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Reformulação de atividade a partir de uma questão do LD-Projeto Teláris

4.3 PROPOSIÇÃO DE ATIVIDADES NO CONTEXTO ENSINO-APRENDIZAGEM DE

4.3.7 Reformulação de atividade a partir de uma questão do LD-Projeto Teláris

A partir deste passo a passo que apresentamos com o objetivo de auxiliar o professor de português na transmissão de conhecimentos que possam conduzir o aluno-leitor a construir

inferências em atividades de compreensão textual estabelecidas nesse LD e/ou em outras abordagens complementares, reformulamos a Questão 3 discutida na análise qualitativa da seguinte forma.

Quadro 9 – Proposta de reformulação de atividade para interpretação do texto O velho diálogo de Adão e Eva

Considerando que ao lermos um texto podemos notar as características da oralidade em diálogos através de alguns aspectos específicos da língua escrita, responda:

É possível perceber a entonação utilizada pelos personagens no diálogo apresentado no capítulo? Como? Além disso, por qual motivo você acredita que o autor cita os personagens bíblicos de Adão e Eva no título do capítulo?

Fonte: o autor (2018)

Com esta sugestão de questão, espera-se que o aluno-leitor infira que, embora a linguagem oral possua algumas características distintas da escrita, ela pode ser representada por intermédio do código escrito através de alguns recursos da LP, tal como os sinais de pontuação que podem demonstrar que o texto se trata de um diálogo e que entonações diferentes foram utilizadas na conversa. Além disso, ao indagar sobre a relação dos personagens bíblicos Adão e Eva que são citados no capítulo, objetivamos que o aluno-leitor ative conhecimentos de mundo para relacionar com a informação estabelecida no texto escrito. Neste aspecto, pretendemos que o aluno-leitor realize inferências com base na relação de aproximação amorosa entre casais que, inclusive, pode ter ocorrido com os personagens Adão e Eva no paraíso.

Portanto, julgamos esta proposta relevante pois, conforme podemos refletir a partir da nossa experiência como docente em sala de aula, reconhecemos que o tempo destinado para abordagens referentes à modalidade oral da língua é escasso nas aulas de português. Considerando o LD-Projeto Teláris para o 9º ano, averiguamos que esta obra, inclusive, destina as seções Conversa em jogo e Prática de oralidade para a reflexão da língua oral em sala de aula. Porém, segundo o Guia de livros didáticos, ele não aborda com profundidade algumas características específicas da língua oral em relação à escrita, visto que “[...] as informações apresentadas para orientar a retextualização no eixo da oralidade não direcionam o olhar dos aprendizes para as operações linguístico-discursivas envolvidas neste processo” (BRASIL, 2016, p. 40).

Desta forma, mais uma vez podemos refletir sobre a importância dos suportes de ensino sistemático em relação a determinados conhecimentos da LP que possam auxiliar o professor a demonstrar os caminhos para que o aluno-leitor busque compreender textos com êxito. No caso das propostas de atividades discutidas nessa seção, abordagens de saberes referentes às características das modalidades oral e escrita da língua para que o aluno-leitor possa interpretar uma questão de compreensão textual por intermédio da realização de uma inferência.

Assim, com a proposição dessa seção com sugestões referentes à metodologias e atividades que possam contribuir com o trabalho do professor de português para auxiliar no desenvolvimento de habilidades de leitura por parte do leitor, especialmente na autonomia para construir inferências, reconhecemos a importância que o profissional docente possui neste processo. Ao observarmos que os materiais pedagógicos, especificamente o livro de LP, não abordam todos os conhecimentos e processos essenciais para a compreensão de textos, entendemos que é papel do professor pensar e planejar metodologias e estratégias complementares que possam contribuir para que o aluno-leitor compreenda os textos estabelecidos no LD e, consequentemente, desenvolva a autonomia para resolver as questões de compreensão após o estudo de textos nas aulas de leitura. Propostas estas que procuramos, mesmo que de forma sucinta, expandir a partir da construção dessa dissertação. No capítulo que segue, apresentamos as principais constatações que chegamos com a realização do trabalho, além das novas questões de pesquisas que surgiram que pretendemos investigar e/ou sugerir a outros pesquisadores explorar de alguma maneira.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nosso principal objetivo com a proposição da presente pesquisa foi estudar, a partir de uma abordagem quali-quantitativa, como os atuais livros didáticos de LP destinados ao professor de português abordam o processo cognitivo de realização de inferências conectivas e elaborativas em textos, questões de compreensão textual e nas sugestões teóricas e metodológicas em relação ao ensino-aprendizagem da leitura em sala de aula. Nesta perspectiva, concordamos que um dos principais motivos para o desenvolvimento desse estudo diz respeito à observação de que a atividade cognitiva de construir inferências pode ser vista com um dos processos essenciais para a compreensão na leitura (ANDERSON; FREEBODY, 1979; PERFETTI, 2001; ZWAAN; SINGER, 2003; KINTSCH; KINTSCH, 2005; CAIN, 2009; KINTSCH; RAWSON, 2013; PERFETTI; LANDI; OAKHILL, 2013; OAKHILL; CAIN; ELBRO, 2017).

No início da investigação, com base na análise de atividades de compreensão textual selecionadas para esse estudo a partir de leituras estabelecidas nos LDs Projeto Teláris, Tecendo Linguagens e Universos, identificamos o número de questões das quais propõem ao aluno-leitor a construção de inferências conectivas ou elaborativas para a resolução da atividade. Na sequência, escolhemos três atividades com estas inferências de cada LD selecionado para o estudo no intuito de analisarmos qualitativamente a maneira pela qual esses livros estabelecem as questões considerando se predominam (ou não) auxílios e/ou suportes que possam ajudar o estudante (leitor) no aprendizado dos conhecimentos adequados para a construção da inferência conectiva ou elaborativa requerida. Além disso, nesta mesma etapa do trabalho, examinamos a seção específica Manual do professor para observarmos quais sugestões são direcionadas aos docentes de português no que se refere ao trabalho com leitura, compreensão e realização de inferências no estudo do texto em sala de aula.

Por fim, apresentamos a reformulação de uma questão das nove atividades discutidas na análise qualitativa. Nesta etapa, objetivamos propor e discutir, com base nas ideias abordadas no nosso referencial teórico, uma série de metodologias direcionadas ao professor de português a partir da abordagem de leituras e atividades complementares com o intuito de auxiliar o trabalho do docente no que se refere ao processo de ensino-aprendizagem da leitura em sala de aula e, consequentemente, facilitar a realização de inferências por parte do aluno- leitor em atividades de compreensão textual. Com base nessas etapas, ponderamos as principais constatações que obtemos com a realização do estudo.

Em primeiro lugar, cabe ressaltarmos que não pretendemos julgar a credibilidade dos LDs selecionados para esse estudo, considerando suas propostas de ensino-aprendizagem das diferentes competências do português. Não é nosso objetivo apontar erros e acertos no trabalho com a leitura em aulas de LP, mas, sim, problematizar ideias e constatações que possam contribuir de alguma forma com a discussão acerca da reflexão sobre os processos e conhecimentos que permeiam a atividade da leitura em seus mais diversos desdobramentos no cotidiano.

Considerando os resultados obtidos a partir da realização dessa pesquisa, verificamos, com base na nossa análise quantitativa, que os livros didáticos estudados de LP contemplam, ao representarmos todas as atividades selecionadas para o estudo, uma quantidade que julgamos considerável de questões de compreensão textual que propõem ao aluno-leitor a construção de uma inferência conectiva ou elaborativa para interpretar as informações do texto. Entendemos este número alto, pois averiguamos que praticamente a metade das atividades estudadas no trabalho, mais especificamente 46% delas, são estabelecidas para que o aluno-leitor construa uma das duas inferências que dedicamos a atenção nessa pesquisa. Este dado nos permite refletir que os estudantes brasileiros constantemente são conduzidos à abordagem com a atividade cognitiva de realizar inferências especialmente para resolver questões de compreensão, considerando o trabalho com a leitura em sala de aula, apesar do baixo desempenho que o Brasil obteve nas avaliações do PISA no período 2000-2015 no que se refere às habilidades em leitura dos seus participantes (OECD, 2016), inclusive em atividades que propunham a construção de inferências para compreender textos.

Ao considerarmos que nossa análise das atividades com inferências identificadas no trabalho esteve voltada para os dois tipos de inferências estudadas e discutidas na nossa fundamentação teórica, as conectivas e elaborativas, verificamos que, do total de questões que propõem a realização de inferências de uma delas, mais da metade são destinadas para a realização de inferências do tipo conectivas. Neste aspecto, verificamos que, constantemente nas aulas de leitura, o aluno-leitor é conduzido a construir uma inferência que possui a função de manter a coerência textual entre as diferentes passagens do texto, seja a partir de significados de palavras, recuperação de pronomes, estrutura global das informações textuais etc. (OAKHILL; CAIN; ELBRO, 2017). Em outras palavras, fundamentais para a compreensão de textos.

Estas constatações nos remetem para um entendimento de que os atuais LDs de português possuem a preocupação em conduzir o processo da compreensão considerando

construção de inferências que, inclusive, é uma das competências consideradas e avaliadas por pesquisas como o PISA (OECD, 2016) e pela Prova Brasil (BRASIL, 2008), propostas a estudantes do EF. Todavia, com a análise de textos, atividades de leitura que propõem a realização de inferências conectivas e elaborativas para interpretar e das recomendações teóricas e metodológicas aos docentes, averiguamos que os LDs de português, em alguns casos, tendem a não abordar certos conhecimentos e saberes que julgamos necessários para que o aluno-leitor possa construir a inferência requerida com mais autonomia.

Partindo da análise qualitativa proposta para a realização desse estudo, foi possível constatar alguns fatores que refletem o contexto de que em alguns casos as atividades e propostas de auxílios dos LDs analisados podem não ser abordados de forma ampla para o ensino-aprendizagem da leitura e da compreensão, considerando um direcionamento de metodologias que auxiliem o professor na transmissão de determinados conhecimentos para a interpretação textual através da elaboração de inferências conectivas e elaborativas. Logo, podendo haver dificuldades para o aluno-leitor construir inferências e, consequentemente, aprender algo a partir do estudo de um determinado texto.

Ao considerarmos as sugestões teóricas referentes ao trabalho com a leitura nas aulas de português, percebemos que esses LDs assumem em seu aporte teórico e metodológico que o trabalho com processos considerados mais básicos necessita ser enfatizado para o desenvolvimento de algumas habilidades da leitura e da escrita, como por exemplo a ênfase na relação grafema-fonema. Nesta perspectiva, verificamos que os livros estudados contemplam em suas recomendações teóricas sugestões a partir dos processos mais básicos da leitura, pois assumem que ainda predominam muitas lacunas no que se refere a estes níveis de processamento na leitura e escrita de estudantes do EF. Deste modo, refletimos que este pode ser um dos motivos para uma abordagem teórica menos aprofundada em relação a processos considerados de alta ordem que, de acordo com Perfetti, Landi e Oakhill (2013), são necessários para a compreensão e posterior aprendizagem de conhecimentos partindo de uma atividade de leitura.

Da mesma maneira, considerando os processos superiores na leitura, como por exemplo a construção de inferências e ativação de conhecimentos prévios na formação de um leitor ativo, percebemos que os LDs utilizados para esta pesquisa tendem a contemplar seus respectivos aportes teóricos aos mesmos pesquisadores e cientistas, como por exemplo Angela Kleiman e Isabel Solé. Neste sentido, reconhecemos a inegável contribuição que estes autores têm proporcionado com relação ao ensino-aprendizagem da leitura no contexto escolar. Entretanto, também julgamos relevante um aporte em teóricos que desenvolvem suas

pesquisas em leitura a partir de conexões com outras áreas do conhecimento, tais como a Neurociência e a Psicologia cognitiva, além de seguir como modelo propostas de trabalho que têm sido proveitosas em outros países, como por exemplo Hirsch (2003).

Constatação parecida foi possível de perceber nos momentos nos quais observamos como os LDs abordam a questão de vocabulário e léxico nas aulas de português ao averiguarmos que uma das propostas destes conteúdos se baseia nas ponderações e ideias da pesquisadora Angela Kleiman, visto que seus estudos não se aprofundam exclusivamente em questões de aprendizagem e construção do léxico.

Com relação às abordagens sobre a identificação e aprendizagem de palavras observadas nos LDs analisados, chegamos à constatação que este pode ser um dos fatores dos quais tendem a comprometer a capacidade dos leitores na construção de inferências e consequente compreensão na leitura. Diante da pesquisa realizada, especialmente na abordagem qualitativa, averiguamos a predominância de textos compostos por palavras de alta complexidade na qual supomos que dificilmente estudantes do EF tiveram ou terão contato com elas.

Além disso, percebemos que um ensino sistemático do léxico não é aprofundado de maneira concisa nas seções concomitantes às destinadas à leitura e compreensão, visto que, quando são propostas, normalmente não se utilizam estratégias paras o aluno-leitor aprender novas palavras com o objetivo da aquisição de autonomia para lidar com os textos propostos em sala de aula. Entendemos esta verificação importante, pois reconhecemos que quanto mais palavras o aluno-leitor conhece, maior será a tendência em compreender o texto lido (PERFETTI, 2001; OAKHILL; CAIN; BRYANT, 2003; HIRSCH, 2003; PERFETTI, 2007; FINGER-KRATOCHVIL, 2010; PERFETTI; LANDI; OAKHILL, 2013). Esta constatação está em consonância com as conclusões obtidas por Mulinari (2014) em um estudo que objetivou estudar como livros de LP utilizados por professores e alunos no triênio 2014-2016 abordavam a questão do léxico nas aulas de português. Diante disso, a autora também constatou que não haviam seções destinadas ao ensino sistemático do léxico nas obras escolhidas para o estudo. Logo, nesta recomendação mais recente do PNLD podemos concluir que o mesmo contexto tende a ocorrer.

Além disso, a partir das nossas análises e observações, podemos concluir que os atuais LDs destinados ao professor de LP contemplam o direcionamento do ensino- aprendizagem das diferentes competências do português com base e foco exclusivo no gênero textual e ativação de esquemas de gênero em específico, mesmo reconhecendo a importância de

a compreensão de textos. Este dado ficou evidente ao refletirmos que, inclusive em atividades de ativação de conhecimentos anteriores, os livros analisados tendem a elevar e acionar conhecimentos sobre gêneros textuais.

Deste modo, reconhecemos a importância da conscientização sobre a estrutura e características do gênero do texto estudado em sala de aula. Entretanto, a partir dessa pesquisa, foi possível constatar que os LDs tendem a ativar conhecimentos de ordem linguística e de mundo de forma menos aprofundada, considerando que, segundo Kleiman (1999), estes outros dois tipos de conhecimentos também são fundamentais para o entendimento de textos e, inclusive, para a construção de inferências. Portanto, esta constatação vai ao encontro da ponderação de Rojo e Batista (2003) no qual afirmam que apesar dos atuais LDs proporem textos com alta diversidade de gêneros e temas, eles não exploram consistentemente aspectos fundamentais para a formação de bons leitores, como por exemplo a estrutura da língua.

Considerando a ativação de conhecimentos de mundo dos alunos para a construção de inferências e consequente entendimento dos textos estudados em sala de aula, percebemos que os livros didáticos selecionados para essa pesquisa elevam em suas sugestões teóricas e metodológicas os conceitos de transversalidade e intertextualidade na relação com outros conteúdos para saber mais sobre o português. Porém, como observado no Corpus selecionado para esse trabalho, concluímos que são poucas as recomendações destinadas para que haja uma integração com outras disciplinas do currículo escolar para que o aluno-leitor possa adquirir mais autonomia em relação à outras áreas do conhecimento e ler com mais criticidade, inclusive para construir inferências para compreender textos ao ser proporcionada uma formação dita integrada dos estudantes (SCLIAR-CABRAL, 2013), principalmente em contextos de oralidade.

Este resultado nos conduz à reflexão de que ainda o ensino de leitura carece de integração com outras disciplinas. Nesta perspectiva, assim como observamos que nas abordagens da LP através do LD não é proposta constantemente a relação com outras áreas do conhecimento, também podemos reconhecer, a partir da nossa experiência como professor e pesquisador, que o trabalho com conteúdos que permeiam as demais disciplinas do currículo escolar tende a não complementar a formação de leitores em suas metodologias. Este cenário se demonstra evidente nos momentos nos quais observamos o posicionamento de colegas professores de que o processo de ensino-aprendizagem da leitura e de outras competências do português é uma responsabilidade exclusiva do professor de LP.

A partir disso, percebemos que os LDs estudados tendem a contemplar o processo de construção de inferências conectivas e elaborativas em atividades de compreensão textual. Porém sem um aprofundamento nas sugestões ao professor e nos seus próprios conteúdos no que se refere à um direcionamento para que o aluno-leitor reflita sobre diferentes domínios do conhecimento para poder entender os textos abordados em sala de aula ao construir uma dessas inferências.

Desta maneira, reconhecemos o importante papel que o professor de português exerce na formação de bons leitores nos dias atuais. Ao verificarmos que o livro de LP não aborda todos os conhecimentos e processos necessários para que o aluno-leitor possa realizar inferências conectivas e elaborativas a partir do estudo de textos, reconhecemos a relevância do profissional docente em pensar em estratégias e organizar metodologias complementares para que os leitores percebam quais são os caminhos para alcançar a compreensão de textos. Assim como objetivamos propor uma série de atividades e ações complementares ao trabalho com o texto proposto em LDs de português, entendemos que o professor também deverá estar munido com o aporte de outras abordagens, além do uso do LD, ao trabalhar a leitura em sala de aula, pois, conforme afirma Bittencourt (2014), para que o material didático possa ter alguma utilidade para o estudante, necessita ser utilizado por um professor qualificado no que se refere aos mais variados aspectos do conhecimento, inclusive com autonomia em relação aos saberes dos diferentes processos que interagem na leitura.

Além disso, ao propormos a reformulação de uma atividade a partir do direcionamento de metodologias e ações que visam guiar o professor no trabalho com os conhecimentos necessários para que o aluno-leitor realize uma inferência conectiva ou elaborativa, foi possível entender a complexidade que o planejamento de estratégias referentes ao ensino- aprendizagem da leitura exige. Neste aspecto, a partir da nossa experiência como professor e pesquisador, entendemos que ainda são poucos os materiais direcionados ao docente de português referentes às metodologias que explicitem diferentes habilidades/estratégias de leitura em sala de aula. Diante disso, podemos reconhecer a dificuldade que professores de português podem encontrar no percurso da formação de bons leitores no âmbito escolar, especialmente no que diz respeito ao planejamento de ações que direcionem os caminhos para a compreensão de textos.

Deste modo, realizamos o presente trabalho não com o objetivo de generalizar resultados ou pontuar que tudo está errado nos LDs atualmente utilizados por professores de LP, mas sim problematizarmos questões específicas sobre leitura, compreensão e inferências

“A ciência, por definição, não pode ser dogmática. Avança sem certezas absolutas, mas com afirmações a que atribui um nível aproximado de probabilidade” (MORAIS, 2013a, p.135). Portanto, com essa pesquisa procuramos contribuir para a discussão acerca dos processos envolvidos na leitura e a formação de leitores no Brasil, considerando que a partir da realização desse trabalho novas questões surgiram que poderão ser exploradas em novos estudos, tais como:

a) A relação do ensino-aprendizagem do léxico com o processo da construção de inferências na leitura.

b) Sugestões de um ensino sistemático de palavras no LD para a formação de um leitor mais autônomo ao explorar textos em sala de aula.

c) Uma investigação mais aprofundada objetivando verificar se as recomendações do MP do livro de português língua contempla em suas sugestões teóricas e metodológicas concepções de leitura que estejam em consonância com as novas pesquisas em leitura considerando a Psicolinguística e as Neurociências.

d) Proposição de atividades e metodologias de ativação de conhecimentos prévios que