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Sūn Jiān Ataca Liú Biăo A Cruzar O Grande Rio

No documento Romance Dos Três Reinos - V0.14 (páginas 52-58)

1. Sūn Jiān fora cercado, como visto no último capítulo. Porém, auxiliado por Chéng Pŭ,

Huáng Gài e Hán Dàng, rompeu o cerco, perdendo cerca de mais da metade de suas tropas. Sūn Jiān retornou às Terras do Sul, os territórios a sudoeste do Grande Rio. Daquele dia em diante, seriam Sūn Jiān e Liú Biăo inimigos declarados.

2. Yuán Shào estava em Henei. Contando com poucos suprimentos, decidiu recorrer a Han Fu, Protetor Imperial de Jizhou, de quem obteve os vitais recursos para seu exército. 3. Então Peng Ji, um dos conselheiros de Yuán Shào, disse a ele: “Vós sois a força verdadeiramente mais forte por aqui. Por quê então dependerdes de outros para obterdes alimento? A região de Jizhou é vasta e rica. Por quê não ocupá-la?”

4. “Não tenho um bom plano.”, respondeu-lhe Yuán Shào.

5. Vós podeis enviar, em segredo, uma carta a Gōngsūn Zàn, solicitando a ele que realize um ataque. Han Fu, o Protetor Imperial de Jizhou, sendo incapaz, certamente pedirá a vós que tomeis sua região, e vós então a conquistaríeis sem erguer sequer um dedo.”. 6. Então a carta foi enviada. Assim que Gōngsūn Zàn viu ali a proposta de um ataque conjunto e uma futura partilha do território, concordou em oferecer seu apoio. Enquanto isso, Yuán Shào enviou um aviso a Han Fu, alertando-o sobre a ameaça de Gōngsūn Zàn. Han Fu procurou então conselho dos Conselheiros Xun Chang e Xīn Píng.

7. Xun Chang disse: “O Governador Gōngsūn Zàn de Beiping tem sob seu comando um grande e forte exército. Caso venha ele a atacar-nos, não teríamos esperança, especialmente se obtiver o apoio de Liú Bèi e seus irmãos. No momento é Yuán Shào mais valente que a maioria, e tem sob seu comando vários hábeis e famosos líderes. O melhor a fazerdes é pedir a ele que vos auxilie a administrar a região. Yuán Shào certamente vos tratará com generosidade, e não necessitaríeis temer Gōngsūn Zàn.”. 8. Han Fu concordou, e expediu uma mensagem a Yuán Shào pelas mãos de Guan Chun. 9. Mas o Comandante Cheng Wu protestou contra seu mestre, dizendo: “Yuán Shào é um homem cobiçoso com um exército faminto, e tão dependente a nós para existir quanto um infante nos braços de sua mãe. Cessai o afluxo de leite e o infante perece. Por quê deveis entregar a região a ele? Não é nada senão permitir um tigre em rebanho de ovelhas!”. 10. Han Fu respondeu: “Sou um dos colaboradores da família Yuán e conheço as

habilidades de Yuán Shào, que são por longe melhores que as minhas! Por quê és tão enciumado? Os antigos aconselhavam a complacência ao sábio.”

11. Cheng Wu suspirou: “Jizhou está perdida!”.

12. Quando as notícias se espalharam, mais de trinta oficiais de Jizhou deixaram seus cargos e a cidade. Cheng Wu e Guan Chun, porém, ocultaram-se nos subúrbios, a fim de aguardar a chegada de Yuán Shào.

13. Eles não esperaram por muito tempo. Alguns dias depois chegou Yuán Shào com seus soldados, e Cheng Wu e Guan Chun tentaram assassiná-lo com espadins. Esta tentativa foi falha. Os generais de Yuán Shào, Yán Liáng e Wén Chŏu, decapitaram

Geng Wu e Guan Chun no mesmo instante. Com isto, ambos morreram e o objeto de seu ódio seguia Jizhou adentro.

14. O primeiro ato de Yuán Shào foi conferir a Han Fu um pomposo título - “General Que Demonstra Grandeza e Coragem de Vigor em Armas” -, mas a administração foi confiada a quatro dos mais leais a Yuán Shào – Tian Feng, Jŭ Shòu, Xŭ Yōu e PengJi -, os quais privaram o Protetor Imperial de todo seu poder. Cheio de desgosto, Han Fu logo abandonou tudo, até sua família, e cavalgou sozinho a fim de ter refúgio com o Governador de Chenliu, Zhāng Miăo.

15. Ao saber da invasão de Yuán Shào, Gōngsūn Zàn enviou seu irmão, Gōngsūn Yuè , a fim de encontrar o usurpador e demandar sua parcela da região.

16. “Quero ver teu irmão mais velho pessoalmente. Ele e eu temos assuntos a discutir.”, disse Yuán Shào.

17. Com isto, Gōngsūn Yuè foi enviado de volta, Mas, depois de ter percorrido mais de vinte quilômetros pela estrada a caminho de casa, viu surgir um grupo de soldados.

18. “Somos guardas do Primeiro Ministro Dŏng Zhuō!”, exclamaram os soldados. 19. No mesmo instante, Gōngsūn Yuè foi morto por uma chuva de flechas. Aqueles entre os seguidores de Gōngsūn Yuè que conseguiram escapar levaram as notícias ao irmão de seu antigo mestre.

20. Gōngsūn Zàn quedou-se em grande ira e disse: “Yuán Shào prevaleceu-se a mim a atacar, e agora tomou inteira posse! Também simula ele que os assassinos de meu irmão não eram dos seus! Não devo eu vingar a injúria de meu irmão?”

21. Gōngsūn Zàn empregou toda sua força para o ataque. Ao saber do movimento, Yuán Shào enviou seu exército e se encontraram às margens do rio Pan. Eles

estavam de lados opostos do rio, por sobre o qual havia uma ponte.

22. Gōngsūn Zàn assentou-se de seu lado da ponte e bradou a seu inimigo: “Renegado, como ousas enganar-me?”.

23. Yuán Shào cavalgou ao outro lado da ponte e, apontando para Gōngsūn Zàn, respondeu: “Han Fu cedeu seu lugar por ser inadequado a reger! Quê isso a ti interessa?”. 24. Gōngsūn Zàn respondeu: “Antes, foste tido como leal e de espírito cívico, e o escolhemos chefe da aliança. Agora, teus feitos provam que teu comportamento é cruel, baixo e feito os instintos de um lobo! Como podes olhar o mundo pela face?”.

25. “Quem irá capturá-lo?”, bradou Yuán Shào, em fúria.

26. Prontamente, Wén Chŏu cavalgou com sua lança em punho. Gōngsūn Zàn cavalgou pela ponte em direção ao lado do inimigo, onde os dois travaram combate. Dez golpes trocados mostraram a Gōngsūn Zàn a temível força de Wén Chŏu, e então evadiu-se do embate. O inimigo avançou. Gōngsūn Zàn refugiou-se em sua formação, mas Wén Chŏu

fez seu caminho adentro e cavalgou aqui e ali, matando pela esquerda e pela direita. Os quatro melhores generais de Gōngsūn Zàn realizaram ataques conjuntos, mas um deles caiu com o primeiro golpe do bravo guerreiro e os outros três fugiram. Wén Chŏu seguiu- os, alcançando a retaguarda das tropas. Gōngsūn Zàn rumou em direção às montanhas. 27. Wén Chŏu forçou seu cavalo ao mais rápido que podia correr, a exclamar roucamente: “Desce! Desmonta e te rende!”.

28. Gōngsūn Zàn fugiu, temendo por sua vida. Seu arco e sua aljava escaparam de seus ombros, seu capacete caiu pelo caminho e seus cabelos fluíam velozmente atrás de si, conforme cavalgava ele para dentro e para fora dos aclives e declives das colinas. Então seu corcel tropeçou e ele foi arremessado, rolando e rolando até o sopé do declive.

29. Wén Chŏu estava agora muito próximo, e posicionava sua lança para a investida. Então, repentinamente, surge de um abrigo de um pequeno monte à sua esquerda um general de aspecto juvenil, mas bravamente assentado em seu corcel e a portar uma rija lança. Ele cavalgou em direção a Wén Chŏu, e Gōngsūn Zàn escalou a colina a fim de ver o que se passava.

30. O novo guerreiro era de estatura média e sobrancelhas fartas, olhos grandes, rosto amplo e forte maxilar, sendo jovem de imponente presença. Os dois trocaram cerca de cinquenta golpes, e até então nenhum obtivera vantagem sobre o outro. Chegou, então, a força de apoio de Gōngsūn Zàn e Wén Chŏu virou-se e cavalgou de volta aos seus. O guerreiro não o perseguiu.

31. Gōngsūn Zàn apressou-se colina abaixo e perguntou ao jovem quem era.

32. Prestou ele longa reverência e respondeu: “Meu nome é Zhào Yún, de Changshan. Servi a Yuán Shào; mas, ao ver que era ele desleal a seu Príncipe e sem zelo para com o povo, deixei-o e seguia a seu encontro, a fim de vos oferecer meus préstimos. Nosso encontro em tal local foi-me de todo inesperado.”.

33. Gōngsūn Zàn ficou muito satisfeito e juntos voltaram os dois ao campo, onde prontamente ocuparam-se com as preparações para um novo embate.

34. No dia seguinte, Gōngsūn Zàn se preparou para o combate com a divisão de seu exército em duas alas. Ele organizou cinco mil cavaleiros ao centro, todos montados em cavalos brancos. Gōngsūn Zàn, em outros tempos, realizara préstimos contra as tribos fronteiriças do norte, dos povos de Qiang, onde sempre posicionava seus cavalos brancos à frente de seu exército e, por isto, era conhecido por General Comandante De Cavalos Brancos. As tribos o temiam a ponto de sempre fugirem tão- logo os corcéis brancos, suas criaturas sagradas, eram avistados.

35. Pelo lado de Yuán Shào eram Yán Liáng e Wén Chŏu os Líderes da Frente. Cada um contava com mil besteiros e arqueiros. Metade deles foi posicionada em cada um dos lados, sendo que aqueles à esquerda estavam incumbidos de alvejar Gōngsūn Zàn por sua direita e os do lado direito, por sua esquerda. Ao centro estava

Qū Yì, com cerca de oitocentos besteiros e dez mil soldados e cavaleiros. Yuán Shào comandava a força de reserva, pela retaguarda.

36. Em tal luta, Gōngsūn Zàn empregou seu mais novo oficial pela primeria vez e, por ainda não estar certo acerca da boa-fé de Zhào Yún, deixou-o com o comando de uma força pela retaguarda. O Líder da Frente era Yán Gāng, sendo o próprio Gōngsūn Zàn comandante à frente. Ele tomou assento sobre seu cavalo à ponte, tendo a seu lado um enorme estandarte vermelho onde se viam os dizeres General Comandante em bordados de ouro.

37. Do nascer ao pôr do sol rufaram os tambores que incitavam à batalha, mas fez Yuán Shào movimento algum. Qū Yì ordenou a seus arqueiros que se ocultassem sob seus escudos. Eles escutaram o rugido de explosões, o zumbido de flechas e o rufar dos tambores conforme Yán Gāng se aproximava pelo outro lado, mas Qū Yì e seus homens permaneceram mais acercados que nunca e não se dispersaram. Eles aguardaram até que Yán Gāng estivesse próximo de si e então, ao tomar o ar o estampido de bombas, todos os seus oitocentos homens fizeram suas flechas, como uma imensa nuvem, voarem pelos ares. Yán Gāng chegou a recuar e haveria de se retirar da batalha, mas em fúria cavalgou Qū Yì em sua direção, brandiu sua espada e o abateu.

38. Então perdeu Gōngsūn Zàn aquela batalha. As duas alas que deveriam vir em seu auxílio foram mantidas afastadas pelos arqueiros sob comando de Yán Liáng e

Wén Chŏu. As tropas de Yuán Shào avançaram em direção à ponte. Então cavalgou Qū Yì à frente, abateu o portador do estandarte e os demais que ali estavam. Ao ver isto, Gōngsūn Zàn virou sua montaria e galopou em retirada.

39. Qū Yì o perseguiu. Mas, logo que havia alcançado o fugitivo, surgiu à frente então

Zhào Yún, o qual cavalgou sem se demorar em direção a ele com sua lança pronta para o ataque. Após trocarem alguns golpes, caiu por terra Qū Yì. Zhào Yún então atacou os soldados e inverteu a situação. A avançar ora nesta, ora naquela direção, seguia como se não houvesse ali oponente algum e, ao ver isto, virou-se Gōngsūn Zàn e voltou novamente ao combate. A derradeira vitória estava a seu lado.

40. De seus batedores, enviados a fim de saber como seguia a batalha, soube Yuán Shào acerca das boas novas sobre a vitória obtida por Qū Yì sobre os portadores do estandarte, a captura da bandeira e a perseguição que empreendera. Yuán Shào então deixou para trás sua cautela e cavalgou à frente em companhia de Tian Feng e alguns guardas, a fim de observar o inimigo e deleitar-se sobre sua vitória.

41. “Ha ha!”, riu-se Yuán Shào. “É Gōngsūn Zàn um incapaz!”.

42. Mas, tão-logo dissera Yuán Shào tais palavras, viu ele à frente o ousado Zhào Yún. Seus guardas apressaram-se em preparar seus arcos; mas, antes que sequer pudessem lançar seus projéteis, estava Zhào Yún em meio a eles e seus homens pereciam por onde quer que passasse. Os outros fugiram. O exército de Gōngsūn Zàn, então, reuniu-se e investiu contra Yuán Shào.

43. TianFeng disse então a seu mestre: “Senhor, refugiai-vos nesta construção vazia!”. 44. Mas Yuán Shào arremessou seu elmo ao chão, exclamando: “Aquele com bravura prefere encarar a morte em campo de batalha a buscar segurança por detrás de muros!”. 45. Tal valente discurso deu nova coragem a seus soldados, que agora combatiam com ferocidade e obtinham tantos sucessos que Zhào Yún não mais conseguia avançar. Yuán Shào logo recebeu reforços com a chegada de seu exército principal, e Yán Liáng e os dois exércitos urgiram à frente. Zhào Yún teve tempo apenas de pôr seu mestre a salvo da turba. Então combateram contra os inimigos, voltando rumo à ponte. Mas as tropas de Yuán Shào ainda avançavam e abriam caminho em direção à ponte, com isto a forçar uma multidão de seus oponentes rio adentro, onde muitos se afogaram.

46. Yuán Shào liderava as tropas pessoalmente, e avançavam sem cessar. Mas, a não mais de três quilômetros de distância, logo foi ouvido alto bradar, de onde então, repentinamente, surgiram grandes massas de tropas lideradas por Liú Bèi, Guān Yŭ e Zhāng Fēi.

47. Em Pingyuan souberam eles acerca do duelo entre seu protetor e seu inimigo, Yuán

Shào, e prontamente seguiram em seu auxílio. Agora os três cavaleiros, cada um deles com suas valorosas armas, urgiram diretamente em direção a Yuán Shào, que estava tão tomado pelo medo que sua alma parecia deixar seu corpo e ascender além dos confins dos Céus.

48. Sua espada esvaiu-se de suas mãos e ele fugiu por sua vida. Ele foi perseguido para além da ponte, onde Gōngsūn Zàn chamou por seu exército e retornaram ao campo.

49. Após trocarem cumprimentos, Gōngsūn Zàn disse: “Não tivésseis vindo a fim de ajudar-nos, estaríamos em situação muito ruim.”.

50. Liú Bèi e Zhào Yún trocaram cumprimentos e, naquele mesmo instante, uma calorosa afeição surgiu entre ambos, como se sempre estivessem eles unidos.

51. Yuán Shào perdera aquela batalha e Gōngsūn Zàn não iria arriscar-se em outra. Eles reforçaram suas defesas e seus exércitos permanceram inativos por mais de um mês. Enquanto isso, as notícias do combate chegaram à capital Changan e aos ouvidos de Dŏng Zhuō.

52. Lĭ Rú, seu conselheiro, achegou-se de seu mestre e disse a ele: “Os dois ativos líderes de agora são Yuán Shào e Gōngsūn Zàn, que estão em embate próximo ao rio Pan. Finge que tens comando imperial com o propósito de selar a paz entre ambos, e ambos te apoiarão em gratidão por tua intervenção. “.

53. “Perfeito!”, disse Dŏng Zhuō.

54. Ele então enviou Ma Midi, Guardião Imperial, e Zhao Qi, Administrador da Corte, com o objetivo de empreender tal missão. Tão logo chegaram eles próximos ao norte do Rio Amarelo, enviou Yuán Shào comitiva de recepção a cinquenta quilômetros de seus alojamentos e recebeu o comando imperial com o maior dos respeitos. Os dois oficiais então rumaram em direção ao acampamento de Gōngsūn Zàn e a ele apresentaram o motivo de sua vinda. Gōngsūn Zàn enviou então cartas a seu oponente, propondo trégua. Os dois emissários retornaram à capital, a fim de relatarem seu dever cumprido. Gōngsūn Zàn retirou seu exército do campo. Ele também enviou um memorial com grandes elogios a Liú Bèi, que ascendeu ao cargo de Governador de Pingyuan.

55. Foi afetuosa a despedida de Liú Bèi e Zhào Yún. Seguraram eles suas mãos por longo tempo, seus olhos vertendo-se em lágrimas, e não conseguiam separar-se. 56. Zhào Yún disse, a soluçar: “Pensava antes ser Gōngsūn Zàn um verdadeiro herói, mas agora vejo que não difere ele de Yuán Shào. São ambos iguais entre iguais.”.

57. “Mas agora estais a seu serviço. Certamente nos encontraremos novamente.”, disse Liú Bèi.

58. Choraram ambos os homens ao se separarem.

59. Yuán Shù, em Nányáng, ao saber que seu irmão havia chegado a Jizhou, enviou mensageiro a ele solicitando mil cavalos. O pedido foi negado, e a inimizade surgiu entre os irmãos. Yuán Shù também enviou emissários a Jingzhou a fim de pedir grãos, mas Liú Biăo, o Protetor Imperial, não os enviou. Em seu ressentimento, Yuán Shù escreveu a Sūn Jiān, Governador de Changsha, com o intento de convencê-lo a atacar Liú Biăo. Dizia a carta:

60. “Quando Liú Biăo vos deteve em vosso caminho rumo a vosso lar, foi isto por meu irmão o haver instigado a tal feita. Agora os mesmos planejam atacar seus territórios nas Terras do Sul, portanto é melhor investirdes contra Liú Biăo. Capturarei meu irmão para vos ajudar, e ambos os ressentimentos serão com isto aplacados. Vós tereis Jingzhou e eu, Jizhou.”.

61. “Não tolero Liú Biăo.”, disse Sūn Jiān, tão logo acabara de ler esta carta. “Ele certamente dificultou meu caminho rumo à minha terra, e certamente haverei de esperar por muitos anos para vingar-me, caso não aproveite esta oportunidade!”.

62. Ele reuniu em conselho seus oficiais.

63. “Melhor que não vos fieis em Yuán Shù. É ele por demais falaz.”, disse Chéng Pŭ. 64. “Quero vingança. Quê importa a mim o auxílio dele?”, disse Sūn Jiān.

65. Ele ordenou a Huáng Gài que preparasse uma frota naval, tropas e suas provisões. Grandes naus de guerra receberam vários cavalos a bordo. A força logo foi posta a caminho.

66. Chegaram a Liú Biăo as notícias acerca destes preparativos, e ele prontamente convocou seus conselheiros e comandantes.

67. Kuăi Liáng aconselhou a ele que se desprendesse de sua ansiedade, dizendo: “Deixai o General Huáng Zŭ à frente do exército de Jiangxia pronto para o primeiro ataque e vós, Senhor, dai a ele apoio com as forças de Xiangyang. Que venha Sūn Jiān a cavalgar pelos rios e estribar pelos lagos: que força sobrará a ele após aqui chegar?”.

68. Então Liú Biăo ordenou a Huáng Zŭ que estivesse preparado para marchar, e um grande exército foi reunido.

69. Deve-se aqui dizer que tinha Sūn Jiān quatro filhos, sendo sua esposa da família Wu. Seus nomes eram, em ordem, Sūn Cè, Sūn Quán, Sūn Yi e Sūn Kuāng. Sūn Jiān teve uma segunda esposa, irmã de sua primeira. E sua segunda esposa deu a ele um filho e uma filha, sendo eles Sūn Lăng e Sun Ren, respectivamente. Sūn Jiān também adotara um filho da família Yu, e dera a ele o nome de Sun Hu. E ainda tinha um irmão mais novo, de nome Sūn Jìng.

70. Assim que estava Sūn Jiān prestes a partir com sua expedição, seu irmão Sūn Jìng, acompanhado por seus seis filhos, deteve-se à frente de sua montaria e tentou dissuadi-lo, dizendo: “Dŏng Zhuō é o real governante do Estado por ser o Imperador fraco em seu mando. O país inteiro está em rebelião, todos estão sedentos por território. Nossa área é comparativamente pacífica, e é errado começar uma guerra movida meramente por um ressentimento menor. Rogo a ti, irmão, pensa antes de partir.”.

71. Sūn Jiān respondeu: “Irmão, diz nada mais. Desejo fazer sentida minha força pelo império, e não devo vingar aquilo que causou dano a mim?”.

72. Então, pai, deixa-me acompanhar-te.”, disse Sūn Cè, o filho mais velho.

73. O pedido foi aceito, e pai e filho embarcaram a fim de devastar a cidade de Fankou.

74. Huáng Zŭ havia posicionado arqueiros e besteiros pela margem do rio. Tão logo achegaram-se as naus, uma rajada de flechas foi de encontro a elas. Sūn Jiān ordenou às suas tropas que permanecessem sob a cobertura de suas embarcações, com as quais então navegaram para um lado e para outro, evadindo-se dos ataques por três dias. Por várias vezes as naus fingiam a pretensão de aportar, o que fazia com que chuvas de flechas voassem da margem. Finalmente acabaram-se as flechas dos defensores e Sūn Jiān, que as havia recolhido, constatou que havia milhares delas consigo. Então, com o vento propício, as tropas de Sūn Jiān dispararam-nas de volta ao inimigo. Aqueles que estavam próximos à margem foram postos em grande desordem e fugiram. O exército, então, aportou. Duas divisões, lideradas por Chéng Pŭ e Huáng Gài, rumaram em direção ao acampamento de Huáng Zŭ por estradas diferentes e, entre elas, marchava Hán Dàng. Sob este ataque triplo a situação de

Huáng Zŭ não estava boa. Ele deixou Fankou e apressou-se rumo a Dengcheng. 75. Deixando as naus sob comando de Huáng Gài, Sūn Jiān liderou a força de ataque. Huáng Zŭ saiu da cidade e engajou-se em batalha pelo campo aberto. Assim que havia Sūn Jiān dispersado seu exército, cavalgou ele à frente. Sūn Cè, cingido em sua armadura, tomou lugar ao lado de seu pai.

No documento Romance Dos Três Reinos - V0.14 (páginas 52-58)