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Representação esquemática dos temas essenciais da narrativa da participante Carla (N10)

77 Patrícia (N7)

Esquema 11 Representação esquemática dos temas essenciais da narrativa da participante Carla (N10)

Experiência vivida da transição para o papel maternal de mulheres com problemas de adição a substâncias

psicoativas no momento da gravidez

O Situar-se no seu Passado

Variações no Tema

- A Presença de um Companheiro Desviante

O Valorizar o Presente e Projetar o Futuro

Variações no Tema - A Oportunidade de Mudança

O Situar-se no Projeto de maternidade

Variações no Tema - O Sentir Ambivalência - A Gravidez Não Planeada e Não Desejada

O Situar-se na Díade Mãe-Filho

Variações no Tema - A Ligação/Vinculação ao Bebé - O Sentir Medo de Alterações/Malformações no Bebe

O Sentir-se Investida/Cuidada

Variações no Tema - O Sentir Apoio Formal e/ou Informal

Experiência vivida da transição para o papel maternal de mulheres com problemas de adição a substâncias psicoativas no momento pós parto (até

aos 30 dias após o nascimento da criança)

O Situar-se no Projeto de maternidade

Variações no Tema - O Sentir-se Igual a outras Mães - A Revolta em Relação às Instituições e Técnicos de

Segurança Social

O Situar-se na Díade Mãe-Filho

Variações no Tema - O Sentir-se Capaz de Cuidar do Filho

- A Ligação/Vinculação ao Bebé

O Sentir-se Investida/Cuidada

Variações no Tema - As (os) Enfermeiras (os) que Cuidam - O Sentir Apoio Formal e/ou Informal

Experiência vivida da transição para o papel maternal de mulheres com problemas de adição a substâncias

psicoativas após o primeiro ano de vida do filho O Situar-se no seu Passado

Variações no Tema

- A Presença de um Companheiro Desviante - O Sentir-se Culpada por uma Historia de Vida Passada

O Valorizar o Presente e Projetar o Futuro

Variações no Tema

- O Sentir Medo de Deixar o Programa Terapêutico - A Busca de Sentido Positivo para a Vida (Espiritualidade)

- A Oportunidade de Mudança - A Revolta face às exigências de um Futuro

O Sentir-se Desinvestida/Não Cuidada

Variações no Tema

- O Sentir Falta de Apoio Formal e Informal

O Situar-se no Projeto de maternidade

Variações no Tema - O Sentir-se Mãe

- O Sentir Estigma Social em Relação à Capacidade em Ser Mãe

O Sentir-se Investida/Cuidada

Variações no Tema - O Sentir Apoio Formal e/ou Informal

Experiência vivida da transição para o papel maternal de mulheres com problemas de adição a substâncias psicoativas no momento do trabalho de parto e parto

O Situar-se no Trabalho de Parto e Parto

Variações no Tema - O Sentir Dores

O Situar-se na Díade Mãe-Filho

Variações no Tema

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Inês (N11)

Inês vive com os seus pais, tendo uma relação de grande proximidade com o seu pai. O seu atual companheiro encontra-se preso, tendo com este uma relação conflituosa. Apesar de ter permanecido com a filha até ao primeiro ano de vida, a mesma foi institucionalizada.

Inês situa-se no momento da gravidez referindo-nos o surgimento de Gravidez Não Planeada e Não Desejada, “Soube da gravidez logo no início, não foi uma gravidez desejada, nem planeada, aconteceu!”, de um Companheiro Desviante, “Eu consumia drogas e o meu companheiro também e andávamos os dois nessa vida e só depois é que descobri que estava grávida.”, em que emerge O Sentir Ambivalência, “Com o passar do tempo, até comecei a gostar de estar grávida.”.

Se com o passar do tempo A Ligação/Vinculação ao Bebé é estabelecida, “Gostava de ir às consultas e de ouvir o coração (…).Eu até gostei de ter estado grávida, dava festas à barriga e falava com ele.”, Inês refere Sentir-se uma Mãe Diferente, “(…) embora sentisse sempre que era uma mãe diferente. Era uma mãe diferente das outras.”, Sentir a Diferença no Cuidar, “Lá no hospital não me faziam grande coisa, viam-me faziam a eco e pronto.”, e O Sentir Estigma

Social em relação à Capacidade em Ser Mãe, “(…) como era toxicodependente era um bocado olhada de lado e parece que já sabiam que não ia ser capaz, que não me ia levantar. Acho que logo nas primeiras consultas me perguntaram se era para dar para adoção, eu disse que não (…).”.

Voltando-nos para a experiência vivida da transição para o papel maternal face ao momento do trabalho de parto e parto, Inês recorda O Sentir Dores, “As dores eram muito fortes e o bebé começou a entrar o sofrimento.” e O Sentir Medo de

Alterações/Malformações no Bebé, “Estava nervosa e também estava preocupada com o bebé, porque acho que qualquer mãe se preocupa com os seus filhos. (…) Preocupava-me se nascia bem ou não, isso preocupa sempre uma mãe!”

Face ao momento pós parto e primeiros 30 dias após o nascimento da criança, Inês aborda O Sentir-se Capaz de Cuidar do Filho, “Ensinaram-me algumas coisas e outras coisas vi-a as outras mães a fazer e eu repetia. Quer dizer, eu não sabia fazer nada, tive de aprender a fazer tudo!”, salvaguardando O Sentir Falta de Apoio Formal e Informal, “As outras faziam aquilo tudo tão rápido e eu ali às voltas, às voltas. Isso foi difícil. Eu gostava de fazer, mas precisava de mais tempo. (…) tivemos muitas dificuldades, porque estávamos sozinhos, sem ajudas. Ele trabalhava e quando saía eu ficava em casa sozinha com ela e às vezes sentia-me perdida, sozinha. Chorei algumas vezes, porque ela chorava e eu andava ali feita barata tonta sem

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saber o que fazer. Ia ao centro de saúde e assim, mas diziam-me tanta coisa, tanta coisa, que eu chegava ao fim já nem sabia o princípio.”.

Recuando no tempo e tentando situar-se no primeiro ano de vida do filho, Inês volta a focar A Presença de um Companheiro Desviante na sua vida, “Eu fiquei sozinha, o meu companheiro começou a levar cocaína e heroína lá para casa, a consumir lá e eu também consumi.”. Emergindo O Sentir-se Revoltada perante a (Possibilidade de) Institucionalização

do Filho, “Vou com o meu pai ver a bebé, podemos dar um passeio com ela mas depois ao final do dia tenho de a entregar.”, Inês narra-nos O Sentir-se Triste pela Perda do Poder Parental, “Ativaram a CPCJ e ela foi lá a casa e levaram a bebé para uma instituição. (…) Depois aqui no CAT (Centro de Atendimento a Toxicodependentes) têm tentado que eu me levante, mas eu sou-lhe sincera não tenho razão de viver, ando aqui, deixo-me andar [chora]. (…) Não tenho nada na minha vida, nem sei bem quem sou! Era a mãe da J. (refere o nome da bebé), agora não sou nada! [chora].”, o que segundo a participante adjuvou O Retorno aos Consumos, “A minha filha esteve comigo até há pouco tempo, mas levaram-me porque eu tive consumos e o meu companheiro também. (…) Depois no CAT (Centro de Atendimento a Toxicodependentes) fizeram-me os testes e deu positivo. (…) Depois ele roubou umas coisas por causa de ter dinheiro para comprar as drogas e foi preso. Como fiquei sozinha, ainda comecei a consumir mais e mais para esquecer e para que os dias passassem rápido.” A Revolta face às exigências

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Esquema 12 – Representação esquemática dos temas essenciais da narrativa da