar da publicação do documento) e nos 10 dias úteis subsequentes tinham que ser estabelecidos os objetivos individuais dos avaliados reportando-se aos anos escolares de 2007 / 2009 (art.º 34.º).

Todo o processo de reforma e mudança carece de tempo para tomar conhecimento e interpretar o conjunto de procedimentos que lhe estão inerentes. Desta forma, embora percebendo a urgência do legislador na definição dos prazos para iniciar o processo, construindo os instrumentos e desenvolvendo as restantes ações, pois o ano letivo de 2007/2008 já se encontrava no segundo período, o sistema de avaliação encontrou vários constrangimentos à sua aplicação, nomeadamente em situações que não tinham sido acauteladas e que só na hora da efetuação foram detetadas. Esta situação foi logo visível na criação e aprovação dos instrumentos de registo que careciam de ter em conta as recomendações do CCAP, que não estava ainda constituído. Para superar esta situação é publicado um Despacho, a 24 de janeiro de 2008, que atribui competências à presidente do referido Conselho, sendo os impressos das fichas de avaliação e autoavaliação aprovados a 25 de janeiro70. Esta situação inviabilizou o cumprimento dos prazos que estavam estabelecidos para as escolas cumprirem esta atribuição.

Uma outra situação que necessitou de ser ajustada prendeu-se com a necessidade de delegar competências de avaliador em outros docentes, podendo esta condição ocorrer sempre que se verificasse um elevado número de avaliados na estrutura do departamento, e na nomeação em comissão de serviço de docentes que, não sendo titulares, passariam a exercer as funções inerentes a esses docentes, afigurando-se esta situação como forma de colmatar as lacunas existentes nos departamentos e/ou grupos disciplinares que possuíam número insuficiente de avaliadores ou não tinham professor titular a exercer funções nessa escola. É também estabelecida a possibilidade de delegação de competências do presidente do conselho

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As recomendações sobre a elaboração e aprovação pelos conselhos pedagógicos de instrumentos de registo normalizado são elaboradas pela presidente da CCAP e posteriormente aprovadas em reunião plenária pelo referido Conselho, já plenamente constituído (Recomendações nº.1 /CCAP/2008, de 14 de março. CCAP, 2008a).

executivo ou diretor noutros membros da direção executiva. Todas estas determinações são plasmadas no Despacho 7465/2008, de 13 de março71.

A 12 de abril de 2008, é celebrado um memorando de entendimento entre o Ministério da Educação e as estruturas sindicais representativas dos docentes que constituem a Plataforma Sindical de Professores, onde se acorda a composição de uma comissão paritária72 com a administração educativa, tendo a mesma acesso a todos os documentos que viriam a ser produzidos pelas diferentes escolas e pelo CCAP. É acordada, também, a simplificação dos procedimentos a adotar na avaliação dos docentes até final do ano letivo em curso. Estas medidas são instituídas com a publicação do Decreto Regulamentar n.º 11/2008, de 23 de maio, que estabelece as normas relativas ao regime transitório de avaliação dos docentes para o ano escolar 2007/2008.

Desta forma, os docentes que no referido ano escolar necessitassem de atribuição de avaliação de desempenho para progressão na carreira ou para renovação ou efetuação de um novo contrato, eram avaliados pelo órgão de direção executiva, num procedimento simplificado, que incluía, para além da ficha de autoavaliação, a avaliação do nível de assiduidade, o cumprimento do serviço distribuído e as acções de formação contínua frequentadas. Para os restantes docentes deveria proceder-se à recolha de todos os dados constantes dos registos administrativos das respetivas escolas (art.º 2º do Decreto Regulamentar n.º 11/2008, de 23 de maio). A concretização do processo de avaliação compreende a utilização de fichas de registo da autoavaliação e da avaliação dos docentes, pelo que o Despacho n.º 16872/2008, de 23 de junho, veio proceder à aprovação dos referidos modelos. Aprovou, também, as ponderações dos parâmetros classificativos constantes das fichas de avaliação73.

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A este Despacho foi posteriormente aditado o número 4.1, que esclarecia que nas delegações de competências não há lugar a subdelegação de competências. Esta disposição é estabelecida no Despacho nº 27136/ 2008 de 24 de outubro.

Voltou a sofrer nova alteração com o Despacho n.º 32048/2008, de 16 de dezembro, que veio precisar as disposições nele constantes, clarificando o sentido dos seus preceitos.

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A constituição e funções da comissão paritária são definidas no Despacho n.º 13459/ 2008, de 14 de maio.

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Este Despacho foi alterado pelo Despacho nº 3006/2009, de 23 de janeiro. As alterações circunscreveram-se ao anexo XVI, referente às regras para aplicação das ponderações e dos parâmetros classificativos. Por ter sido detetado um erro na alteração efetuada pelo citado Despacho, ao ponto 3 do referido anexo, foi necessário corrigi-lo, adotando este ponto a redação inicial plasmada

Em todas as mudanças é possível e habitual reconhecer a existência de contrariedades e imprevistos que carecem de ser oportunamente corrigidos com ações atempadas e medidas consentâneas. É neste sentido que o Ministério da Educação publica o Decreto Regulamentar nº 1-A/2009, de 5 de janeiro, que estabelece um regime transitório de avaliação do desempenho dos docentes e que complementa a regulamentação até final do primeiro ciclo de avaliação (dezembro de 2009).

Estas medidas, expressas no supradito Decreto, que, na sua essência, tinham por objetivo o melhoramento dos procedimentos de avaliação e a sua simplificação, resultaram da identificação de alguns problemas, considerando o legislador que se focalizam em três dificuldades centrais: a existência de avaliadores de áreas disciplinares diferentes dos avaliados, a burocracia dos procedimentos previstos e a sobrecarga de trabalho inerente ao processo de avaliação (Preâmbulo do Decreto Regulamentar nº 1-A/2009, de 5 de janeiro).

Com efeito, foram significativas as alterações sobrevindas do decreto supradito, centrando-se nos pontos subsequentes:

i) Deixam de ser considerados os indicadores de classificação relativos aos resultados escolares e ao abandono escolar e a avaliação da observação das aulas deixa de ter caráter obrigatório passando a depender do requerimento dos docentes interessados, constituindo, no entanto, condição imprescindível para a atribuição das menções de Muito Bom e Excelente (art.º 3º).

ii) No caso do coordenador do departamento curricular não ser do mesmo grupo disciplinar do avaliado e desde que este último o solicite, foi criada legislação de modo a que a avaliação seja efetivada por um avaliador do mesmo grupo de recrutamento74 (art.º 4º).

iii) Os objetivos individuais excluem os itens referentes aos resultados escolares dos alunos e ao abandono escolar, passando a ser dirigidos ao presidente do conselho executivo/diretor, ou outro membro da direção no caso de ter sido efetuada delegação de competências (art.º 5º).