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Oliveira e Pacheco (2005, p.245) conceituam a palavra risco como:

Incerteza quanto ao resultado futuro de um investimento que pode ser medido matematicamente. Numa definição mais simples, pode-se dizer que risco é a probabilidade de que ocorra algo não esperado quanto ao retorno do investimento, ou a probabilidade de ocorrer algo diferente do esperado. Os riscos sempre vão existir, mas seus impactos podem ser minimizados caso a administração consiga identificar e monitorar os principais fatores internos ou externos que podem impactar negativamente o negócio da empresa.

A gestão de riscos apresenta extrema importância no contexto empresarial, em um mercado de capitais perfeito, a gestão de riscos poderia ser considerada como fator irrelevante para as empresas, entretanto, na realidade a qual vivemos cujas características apresentam-se distantes do mercado ideal, é primordial a adoção de tais práticas. A existência de riscos ou mesmo as alterações inesperadas dos fatores de riscos podem ocasionar o aumento dos níveis de endividamento e liquidez das empresas, alterações no crescimento econômico da instituição, queda nos valores de mercado, aumento da probabilidade de ocorrência de perdas financeiras e a inibição de melhores performances pela companhia.

O conceito da palavra risco pode variar de acordo com o campo de conhecimento de cada área de atuação, entretanto como definição geral, entende-se como a condição adversa que pode impactar o atendimento dos resultados desejados pelo indivíduo ou instituição. No geral, a palavra risco é utilizada em sentido negativo, como significado do termo incerteza. Desta forma, incerteza é a impossibilidade de avaliar ou prever a ocorrência de fatos com objetividade e segurança, sendo decorrente da falta de informações ou da impossibilidade de prever o futuro.

O risco é uma condição presente que pode resultar em perdas ou ganhos e está associado à incerteza em relação ao futuro, geralmente, a um fator negativo (ameaça de perda), o que faz dele um fator a ser identificado, avaliado e em determinadas circunstâncias, mitigado em função de seu impacto. Em Finanças Comportamental, defende-se que a população não tem aversão ao risco, mas sim às

perdas que o mesmo pode ocasionar, proporcionando em muitas situações a tomada de decisões não racionais.

Na literatura observa-se que no mercado financeiro os riscos são segregados em seis tipos: Risco de Liquidez – perdas decorrentes pela incapacidade de honrar os compromissos financeiros no vencimento; Risco Legal - não cumprimento de leis, regras, regulamentações, acordos, práticas vigentes ou padrões éticos; Risco de Mercado - possibilidade de perdas oriundas de variações nos valores de mercado de posições ativas sujeitas à variação cambial, taxa de juros, preços das ações e dos preços de mercadorias (commodities); Risco de Crédito – probabilidade do não cumprimento das obrigações na data e condições previamente estipuladas pela contraparte, fornecedor ou investidor; Risco Operacional – possíveis perdas financeiras decorrentes de contratempos operacionais, como exemplo, falhas sistêmicas, falhas humanas ocorridas na execução e monitoramento das atividades; Risco de Imagem - perdas decorrentes de a instituição ter seu nome desgastado junto ao mercado ou às autoridades, em razão de publicidade negativa, que podem ser verídicas ou não.

Nas atividades de intermediações financeiras, onde os bancos de investimentos exercem papel importante, os principais riscos relacionados referem- se ao risco de crédito, legal, operacional e, principalmente o risco de imagem que pode além de causar perdas financeiras, colocar as instituições em desvantagens perante os concorrentes de mercado.

Como forma de minimizar os riscos inerentes torna-se fundamental o gerenciamento continuo dos mesmos, que contempla a identificação, implementação de ferramentas de controle, prevenção e o constante monitoramento das mesmas. Conforme Vieira (2007, p.32):

A melhoria da qualidade das informações prestadas pela empresa e a ampliação dos direitos concedidos aos acionistas que, em última análise, são os postulados da boa governança corporativa, reduzem as incertezas no processo de avaliação e, consequentemente favorecem a obtenção de financiamento, via redução de riscos. Assim, em virtude do aumento da confiança, haverá a redução do risco.

Importante ressaltar que a minimização dos riscos tem forte influencia na precificação dos títulos e valores mobiliários da empresa.

2.5. INFORMAÇÕES PRIVILEGIADAS - INSIDER TRADING  

 

A utilização indevida de informações privilegiadas pode ser considerada como uma das causas do risco legal e de imagem citado anteriormente. Informações privilegiadas ou insider trading são caracterizadas pelo uso de informações restritas, ou seja, aquelas não divulgadas ao público e que são utilizadas indevidamente, visando à obtenção de benefícios irregulares ou como ferramentas para evitar perdas e prejuízos. No mercado financeiro, especificamente no universo dos bancos de investimentos, esta prática é comum em situações onde são atribuídas classificações ou avaliações, termo conhecido como rating, que são opiniões sobre determinados investimentos, títulos ou empresas e que serão utilizados futuramente como base para a tomada de decisões. Sendo assim, coibir o risco relacionado à prática de insider trading é fundamental para propiciar condições equitativas no mercado de valores mobiliários.

Informações privilegiadas – insider trading são consideradas condutas indevidas relacionadas a dinheiro ou ao mercado financeiro, muitas vezes são renomadas de crimes financeiros. Contudo, a comprovação destes atos apresenta extrema complexidade, uma vez que nem sempre existem fatos concretos sobre os mesmos, sendo assim primordial a adoção de medidas preventivas para inibir eventuais irregularidades.

Alonso (2009, p.125-126) destaca que:

Não é qualquer informação que pode ser objeto do crime de insider trading, mas sim a chamada informação privilegiada. Destaque-se, contudo, pela inexistência de uma conceituação precisa do que vem a ser a informação privilegiada.

Conforme Corsetti (2005, p.104) “O insider tem condições de fazer antecipadamente uma avaliação econômica da empresa que os demais participantes do mercado não são capazes de fazê-lo”.

Conforme OCDE considera-se direito básico do acionista e outras partes envolvidas, o acesso a informações relevantes de forma tempestiva, o que inibe as práticas inadequadas de negociação com base em informações privilegiadas. Um dos requisitos avaliado no código de boas práticas de governança emitido por este órgão refere-se aos aspectos de divulgação de conflitos de interesse pelas