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Representação esquemática dos temas essenciais da narrativa da participante Nélia (N8)

77 Patrícia (N7)

Esquema 9 Representação esquemática dos temas essenciais da narrativa da participante Nélia (N8)

Experiência vivida da transição para o papel maternal de mulheres com problemas de adição a substâncias

psicoativas no momento da gravidez

O Situar-se no seu Passado

Variações no Tema

- A Presença de um Companheiro Desviante - O Sentir-se Culpada por uma Historia de Vida Passada

O Valorizar o Presente e Projetar o Futuro

Variações no Tema - A Oportunidade de Mudança

- A Projeção no Futuro

O Sentir-se Desinvestida/Não Cuidada

Variações no Tema - O Sentir-se Sozinha

O Situar-se no Projeto de maternidade

Variações no Tema - O Sentir Ambivalência - A Gravidez Não Planeada e Não Desejada

- A Gravidez Não Vigiada

O Situar-se na Díade Mãe-Filho

Variações no Tema - A Ligação/Vinculação ao Bebé

O Sentir-se Investida/Cuidada

Variações no Tema - O Sentir Apoio Formal e/ou Informal

Experiência vivida da transição para o papel maternal de mulheres com problemas de adição a substâncias psicoativas no momento pós parto (até

aos 30 dias após o nascimento da criança)

O Sentir-se Desinvestida/Não Cuidada

Variações no Tema - O Sentir a Diferença no Cuidar

O Situar-se no Projeto de maternidade

Variações no Tema

- O Sentir Estigma Social em relação à Capacidade em Ser Mãe

O Situar-se na Díade Mãe-Filho

Variações no Tema - O Sentir-se Capaz de Cuidar do Filho

- A Ligação/Vinculação ao Bebé - O Sentir-se Revoltada perante a (Possibilidade de)

Institucionalização do Filho - O Sentir-se Vigiada Por Outros

O Sentir-se Investida/Cuidada

Variações no Tema - As (os) Enfermeiras (os) que Cuidam

Experiência vivida da transição para o papel maternal de mulheres com problemas de adição a substâncias

psicoativas após o primeiro ano de vida do filho O Situar-se no seu Passado

Variações no Tema - O Retorno aos Consumos

O Valorizar o Presente e Projetar o Futuro

Variações no Tema

- A Revolta face às exigências de um Futuro - A Revolta em Relação às Instituições e Técnicos da

Segurança Social - A Projeção no Futuro

O Situar-se no Projeto de maternidade

Variações no Tema

- O Sentir Estigma Social em relação à Capacidade em Ser Mãe

- O Sentir-se Mãe

O Situar-se na Díade Mãe-Filho

Variações no Tema - O Sentir-se Capaz de Cuidar do Filho - O Sentir-se Revoltada perante a (Possibilidade de)

Institucionalização do Filho - O Sentir-se Vigiada Por Outros - O Sentir-se Triste pela Perda do Poder Parental

O Sentir-se Investida/Cuidada

Variações no Tema - O Sentir Apoio Formal e/ou Informal

Experiência vivida da transição para o papel maternal de mulheres com problemas de adição a substâncias psicoativas no momento do trabalho de parto e parto

O Situar-se no seu Passado

Variações no Tema

- O Sentir-se Culpada por uma Historia de Vida Passada

O Valorizar o Presente e Projetar o Futuro

Variações no Tema - A Projeção no Futuro

O Sentir-se Desinvestida/Não Cuidada

Variações no Tema - O Sentir a Diferença no Cuidar

O Situar-se no Trabalho de Parto e Parto

Variações no Tema - O Sentir Dores - O Sentir Felicidade

O Situar-se na Díade Mãe-Filho

Variações no Tema - O Sentir Medo

- O Sentir Medo de Alterações/Malformações no Bebé - O Sentir a Ausência do Contacto Imediato com o Recém-

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Cristina (N9)

Cristina vive com os seus dois filhos e o seu companheiro, sofrendo este de patologia mental associada à adição de drogas e álcool, pelo que mantém com o mesmo uma relação conflituosa.

Procurando a experiência vivida da transição para o papel maternal no momento da gravidez de Cristina, da sua narrativa emerge o surgimento de uma Gravidez Não Planeada e Não Desejada, “Eu engravidei do meu segundo filho, sem querer, foi um acidente! Quando descobri já estava com umas oito semanas.”, em que O Sentir Ambivalência é presente, “Ainda pensei fazer um aborto mas depois optei por ter. (…) A gravidez não foi difícil, embora no início eu não o quisesse ter, sou franca, por causa da minha situação de vida e ainda a ia complicar mais (…).”. Associado ao Sentir Medo de Alterações/Malformações no Bebé, “Ao inicio, fiquei um bocado assustada por causa da medicação, porque tinha medo que o menino viesse com síndrome de abstinência, porque na altura eu não estava a fazer metadona, estava a fazer os ‘azevedos’ (bruprenorfina). Tinha um bocado de medo porque diziam que eles (as crianças) podiam vir mal, com privação, e isso preocupava-me!”, Cristina refere O Sentir-se

Sozinha, “Eu na altura também me sentia um bocado sozinha. Os meus pais estão doentes, estão acamados, as coisas com o meu companheiro, que é o pai dos meus dois filhos também não andavam bem e isso fez-me cair em tentação.” e O Sentir Medo de Perder o Filho, “O meu medo era a CPCJ (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens), tinha medo que me levassem os meus filhos e isso atormentou-me também na gravidez. (…) Há sempre aqueles medos, mas eu senti mesmo medo, porque tinha consumido, eles sabiam e podiam ter-me tirado os filhos, mas deram-me uma segunda oportunidade!”.

Surgindo a gravidez de uma relação com um Companheiro Desviante, “Depois a minha relação com o meu companheiro também é um bocado instável e eu fiquei com muito medo e muito mais pelos meus filhos. (…) Ele na altura consumia, consumia à minha frente e isso também não é fácil. Quando ele consumia cocaína, isso mexia comigo, eu só com o cheiro sentia a necessidade e tinha de me controlar. (…) Acho que se ele não estivesse comigo era mais fácil eu afastar-me das drogas. Ele criava-me e cria-me ainda insegurança!”, Cristina ressalva O Sentir Apoio Formal e/ou Informal dos profissionais de saúde, “A equipa foi espetacular e apoiou-me muito e isso facilitou aqueles momentos mais difíceis.”.

Voltando-nos para a experiência vivida da transição para o papel maternal face ao momento do trabalho de parto e parto, Cristina sente-se Culpada por uma Historia de Vida Passada, “Eu já tinha tido tantos problemas na minha vida, que pelo menos o meu filho nascesse bem e com saúde. Era o que eu mais pedia! Hoje penso, havia aquela coisa no início

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de fazer o aborto, mas depois foi a melhor coisa que eu tive e quando penso nisso até sinto remorsos acredita!”, sentindo Medo de Alterações/Malformações no Bebé, “(…) só estava preocupada se ele nascia bem e se tudo corria bem com ele, era a minha grande preocupação.”.

Do nascimento do seu filho, Cristina na sua narrativa ilustra O Sentir Felicidade, “Quando acabaram de me coser, ele foi logo posto à mama e mamou logo.”, assente na sua

Ligação/Vinculação ao Bebé, “Ele esteve ali junto a mim uma data de tempo e foi muito bom! Foi uma experiência que não tinha tido no meu outro filho e foi maravilhoso, porque estamos ali os dois e ele está junto a mim.”.

Face ao momento pós parto e primeiros 30 dias após o nascimento da criança, Cristina fala-nos do Sentir-se Capaz de Cuidar do Filho, “(…) não senti dificuldades em cuidar dele, eu fazia tudo e não precisava de ajuda das enfermeiras.” e do Sentir-se Mãe, “Tinha o meu filho, ele estava bem e isso era o mais importante e ali tinha todo o tempo para me dedicar a ele.”, onde se destaca a Importância que a Amamentação tem para si, “Ele ficou sempre junto a mim e eu amamentei logo e sempre.”. Apesar de Sentir Medo de Alterações/Malformações

no Bebé, “Pronto como lhe disse ele nasceu bem, mas os médicos tinham medo e eu também de ele ressacar. (…) Fiquei assustada também porque as duas primeiras noites ele só chorava, só chorava!”, Cristina salienta O Sentir Apoio Formal e/ou Informal, “Olhe, lá não me sentia sozinha, porque sabia que estava acompanhada e tinha alguém (…).Gostei muito daqueles dias porque me sentia protegida e ninguém me chateava a cabeça.”, nomeadamente das(os)

Enfermeiras(os) que Cuidam, “Elas às vezes apareciam lá, mas sou-lhe franca, não eram muitas as vezes, era mais os estagiários, mas eu orientava-me e elas até eram impecáveis porque se eu chama-se elas vinham sempre.”, no entanto, do seu discurso emerge ainda O

Sentir-se Revoltada perante a (Possibilidade de) Institucionalização do Filho, “Durante estes dias eu também tive medo da CPCJ (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens), mas nunca falaram comigo enquanto lá estive, nem nunca me disseram nada, só apareceram mais tarde quando eu já estava em casa.”.

Viajando no tempo e recuando ao primeiro ano de vida do seu filho, Cristina volta a enunciar O Sentir-se Culpada por uma Historia de Vida Passada, “Acho que a minha vida podia estar a melhorar, mas acho que melhorou bastante durante este espaço de tempo.”, procurando Modificar o Padrão de Relação com Familiares e/ou Amigos, “Eu nunca fui de ir consumir sozinha, isso não, mas se alguém me mostra e está em casa comigo e que a tem, fica muito difícil resistir!”, dificultado pela Presença de um Companheiro Desviante, “(…) a minha relação com o meu companheiro não é certa, ele é um bocado complicado, e se nós não estamos bem, depois lá em casa ninguém está bem.”, levando-a ao Retorno aos Consumos,

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“Durante este tempo todo eu estive sempre a fazer a metadona, mas não lhe vou mentir e digo-lhe que durante esse ano às vezes consumi, porque o meu companheiro trouxe e eu não resisti. (…) As duas vezes que consumi já com os meus dois filhos, nunca foi à frente deles, mas eles começam a crescer e podem aperceber-se e eu não quero.”.

Procurando A Projeção no Futuro “Eu sei que tenho de parar e nunca mais consumir, porque até em termos de dinheiro prejudica (…).”, Cristina trilha o caminho na Busca de

Sentido Positivo para a Vida (Espiritualidade), “Eu preciso é de força psicológica, muita força na cabeça!“.

Esquema 10 – Representação esquemática dos temas essenciais da narrativa da participante

Cristina (N9)

Experiência vivida da transição para o papel maternal de mulheres com problemas de adição a substâncias

psicoativas no momento da gravidez O Situar-se no seu Passado

Variações no Tema

- A Presença de um Companheiro Desviante

O Sentir-se Desinvestida/Não Cuidada

Variações no Tema - O Sentir-se Sozinha

O Situar-se no Projeto de maternidade

Variações no Tema - O Sentir Ambivalência - A Gravidez Não Planeada e Não Desejada