4.2 - Resistência do Concreto
Embora n
Embora n
ãã
o seja oo seja oúú
nico parnico parââ
metro de medida, a resistmetro de medida, a resistêê
ncia do concretoncia do concretoéé
largalargamentmente e emprega-emprega- da para avaliar ou definir o seu desempenho, empregando-se freqda para avaliar ou definir o seu desempenho, empregando-se freq
üü
entemente a resistentemente a resistêê
ncianciaàà
com-com- presspress
ãã
o, queo, queéé
mais fmais fáá
cil e menos dispendiosa de se medir. Outros parcil e menos dispendiosa de se medir. Outros parââ
metros como o mmetros como o móó
dulodulo de elasticidade, resistde elasticidade, resist
êê
ncia a abrasncia a abrasãã
o, condutibilidade, etc, o, condutibilidade, etc, podem ser avapodem ser avaliados pela liados pela resistresistêê
ncia.ncia. No caso do piso com armadura distribuNo caso do piso com armadura distribu
íí
da, a resistda, a resistêê
ncia irncia iráá
determinar a espessura do concre-determinar a espessura do concre- to, a rigidez, a qualidade superficial, e tambto, a rigidez, a qualidade superficial, e tamb
éé
m, indiretamente, irm, indiretamente, iráá
influenciar as e deformainfluenciar as e deformaçõçõ
eses da placa, como o empenamento. A resistda placa, como o empenamento. A resist
êê
ncia do concreto deve ser dosada na medida certa,ncia do concreto deve ser dosada na medida certa, pois quanto excessivamente elevada, acaba conduzindo a maiores mpois quanto excessivamente elevada, acaba conduzindo a maiores m
óó
dulos de elasticidade edulos de elasticidade e menor flumenor flu
êê
ncia na trancia na traçãçã
o. A placa de concreto precisa acomodar uma so. A placa de concreto precisa acomodar uma séé
rie de deformarie de deformaçõçõ
es,es, quer de origem tquer de origem t
éé
rmica como hidrrmica como hidráá
ulica e quandoulica e quandoéé
muito rmuito ríí
gida acaba tendo baixa relaxagida acaba tendo baixa relaxaçãçã
ooCONCRETO
CONCRETO
0
044
4.1 -
4.1 - IIntroduçãontrodução
A resist
A resist
êê
ncia do concreto estncia do concreto estáá
intimamente relacionadaintimamente relacionadaàà
resistresistêê
ncia da pasta de cimento, doncia da pasta de cimento, do agregaagregado e da intdo e da int erface pasta-aerface pasta-agregado, sendo estgregado, sendo est a bastante cra bastante cr
íí
tica no caso de esfortica no caso de esforçç
ososàà
tratraçãçã
oo na flexna flex
ãã
o.o.O primeiro fator a ser analisado
O primeiro fator a ser analisado
éé
a relaa relaçãçã
ooáá
gua/gua/ccimento (a/c)imento (a/c), que representa seguramente o, que representa seguramente o principal parprincipal par
ââ
metmetro da resisro da resisttêê
ncia do concretoncia do concreto (Neville, 1971)(Neville, 1971) eeéé
universalmente conhecida poruniversalmente conhecida por LeiLei de Abramsde Abrams. Trabalhos experimentais indicam que a rela. Trabalhos experimentais indicam que a rela
çãçã
oo a/a/ cc explica, em mexplica, em méé
dia, 95% das vari-dia, 95% das vari- aaçõçõ
es da resistes da resistêê
ncianciaàà
compresscompressãã
o; quando se trata da resisto; quando se trata da resistêê
ncianciaàà
tratraçãçã
o na flexo na flexãã
o tem-se obser-o tem-se obser- vado que avado que a Lei de AbramsLei de Abrams, quando considerada isoladamente,, quando considerada isoladamente,
éé
insuficiente para explicar as parce-insuficiente para explicar as parce- las mais expressivas dessa resistlas mais expressivas dessa resist
êê
nciancia (Buc(Bucher e her e Rodrigues, 1993)Rodrigues, 1993),, devendo-se landevendo-se lançç
ar mar mãã
o de ou-o de ou- trostros fatores, principalmente da aderfatores, principalmente da ader
êê
ncia pastncia pasta-a-agregaagregado, do, quequeéé
fruto nfruto nãã
o so sóó
da resistda resistêê
ncia da pastancia da pasta mas tambmas tamb
éé
m da textura e forma do agregado gram da textura e forma do agregado graúú
do.do. Os agregados afetam notadamente a resitOs agregados afetam notadamente a resit
êê
ncianciaàà
trtraaçãçã
o na flexo na flexãã
o, devido principalmenteo, devido principalmenteàà
natureza mineralnatureza mineral
óó
gica, formgica, forma geoma geoméé
trica e textura das parttrica e textura das partíí
culas. Ensaios comparativos com seixoculas. Ensaios comparativos com seixo rolado, que possui superfrolado, que possui superf
íí
cie lisa, e calccie lisa, e calcáá
rio britado indicaram que neste a resistrio britado indicaram que neste a resistêê
ncianciaàà
tratraçãçã
o nao na flexflex
ãã
o pode ser ato pode ser atéé
25% maior para a mesma rela25% maior para a mesma relaçãçã
oo a/a/ c (Kc (Kaplan, 1963)aplan, 1963).. O mesmo estudo indicaO mesmo estudo indica que, quanto maior for o volume do agregado graque, quanto maior for o volume do agregado gra
úú
do com relado com relaçãçã
o ao total, menor sero ao total, menor seráá
o mo móó
dulo dedulo de ruptura, devido ao aumento da dimensruptura, devido ao aumento da dimens
ãã
o mo méé
dia do agregado total.dia do agregado total. QuantoQuanto
àà
forma, agregados com partforma, agregados com partíí
culas que se afastam da forma esfculas que se afastam da forma esféé
rica conferem ao concretorica conferem ao concreto maior mmaior m
óó
dulo de ruptura, pelo simples fato de apresentarem maiordulo de ruptura, pelo simples fato de apresentarem maioráá
rea de contato com a argamassarea de contato com a argamassa e um melhor engaste. Esse afastamento deve ocorrer dentro de certos limites, sendo que a forma e um melhor engaste. Esse afastamento deve ocorrer dentro de certos limites, sendo que a forma idealideal
éé
a ca cúú
bica. Concretos com agregados disciformes (forma de disco) ou aciculares (forma de agu-bica. Concretos com agregados disciformes (forma de disco) ou aciculares (forma de agu- lha) apresentam baixa resistlha) apresentam baixa resist
êê
ncianciaàà
flexflexãã
o, alo, aléé
m de facilitarem a formam de facilitarem a formaçãçã
o de bolso de bolsõõ
es, por dificultaremes, por dificultarem a sa saa
íí
da dada daáá
gua exsudada, diminuindo a adergua exsudada, diminuindo a aderêê
ncia matriz-agregadoncia matriz-agregado (Bucher e Rodrigues, 1983)(Bucher e Rodrigues, 1983).. No dimensionamento de pisos com armadura simples, emprega-se o mNo dimensionamento de pisos com armadura simples, emprega-se o m
óó
dulo de ruptura, quedulo de ruptura, queéé
oo parpar
ââ
metro mais representativo das solicitametro mais representativo das solicitaçõçõ
es a que este seres a que este seráá
submetido. A sua determinasubmetido. A sua determinaçãçã
ooéé
feitfeita em corpos de prova pa em corpos de prova prismrism
áá
ticos com secticos com secçãçã
o quadrao quadrada e comprimentda e compriment o ligeiramente mo ligeiramente m aioaior quer que trtr
êê
s vezes a altura, sendo geralmente empregados nas dimenss vezes a altura, sendo geralmente empregados nas dimensõõ
es 150 mm x 150 mm x 500 mm.es 150 mm x 150 mm x 500 mm. Quando comparado com o corpo de prova cilQuando comparado com o corpo de prova cil
íí
ndrico, empregado na determinandrico, empregado na determinaçãçã
o da resisto da resistêê
ncianciaàà
compresscompress
ãã
o, nota-se que a sua utilizao, nota-se que a sua utilizaçãçã
o em obrao em obraéé
um tum tanto dificultadaanto dificultada, pelo custo das f, pelo custo das fôô
rmas, dormas, do ensaio e pelas dificuldades de manuseio.ensaio e pelas dificuldades de manuseio. A correla
A correla
çãçã
o estato estatíí
stica entre a resiststica entre a resistêê
ncianciaàà
compresscompressãã
o e o mo e o móó
dulo de rupturadulo de rupturaéé
posspossíí
vel tvel teoricaeorica-- mentmente, tendo e, tendo sido perseguida sido perseguida por diversos pesquisapor diversos pesquisadores, no intuitdores, no intuito de fo de facilacilitar o contitar o controle de obrasrole de obras onde o requisito
onde o requisito
éé
o mo móó
dulo de ruptura. A prdulo de ruptura. A práá
tica tem demonstrado que o emprego dessas corre-tica tem demonstrado que o emprego dessas corre- lala
çõçõ
es deve ser tomado como referes deve ser tomado como referêê
ncia para efeitos de dosagem.ncia para efeitos de dosagem. Como exemplo de correlaComo exemplo de correla
çõçõ
es entre as resistes entre as resistêê
ncias, que podem perfeitamente ser empregadasncias, que podem perfeitamente ser empregadas para os estudos de dosagem, pode-se citar duas, que apresentam resultados bastante similares: para os estudos de dosagem, pode-se citar duas, que apresentam resultados bastante similares:Bucher & Rodrigues, 1983 Bucher & Rodrigues, 1983::
ƒƒ
ct,Mct,M = 0,56 x (f= 0,56 x (fcc)) 0,6 0,6 (MPa)(MPa) Packard, 1976 Packard, 1976::ƒƒ
ct,Mct,M = 0,76 x (f= 0,76 x (fcc)) 0,5 0,5 (MPa)(MPa) 46 46Resist
Resist
êê
ncia ao Desgastencia ao Desgaste A resistA resist
êê
ncia ao desgastencia ao desgasteéé
um dos principais parum dos principais parââ
metros a serem considerados no dimensiona-metros a serem considerados no dimensiona- mento do piso, pois dela depende em grande parte o seu desempenho. Embora seja tmento do piso, pois dela depende em grande parte o seu desempenho. Embora seja t
ãã
o impor-o impor- tante, a sua obtentante, a sua obten
çãçã
o depende de uma so depende de uma séé
rie de frie de fatores de dosaatores de dosagem e gem e executivos que muitexecutivos que muitas vezas vezeses passam desapercebidos pelo engenheiro e que podem limitar tanto a funcionalidade como a vida passam desapercebidos pelo engenheiro e que podem limitar tanto a funcionalidade como a vidaúú
til do pavimento.til do pavimento.Em primeiro lugar, a resist
Em primeiro lugar, a resist
êê
ncia ao desgaste estncia ao desgaste estáá
diretamente relacionadadiretamente relacionadaàà
resistresistêê
ncianciaàà
com-com- presspress
ãã
o ou seja, a relao ou seja, a relaçãçã
ooáá
gua - cimento (figura 4.1gua - cimento (figura 4.1) e, mais intensamente,) e, mais intensamente,àà
tratraçãçã
o do concreto.o do concreto. Recomenda-se que a resistRecomenda-se que a resist
êê
ncianciaàà
compresscompressãã
o mo míí
nima para assegurar um bom desempenho comnima para assegurar um bom desempenho com0,20 0,20 0 0 20 20 40 40 60 60 80 80 100 100 120 120 140 140 160 160 180 180 200 200 0 0,,3300 00,,4400 00,,5500 Rela
Relaçãçãoo áágua/cimentogua/cimento Esferas de a
Esferas de aççoEsferas de aoEsferas de aççoEsferas de aoEsferas de aççoo
Roda de desbaste Roda de desbaste Jato de areia Jato de areia P P e e r r d d a a p p o o r r a a b b r r a a s s ã ã o o d d o o c c i i m m e e n n t t p p o o - - B B 0 0,,6600 00,,7700 00,,8800 Figura 4.1 - Resist
Figura 4.1 - Resist
êê
ncianciaàà
abrasabrasãã
o x relao x relaçãçã
ooàà
gua - cimento (Liu, 1994)gua - cimento (Liu, 1994) No emprego de correlaNo emprego de correla
çõçõ
es,es,éé
necessnecessáá
rio conhecer o tipo dos agregados empregados, pois con-rio conhecer o tipo dos agregados empregados, pois con- cretos produzidos, por exemplo, com seixo rolado apresentam fortes distorcretos produzidos, por exemplo, com seixo rolado apresentam fortes distor
çõçõ
es, para menos, nases, para menos, nas correlacorrela
çõçõ
es entre as resistentes. A primeira equaes entre as resistentes. A primeira equaçãçã
oo (Bucher& Rodrigues, 1883)(Bucher& Rodrigues, 1883) foi obtida comfoi obtida com agregados graNos concretos estruturais convencionais, pouca aten
Nos concretos estruturais convencionais, pouca aten
çãçã
o se do se dáá àà
s varias variaçõçõ
es volumes voluméé
tricas, cau-tricas, cau- sadas pelas oscilasadas pelas oscila
çõçõ
es tes téé
rmicas e mudanrmicas e mudançç
as do teor de umidade do concreto, mas na pavimen-as do teor de umidade do concreto, mas na pavimen- tata
çãçã
o, o estudo e controle dessas variao, o estudo e controle dessas variaçõçõ
es podem es podem significar o sucesso ou fsignificar o sucesso ou f racaracasso de umsso de uma obraa obra.. RetraRetra
çãçã
o hidro hidráá
ulicaulicaO concreto no estado fresco, isto
O concreto no estado fresco, isto
éé
, imediatamente ap, imediatamente apóó
s a mistura dos seus componentes,s a mistura dos seus componentes, constitui-se em uma sconstitui-se em uma s
éé
rie de partrie de partíí
culaculas, incluindo o ciments, incluindo o cimento, que esto, que estãã
o to temporariaemporariamente mente sepasepa-- radas por uma fina camada deradas por uma fina camada de
áá
gua; o efeito lubrificante dessa camada, associado com certasgua; o efeito lubrificante dessa camada, associado com certas forfor
çç
as interparticulares, torna a mistura trabalhas interparticulares, torna a mistura trabalháá
velvel (ACI, 1988)(ACI, 1988).. AnalisaAnalisando-se a mistura em ndo-se a mistura em nn
íí
vel macroscvel macroscóó
pico, pode-se dividi-la em spico, pode-se dividi-la em sóó
lidos, que slidos, que sãã
o os agrega-o os agrega- dos, embebidos em uma pasta, formada pelo cimento, ar edos, embebidos em uma pasta, formada pelo cimento, ar e
áá
gua.gua.ÀÀ
medida que se aumenta amedida que se aumenta a quantidade de pasta, afastando-se as partquantidade de pasta, afastando-se as part
íí
culas sculas sóó
lidas, ou se diminui a sua viscosidade, aumen-lidas, ou se diminui a sua viscosidade, aumen- ta-se a fluidez da mistura. Portanto, ata-se a fluidez da mistura. Portanto, a
áá
gua tem um considergua tem um consideráá
vel papel no concreto fresco.vel papel no concreto fresco. Entretanto, nem todaEntretanto, nem toda
áá
gua quegua queéé
adicionada ao concretoadicionada ao concretoéé
empregada na hidrataempregada na hidrataçãçã
o do cimen-o do cimen- to. A tto. A t
íí
tulo ilustrativo, pode-se considerar que para 100 quilogramas de cimento stulo ilustrativo, pode-se considerar que para 100 quilogramas de cimento sãã
o necesso necessáá
riosrios 24 quilogramas de24 quilogramas de
áá
gua quimicamente combinadagua quimicamente combinada (Malisch, 1992)(Malisch, 1992), sendo que cerca de 12 a 18, sendo que cerca de 12 a 18 quilogramas permanecem adsorvido aos silicatos de cquilogramas permanecem adsorvido aos silicatos de c
áá
lcio hidratados. Toda alcio hidratados. Toda aáá
gua excedente irgua excedente iráá
evaporar-se, provocando uma reduevaporar-se, provocando uma redu
çãçã
o no volume do concreto, denominada retrao no volume do concreto, denominada retraçãçã
o hidro hidráá
ulica.ulica. O fenO fen
ôô
menomenoéé
inevitinevitáá
vel e bastante pronunciado em placas de concreto, sendo a primeira causavel e bastante pronunciado em placas de concreto, sendo a primeira causa das fissuras, podendo ser reduzido com cuidados na dosagem. Diversos fatores podem afetar a das fissuras, podendo ser reduzido com cuidados na dosagem. Diversos fatores podem afetar a retraretra
çãçã
o, como to, como tipo de cimentipo de cimento, a o, a natureza natureza dos agregados agregados e dos ados e dos aditditivos, mas a ivos, mas a principal causaprincipal causaéé
a quantidade dea quantidade deáá
gua na misturagua na mistura (Soroka, 1979)(Soroka, 1979).. SenSendo o concreto do o concreto um um material higroscmaterial higrosc
óó
pico, appico, apóó
s a cura e a secagem pode absorver ou perders a cura e a secagem pode absorver ou perderáá
gua, em fungua, em funçãçã
o de variao de variaçõçõ
es na es na umidade relativa do aumidade relativa do ar, r, apresentando uma expansapresentando uma expansãã
o ou con-o ou con- tratra
çãçã
o; por exemplo, a mudano; por exemplo, a mudançç
a do estado saturado ao seco, com 50% de umidade relativa,a do estado saturado ao seco, com 50% de umidade relativa, causa uma retracausa uma retra
çãçã
o de ao de aproximadaproximadamente mente 0,6%, ou seja, uma pla0,6%, ou seja, uma placa de ca de 10 metros de compri-10 metros de compri- mento contrai nada menos do que 6 mm, quemento contrai nada menos do que 6 mm, que
éé
a mesma variaa mesma variaçãçã
o quando ho quando háá
mudanmudançç
a de tem-a de tem- peratura da ordem de 40peratura da ordem de 40
°°
CC (ACI, 1988)(ACI, 1988)..48 48