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Romance Dos Três Reinos - V0.14

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Romance dos Três Reinos

三國演義

de

Luó Guànzhōng

羅貫中

Traduzido por Diego Aurélio Cotrim Ramires baseado em sua versão original e na versão inglesa de C.H. Brewitt-Taylor Direitos de imagem das personagens: Koei Co. Ltd. Ilustrações: Wikipedia Mapas do Autor

(2)

ÍNDICE

I Três Heróis Prestam Juramento De Amizade Eterna No Jardim Dos Pêssegos; 08 Uma Vitória Aniquila Os Rebeldes Nos Campos De Batalha

II Zhāng Fēi Açoita O Oficial do Governo; 15 Hé Jìn Conspira Para Assassinar Os Eunucos

III Nos Jardins De Wenming, Dŏng Zhuō Denuncia Dīng Yuán; 23 Com O Lebre Vermelha, Lĭ Sù Suborna Lǚ Bù

IV Deposição do Imperador: O Príncipe de Chenliu Ascende ao Trono; 31 Planos Contra Dŏng Zhuō: Cáo Cāo Concede Uma Espada Como Presente V Cáo Cāo Faz Apelo aos Poderosos Senhores;

38 Os Três Irmãos Lutam Contra Lǚ Bù

VI Ao Incendiar A Capital, Dŏng Zhuō Comete Uma Atrocidade; 46 Ao Ocultar o Selo Hereditário Imperial, Sūn Jiān Rompe A Confiança VII Yuán Shào Combate Gōngsūn Zàn Às Margens Do Rio Pan; 52 Sūn Jiān Ataca Liú Biăo A Cruzar O Grande Rio

VIII Wáng Yŭn Prepara o Plano Em Cadeia;

58 Dŏng Zhuō Adentra Em Fúria O Pavilhão Da Fênix IX Por Wáng Yŭn, Lǚ Bù Aniquila Dŏng Zhuō; 65 Lĭ Jué Ataca A Capital A Conselho De Jiă Xŭ

X Em Armas, Mă Téng Segue A Resgatar O Imperador; 73 Ao Comando De Tropas, Cáo Cāo Marcha A Vingar Seu Pai XI Liú Bèi Resgata Kŏng Róng Em Beihai;

79 Lǚ Bù Derrota Cáo Cāo Próximo A Puyang.

XII Táo Qiān Pela Terceira Vez Oferece Xuzhou A Liú Bèi; 87 Cáo Cāo Retoma Yanhzhou de Lǚ Bù.

XIII Lĭ Jué E Guō Sì Duelam Em Changan;

93 O Imperador Estabelece Anyi Como A Nova Capital. XIV Cáo Cāo Desloca A Corte A Xuchang;

(3)

Região de Ba Shu Região de Chu

Cód. Cidade Província Cód. Cidade Província

A01 Yongchang Yizhou A01 Shangyong Jingzhou

A02 Yunnan Yizhou A02 Xiangyang Jingzhou

A03 Jianning Yizhou A03 Wan Jingzhou

A04 Jiangzhou Yizhou A04 Xinye Jingzhou

A05 Chengdu Yizhou A05 Jiangxia Jingzhou

A06 Zitong Yizhou A06 Jiangling Jingzhou

A07 Wudu Yizhou A07 Wuling Jingzhou

A08 Hanzhong Yizhou A08 Changsha Jingzhou

A09 Yongan Yizhou A09 Lingling Jingzhou

A10 Guiyan Jingzhou

Região de Nen Bei Região de Wu Yu

Cód. Cidade Província Cód. Cidade Província

A04 Nanpi Jizhou A01 Wu Yangzhou

A05 Pingyuan Jizhou A02 Huiji Yangzhou

A07 Ye Jizhou A03 Jianan Yangzhou

B08 Jinyang Bingzhou A06 Chaisang Yangzhou

B09 Shangdang Bingzhou A07 Jianye Yangzhou

C01 Xiangping Youzhou B04 Nanhai Jiaozhou

C02 Beiping Youzhou B05 Jiaozhi Jiaozhou

C03 Ji Yōuzhōu

D06 Beihai Qīingzhōu

Região de Xi Bei Região de Zhong Yuan

Cód. Cidade Província Cód. Cidade Província

A01 Wuwei Liangzhou A01 Luòyáng Sizhou

A02 Xiping Liangzhou A02 Henei Sizhou

B03 Tianshui Yongzhou B04 Chenliu Yanzhou

B04 Anding Yongzhou B05 Puyang Yanzhou

B05 Changan Yongzhou C03 Xuchang Yuzhou

C06 Rŭnán Yuzhou

C07 Xiaopei Yuzhou

D08 Lujiang Xuzhou

D09 Shouchun Xuzhou

(4)

Cao Cao

e

Aliados

Cáo

Cāo

Cáo

Hóng

Cáo

Rén

Diăn

Xià

Hóu

Dūn

Xià

Hóu

Yuān

Yuè

Jìn

Dŏng Zhūo

e

Aliados

Dŏng

Zhūo

Niú

Guō

Zhāng

Jué

Aparições Femininas

Lǚ Bù

e

Aliados

Diāo

Chán

(5)

Diversos

Oficiais

e

Protetores Imperiais

Jìn

Chén

Lín

Zhí

Wáng

Yŭn

Hán

Liú

Dài

Zhāng

Miăo

Dīng

Yuán

Huáng

Sōng

Gōngsūn Zàn

Aliados

e

Gōng

Sūn

Zàn

Zhào

Yún

Imperadores

Líng

Xiàn

(6)

Liú Bèi

e

Aliados

Liú

Bèi

Guān

Zhāng

Fēi

Liú

Biăo

e

Aliados

Liú

Biăo

Cài

Mào

Huáng

Kuăi

Liáng

Kuăi

Yuè

Turbantes

Amarelos

Zhāng

Jiăo

Zhāng

Bāo

Zhāng

Liáng

Sūn

Jiān

e

Aliados

Sūn

Jiān

Sūn

Huán

Jiē

Chéng

Huáng

Gài

Hán

Dàng

(7)

Yuán Shào e Aliados

Yuán Shù e Aliados

Yuán

Shào

Wén

Chŏu

Yuán

Shù

(8)

Capítulo I

Três Heróis Prestam Juramento De Amizade Eterna

No Jardim Dos Pêssegos;

Uma Vitória Aniquila Os Rebeldes Nos Campos De Batalha

1. O mundo sob os céus, após um longo período de divisão, tende a unir-se; após um longo período de união, tende a dividir-se. Quando enfraquecida a regência da Dinastia Zhōu, sete reinos conflitantes ascenderam, lutando entre si até o Reino do Qín haver prevalecido e tomado controle do Império. Mas, assim que o destino do Qín havia se concretizado, ergueram-se dois reinos opostos, Chŭ e Hàn, a fim de lutar pelo domínio. E o Hàn sai vitorioso.

2. A boa sorte do Hàn começara quando Liú Bāng, o Supremo Ancestral1, matara uma

serpente branca para com isto erguer os estandartes de uma insurreição, a qual tivera fim apenas quando o império inteiro pertencesse ao Hàn2. Esta herança magnífica foi entregue

a sucessíveis imperadores do Hàn por centenas de anos, até a rebelião de Wáng Măng

causar uma secessão. Mas logo Liú Xiù, o Fundador do Hàn do Leste, restaurou o Império, e os Imperadores do Hàn continuaram sua regência por outros duzentos anos até os tempos do Imperador Xiàn, o qual esteve fadado a ver o início da divisão do império em três partes, conhecidas pela história como OsTrêsReinos.

3. Porém, o declínio ao desgoverno apressou-se nos reinados dos dois predecessores do Imperador Xiàn – os Imperadores Huán e Líng, sendo que o último sentou-se ao Trono do Dragão por volta da metade do segundo século.

4. O Imperador Huán não dava atenção à boa-gente de sua Corte, mas entregava sua confiança aos eunucos do Palácio. Ele viveu e morreu, passando o cetro ao Imperador

Líng, cujos conselheiros eram Dóu Wŭ, o Marechal do Regente, e o Guardião Imperial

Chén Fán. Dóu Wŭ e Chén Fán, enojados pelas interferências abusivas dos eunucos em assuntos do Estado, planejaram sua destruição. Mas Cáo Jié, o Eunuco Chefe, não seria descartado facilmente. O plano vazara, e os honestos Dóu Wŭ e Chén Fán foram executados, deixando os eunucos mais fortes que antes

5. Deu-se no dia de lua cheia do quarto mês, o segundo ano, da Era da Calma Estabelecida3, que seguia o Imperador Líng ao Salão da Virtude. Conforme chegou

próximo ao trono, um redemoinho arrebatador ergueu-se de um dos cantos do salão e vede!, dos suportes de madeira do telhado descendeu uma monstruosa serpente negra que se enrolou sobre o assento de Vossa Majestade. O Imperador caiu em desmaio. Aqueles mais próximos a ele prontamente o ergueram e o levaram a seu palácio, enquanto os

1 Imperador Gāo do Hàn (256 a.C. - 195 a.C). (N. do T.) 2 202 a.C. (N. do T.)

3 168 d.C. (N. do T.)

membros da Corte se dispersavam e fugiam. A serpente desapareceu.

6. Mas em seguida sucedeu-se uma terrível tempestade, trovões, granizo e torrentes de chuva, perdurando até a meia-noite e causando ruína por todos os lados. Dois anos depois a terra tremeu na capital Luòyáng, enquanto pela costa uma onda gigantesca impetuava-se, tendo ela, em seu repuxo, dragado todos os residentes rumo ao mar. Outro mal presságio foi registrado dez anos mais tarde, quando o título do reinado foi mudado para Radiante Harmonia4: algumas galinhas subitamente cocoricaram. Na

lua nova do sexto mês, um longo acúmulo de nuvens fazia seu caminho Salão da Virtude adentro, enquanto no mês seguinte foi visto um arco-íris na Câmara do Dragão. Longe da capital, uma parte da Montanha de Yuan desmoronou, deixando uma marcante fenda atrás de si.

7. Tais eram alguns dos vários presságios. O Imperador Líng, fortemente movido por esses sinais de desprazer dos Céus, despachou um édito demandando de seus ministros uma explicação para tais calamidades e deslumbres.

8. Cài Yōng, Conselheiro da Corte, respondeu bruscamente: “Os arco-íris que descem dos céus e as trocas de sexos em galos e galinhas são trazidos pela interferência de Imperatrizes e eunucos nas questões de Estado.”.

9. O Imperador leu este relatório entre longos suspiros e Cáo Jié, Eunuco Chefe, de seu lugar logo atrás do trono, perturbadamente notou estes sinais de angústia. Tão-logo surgiu momento oportuno, Cáo Jié pôs seus companheiros a par de tudo e uma acusação foi lançada contra Cài Yōng, que foi posto para fora da Corte e forçado a se recolher à sua casa de campo.

10. Com esta vitória, os eunucos fortaleceram-se. Dez deles, par a par em vilania e associados em atos malignos, formaram um poderoso grupo conhecido como os Dez Regulares Serviçais – Zhāng Ràng, Zhào Zhōng, Chéng Kuàng, Duàn Guī, Fēng Xŭ, Guō Shèng, Hóu Lăn, Jian Shuo, Cáo Jié e Xià Yùn.

11. Um deles, Zhāng Ràng, ganhara influência a ponto de se tornar o conselheiro mais honorável e confiável do Imperador. O Imperador chegava a chamá-lo de “Pai Adotivo”. E então a administração corrupta do Estado foi rapidamente de mal a pior, até o ponto de o país estar fértil a rebeliões e infestado de salteadores.

12. Nesta época havia, no distrito de Jùlù, uma certa família chamada Zhang, da qual três irmãos chamavam-se Zhāng Jiăo, Zhāng Băo e Zhāng Liáng, respectivamente.

Zhāng Jiăo, o mais velho, era um graduado sem cargo que se dedicara à medicina. Certo dia, enquanto colhia ervas medicinais no bosque, Zhāng Jiăo conheceu um distinto e venerável senhor de claros olhos cor-de-esmeralda e compleição viçosa que portava um cajado de carvalho. O senhor indicou uma caverna a Zhāng Jiăo e lá deu

(9)

a ele três volumes do Livro dos Céus.

13. “Estes livros,”, disse o distinto senhor, “compõem o Artes Essenciais da Paz. Com a ajuda destes volumes, vós podereis converter o mundo e resgatar a humanidade. Devereis ser obstinado; caso contrário, estejais seguro disto, tereis muito sofrimento.”

14. Com uma humilde reverência, Zhāng Jiăo tomou posse dos volumes e perguntou pelo nome de seu benfeitor.

15. Sou o velho ermitão do cume do Monte Hua – Zhuāng Zĭ, o Sábio Taoísta”, foi a resposta, e desapareceu no ar.

16. Zhāng Jiăo estudou com afinco aquele livro e se esforçava, dia e noite, para pôr seus preceitos em prática. Em breve, já podia ele evocar os ventos e comandar a chuva, a ser conhecido como o Místico do Caminho da Paz.

17. Durante o primeiro mês do primeiro ano da EstabilidadeCentral5 corria uma grande

peste pela terra, por conseqüência da qual Zhāng Jiăo distribuiu remédios encantados aos mais afetados. Os medicamentos divinos trouxeram várias benesses, e não tardou a receber o título de Mestre Sábio e Digno. Ele então passou a ter discípulos que o seguiam, os quais iniciava aos mistérios e despachava pela terra. Eles, como seu mestre, podiam escrever encantos e recitar fórmulas, e a fama deles aumentava o número de seguidores. 18. Zhāng Jiăo começou a organizar seus discípulos. Ele estabeleceu trinta e seis circuitos, sendo o maior com dez mil ou mais membros e o menor com cerca de metade deste número. Cada circuito tinha seu chefe, que recebia o título militar de General. Eles falavam ferozmente sobre a morte dos Céus azuis e o estabelecimento de outros, dourados; diziam que um novo ciclo se iniciava, e que traria bom augúrio a todos os membros; e persuadiam as pessoas a marcar os símbolos de primeiro ano do novo ciclo nas portas de suas casas.

19. Juntamente com o crescimento do número de seus colaboradores, crescia também a ambição de Zhāng Jiăo. O Mestre Sábio e Digno sonhava com o Império. Um de seus partidários, Mă Yuányì, foi enviado com presentes a fim de obterem apoio dos eunucos do Palácio.

20. A seus irmãos disse Zhāng Jiăo: “Em planos como o nosso, a etapa mais difícil é obter o apoio popular. Mas ele já é nosso. Uma oportunidade como esta não deve ser ignorada.“ 21. E começaram a se preparar. Várias bandeiras e estandartes foram produzidas, e escolhido um dia para o levante. Então Zhāng Jiăo escreveu cartas a Fēng Xŭ, e enviou-as por meio de Táng Zhōu, um de seus seguidores que, oh infortúnio!, atraiçoou sua confiança e relatou o plano à Corte. O Imperador convocou Hé Jìn, o confiável Marechal

5 184 d.C. (N. do T.)

do Regente, e o encarregou de se voltar a este assunto. Mă Yuányì foi prontamente levado e decapitado. Fēng Xŭ e vários outros foram postos na prisão.

22. Com seu plano revelado, foram os irmãos Zhāng forçados de pronto a entrar em campo. Eles outorgaram a si mesmos grandiosos títulos: Zhāng Jiăo, o Senhor dos Céus, Zhāng Băo, o Senhor da Terra, e Zhāng Liáng, o Senhor dos Homens. E com estes nomes publicaram este manifesto:

23. A Boa Fortuna Do Hàn Exauriu-se, e o Homem Sábio e Digno

Surgiu. Discerni o Desejo Dos Céus, Vós, Oh Povo, e Caminhai Pelo Caminho Da Retidão, Pelo Qual Apenas Atingi a Paz.

24. Não faltou apoio. Por todos os lados, as pessoas cingiam suas cabeças com faixas amarelas e juntavam-se ao exército do rebelde Zhāng Jiăo; então logo sua força estava quase a meio milhão de recrutados, e as tropas oficiais temiam apenas ao saber dos rumores de sua vinda.

25. Hé Jìn, Marechal do Regente e Guardião Imperial, solicitou preparações para agir contra os Turbantes Amarelos, e um édito convocava todos a lutar contra os rebeldes. Ao mesmo tempo, Lú Zhí, Huángfŭ Sōng e Zhū Jùn, três Comandantes Imperiais, marchavam em direção a eles por três direções distintas com soldados experientes.

26. Enquanto isso, Zhāng Jiăo liderava seu exército em direção a Yōuzhōu, a região a noroeste do império. O Protetor Imperial de Yōuzhōu era Liú Yān, um herdeiro da Casa Imperial. Estando a par da aproximação dos rebeldes, Liú Yān reuniu-se com o comandante Zhou Jing para consultá-lo acerca da situação.

27. “Eles são vários e nós, poucos. Devemos recrutar mais tropas para nos opormos a eles.”

28. Liú Yān aquiesceu, e distribuiu avisos chamando por voluntários para servirem contra os rebeldes. Um destes avisos foi posto no distrito de Zhuō, onde vivia um homem de grande espírito.

29. Este homem não era um erudito, tampouco tinha devoção aos estudos. Mas era tolerante e cativante, embora sendo um homem de poucas palavras, e conservava suas emoções sob uma calma exterior. Ele sempre aspirara por nobres empresas e cultivara a amizade de homens notáveis. Ele era de grande estatura. Suas orelhas eram longas, lóbulos tocando seus ombros, e suas mãos iam até abaixo de seus joelhos. Seus olhos eram grandes e proeminentes, com isto podendo ele enxergar até as laterais de suas orelhas. Sua compleição era clara como jade, e tinha ele ricos lábios vermelhos.6

(10)

30. Ele era descendente do Príncipe Sheng de Zongshan, cujo pai, o quarto Imperador da Dinastia Hàn, fora o Imperador Jĭng7. Seu nome era Liú Bèi. Há muitos anos um de seus

ancestrais fora Governador naquele mesmo distrito, mas perdera sua posição devido a negligências cometidas em oferendas cerimoniais. De qualquer forma, permanecera lá aquele ramo da família, gradualmente tornando-se cada vez mais pobre conforme os anos passavam. Liu Yong, seu pai, fora um erudito e um virtuoso oficial, mas morrera jovem. Viúva e órfão foram deixados sós, e Liú Bèi era conhecido por ter devoção filial.

31. Nestes tempos caíra a família em profunda pobreza, e Liú Bèi provia seu sustento vendendo sandálias de palha e tecendo capachos. O lar da família ficava em uma vila próxima à importante cidade de Zhuō. Perto da casa havia uma grande amoreira cujo perfil curvo, visto de longe, assemelhava-se ao dossel de uma carroça. Percebendo a abundância de suas folhas, um adivinho previra que um dia surgiria da família um homem distinto.

32. Quando criança, Liú Bèi brincava sob esta árvore com outras crianças da vila e a escalava, dizendo: “Eu sou o Filho dos Céus, e esta é minha carruagem!”. Liú Yuánqĭ, seu tio, tinha ciência de que Liú Bèi não era uma criança comum e dizia a ele que sua família desaprovava tal comportamento.

33. Quando Liú Bèi estava com quinze anos, sua mãe o exortou a viajar, para com isto cuidar de sua educação. Por algum tempo ele serviu a Zhèng Xuán e Lú Zhí, tendo-os como seus mestres. E então fez grande amizade com Gōngsūn Zàn.

34. Liú Bèi contava com vinte e oito anos quando o levante dos Turbantes Amarelos

convocava soldados. Ver o aviso o entristeceu, e ele suspirava enquanto o lia.

35. Subitamente uma voz áspera vinda de trás de si exclamou: “Senhor, por que suspiras enquanto nada fazes para ajudar a nosso País?

36. Voltando-se rapidamente, viu atrás de si um homem de estatura aproximadamente igual à sua que tinha a cabeça como a de um leopardo, grandes olhos, queixo aguçado como o de uma andorinha e bigodes como os de um tigre. Ele tinha uma voz grave e falava alto, e era tão cativante quanto um enérgico corcel. Liú Bèi logo viu que aquele não era um simples homem, e perguntou-lhe quem era.

37. “Zhāng Fēi é meu nome”, respondeu o estranho. “Vivo nesta região, onde tenho uma fazenda; sou também açougueiro e comerciante de vinhos, e gostaria de travar conhecimento com pessoas dignas. Vossos suspiros ao lerdes aquele aviso impeliram-me a ter convosco.”

virtudes em proporções físicas; de grande estatura, ouvidos e olhos atentos, mãos firmes, pele clara e lábios vermelhos. (N. do T.)

7 Reinado de 157 a.C. a 141 a.C. (N. do T.)

38. Liú Bèi respondeu: “Sou da Família Imperial, Liú Bèi é meu nome. Gostaria de acabar com esses Turbantes Amarelos e restaurar a paz à terra, mas, oh tristeza!, não tenho meios para tanto.”

39. “Eu disponho dos meios”, disse Zhāng Fēi. “Poderíamos recrutar algumas tropas e ajudar com o que pudermos”.

40. Estas foram boas notícias para Liú Bèi, e os dois se dirigiram à hospedaria da vila a fim de conversar a respeito do projeto. Conforme bebiam, um homem alto e grande surgiu, a puxar atrás de si uma pequena carroça pela rua. À frente da soleira, deteve-se e entrou na hospedaria, a fim de descansar, pedindo por vinho.

41. “E sê rápido!”, disse ele. “Pois estou com pressa para chegar à cidade e oferecer-me ao exército.”.

42. Detidamente Liú Bèi observou o recém-chegado homem e viu que dispunha de uma robusta compleição, longas barbas, rosto vívido como uma maçã e lábios vermelhos e profundos. Seus olhos eram como os de uma fênix, e tinha sobrancelhas afiladas e espessas como bichos-da-seda. Toda sua aparência era digna e inspirava temor. Liú Bèi atravessou o cômodo, sentou-se a seu lado e perguntou-lhe seu nome. 43. “Sou Guān Yŭ”, respondeu ele. “Sou nativo do lado leste do rio, mas estou a fugir pelas águas há cinco anos porque acabei com um rufião, o qual, por ser rico e poderoso, achava-se no direito de ser tirano. Vim para ingressar no exército daqui.”. 44. Então Liú Bèi expressou a Guān Yŭ suas intenções e os três seguiram à fazenda de Zhāng Fēi, onde poderiam conversar sobre a nova empresa.

45. Disse Zhāng Fēi: “Os pessegueiros no pomar nos fundos de casa estão em pleno florescimento. Amanhã instituiremos lá um sacrifício e declararemos nossas intenções aos Céus e à Terra, e juraremos nós três fraternidade e unidade de metas e sentimentos: assim, chegaremos à nossa grande tarefa.”

46. De muito bom grado aquiesceram Liú Bèi e Guān Yŭ.

47. Três mentes funcionando como uma, prepararam no dia seguinte os sacrifícios: um boi preto, um cavalo branco e vinho para a oferenda. Por entre as fumaças dos incensos que queimavam sobre o altar, inclinaram suas cabeças e recitaram este juramento:

48. “Nós três – Liú Bèi, Guān Yŭ e Zhāng Fēi –, apesar de sermos de famílias diferentes, juramos fraternidade e prometemos ajuda mútua até o derradeiro fim.

(11)

Amparar-nos-emos quando em dificuldades; ajudar-Amparar-nos-emos quando em perigo. Pedimos não o mesmo dia de nascimento, mas almejamos morrer juntos. Que os Céus, que tudo regem, e a Terra, que tudo produz, olhem dentro de nossos corações. Se nos desviarmos do caminho da retidão, ou nos esquecermos de sermos benevolentes, que os Céus e os Homens Nos aniquilem!”

49. Ergueram-se. À frente de Liú Bèi ajoelharam-se os outros dois, sendo ele o irmão mais velho e Zhāng Fēi, o mais novo. Feita esta cerimônia solene, abateram outro boi e prepararam um banquete, ao qual convidaram vários aldeões. Trezentos juntaram-se a eles, e todos banquetearam e beberam no Jardim dos Pêssegos.

50. No dia seguinte, foram reunidas armas. Mas não havia cavalos para guiar. Isto foi de grande pesar. Mas logo animaram-se com a chegada de dois comerciantes de cavalos que traziam vários destes animais.

51. “São os Céus que nos ajudam!”, disse Liú Bèi.

52. E os três irmãos puseram-se a receber os comerciantes. Eles eram Zhāng Shìpíng e Shuāng, ambos de Zhōngshān. Todos os anos iam eles rumo ao norte para comprar cavalos. Agora estavam eles a caminho de casa por conta dos Turbantes Amarelos. Os irmãos os convidaram a ter com eles na fazenda, onde vinho foi servido a todos. Então Liú Bèi expôs a eles seus planos de se empenhar pela tranquilidade. Zhāng Shìpíng e Shuāng ficaram contentes com o que ouviram, e prontamente lhes deram quinze corcéis; além disso, quinhentas onças de ouro e prata e seiscentos e trinta quilos de aço para a forja de armas.

53. Os irmãos demonstraram sua gratidão, e os mercadores acabaram por seguir seu rumo. Então foram convocados ferreiros a fim de forjarem-se armas. Para Liú Bèi forjaram um par de espadas que evocavam a ancestrais; para Guān Yŭ confeccionaram uma Guandao8

denominada o Sabre do Dragão Verdejante, que pesava 45 quilos; e para Zhāng Fēi forjaram uma lança de três metros chamada Alabarda da Serpente. Cada um tinha também um elmo e armadura completa.

54. Assim que as armas ficaram prontas, a tropa, agora com a força de cinco mil homens, marchou até encontrar-se com o Comandante Zhou Jing, o qual os apresentou a Liú Yān, o Protetor Imperial. Quando encerraram-se as cerimônias das apresentações, Liú Bèi descreveu sua ascendência, e Liú Yān prontamente conferiu a ele a estima devida à relação que tinha.

55. Há muitos dias havia sido anunciado que a rebelião havia se iniciado de fato, e Chéng 8 Arma que consiste de um pesado bastão de 1,5 a 2 metros de comprimento, geralmente de madeira ou metal,

em cuja uma ponta é forjada uma pesada lâmina e, noutra, um contrapeso de metal para balancear seu manuseio. (N. do T.)

Yuănzhì, um dos chefes dos Turbantes Amarelos, invadira a região com um contingente de quinze mil rebeldes. Liú Yān solicitou a Zhou Jing e aos três irmãos que impusessem sua resistência, com as quinhentas tropas, contra os rebeldes. Liú Bèi animadamente encarregou-se de liderar à frente e marcharam até os pés das colinas de Daxing, onde viram os rebeldes. Eles tinham seus cabelos soltos na altura dos ombros, e suas testas estavam cingidas com faixas amarelas.

56. Assim que os dois exércitos estavam frente a frente, Liú Bèi tomou a dianteira, com Guān Yŭ à sua esquerda e Zhāng Fēi, à sua direita.

57. Brandindo sua arma, Liú Bèi pôs-se a censurar os rebeldes, exclamando: “Oh descontentes! Por que não desmontais de vossas montarias e vos rendeis?”

58. Chéng Yuănzhì, seu líder, enviou, cheio de ira, Dèng Mào, um de seus generais, à frente da batalha. Prontamente tomou a frente Zhāng Fēi, com sua Alabarda da Serpente pronta para o ataque. Uma investida apenas e Dèng Mào caiu de seu cavalo, perfurado no coração. Neste momento o próprio Chéng Yuănzhì galopou rapidamente com seu corcel e investiu, espada em riste, pronto a aniquilar Zhāng Fēi. Mas Guān Yŭ brandiu seu poderoso Sabre do Dragão Verdejante pelo ar e trotou em direção a Chéng Yuănzhì. Com esta visão, o medo apossou-se de Chéng Yuănzhì e, antes mesmo que pudesse defender-se, caiu-lhe o grande sabre, que cortou-o em duas partes.

59. Os dois heróis, a toda guerra inveterados, Exércitos à prova, ousadamente cavalgaram. Todos seus feitos por três reinos são contados, E os poetas tais eventos nos cantaram.

60. Seu líder aniquilado, depuseram os rebeldes suas armas e fugiram. Os soldados dos oficiais apressaram-se em seu encalço. Vários milhares renderam-se e a vitória fora alcançada. Com isto, aquela parte da rebelião foi contida.

61. Após retornarem, Liú Yān os recebeu pessoalmente e distribuiu recompensas. Mas, no dia seguinte, chegaram cartas da parte de Gōng Jĭng, Protetor Imperial da região de Qīngzhōu, relatando que os rebeldes estavam fazendo cerco na cidade de Zhou e que esta estava a ponto de sucumbir. Precisavam rapidamente de ajuda. 62. “Eu irei”, disse Liú Bèi, tão-logo ouvira das novas.

63. E partiu ele sem demora com seus próprios soldados, reforçados pela força de cinco mil sob Zhou Jing. Os rebeldes, ao verem a ajuda a caminho, ferozmente atacaram em uníssono. A força de apoio, sendo comparativamente menor, não venceria facilmente e se retirou a cerca de dezesseis quilômetros, onde montaram acampamento.

(12)

64. “Eles são muitos e nós, poucos.”, disse Liú Bèi a seus irmãos. “Nós os derrotaremos apenas pela boa estratégia.”.

65. Então prepararam uma emboscada. Guān Yŭ e Zhāng Fēi, com um bom grupo de homens, dirigiu-se para trás das colinas, à esquerda e à direita, e lá ocultaram-se. Assim que soassem os gongos, deveriam revelar-se para dar apoio ao exército principal.

66. Preparações feitas, os tambores fizeram-se ouvidos, exortando Liú Bèi a avançar. Os rebeldes também seguiram em frente. Mas Liú Bèi repentinamente retirou-se da batalha. Pensando ser esta a oportunidade esperada, os rebeldes urgiram em frente e foram guiados por sobre a colina. Então soaram os gongos para a emboscada. Guān Yŭ e Zhāng Fēi surgiram pela direita e pela esquerda da colina, enquanto Liú Bèi a contornava para se encontrar com os rebeldes. Sob o ataque pelos três flancos, os rebeldes sofreram grandes baixas e fugiram em direção aos muros de Qīngzhōu. Mas Gōng Jĭng, o Protetor Imperial, liderou uma força com intento de atacá-los e os rebeldes foram completamente derrotados; muitos, mortos. Qīngzhōu não corria mais perigo.

67. Seja feroz como o tigre o soldado, Por estratégia é o inimigo derrotado. Um herói chega e o seu nome ressoa, Destinado como ele é à Coroa.

68. Terminadas as celebrações em honra à vitória, o Comandante Zhou Jing propôs retornarem a Yōuzhōu.

69. Mas Liú Bèi disse: “Fomos informados de que Lú Zhí, o Comandante Imperial, está perdendo vantagem para uma horda de rebeldes liderados por Zhāng Jiăo em Guăngzhōng. Lú Zhí fora meu professor, e gostaria de ir em seu auxílio.”.

70. Então Liú Bèi e Zhou Jing separaram-se e os três irmãos, com suas tropas, seguiram rumo a Guăngzōng. Lá encontraram o acampamento de Lú Zhí, foram levados à sua presença e expuseram a razão de sua vinda. O Comandante os recebeu com grande alegria, e permaneceram juntos enquanto ele traçava seus planos.

71. Naquele mesmo tempo, os quinze mil homens das tropas de Zhāng Jiăo e os quinze mil homens das tropas de Lú Zhí embatiam-se frente a frente. Nenhum deles obtivera progresso.

72. Lú Zhí disse a Liú Bèi: “Consigo cercar estes rebeldes aqui. Mas os outros dois irmãos, Zhāng Băo e Zhāng Liáng, estão firmemente entrincheirados contra Huángfŭ Sōng e Zhū Jùn em Yĭngchuān. Vos darei mais mil homens; com estes, podereis ir até lá para acompanhardes a situação, e poderemos então assentar o momento para um ataque conjunto.

73. Então Liú Bèi partiu e marchou tão rápido quando podia em direção a Yĭngchuān. Ao mesmo tempo, as tropas imperiais obtinham êxito em seus ataques, e os rebeldes se retiraram para Chángshè. Eles acamparam pela grama espessa.

74. Vendo isto, disse Huángfŭ Sōng a Zhū Jùn: “Os rebeldes estão acampando nos campos. Podemos atacá-los com fogo.”.

75. Então os Comandantes Imperiais solicitaram a todos os homens que cortassem feixes de grama seca e preparassem uma emboscada. Naquela noite o vento soprava forte e, na segunda vigília, iniciaram o incêndio. Ao mesmo tempo, as tropas de

Huángfŭ Sōng e Zhū Jùn atacaram os rebeldes e atearam fogo em seu acampamento. As chamas ascendiam até os céus. Os rebeldes foram postos em grande confusão. Não havia tempo de selar os cavalos ou de cingir suas armaduras: eles debandaram por todas as direções.

76. A batalha prosseguiu até a aurora. Zhāng Liáng e Zhāng Băo, juntamente com um grupo de rebeldes voadores, encontrou um modo de escapar. Repentinamente, porém, surgiu uma tropa de soldados com estandartes carmesim para se opor a eles. Seu líder era um homem de estatura média, com pequenos olhos e longas barbas. Ele era Cáo Cāo, de Beijuo, com a posição de Comandante da Cavalaria. Seu pai era Cáo Sōng, mas ele não era um Cao por ligação de sangue. Cáo Sōng nascera na família Xiàhóu, mas fora adotado pelo eunuco Cáo Téng e recebera seu nome de família. 77. Quando jovem, Cáo Cāo apreciava a caça e deleitava-se com músicas e danças. Era ele habilidoso e repleto de malícia. Um tio, ao ver o jovem tão instável, costumava irritar-se com ele e contou a seu pai sobre suas desfeitas. Seu pai o repreendeu.

78. Mas Cáo Cāo esperava por um momento oportuno. Um dia, ao ver seu tio chegando, foi-se ao chão, simulando uma crise. O tio foi-se rápida e alarmadamente ter com seu pai, o qual encontrou o jovem em perfeito estado de saúde.

79. “Mas seu tio dissera que tivestes uma crise. Estás melhor?”, disse seu pai.

80. “Nunca sofri de crises ou moléstias de espécie alguma.”, disse Cáo Cāo. “Mas perdi a afeição por meu tio, e ele vos enganou.”.

81. Depois disso, não importasse o que seu tio dissesse a seu respeito, seu pai não lhe dava atenção. Então o jovem cresceu licencioso e sem controles.

82. Certo homem chamado Qiao Xuan disse a Cáo Cāo: “A rebelião está prestes a eclodir, e apenas um homem de grandes habilidades pode restaurar a tranquilidade. E vós sois este homem.”.

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83. E Hé Yóng, de Nányáng, disse: “A Dinastia do Hàn está a ponto de ruir. Aquele que restaurará a paz é este homem e apenas ele.”.

84. Cáo Cāo procurou por Xŭ Shào, um homem de sabedoria em Rŭnán, para saber acerca de seu futuro.

85. “Qual é o meu estado de ser?”, inquiriu Cáo Cāo.

86. O homem não lhe deu resposta, e Cáo Cāo insistiu mais e mais em sua pergunta. 87. Então respondeu Xŭ Shào: “Durante a paz, um sujeito capaz; em tempos de caos, um astucioso herói!”.

88. Cáo Cāo teve grande alegria ao ouvir isto.

89. Cáo Cāo completou vinte anos e ganhara renome por integridade e clemência. Ele começou sua carreira como Oficial Comandante em um distrito próximo ao do Distrito da Capital. Nos quatro portões que segurava, mantinha ele bastões de variados tipos e punia qualquer infração à lei, não importando o posto do transgressor. Certo dia, um tio do eunuco Jiao Shuo fora visto pelas ruas com uma espada e posto na prisão. Conseqüentemente, foi sovado pelos bastões. Depois disto, ninguém ousava mais desviar-se da retidão novamente e o nome de Cáo Cāo tornou-desviar-se mais conhecido. Logo foi convocado pelo magistrado de Dùnqiū.

90. Com a irrupção dos Turbantes Amarelos, Cáo Cāo obteve o posto de General e foi posto para comandar cinco mil soldados de cavalaria e de tropas regulares para prestar auxílio no combate de Yĭngchuān. Coincidira de ele encontrar os rebeldes recém-derrotados, os quais fez em pedaços. Milhares foram exterminados e incontáveis bandeiras e tambores foram capturados, juntamente com grandes somas em dinheiro. Porém, Zhāng Băo e Zhāng Liáng conseguiram escapar; depois de uma breve conversa com Huángfŭ Sōng, seguiu Cáo Cāo em seu encalço.

91. Enquanto isso, Liú Bèi e seus irmãos avançavam em direção a Yĭngchuān, onde ouviram a assuada da batalha e viram chamas subindo alto nos céus. Mas chegaram muito tarde para o combate. Eles viram Huángfŭ Sōng e Zhū Jùn, aos quais contaram a respeito de Lú Zhí.

92. “A força dos rebeldes está abalada aqui,”, disseram os comandantes, “mas eles certamente farão com que Guăngzhōng junte-se a Zhāng Jiăo. Vós não tendes nada a fazer senão apressar-vos de volta.”.

93. Os três irmãos então mudaram seu destino. Pela metade do caminho, viram um grupo de soldados que escoltavam um prisioneiro em uma cela sobre um carro de bois. Assim

que se aproximaram, viram eles que o prisioneiro não era outro senão Lú Zhí, o homem a quem iam prestar auxílio. Desmontando de seu cavalo, Liú Bèi perguntou-lhes o que ocorrera.

94. Lú Zhí explicou: “Eu cercara os rebeldes e estava a ponto de aniquilá-los quando

Zhāng Jiăo usou alguns de seus poderes sobrenaturais e evitou minha vitória. A Corte enviou o eunuco Zhuo Feng para saber os motivos de meu malogro e o oficial pediu algo como suborno. Eu disse a ele como estávamos sendo pressionados e perguntei a ele onde, dadas as circunstâncias, poderia eu encontrar algum presente a ele. Ele então foi-se com muita ira e relatou que eu ficara na base sem participar das batalhas e, com isto, desmotivara meu exército. Fui então substituído por Dŏng Zhuō, e tive de ir à Capital para responder pela acusação.

95. Esta história causou grande ira em Zhāng Fēi. Ele estava a ponto de aniquilar a escolta e libertar Lú Zhí. Mas Liú Bèi o aplacou.

96. “O Governo tomará a decisão correta,”, disse Liú Bèi. “Vós não podeis agir impensadamente!”.

97. E a escolta e os três irmãos tomaram caminhos diferentes.

98. Não havia sentido em prosseguir naquela rua em direção a Guăngzhōng, então Guān Yŭ sugeriu retornarem a Zhuo e tomaram o caminho de volta. Dois dias depois, ouviram eles o tumulto da batalha por detrás de algumas colinas. Apressando-se para o alto, eles viram os soldados do governo sofrendo grandes baixas, e viram que aquela região do País estava repleta de Turbantes Amarelos. Nas bandeiras dos rebeldes estavam escritos os dizeres ‘Zhāng Jiăo, o Senhor dos Céus’.

99. “Ataquemos Zhāng Jiăo!”, disse Liú Bèi a seus irmãos, e galoparam a fim de ingressar na batalha.

100. Zhāng Jiăo tinha vantagem sobre as tropas de Dŏng Zhuō e aproveitava-se dela. Estava ele engajado em uma perseguição quando os três irmãos avançaram sobre seu exército, causando confusão entre suas tropas e os fazendo recuar mais de vinte metros. Então os irmãos retornaram ao acampamento com o general que resgataram. 101. “Que oficiais tendes vós convosco?”, perguntou Dŏng Zhuō, assim que teve oportunidade de falar com os irmãos.

102. “Nenhum.”, disseram eles.

103. E Dŏng Zhuō os tratou com desrespeito. Liú Bèi retirou-se calmo, mas Zhāng Fēi estava furioso.

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104. “Nós acabamos de resgatá-lo de uma batalha feroz”, exclamou Zhāng Fēi, “e agora é ele rude conosco! Nada senão sua morte pode aplacar minha ira!”.

105. Zhāng Fēi avançou em direção à tenda de Dŏng Zhuō, firmemente a empunhar uma espada afiada.

106. E antes como era, o é hoje ainda:

O simples homem pode ter um bom sucesso, A posição de oficial está já vinda;

Zhāng Fēi, o homem que é brusco e impulsivo, Pode ele onde encontrar alguém em par? Porém matar alguém, o homem, o não grato, Teriam logo muitas mortes sucedido.

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Capítulo II

Zhāng Fēi

Açoita O Oficial do Governo;

Hé Jìn

Conspira Para Assassinar Os Eunucos

1. Dŏng Zhuō nascera no longínquo noroeste, em Lintao, nas Terras do Vale do Oeste. Como Governador de Hedong, Dŏng Zhuō era arrogante e autoritário. Mas o dia em que tratou Liú Bèi com insulto teria sido seu último, não tivessem Liú Bèi e Guān Yŭ contido seu irado irmão Zhāng Fēi.

2. “Lembra-te que tem ele a comissão do governo.”, disse Liú Bèi. “Quem somos nós para julgá-lo e aniquilá-lo?”.

3. “É amargo receber ordens de canalha como ele. Preferiria acabar consigo! Vós podeis ficar por aqui, caso quiserdes, mas eu procurarei outro lugar.”, disse Zhāng Fēi.

4. “Somos nós três apenas um em vida e morte; entre nós não há divisão. Iremos todos prontamente.”.

5. Assim falou Liú Bèi, e seu irmão ficou satisfeito. Então os três partiram e não perderam tempo durante a viagem até chegarem a Zhū Jùn, o qual os recebeu bem e aceitou sua ajuda ao ataque a Zhāng Băo. Neste momento, Cáo Cāo juntou-se a Huángfŭ Sōng, tentava-se destruir Zhāng Liáng e havia em Quyang uma grande batalha.

6. Zhāng Băo estava a comandar cerca de oitenta mil tropas. Os rebeldes lideraram seu exército a uma posição sólida na parte de trás das colinas. Após decidido o ataque, Liú Bèi foi escolhido líder do assalto. Ao lado dos rebeldes, Gāo Shēng, um general de Zhāng Băo, surgiu para a batalha. Liú Bèi enviou Zhāng Fēi para aniquilar Gāo Shēng. Cavalgou Zhāng Fēi em máxima velocidade, sua lança preparada em riste. Após alguns assaltos, Zhāng Fēi feriu Gāo Shēng, o qual perdeu sua montaria. E com isto Liú Bèi deu ordens ao exército principal para avançar.

7. Então Zhāng Băo, enquanto ainda montado, soltou seus cabelos, agarrou sua espada e proferiu seus encantamentos. Logo então o vento pôs-se a uivar e os trovões a ribombar, enquanto uma densa nuvem negra descendida dos céus tomava conta dos campos. E então parecia que os eram invulneráveis os cavaleiros e tropas de soldados, os quais puseram-se a atacar as tropas imperiais. O pânico tomou-os e Liú Bèi liderou suas tropas para fora de combate, mas estavam em desordem e retornaram, derrotados.

8. Zhū Jùn e Liú Bèi ponderaram acerca do problema.

9. “Zhāng Băo usa magia.”, disse Zhū Jùn. “Amanhã, então, prepararei um contra-feitiço sob a forma de sangue de cabras e porcos abatidos. Este sangue deverá ser espalhado de

cima do precipício sobre a multidão por soldados em emboscada. Com isto, seremos capazes de quebrar o poder de sua arte xamânica.”.

10. Então foi feito. Guān Yŭ e Zhāng Fēi tomaram para si mil homens cada e os ocultaram nos altos penhascos na parte posterior das colinas, e tinham um grande suprimento de sangue de porco e de cabra, além de outras coisas impuras. E, no dia seguinte, quando os rebeldes com estandartes flamulantes e tambores rufantes surgiram para o embate, cavalgou Liú Bèi à frente para encontrá-los. Ao mesmo momento em que os exércitos se encontraram, novamente iniciou Zhāng Băo sua magia e novamente os elementos começaram a debater-se juntos. A areia voava em nuvens, detritos eram varridos pelo chão, colunas negras de vapor preenchiam os céus e massas estrondosas de cavaleiros e tropas de lá descendiam. Liú Bèi virou-se, como antes, para fugir e os rebeldes o seguiram. Mas, assim que passaram pelos penhascos, soaram os clarins e os soldados ocultos explodiram bombas, jogaram sujeira e sangue. As turbas de soldados e cavalos no ar caíram por terra como fragmentos de papel rasgado, o vento cessou de soprar, os trovões apaziguaram-se, a areia assentou-se e os detritos permaneceram imóveis sobre o chão.

11. Zhāng Băo rapidamente percebeu que sua magia havia sido neutralizada e pôs-se à retirada. Então foi atacado pelos flancos por Guān Yŭ e Zhāng Fēi e, na retaguarda, por Liú Bèi e Zhū Jùn. Os rebeldes foram subjugados. Liú Bèi, vendo de longe o estandarte de Zhāng Băo, o Senhor da Terra, galopou em direção a ele, mas conseguiu apenas feri-lo com uma flecha no braço esquerdo. Ferido como estava, fugiu Zhāng Băo para dentro de Yangcheng, onde se fortaleceu e onde era sitiado por

Zhū Jùn.

12. Batedores, enviados para receber notícias de Huángfŭ Sōng, relataram: “O Comandante Huángfŭ Sōng obteve grande êxito, e Dŏng Zhuō sofreu vários reveses. Portanto a Corte remaneja Huángfŭ Sōng à posição do último. Zhāng Jiăo morreu antes da chegada de Huángfŭ Sōng. Zhāng Liáng agregou o exército de seu irmão ao seu, mas não houve brechas contra Huángfŭ Sōng, cujo exército obteve sete vitórias consecutivas. E Zhāng Liáng foi abatido em Quyang. Além disso, o ataúde de

Zhāng Jiăo foi exumado, seu cadáver, decapitado, e sua cabeça, após exposição pública, foi enviada à capital Luòyáng. A turba rendeu-se. Por estes serviços, Huángfŭ Sōng foi promovido a General das Carruagens Voadoras e Protetor Imperial de Jizhou.”.

13. “Huángfŭ Sōng não se esqueceu de seus amigos. Seu primeiro ato após obter poder foi relatar ao trono o caso de Lú Zhí, o qual foi então restabelecido a seu anterior posto por conduta meritória. Cáo Cāo também recebeu recompensa por seus serviços e agora se prepara para ir a Jinan, em seu novo posto.”.

14. Ao ouvir isto, Zhū Jùn apertou mais a pressão sobre Yangcheng, e a aparente ruptura da rebelião já se tornava evidente. Então Yán Zhèng, um dos oficiais de

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Zhāng Băo, matou seu líder e levou sua cabeça como prova de submissão. Com isto a rebelião naquela parte do país estava contida, e Zhū Jùn reportou-se ao Governo.

15. As brasas dos Turbantes Amarelos, porém, ainda ardiam. Três outros rebeldes, Zhào Hóng, Hán Zhōng e Sūn Zhòng, uniram cerca de trinta mil rebeldes e começaram a assassinar, pilhar e incendiar, denominando-se como vingadores do Mestre Zhāng Jiăo. 16. A Corte ordenou ao bem-sucedido Zhū Jùn que liderasse suas experientes e valorosas tropas a destruir os rebeldes. Ele prontamente marchou em direção à cidade de Wancheng, onde os rebeldes mantinham cerco. Assim que Zhū Jùn chegou, foi Hán Zhōng de encontro a ele. Zhū Jùn enviou Liú Bèi e seus irmãos para atacarem o lado sudoeste da cidade. Prontamente liderou Hán Zhōng os melhores de seus homens a fim de defendê-la. Enquanto isso, o próprio Zhū Jùn liderava uma tropa composta por dois mil cavaleiros a fim de atacar o lado oposto. Os rebeldes, achando terem perdido a cidade, abandonaram o sudoeste e voltaram para lá com a intenção de amparar os defensores. Liú Bèi fazia pressão contra a retaguarda, e foram inevitavelmente subjugados. Eles se refugiaram na cidade, a qual então estava sitiada. Tão logo a fome urgia sobre os sitiantes, enviaram eles uma mensagem oferecendo rendição, mas Zhū Jùn recusou a oferta.

17. Disse Liú Bèi a Zhū Jùn: “Ao vermos que o fundador da Dinastia Hàn, Liú Bāng, o Supremo Ancestral, receberia os submissos e acolheria os favoráveis, por que rejeitar a estes?”.

18. “As condições são diferentes.”, respondeu Zhū Jùn. “Naqueles velhos tempos, a desordem era universal e o povo não tinha um soberano fixo. Portanto, a submissão era bem-vinda e o apoio, recompensado a fim de encorajar as pessoas a se renderem. Agora o império está unido, e os Turbantes Amarelos são os únicos descontentes. Receber sua rendição é não encorajar o bem. Permitir bandidos, quando bem-sucedidos, é dar caminho a toda e qualquer concessão, e acatar sua rendição quando falham faz apenas encorajar o banditismo. Vosso plano não é bom.”.

19. Liú Bèi respondeu: “Não deixar os bandidos se renderem, sim. Mas a cidade está cercada como se por um barril de ferro. Caso a solicitação dos rebeldes seja recusada, estarão eles desesperados e lutarão até a morte, e dificilmente teremos força contra uma miríade de tais homens. Além disto, há na cidade muitas outras pessoas, todas fadadas à morte. Retiremo-nos por um dos flancos e ataquemos apenas o oposto. Eles com certeza fugirão e não terão desejo de combater. Então os subjugaremos.”.

20. Zhū Jùn viu neste um bom conselho, e o seguiu. Como previsto, os rebeldes fugiram, liderados por Hán Zhōng. Os sitiantes os seguiram conforme fugiam, e Hán Zhōng foi morto. Os rebeldes se espalharam por todas as direções. Mas os outros dois chefes rebeldes, Zhào Hóng e Sūn Zhòng, surgiram com grandes reforços e, conforme parecessem muito fortes, os soldados imperiais se retiraram e o novo corpo de rebeldes entrou novamente em Wancheng.

21. Zhū Jùn acampou a cerca de cinco quilômetros da cidade e se preparou para o ataque. Logo então chegaram tropas de cavaleiros e soldados do leste. Na liderança estava um general de rosto amplo, corpo como o de um tigre alerta e torso como o de um altivo urso. Seu nome era Sūn Jiān. Ele era um nativo de Fuchun, na velha região de Wu, e descendente do famoso Sūn Zĭ, o Estrategista9.

22. Quando tinha dezessete anos, Sūn Jiān estava com seu pai próximo ao Rio Qiantang e viu um grupo de piratas, que havia saqueado um comerciante, a repartir seu butim próximo à margem.

23. “Podemos capturá-los!”, disse ele a seu pai.

24. Então, a empunhar sua espada, sem hesitar correu pela margem do rio e gritou algo, como se estivesse a chamar por seus homens. Isto fez com que os piratas acreditassem que os soldados estavam em seu encalço e fugiram, deixando o butim onde estava. Ele conseguiu de fato matar um dos piratas. Por isto tornou-se ele conhecido e foi recomendado a um cargo.

25. Então, em colaboração com os oficiais locais, conseguiu reunir um grupo de mil pessoas e ajudou a conter a rebelião de XuChang, que se intitulava o Imperador Sol e tinha dez mil seguidores. XuHao, o filho do rebelde, também foi morto, juntamente com seu pai. Por isto, Sūn Jiān foi elogiado por Zhang Min, Protetor Imperial, em uma notificação enviada ao Trono, e recebeu promoção ao posto de magistrado de Yandu, depois de Xuyi, e posteriormente de Xiapi.

26. Quando foi deflagrada a rebelião dos Turbantes Amarelos, Sūn Jiān reuniu os jovens de sua vila, alguns da classe dos comerciantes, organizou uma tropa de mil e quinhentos soldados experientes e pôs-se a campo. Agora chegava ele ao campo de batalha.

27. Zhū Jùn recebeu Sūn Jiān de bom grado e ordenou a ele que atacasse o portão sul de Wancheng. Os portões norte e oeste foram simultaneamente atacados por Liú Bèi e Zhū Jùn, mas o portão leste fora deixado livre com o intuito de dar aos rebeldes uma chance de fuga. Sūn Jiān foi o primeiro a escalar os muros e aniquilar mais de vinte rebeldes com sua espada. Os rebeldes fugiram, mas Zhào Hóng, seu líder, cavalgou em direção a Sūn Jiān com sua lança pronta para o golpe. Sūn Jiān desceu do muro, lançou para longe sua lança e com ela derrubou Zhào Hóng de seu cavalo. Então Sūn Jiān, a montar o cavalo de Zhào Hóng, cavalgou aqui e ali, a abater os rebeldes conforme avançava.

28. Os rebeldes fugiram para o norte. Ao encontrarem Liú Bèi, recusaram-se a lutar e

9 Sūn Zĭ, conhecido mais popularmente como Sun Tzu (Sūn Wŭ) (544 a.C. – 496 a.C.) autor do clássico

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dispersaram-se. Mas Liú Bèi sacou seu arco, preparou uma flecha e alvejou seu líder, Sūn Zhòng, o qual caiu por terra. O exército principal de Zhū Jùn chegou e, após tremendo massacre, os rebeldes se renderam. Com isto a paz foi conquistada pelas dez províncias da área de Nányáng.

29. Zhū Jùn retornou à capital Luòyáng, foi promovido a General da Cavalaria Voadora e recebeu o governo de Henan. Ele não se esqueceu daqueles que o auxiliaram a conquistar a vitória; portanto, relatou os méritos de Liú Bèi e Sūn Jiān ao trono.

30. Sūn Jiān, tendo amigos influentes e conexões que o sustentavam, rapidamente conseguiu indicação para o cargo de Comandante de Changsha e pôs-se a caminho a fim de assumir o novo posto. Mas Liú Bèi, apesar da notificação de Zhū Jùn, esperou em vão por preferência, e os três irmãos ficaram muito tristes.

31. Certo dia, a andar pela capital, Liú Bèi encontrou Zhang Jun, um oficial da Corte, a quem relatou seus serviços e compartilhou seus lamentos. Zhang Jun estava muito surpreso com tal negligência e certo dia, enquanto na Corte, falou com o Imperador a respeito.

32. Disse ele: “Os Turbantes Amarelos rebelaram-se porque os eunucos vendem cargos e barganham postos. Há emprego apenas a seus amigos, punição apenas a seus inimigos. Isto levou à rebelião. Seria portanto benfazejo aniquilar os Dez Eunucos, expor suas cabeças e proclamar o que fora feito por todo o império. Então recompensai os dignos. Com isto, a terra seria toda tranqüila.”.

33. Mas ferozmente opuseram-se os eunucos a isto e disseram que Zhang Jun estava a insultar o Imperador, e Ele ordenou aos guardas que pusessem ZhangJun para fora. 34. Os eunucos, porém, reuniram-se em conselho e um deles disse: “Com certeza alguém que prestou serviço contra os rebeldes está ressentido por ter sido deixado para trás.”. 35. Eles então prepararam uma lista de pessoas pouco importantes que receberiam preferência. Entre elas estava Liú Bèi, que recebeu o posto de magistrado da província de Anxi,

36. Os três irmãos chegaram a Anxi, e em pouco tempo a administração da província estava tão reformada e o governo tão sábio que em um mês já não havia uma infração à lei. Os três irmãos viviam em harmonia, comendo sobre a mesma mesa e dormindo sobre o mesmo leito. E quando Liú Bèi ia a sessões públicas ou estava em companhia de outros, estavam Guān Yŭ e Zhāng Fēi prontos a lhe prestar auxílio, fosse pelo dia inteiro.

37. Quatro meses após sua chegada, veio-lhes uma ordem geral pela redução no número de oficiais militares que ocupassem postos civis e Liú Bèi começou a temer que estivesse dentre aqueles que seriam postos para fora. Certo dia o oficial inspetor, de nome Du Biao,

chegou e foi recebido logo à fronteira. Mas à deferência educada de Liú Bèi não respondeu, salvo por um aceno com seu látego quando montava em seu cavalo. Isto deixou Guān Yŭ e Zhāng Fēi furiosos. Mas o pior estava por vir.

38. Tão logo o chegou inspetor às suas dependências, tomou lugar sobre a tribuna, deixando Liú Bèi em posição inferior a si. Após um longo tempo, endereçou-se a Liú Bèi.

39. “Magistrado, qual é a vossa origem?”

40. Liú Bèi respondeu: “Sou descendente do Príncipe Sheng de Zhōngshān. Desde quando travei meu primeiro combate contra os rebeldes dos Turbantes Amarelos na província de Zhuo, já estive em mais de trinta batalhas, pelas quais obtive senão algum mérito. Minha recompensa foi este cargo.”.

41. “Tu mentes sobre tua descendência e tua declaração de serviços é falsa!”, rugiu o inspetor. “Agora a Corte ordenou a redução dos tipos de classe baixa e oficiais corruptos como vós.”.

42. Liú Bèi pensou algo consigo e retirou-se. Em seu retorno à magistratura, reuniu-se em conreuniu-selho com reuniu-seus reuniu-secretários.

43. “Tal atitude pomposa pode apenas significar que o inspetor deseja um suborno.”, disseram.

44. “Nunca corrompi as pessoas com o valor de sequer uma moeda: de onde, portanto, viria um suborno?”

45. No dia seguinte, tinha o inspetor oficiais de baixos postos à sua frente e os forçou a prestar testemunho de que seu mestre havia oprimido o povo. Liú Bèi logo se pôs a refutar esta acusação, mas os guardas dos portões o puseram para fora e não pôde entrar.

46. Zhāng Fēi havia afogado suas mágoas com vinho durante o dia inteiro e bebera demais. Chamando por seu cavalo, cavalgou ele até os alojamentos do inspetor e, logo aos portões, havia ali uma turba de pessoas já de cabelos brancos a chorar amargamente. Ele perguntou-lhes o porquê.

47. Disseram eles: “O inspetor compeliu os subordinados menores a prestarem falso testemunho contra nosso magistrado, com o desejo de prejudicar o virtuoso Liú Bèi. Nós viemos para implorar a ele por misericórdia, mas não somos permitidos de entrar. Além disto, fomos agredidos pelos guardas dos portões.”.

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arregalaram-se até se tornarem círculos; ele cerrou seus dentes; em questão de instantes estava ele fora de si, a forçar seu caminho dentre os apavorados guardas prédio adentro e a chegar aos aposentos de trás. E então viu ele Du Biao, o Inspetor Imperial, sentado sobre a tribuna e com os subordinados inferiores a seus pés.

49. “Opressor do povo! Salteador!”, exclamou Zhāng Fēi. “Sabes tu quem sou?”.

50. Mas, antes que o inspetor pudesse responder, Zhāng Fēi o agarrou pelos cabelos e o arrastou para baixo. Em outro instante já estava fora e o amarrou firmemente contra o poste de amarra à frente do prédio. Então, quebradas algumas varas de um salgueiro, aplicou Zhāng Fēi em sua vítima uma severa surra, de modo que restara apenas sua mão vazia após o décimo galho estar pequeno demais para açoitá-lo.

51. Liú Bèi estava sozinho, remoendo suas lástimas, quando ouviu um chamado à sua porta. Ele perguntou o que sucedera.

52. Disseram a ele: “O General Zhāng Fēi amarrou alguém em um poste e o está surrando!”.

53. Indo prontamente para fora, Liú Bèi viu quem era a infeliz vítima e perguntou o motivo a Zhāng Fēi.

54. “Se não batermos neste tipo de escória até a morte, quê poderemos esperar?”, disse Zhāng Fēi.

55. “Nobre senhor! Salvai-me!”, exclamou o inspetor.

56. Era sempre Liú Bèi gentil e gracioso, e então convenceu seu irmão a libertar o oficial e seguir seu caminho.

57. Chegou então Guān Yŭ, a dizer: “Irmão, após teus magníficos serviços, conseguistes apenas este pequeno posto e mesmo aqui, foste insultado por este sujeito. Vamos acabar com este homem, partir daqui e ficar em casa até que consigamos algo maior.”.

58. Liú Bèi contentou-se apenas em segurar o selo oficial que estava em volta do pescoço do inspetor, a dizer: “Se ouvir que fizestes mal ao povo, vos matarei com toda a certeza. Estamos partindo.”.

59. O inspetor foi ao Governador de Dingzhou, prestou reclamação e foram despachadas ordens para a prisão dos irmãos, mas eles foram a Daizhou e buscaram refúgio com Liu Hu, o qual os abrigou devido à descendência nobre de Liú Bèi.

60. Neste tempo os Dez Regulares Serviçais tinham tudo em suas mãos, e ordenaram à morte todo aquele que hes fizesse oposição. De cada oficial que ajudara a suprimir os

rebeldes, demandavam presentes; e, caso não fossem enviados, eram removidos do cargo. Ambos os Comandantes Imperiais Huángfŭ Sōng e Zhū Jùn caíram vítimas destas intrigas e foram privados de seus cargos, enquanto por outro lado os eunucos recebiam as maiores honrarias e recompensas. Treze eunucos receberam títulos de nobreza, incluindo Zhào Zhōng, o qual foi nomeado General da Cavalaria Voadora. O governo ficava pior e pior, e todos estavam irritados.

61. Rebeliões ocorriam em Changsha, lideradas por Ōu Xīng, e em Yuyang, lideradas por Zhāng Jŭ e Zhang Chun. Foram enviadas tantas notificações quanto os flocos de neve no inverno, mas os Dez as suprimiram todas. Estava certo dia o Imperador em um banquete com os Dez num de seus jardins quando Liu Tao, o Conselheiro da Corte, repentinamente apareceu, a mostrar grande aflição. O Imperador perguntou-lhe qual era o problema.

62. “Senhor, como podeis banquetear com estes enquanto o Império está em seus últimos suspiros?”.

63. “Tudo está bem.”, disse o Imperador. “Onde há algo de errado?”.

64. Disse Liu Tao: “Salteadores estão por todos os lados e saqueiam as cidades. E é tudo culpa dos Dez Eunucos, que vendem cargos e prejudicam as pessoas, oprimem oficiais leais e enganam seus superiores. Todos os virtuosos já deixaram seus serviços e voltaram às suas regiões. O infortúnio está diante de nossos olhos!”.

65. Com isto, os eunucos descobriram suas cabeças e se prostraram aos pés de seu mestre.

66. “Se o Ministro Liu Tao nos desaprova,”, eles disseram, “estamos em perigo. Oramos para que nossas vidas sejam poupadas e que possamos voltar às nossas fazendas. Nós cedemos nossas propriedades para ajudar a custear as despesas militares.”.

67. E eles choraram amargamente.

68. O Imperador virou-se irritado para Liu Tao, a dizer: “Tu também tens teus serviçais: por quê não podes com os meus?”.

69. E depois disto o Imperador chamou seus guardas e os ordenou que retirassem Liu Tao e o pusessem à morte.

70. Liu Tao bradou em alto tom: “Minha morte nada importa. Triste é que a Dinastia

Hàn, após vários séculos de reinado, esteja a ruir rapidamente!”.

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Imperador quando um ministro os deteve, exclamando: “Não atacais! Esperai até que eu tenha falado com Vossa Majestade.”.

72. Era o Ministro do Interior, Chen Dan. Ele foi ter com o Imperador, a quem disse: “Por qual crime foi o Conselheiro Liu Tao posto à morte?”.

73. “Ele vilificou meus serviçais e insultou-me.”, disse o Imperador.

74. “O Império todo comeria a carne dos eunucos se pudesse e, Senhor, mesmo assim Vos

respeita como se fossem Vossos pais. Eles não têm méritos, mas são criados como nobres. Além disto, Fēng Xŭ estava coligado com os Turbantes Amarelos. A não ser que Vossa Majestade perceba isto, o Estado desmoronará!”.

75. “Não houve prova contra Fēng Xŭ.”, respondeu-lhe o Imperador. “Quanto aos Dez Eunucos, não há dentre eles ninguém digno de fé?”.

76. Chen Dan tocou com sua testa os degraus do trono e não se demoveu de sua crítica. Então o Imperador irou-se e ordenou sua remoção e aprisionamento junto a Liu Tao. Naquela noite, Liu Tao e Chen Dan foram assassinados.

77. Então os eunucos enviaram um falso édito a Sūn Jiān que o proclamava Governador de Changsha e que continha ordens para suprimir a rebelião de Ōu Xīng. Em menos de dois meses, Sūn Jiān trouxe a tranquilidade à província. Por isto foi posto Senhor de Wucheng.

78. Mais à frente, Liú Yú foi nomeado Protetor Imperial de Yōuzhōu a fim de marchar em direção a Yuyang e suprimir Zhāng Jŭ e Zhang Chun. Liu Hu de Daizhou recomendou Liú Bèi a Liú Yú, o qual recebeu Liú Bèi, deu a ele o posto de Comandante e o despachou contra os rebeldes. Ele lutou contra eles, os fustigou e acabou com seu espírito de luta. Zhang Chun, um dos líderes, era por demais cruel e seus subordinados se voltaram contra ele. Um de seus oficiais então o matou e trouxe sua cabeça, o que fez com que os outros se rendessem. Zhāng Jŭ, o outro líder, viu que tudo estava perdido e suicidou-se.

79. Com Yuyang agora tranqüila, os serviços de Liú Bèi foram relatados ao Trono, e ele recebeu perdão total pelo insulto ao inspetor imperial. Ele foi nomeado Marechal Substituto de Xiami, e então Oficial Comandante de Gaotang. Então Gōngsūn Zàn elogiou os serviços anteriores de Liú Bèi e ele foi promovido a Magistrado de Pingyuan. Este local era muito próspero, e Liú Bèi recuperou um pouco de seus velhos hábitos de antes dos dias de adversidades. Liú Yú também recebeu preferência e foi promovido a Grande Comandante.

80. No verão do sexto ano da EstabilidadeCentral10, o Imperador Líng ficou seriamente

10 189 d.C. (N. do T.)

doente e convocou Hé Jìn ao Palácio a fim de assentar o futuro. Hé Jìn viera de uma humilde família de açougueiros, mas sua irmã havia se tornado concubina de posição e deu a luz a um filho do Imperador, de nome Liú Biàn. Depois disto ela se tornou Imperatriz e Hé Jìn tornou-se o poderoso Marechal do Regente11.

81. O Imperador se apaixonara também por uma bela garota, Lady Wáng, que deu a luz a um filho de nome Liú Xiàn. A Imperatriz envenenou Lady Wáng por ciúmes, e o bebê foi posto aos cuidados da Imperatriz Dong, a qual era mãe do Imperador Líng. Lady Dong era a esposa de Liu Chang, Senhor de Jiedu. Conforme passou-se o tempo e o Imperador Huán não tinha filhos de sua prole, adotou o filho de Liu Chang, o qual o sucedeu como Imperador Líng. Após sua ascensão, o Imperador Líng levou sua mãe para viver no Palácio e conferiu a ela o título de Imperatriz Dowager12.

82. A Imperatriz Dong sempre tentou persuadir seu filho a nomear Liú Xiàn como o Evidente Herdeiro, e de fato o Imperador amava tenramente o garoto e estava disposto a fazer como sua mãe dizia.

83. Quando estava próximo o fim do Imperador, Jian Shuo, um dos eunucos, disse: “Caso Liú Xiàn obtiver sucesso, Hé Jìn deve ser assassinado para evitarmos qualquer medida contrária.”.

84. O Imperador também percebeu isto. E convocou Hé Jìn para ter consigo.

85. Mas, logo aos portões da Cidade Proibida, Hé Jìn foi avisado sobre o perigo pelo Comandante Pan Yin, o qual disse: “Isto deve ser uma armadilha de Jian Shuo para destruir-vos!”.

86. Hé Jìn voltou a seus alojamentos e chamou vários de seus ministros para terem consigo, e encontraram-se então para discutir sobre como pôr os eunucos à morte. 87. Nesta assembléia falou um homem contra o plano: “A influência dos eunucos data de um século e meio atrás, durante os reinos dos Imperadores Chong e Zhi. Isto se espalhou como uma erva daninha por todas as direções. Como poderemos destruí-la? Mantenhais secreto este plano acima de tudo, ou nossos clãs inteiros serão exterminados.”.

88. Hé Jìn baixou seus olhos e viu Cáo Cāo, o General dos Padrões Militares.

89. Hé Jìn estava extremamente irritado com este discurso e exclamou: “Quê sabem inferiores como tu sobre os caminhos do Governo?”.

11 O mais alto posto na hierarquia militar da época. (N.do T.)

12 Imperatriz Dowager Dong: título dado à Imperatriz que, já falecido seu marido, não tem mais

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90. E no meio da confusão surgiu Pan Yin para dizer: “O Imperador não mais governa. Os eunucos decidiram manter sua morte um segredo e forjaram um comando ao Marechal do Regente a fim de ir ao palácio e acertar a sucessão. Enquanto isto, para evitarem problemas, inscreveram o nome do Príncipe Xiàn.”.

91. E, logo Pan Yin terminara de falar, chegou-lhes o édito a chamar por Hé Jìn.

92. “A questão do momento é decidir quem será o herdeiro de direito.”, disse Cáo Cāo. “Podemos lidar com os traidores mais tarde.”.

93. “Quem ousa juntar-se a mim em apoiar o herdeiro legítimo – o Príncipe Biàn?”, perguntou Hé Jìn, o Marechal do Regente.

94. E de pronto pôs-se à frente alguém, dizendo: “Dai-me cinco mil tropas experientes e entraremos no palácio, definiremos o herdeiro legítimo, aniquilaremos os eunucos e limparemos de vez o governo! E então a paz se fará pelo império.”.

95. O enérgico homem era Yuán Shào, filho de YuánFeng, anterior Ministro do Interior e sobrinho de Yuan Wei, Guardião Imperial. Yuán Shào mantinha então o posto de Comandante Imperial.

96. Hé Jìn reuniu cinco mil guardas reais. Yuán Shào vestiu armadura completa e pôs-se no comando. Hé Jìn, apoiado por Hé Yóng, Xún Yōu, Zheng Tai e mais de trinta outros ministros e oficiais de alto cargo, seguiram palácio adentro. Na sala onde estava o sepulcro do último imperador, puseram Liú Biàn ao trono. Depois de encerrada a cerimônia e de haverem todos se curvado diante do novo Imperador, entrou Yuán Shào a fim de prender o eunuco Jian Shuo, que fugiu em pânico para os jardins do Palácio e se escondeu detrás dos arbustos, onde foi descoberto e assassinado por Guō Shèng, um dos Dez Eunucos. Os guardas sob comando de Jian Shuo renderam-se todos.

97. Yuán Shào disse: “Seus grupos romperam-se. O momento mais oportuno de aniquilar os eunucos é agora!”.

98. Mas Zhāng Ràng e os eunucos dos Dez pressentiram o perigo e apressaram-se a ter com a Imperatriz.

99. Eles disseram: “Aquele que concebeu o plano para prejudicar Vosso irmão foi Jian Shuo: apenas ele estava envolvido, e mais ninguém. Agora o Marechal Regente, sob conselho de Yuán Shào, quer acabar com todos nós. Imploramos Vossa piedade, oh Vossa Majestade!”.

100. “Não temei!”, disse a Imperatriz, cujo filho havia se tornado Imperador. “Eu vos protegerei.”.

101. Ela chamou por seu irmão e lhe disse: “Tu e eu somos de origem menor, e devemos nossa boa sorte aos eunucos. O descaminhado Jian Shuo está agora morto; preci-sas tu pôr todos os outros à morte conforme aconselhou Yuán Shào?”.

102. E Hé Jìn obedeceu a seu desejo. Ele se explicou a seu grupo, dizendo: “O verdadeiro ofensor, Jian Shuo, encontrou seu destino e seu clã será punido. Mas não precisamos exterminar o grupo inteiro, nem prejudicar seus colegas.”.

103. “Acabai com eles, do tronco às raízes,”, exclamou Yuán Shào, “ou eles irão arruinar-vos!”.

104. “Já decidi.”, disse Hé Jìn, friamente. “Não digais mais nada.”.

105. Em alguns dias Hé Jìn tornou-se Presidente do Secretariado, e seus associados receberam altos cargos.

106. A Imperatriz Dong convocou o eunuco Zhāng Ràng e seu grupo em conselho. 107. Disse ela: “Fui eu quem trouxe à frente a irmã de Hé Jìn. Hoje seu filho está no trono, todos os oficiais são seus amigos e sua influência é enorme. Quê posso fazer?” 108. Zhāng Ràng respondeu: “VossaAlteza deve administrar o estado por ‘detrás do véu’; criai Liú Xiàn, o filho do último Imperador, como a um príncipe; dai a Vosso irmão, Dong Chong, Tio Imperial, um alto posto e o colocai sobre o exército; e usai-nos. Isso, apenas, bastará.”.

109. A Imperatriz Dong consentiu. No dia seguinte reuniu ela a Corte e despachou um édito com o propósito referido. Ela nomeou Liú Xiàn como Príncipe de Chenliu e Dong Chong como General da Cavalaria Voadora, e permitiu que os eunucos participassem novamente dos assuntos de Estado.

110. Quando viu a Imperatriz Hé todo o sucedido, preparou ela um banquete, ao qual convidou a Imperatriz Dong, sua rival.

111. No meio do banquete, quando todos estavam já bastante inebriados pelo vinho, a

Imperatriz Hé ofereceu uma taça a sua convidada, dizendo: “Não é bom que nós duas nos envolvamos em assuntos de estado. No início da Dinastia Hàn, quando a Imperatriz Lu pôs suas mãos no Governo, todos os clãs foram postos à morte. Nós deveríamos ficar contentes, amuradas em nossos palácios, e deixar as questões de Estado ao encargo dos oficiais de Estado. Isto seria bom para o País, e confio que Vós agireis de acordo.”.

Referências

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