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Representação esquemática dos temas essenciais da narrativa da participante Irene (N4)

Encontramo-nos através da experiência vivida

Esquema 5 Representação esquemática dos temas essenciais da narrativa da participante Irene (N4)

Experiência vivida da transição para o papel maternal de mulheres com problemas de adição a substâncias

psicoativas no momento da gravidez O Situar-se na sua História de Consumos

Variações no Tema

- A Procura de Modificar a História de Consumos

O Situar-se no seu Passado

Variações no Tema

- A Presença de um Companheiro Desviante - O Sentir-se Culpada por uma Historia de Vida Passada

O Valorizar o Presente e Projetar o Futuro

Variações no Tema - A Oportunidade de Mudança

- A Projeção no Futuro

O Sentir-se Desinvestida/Não Cuidada

Variações no Tema - O Sentir a Diferença no Cuidar

O Situar-se no Projeto de maternidade

Variações no Tema - O Sentir Ambivalência

- O Sentir Felicidade - A Gravidez Não Planeada e Não Desejada

- O Sentir-se Igual a Outras Mães

O Situar-se na Díade Mãe-Filho

Variações no Tema - A Ligação/Vinculação ao Bebé - O Sentir Medo de Alterações/Malformações no Bebe

O Sentir-se Investida/Cuidada

Variações no Tema - O Sentir Apoio Formal e/ou Informal

Experiência vivida da transição para o papel maternal de mulheres com problemas de adição a substâncias psicoativas no momento pós parto (até

aos 30 dias após o nascimento da criança)

O Situar-se no seu Passado

Variações no Tema

- O Sentir-se Culpada por uma Historia de Vida Passada

O Valorizar o Presente e Projetar o Futuro

Variações no Tema

- O Sentir Necessidade de Cortar com o Passado - A Projeção no Futuro

O Sentir-se Desinvestida/Não Cuidada

Variações no Tema - O Sentir a Diferença no Cuidar - O Sentir Falta de Apoio Formal e/ou Informal

O Situar-se no Projeto de maternidade

Variações no Tema - O Sentir Orgulho

- O Sentir Estigma Social em relação à Capacidade em Ser Mãe

O Situar-se na Díade Mãe-Filho

Variações no Tema - O Sentir-se Mãe - O Sentir-se Capaz de Cuidar do Filho

- A Ligação/Vinculação ao Bebé - O Sentir-se Revoltada perante a (Possibilidade de)

Institucionalização do Filho

O Sentir-se Investida/Cuidada

Variações no Tema - As (os) Enfermeiras (os) que Cuidam - O Sentir Apoio Formal e/ou Informal

Experiência vivida da transição para o papel maternal de mulheres com problemas de adição a substâncias

psicoativas após o primeiro ano de vida do filho O Valorizar o Presente e Projetar o Futuro

Variações no Tema

- A Revolta face às exigências de um Futuro - A Revolta em Relação às Instituições e Técnicos da

Segurança Social - A Projeção no Futuro

- O Procurar Modificar o Padrão de Relação com Familiares e/ou Amigos

O Situar-se no Projeto de maternidade

Variações no Tema

- O Sentir Estigma Social em relação à Capacidade em Ser Mãe

- O Sentir-se Mãe

O Situar-se na Díade Mãe-Filho

Variações no Tema - O Sentir-se Capaz de Cuidar do Filho - O Sentir-se Protegida face à Institucionalização de Mãe e

Filho

O Sentir-se Desinvestida/Não Cuidada

Variações no Tema

- O Sentir Falta de Apoio Formal e/ou Informal

Experiência vivida da transição para o papel maternal de mulheres com problemas de adição a substâncias psicoativas no momento do trabalho de parto e parto

O Sentir-se Desinvestida/Não Cuidada

Variações no Tema - O Sentir-se Humilhada - O Sentir a Diferença no Cuidar

O Situar-se no Projeto de maternidade

Variações no Tema - O Sentir-se Sozinha

- O Sentir Estigma Social em relação à Capacidade em Ser Mãe

- A Revolta em Relação às Instituições e Técnicos de Segurança Social

O Situar-se no Trabalho de Parto e Parto

Variações no Tema - O Sentir Felicidade

O Situar-se na Díade Mãe-Filho

Variações no Tema - O Sentir Medo

- O Sentir Medo de Alterações/Malformações no Bebé - O Sentir Amor

- O Sentir-se Capaz de Cuidar do Filho - O Sentir Tristeza da Separação Mãe/Filho - O Sentir-se Revoltada perante a (Possibilidade de)

Institucionalização do Filho

O Sentir-se Investida/Cuidada

Variações no Tema - As (os) Enfermeiras (os) que Cuidam

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Raquel (N5)

De uma relação no passado nasceu o ‘salvador’. Raquel escondeu a sua gravidez até tarde dos seus pais. Apesar de ambos os progenitores de Raquel estarem a atravessar uma fase menos positiva das suas vidas por motivos de doença oncológica, estes foram e continuam a ser o seu grande apoio desde essa altura até à presente data. Raquel vive com os seus pais e com o seu filho desde o período pós parto.

Procurando a compreensão da experiência vivida da transição para o papel maternal no momento da gravidez de Raquel, a mesma refere-nos na sua narrativa O Sentir Ambivalência quando descobriu que estava grávida, “Quando soube que estava grávida tive muito medo, medo de não ser capaz (…).” Tendo engravidado de um Companheiro Desviante, “Eu engravidei depois de uma relação com um namorado que me levou para as drogas.”, a

Gravidez surgiu de forma Não Planeada e Não Desejada, “Eu namorava com ele e engravidei, mas só descobri que estava grávida aos quatro meses de gravidez e já nem sequer namorava com ele (…), portanto deixei-me andar, não imaginava mesmo que estava grávida.”, onde O

Sentir Medo de Alterações/Malformações no Bebé foi muito presente, “(…) medo de estar a tomar a metadona e as consequências para o bebé (…).”.

Manifestando Ligação/Vinculação ao Bebé, “Eu não tinha ninguém, era eu e o meu bebé, então agarrei-me muito a ele, sofri, vivi, chorei, ri, com ele. (…) Era a minha barriga e eu! Sempre juntos! Foi uma coisa maravilhosa e a melhor coisa que me aconteceu na vida.”, de Raquel emerge O Sentir Felicidade, “Foi a melhor coisa que me aconteceu! Nem tenho palavras! (…) Vivi os restantes meses, que já não eram muitos, muito bem e muito feliz, foi um tempo maravilhoso.”.

Em todo o seu percurso gravídico, Raquel refere-nos Sentir Apoio Formal e/ou Informal, “Olhe o Dr. (refere o nome do médico) eram extraordinários e toda a equipa também, apoiam- nos muito e têm sempre uma palavra amiga a dizer. Incentivaram-me e fizeram-me sentir capaz e acho que isso fez toda a diferença! (…) aquela equipa é mesmo para aquilo, estão habituados, é a normalidade deles e portanto eles cuidam bem de nós.”, enaltecendo As (os)

Enfermeiras (os) que Cuidam, “Houve lá um enfermeiro (refere o nome do enfermeiro), que me disse “tem aqui a oportunidade de mudar a sua vida, não a deixe escapar!”, e até hoje eu me lembro das palavras dele, eles tinham sempre uma palavra amiga para nos dar.”.

Do momento do trabalho de parto e parto, Raquel viajou ao passado onde recordou com especial atenção As (os) Enfermeiras (os) que Cuidam, “Quando cheguei fui vista na urgência (…) e perguntaram quem me acompanhava, eu disse “ninguém!”. Eles responderam “então, nós tomamos conta de si!”. Trataram-me muito bem e nunca me senti sozinha.”. O Sentir

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Felicidade fez parte da experiência de Raquel, “Uma experiência única que mudou para sempre a minha vida.”, onde O Sentir Amor foi presente, “Foi um momento único, entre uma mãe que errou bastante, que se meteu com quem não devia, e um ser acabado de chegar ao mundo e que não tinha culpa nenhuma.”, alicerçado na Ligação/Vinculação ao Bebé, “Puseram-no em cima de mim e ficámos ali os dois, foi um momento inesquecível. É uma coisa tão boa, tão maravilhosa. (…) Só depois de me cozerem é que o levaram, foram vesti-lo e ele voltou para os meus braços novamente.”, tendo verbalizado Sentir Medo de

Alterações/Malformações no Bebé, “(…) porque tinha medo do bebé, se o bebé nascia bem, se tudo iria correr bem. Felizmente, o parto correu muito bem e o meu filho nasceu bem, sem problema nenhum.”.

Os primeiros 30 dias após o nascimento do seu filho são recordados por Raquel como uma Oportunidade de Mudança, “Acho que era uma oportunidade que a vida me estava a dar e eu só tinha de a aproveitar.”, em que O Sentir Necessidade de Cortar com o Passado, “(…) eu queria e continuo a querer estar bem, ter saúde para cuidar do meu filho e deixar as drogas para sempre, portanto, eu naqueles momentos lembrava-me sempre disso e procurei sempre ser a melhor mãe.”, é a alavanca que permitem Raquel Sentir-se Capaz de Cuidar do Filho, “Estive sempre com o meu filho, fui eu sempre que cuidei dele! (…) mas tentei sempre fazer tudo bem e esforcei-me para aprender.” e Sentir Orgulho, “(…) acho que os médicos e as enfermeiras acharam que era possível e estou-lhes muito agradecida, porque foi mesmo!”, embora tivesse a perceção que era Vigiada Por Outros, “Acho que o quarto em que eu estava tinha uma câmara para elas verem se eu fazia tudo bem e se não falhava (…).”. Fazendo notar mais uma vez As (os) Enfermeiras (os) que Cuidam, “Estive sempre num quarto sozinha e as enfermeiras ajudaram-me muito, nunca senti que me tratassem de forma diferente, pelo contrário, até acho que se preocupavam mais comigo e me ajudavam mais. (…) As enfermeiras ajudaram-me muito e com o tempo fui capaz de ir fazendo. Elas também falaram com o médico para me darem alta mais tarde, para que assim eu pudesse aprender mais coisas e assim foi, vim mais tarde para casa.”, Raquel enfatiza A Importância da Amamentação ,“Eu amamentei sempre!” e A Ligação/Vinculação ao seu Bebé, “Depois de ele nascer ficou sempre comigo. (…) Eu tomava a metadona e a metadona ia para o bebé pelo leite materno, e assim eu amamentei sempre.”.

Situando-se no primeiro ano de vida do filho, Raquel expressa Sentir-se Capaz de Cuidar do Filho, “Fui sempre eu que lhe dei banho, que lhe dei a primeira sopa, a papa, que vi nascerem os primeiros dentinhos, que fui com ele ao médico e às vacinas. Fui eu, professora!”, o que a faz Sentir-se Mãe, “Durante o primeiro ano de vida do meu filho e até hoje, eu dediquei-me de corpo e alma a ele.”, e Sentir Orgulho “E estou muito feliz com isso, porque

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fui capaz, eu fui capaz!”, concedendo-lhe A Busca de Sentido Positivo para a Vida

(Espiritualidade), “O meu filho foi o nosso salvador! Salvou-me a mim e ajudou muito os meus pais, é a nossa razão de viver! Deu-nos sentido de vida!”. Face a esta nova fase da sua vida, Raquel alude ao Sentir Medo de Deixar o Programa Terapêutico, “Já estou a fazer uma dose mínima, é quase só para não deixar, mas tenho muito medo e o medo bloqueia-me, e por isso prefiro fazer a metadona e estar sob a proteção do CAT, sinto-me mais segura.”.

Esquema 6 – Representação esquemática dos temas essenciais da narrativa da