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REGENERAÇÃO URBANA

No documento Turístico / Alojamento Local (páginas 114-118)

CONSIDERAÇÕES SOBRE AS POLÍTICAS DE HABITAÇÃO NAS CIDADES DO NORTE DE PORTUGAL

3.2.1 REGENERAÇÃO URBANA

CONSIDERAÇÕES SOBRE AS POLÍTICAS DE HABITAÇÃO NAS CIDADES

DO NORTE DE PORTUGAL

As dinâmicas urbanas têm, também, vindo a alterar-se com os investimentos realizados no âmbito dos processos de regeneração urbana.

Ainda que só recentemente tenham ganho protagonismo, a verdade é que, os primeiros apoios à concretização destes processos datam de 2000, no âmbito do programa POLIS (Programa Nacional de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades) e respetivos su- cessores (dentro dos programas operacionais regionais). Todos eles constituíram importantes incentivos (e fontes de financiamento público) para a requalificação urbana das cidades por- tuguesas.

No presente quadro comunitário, o acesso ao financiamento para a regeneração urbana está dependente da existência de um conjunto de instrumentos de planeamento e de ação que obrigam à definição de estratégia de médio e longo prazo desenhada para responder às problemáticas do espaço urbano nas suas diversas dimensões. São eles:

Estes três instrumentos são componentes do Plano Estratégico de Desenvolvimento (ou Rege- neração) Urbano (PEDU ou PERU) já desenvolvido pela maioria dos municípios portugueses associados do Eixo Atlântico. Estes instrumentos exigem, ainda, a definição de áreas de reabilitação urbana (ARU), ou seja, a delimitação da área territorialmente que devido ao seu estado de degradação carece de intervenção integrada de reabilitação.

O Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU). O Plano de Ação de Mobilidade Urbana (PAMUS).

O Plano de Ação Integrado para as Comunidades Desfavorecidas (PAICD).

Quadro 19. Fonte: Elaboração própria.

* Áreas de reabilitação urbana com operação de reabilitação urbana aprovada (ou seja, com um conjunto de intervenções de reabilitação aprovadas)

Estes instrumentos incluem secções dedicadas ao “modelo habitacional” ou à “dinâmica imobiliária” das áreas de intervenção. Contudo, tratam-se de secções que, na sua esmaga- dora maioria, não discutem as dinâmicas do mercado de arrendamento em geral, ou do AL em particular. Por outro lado, também são praticamente inexistentes quaisquer referências à atividade turística no âmbito das intervenções definidas.

Exceção para Chaves, que inclui, na definição da operação de reabilitação urbana, objetivos de dinamização do turismo no centro histórico incluindo referência espe- cífica ao AL.

Aos investimentos de regeneração urbana realizados pelos municípios (suportados ou não por programas de financiamento europeu e/ou da administração central) aliam-se agora os resultantes quer das dinâmicas geradas pela intensificação da atividade turística quer os apoiados por programas específicos e incentivados por benefícios fiscais por parte dos investidores privados e dirigidos à requalificação das cidades, reforçando a recuperação de imóveis e dotando-os de novos usos.

Inclui-se, desta forma, a iniciativa privada no ciclo da regeneração urbana de forma a completar e valorizar as atuações públicas passadas e em curso.

Acrescem, ainda, a este conjunto de benefícios fiscais, os programas nacionais de financiamento:

Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbana (IFRRU) (instru- mento de apoio à revitalização dos centros urbanos, em todo o território nacional, promovendo a habitação, atraindo novos residentes, e dinamizando a atividade económica, e com ela a criação de riqueza e de emprego;

Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado Fundos Imobiliários (fundo fechado e de subscrição particular, destinado ao desenvolvimento de projetos de reabilitação de imóveis e à promoção do arrendamento, com vista à regeneração urbana e o repovoamento dos centros urbanos);

Ao nível do governo central, “como instrumento adicional de estímulo às operações de requalificação urbana” e de forma a incentivar “os particulares a uma inter- venção mais ativa no processo e estabelecimento de parcerias com as entidades pú- blicas” foi estabelecido o seguinte conjunto de benefícios fiscais63 aos investimentos

associados à requalificação urbana que tenham lugar nas ARU:

- Redução da taxa de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA);

- Benefícios fiscais em sede de IRS e IRC relativos a rendimentos derivados/ auferidos de fundos imobiliários relacionados com a reabilitação de imó- veis localizados em área de reabilitação urbana;

Reabilitar para Arrendar - Habitação Acessível (tem como objetivo o financiamento de operações de reabilitação de edifícios com idade igual ou superior a 30 anos, que após reabilitação deverão destinar-se predominantemente a fins habitacionais; este programa é implementado mediante protocolos de cooperação com os municípios). Ao nível municipal, completam o conjunto de benefícios fiscais à reabilitação urbana por parte dos privados, os seguintes benefícios (detalhando-se, na tabela seguinte, aqueles que são oferecidos especificamente pelos municípios portugueses associa- dos do Eixo Atlântico):

- Isenção de imposto municipal sobre imóveis (IMI);

- Isenção de imposto municipal sobre transmissões onerosas de imóveis (IMT);

- Isenção ou redução das taxas municipais associados aos processos de licenciamento de obra;

- Isenção ou redução da derrama de IRC.

Ao nível da planificação e ordenamento das dinâmicas territoriais (em particular, das dinâmi- cas espaciais), existe um conjunto de instrumentos de gestão das zonas urbanas à disposição dos municípios que podem ser utilizados na gestão de fenómenos como a intensificação da atividade turística, o crescimento da oferta de alojamento local, a necessidade de assegurar alojamento estudantil (no caso concreto das cidades universitárias) ou a dinamização das centralidades e usos pretendidos para essas zonas.

Não sendo intensão do presente trabalho discutir bondade da existência destes instrumentos nem a eficácia com a que os mesmos têm sido utilizados, releva compreender se as cidades associadas ao Eixo Atlântico os estão a aplicar como ferramentas de potenciação/mitigação dos impactos do turismo na construção ou consolidação do seu modelo urbano. O plano diretor municipal (PDM) é principal instrumento de gestão do território municipal e define o quadro estratégico de desenvolvimento territorial do município, constituindo-se como qua- dro de referência para a elaboração dos demais planos municipais.

Atenta a sua importância na estruturação da tomada de decisão do poder local, procedeu-se à análise das orientações que este instrumento emana no que respeita ao desenvolvimento da atividade turística, à caracterização do parque habitacional (e respetivos usos) e à im- plantação do AL nos municípios portugueses em análise.

3.2.2. INSTRUMENTOS DE GESTÃO MUNICIPAL NO ÂMBITO DA GESTÃO DA

No documento Turístico / Alojamento Local (páginas 114-118)