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SEÇÃO 2 – Dados do grupo ginástico (questões de 12 a 15)

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

5.2 SEÇÃO 2 – Dados do grupo ginástico (questões de 12 a 15)

Os dados acerca do grupo ginástico atualmente coordenado pelo(a) treinador(a) entrevistado(a) estão agrupados no quadro 6 e referem-se às questões de 12 a 14 (nome do grupo, perfil dos integrantes e tempo de existência do grupo). A questão 15 refere-se a um breve histórico do grupo e, para analisá-la, por se tratar de uma pergunta aberta, com resposta em forma de texto, utilizaremos a metodologia de Análise de Conteúdo de Bardin (2011).

Assim como na identificação dos(as) treinadores(as), identificaremos os grupos por “grupo 1 [G1]”, “grupo 2 [G2]”, e assim por diante.

Quadro 6 - Dados do grupo ginástico atualmente coordenado pelo(a) treinador(a)8

Treinador (a)

Nome do grupo

Perfil dos participantes Tempo de

existência

T1 G1 Universitários 4 anos

T2 G2 Estudantes e egressos universitários 30 anos

T3 G3 Intergeracional (13 mulheres e 3 homens) 25 anos

T4 G4 Crianças (4 a 12 anos) 3 anos

T5 G5 Intergeracional (8 aos 35 anos) 5 anos

T6 G6 Idosos (24 mulheres e 1 homem) 2 anos

T7 G7 Egressos e universitários 9 anos

T8 G8 Idosos 8 anos

T9 G9 Adultos (universitários de diferentes cursos e membros da comunidade externa)

8 anos

T10 G10 90% idosos 30 anos

T11 G11 Crianças (entre 5 e 14 anos, majoritariamente meninas)

21 anos

T12 G8 Idosos (homens e mulheres) 8 anos

T13 G13 Adultos (mulheres) 3 anos

T14 G14 Adultos (17 a 57 anos) 10 meses

T15 G15 Adultos (majoritariamente mulheres entre 15 e 60 anos)

1 ano e meio

T16 G16 Universitários e comunidade 9 anos

8

Com relação aos grupos, T8 e T12 possuem uma coordenação compartilhada. Ou seja, G8 e G12 representam o mesmo grupo. Deste modo, consideramos G8 para T12, suprimindo “ G12”

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T17 G17 Jovens (10 a 18 anos, homens e mulheres) 1 ano e 7 meses

T18 G18 Adultos (30 a 80 anos) 6 anos

T19 G19 Idosos (50 a 74 anos, mulheres e um homem) 12 anos

T20 G20 Universitários e pós-graduandos, docentes e funcionários da universidade

4 anos

T21 G21 Universitários e pós-graduandos, do curso de Ciências do Esporte e outros cursos

7 anos

Fonte: Elaborado pela autora.

A partir das respostas a respeito do perfil dos participantes, pudemos identificar e criar 5 categorias9:

1 - Crianças e jovens – 3 grupos;

2 - Universitários/pós-graduandos/egressos universitários – 7 grupos; 3 – Idosos – 4 grupos;

4 – Adultos – 4 grupos;

5 – Intergeracional – 2 grupos.

O gráfico abaixo mostra os dados obtidos:

Gráfico 2 - Perfil dos(as) participantes dos grupos de GPT

Fonte: Elaborado pela autora.

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Ressaltamos que alguns(as) treinadores(as) responderam que seus grupos possuem tanto estudantes universitários, como membros da comunidade externa e funcionários das universidades. Mesmo sendo grupos que podem agregar participantes advindos de diferentes contextos, geralmente adultos, entendemos que eles são organizados e promovidos dentro de um contexto universitário. Logo, eles foram enquadrados na categoria “Universitários/pós-graduandos/egressos universitários”.

3, 15% 7, 35% 4, 20% 4, 20% 2, 10% Crianças e Jovens Universitários/Pós- graduandos/Egressos universitários Idosos Adultos Intergeracional

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Identificamos que a maioiria dos grupos são advindos de um contexto universitário, o que corrobora o potencial das universidades para o fomento da GPT no Brasil, tanto em relação à oferta dessa prática para os membros universitários e da comunidade externa, quanto para a formação de professores(as), principalmente por meio de vivências práticas nos projetos de extensão (LELES et al., 2016).

Notamos, também, que os perfis dos(as) participantes dos grupos são bem distintos, e estão em consonância com os preceitos definidos pela FIG (2019, p. 03) quando aponta que “Gymnastics for All offers a variety of activities suitable for all genders, age groups, abilites, and cultural backgrounds” [A Ginástica para Todos oferece uma variedade de atividades adequadas para todos os gêneros, idades, habilidades e experiências culturais] (tradução nossa). Autores como Souza (1997) e Toledo et al. (2016a) da mesma forma apontam que essa diversidade de perfis de participantes na GPT é possibilitada e esperada.

A vivência da GPT para diferentes perfis de praticantes, especialmente no que se refere à faixa etária, se confirma quando analisamos os trabalhos publicados nos Anais do FIGPT. Entre as suas diversas seções, eles nos relatam como são possíveis as adaptações pedagógicas estratégicas num contexto de prática, de acordo com a faixa etária e o nível de habilidade dos participantes.

Podemos encontrar trabalhos que versam sobre propostas para crianças e jovens (GOMES et al., 2014; SOUZA et al., 2016; FULGÊNCIO; NARDI, 2016), universitários (AGUILLAR et al., 2010; CARBINATTO et al., 2010; GOMES; RUIZ; TOLEDO, 2016), idosos (VIANA, 2003; BEZERRA; EVARISTO, 2005; PIERIN; SOUZA, 2012), adultos (AMBROSIO et al., 2018, CAVALHIERI; TSUKAMOTO, 2018), grupos intergeracionais (FIGUEIREDO, 2016; ASSUMPÇÃO et al., 2018), entre outros10.

Na questão 13, a maioria dos(as) treinadores(as) levou em consideração a faixa etária dos(as) participantes de seus grupos para descrevê-lo. Contudo, os(as) treinadores(as) T3, T6, T11, T12, T13, T15, T17 e T19 também apontaram características em relação ao sexo11: 6 treinadores(as) (T3, T6, T11, T13, T15 e

10

Para acessar mais trabalhos, consultar os Anais das edições do Fórum Internacional de Ginástica Geral (FIGG), de 2001 a 2014, e o Fórum Internacional de Ginástica Para Todos (FIGPT), anos 2016 e 2018. Eles estão disponíveis em versão PDF no site oficial do evento: <www.forumgpt.com>. 11

Como essas respostas partiram dos próprios(as) treinadores(as), sem uma pergunta prévia da pesquisadora envolvendo termos “sexo” ou “gênero”, optamos por manter no quadro de análise o

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T19) chamaram a atenção para a predominância de participantes do sexo feminino, em sua maioria ou totalidade; 2 treinadores(as) (T12 e T17) afirmaram que seus grupos são heterogêneos, contendo participantes de ambos os sexos, porém não especificaram a quantidade.

A relação entre ginástica e gênero é bastante discutida sob um viés histórico, especialmente no Brasil, marcado por paradigmas culturais e sociais que estabelecem diferenças e predominâncias entre os gêneros (REIS; SOUSA; GARCIA, 2015).

Nos meios formais de ensino (escolas e universidades), nota-se que o número de meninas, meninos/homens e mulheres que vivenciam a GPT é equivalente, pois ela é praticada segundo as propostas pedagógicas dos(as) professores(as). A esse respeito, Gaio e Santos (2010, p. 01-02) defendem que esses alunos e alunas devem vivenciar, “[...] durante sua formação, as várias possibilidades da cultura corporal de movimento, tão importantes para o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos motor, cognitivo, afetivo e social”.

Já nos meios informais de ensino, como clubes, associações, dentre outros, principalmente em grupos de adultos e idosos(as), nos quais o indivíduo procura uma atividade para realizar (de acordo com seus gostos, necessidades etc.), observamos que a prática da GPT é realizada majoritariamente por participantes do gênero feminino. Isso tem relação com o fato de que a Ginástica, no Brasil, possuir vieses históricos e culturais próprios (que inclusive se diferem dos de outros países), e que a coloca como uma atividade primordialmente feminina. Segundo Tsukamoto e Knijnik (2008), nota-se, graças ao preconceito e aos estereótipos, um afastamento do público masculino das atividades ginásticas (no caso deste estudo, especificamente a GA), embora tenhamos modalidades especificamente masculinas (GA, GACRO, GTramp) e mistas (como a GACRO, GAE).

Outra subcategoria observada nos discursos de 2 treinadores(as) (T3 e T5) foram as habilidades individuais dos(as) participantes, ressaltando a sua diversidade. De fato, a GPT, mais uma vez por meio da liberdade que a caracteriza, permite que, em um mesmo grupo, haja pessoas com diferentes níveis de

termo utilizado pelos(as) entrevistados(as). A maioria, contudo, não utilizou nenhum dos termos; para estes optamos pelo termo “sexo”.

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habilidades, advindas de diferentes contextos de prática. Isso, a nosso ver, configura-se como algo extremamente positivo, pois assim há a possibilidade do compartilhamento de experiências e do auxílio entre os próprios membros do grupo, valorizando o trabalho em conjunto, a cooperação e, portanto, a formação humana de seus praticantes (PAOLIELLO et al., 2014).

Bento-Soares (2019, p. 132) igualmente identifica a regularidade de respostas quanto à diversidade de perfis de participantes ao questionar as FNG mundiais a respeito de suas concepções de GPT, mostrando que essa diversidade também ocorre em nível internacional. Foram destacados discursos como “uma prática para todos os grupos etários”, “acessível para todos” e “para todas as idades e habilidades”.

Em relação ao tempo de existência dos grupos, os dados foram agrupados no gráfico abaixo:

Gráfico 3 - Tempo de existência dos grupos de GPT

Fonte: Elaborado pela autora.

Constatamos que G2, G3, G10 e G11 possuem mais de 20 anos de história e representam grupos muito tradicionais de GPT. Em contrapartida, há grupos de formação muito recente, como, por exemplo, o G17 (1 ano) e o G14 (10 meses). 4 30 25 3 5 2 9 8 8 30 21 3 0.1 1.5 9 1.7 6 12 4 7 0 5 10 15 20 25 30 35 G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8 G9 G10 G11 G13 G14 G15 G16 G17 G18 G19 G20 G21 Anos

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Esses dados nos mostram pontos opostos (ambos positivos) do cenário da GPT brasileira. De um lado, o trabalho consolidado de grupos experientes que vêm atuando na GPT e participando de festivais (nacionais e internacionais), alguns deles, com 20 ou até 30 anos de existência, desenvolvendo propostas metodológicas e pedagógicas em GPT. De outro, a recente formação de grupos, o que revela o crescimento no número de adeptos em todo o país e uma continuidade no movimento da GPT. Esse último fato, segundo Toledo, Tsukamoto e Carbinatto (2016), pode ser constatado a partir de outro indicador, que se refere à consolidação de grupos que participaram dos festivais nacionais e internacionais nos últimos anos, bem como à maior oferta de cursos e fóruns de debate em eventos da área na Educação Física.

A questão 15 convida os(as) treinadores(as) a redigir um breve histórico da trajetória do grupo que coordenam a partir de uma pergunta totalmente aberta. Ao aplicar a metodologia desenvolvida por Bardin (2011), identificamos as Unidades de Contexto (UC) e de Registro (UR). Neste trabalho, optamos por organizar as UC no Apêndice II para que a visualização das respostas fique organizada de maneira mais clara. Desta maneira, somente as UR da questão estão expostas no quadro abaixo:

Quadro 7 - Unidades de Registro (UR) da questão 15

Treinador (a)

Unidades de Registro (UR)

T1 UR 1 – Formado por universitários; UR 2 – Nasce da vontade de duas colegas professoras com experiência de participantes, sentindo uma lacuna de representatividade;

T2 UR 3 – Formado em 1989; UR 4 – Projeto de extensão; UR 5 – Fins educacionais;

T3 UR 6 – Iniciou os trabalhos em 1994; UR 7 – Estudantes; UR 8 - Eventos nacionais; UR 9 – Eventos internacionais; UR 10 – Gymnaestrada;

T4 UR 11 – Eventos culturais; UR 12 – Copa Campinas de GA; UR 13 – FIGPT 2018; UR 14 – Festival SESC Move;

T5 UR 15 – Reunir ex ginastas para continuar a prática da GA; UR 16 – Apresentações em eventos e festivais; UR 17 – 20 ginastas; UR 18 – Fundamentos da GA e GACRO, mesclando modelos de treinamento, do tradicional ao alternativo; UR 19 – Composição coreográfica; UR 20 – Exploração de diferentes possibilidades;

T6 UR 21 – 2 anos início da prática; UR 22 – Participação em 5 festivais; UR 23 – Segunda coreografia;

T7 UR 24 – Se consolidou após participação no FIGPT, com alunos da disciplina de Ginástica; UR 25 - Fórum de Ginástica Geral; UR 26 – GGU;

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T8 UR 27 – Formado em 2011 através de aulas abertas; UR 28 – Festivais de GPT;

T9 UR 29 – Criado em 2011, vinculado à universidade; UR 30 – Aprovação em editais; UR 31 – Produções e apresentações coreográficas, elaboradas de forma coletiva, colaborativa e democrática; UR 32 – Potencial educativo e de comunicação; UR 33 – Duas vezes por semana, no Laboratório de Ginástica; UR 34 – Desenvolver habilidades no campo da Ginástica, interagindo com outras práticas corporais e manifestações artísticas e culturais;

T10 UR 35 – Eventos nacionais; UR 36 – Eventos internacionais;

T11 UR 37 – Atividade extracurricular; UR 38 – Alunos e comunidade externa; UR 39 – Desenvolvimento técnico, social e cultural dos participantes; UR 40 – 1998; UR 41 – Diferentes professoras; UR 42 – GGU/GGU Anima; UR 43 – Perspectiva baseada na construção coletiva e desenvolvimento de atividades que visem formação humana e capacitação; UR 44 – Fórum Internacional de Ginástica Para Todos; UR 45 – Festivais promovidos pela FEF-UNICAMP; UR 46 – Festival Imagynação; UR 47 – Festivais internos do colégio;

T12 UR 48 – Surgiu a partir da criação do curso de GPT, dezembro de 2010, a partir de aulas abertas; UR 49 – Idosos; UR 50 – Aulas e vivências diversas; UR 51 – Conceitos da GPT; UR 52 – Elaborar coreografias; UR 53 – Participar de festivais do SESC; UR 54 – Fórum Internacional de GPT

T13 UR 55 – Criado a partir de um grupo de mulheres que praticavam Dança/Fitness; UR 56 – Fórum de GPT; UR 57 – Processo da terceira coreografia;

T14 UR 58 – Foi montado com alunos praticantes de atividades físicas; UR 59 – Apresentar a GPT para pessoas não adeptas; UR 60 – Desenvolver uma coreografia; UR 61 – Fórum de GPT; UR 62 – Encantamento pela GPT;

T15 UR 63 – Grupo já existia como um de mulheres que participavam de aulas em grupo; UR 64 – Festival de GPT; UR 65 – Coreografia; UR 66 – Elementos de dança; UR 67 – Estratégias para desenvolver conteúdos;

T16 UR 68 – Projeto de extensão; UR 69 – Promoção da GPT para diferentes púbicos; UR 70 – Em funcionamento desde 2010; UR 71 – 30 praticantes; UR 72 – Prática de várias modalidades gímnicas e outras manifestações da cultura corporal; UR 73 – Composições coreográficas; UR 74 – Eventos;

T17 UR 75 – Surgiu do movimento espontâneo dos integrantes; UR 76 – Olhar para diversas manifestações, se consolidou com a intenção de prover possibilidades para a criação de uma atividade programática de GPT; UR 77 – Empenho do grupo e a proposta da GPT se tornaram significativos para I17; UR 78 – Projeto sólido com duas intervenções práticas semanais; UR 79 – Participou de apresentações; UR 80 – IX Fórum Internacional de Ginástica Para Todos; UR 81 – Coreografias que inspiram reflexões sobre contextos sociais; UR 82 – Incentivar as diferenças e usá-las como ferramenta de desenvolvimento humano;

T18 UR 83 – Iniciou as atividades a partir do fim de uma turma de dança; UR 84 – 30 pessoas de ambos os sexos; UR 85 – Praticam a GPT duas vezes por semana, 1h por dia;

T19 UR 86 – Teve início com a ideia de uma apresentação na festa junina; UR 87 –

Resultado inesperado e gratificante, surgiram convites para novas apresentações e modalidade foi encantando os participantes; UR 88 – Espaço e tempo específicos para o trabalho; UR 89 – Apresentação em festivais e eventos; UR 90 – Eventos da Prefeitura/SME; UR 91 – SESC/SP;

T20 UR 92 – Setembro de 2015, início do projeto de GPT; UR 93 – Duas vezes por semana; UR 94 – I Festival de Ginástica e Dança San UNIP; UR 95 – Elaborar primeira coreografia;

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T21 UR 96 – Projeto de extensão; UR 97 – Proposta alicerçada na do GGU; UR 98 – Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire; UR 99 – Se reúne duas vezes por semana, com treinos extras em outros dias, com organização autônoma dos participantes; UR 100 – Coordenação da docente do laboratório, tendo sempre um co-gestor; UR 101 – Participação em eventos locais, estaduais e nacionais; UR 102 – Festival da FCA; UR 103 – Festival da FEF; UR 104 – Festival do SESI; UR 105 – Festival do SESC; UR 106 – GINPA; UR 107 – GymBrasil; UR 108 – Eventos internacionais; UR 109 – FIGPT; UR 110 – Festival na Argentina UR 111 – WG Helsinki;

Fonte: Elaborado pela autora.

Categorização

Partindo do levantamento das UR, foram criadas 9 categorias, expostas no quadro abaixo:

Quadro 8 - Histórico da trajetória do grupo

No. Categoria UR Frequência

1 Criação do grupo 02, 03, 06, 15, 21, 24, 27, 29, 40, 48, 55, 58, 63, 70, 75, 83, 86, 92 18 2 Proposta do grupo 05, 18, 20, 32, 34, 39, 43, 51, 59, 66, 67, 69, 72, 76, 82, 98 15 3 Participação em festivais/eventos nacionais e internacionais 08, 09, 11, 16, 22, 28, 35, 36, 47, 64, 74, 79, 89, 101, 108 15 4 Atividades do grupo 04, 33, 30, 37, 50, 68, 78, 85, 88, 96, 93, 99 12 5 Composição do grupo 01, 07, 17, 38, 49, 55, 58, 63, 71, 84 10 6 Composições coreográficas 19, 23, 31, 52, 57, 60, 65, 73, 81, 95 10 7 Influências do GGU 26, 42, 97 3

8 Olhares dos participantes 62, 77, 87 3

9 Coordenação compartilhada/ Rotatividade de coordenação

41, 100 2

Fonte: Elaborado pela autora.

A partir dessa categorização, identificamos que os 3 principais discursos que os(as) treinadores(as) utilizam para contar a trajetória histórica de seu grupo são: (1) criação do grupo, (2) proposta do grupo, (3) a participação em festivais/eventos nacionais e internacionais e (4) as atividades do grupo.

A criação do grupo (ano de fundação, contexto no qual o grupo foi criado, por quais pessoas, etc.) configura-se como uma informação importante, pois situa o

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grupo dentro de sua própria história e também no contexto da GPT brasileira. Ao abordar a sua proposta, os(as) treinadores(as) informam os principais objetivos e processos metodológicos e pedagógicos que o grupo utiliza, caracterizando-o; ao falar sobre a participação em festivais/eventos nacionais, eles(as) buscam mostrar que seus grupos possuem uma relação direta com a GPT, apresentando trabalhos dessa prática em eventos específicos da área. E, por fim, a categoria atividades do grupo traz as descrições das ações feitas por eles, como relatos de como são as aulas/treinos, os projetos de extensão, a frequência com a qual o grupo se reúne etc.

Também merecem destaque (pela alta frequência com que aparecem nas respostas acima) as categorias composição do grupo e composições coreográficas. A primeira nos permite conhecer, mais uma vez, os perfis de participantes dos grupos; a segunda reforça a importância dessa manifestação da prática da GPT à voz de seus(as) próprios(as) treinadores(as).

Alguns festivais ginásticos nacionais e internacionais foram citados pelos(as) entrevistado(s), o que mostra a sua importância para a história do grupo. Os eventos nacionais que mais se destacaram nesses discursos foram: os festivais do FIGPT, com 8 menções, e os festivais do SESC, com 4 menções. Com relação aos eventos internacionais, o de maior destaque foi a WG, com 2 menções.

Esses festivais configuram-se como importantes espaços de prática e fomento da GPT (PATRÍCIO; BORTOLETO; CARBINATTO, 2016). Essa informação pode ser observada não somente nas respostas dos(as) treinadores(as) deste estudo, mas também a partir da história da GPT em um contexto mundial e nacional, como já destacamos anteriormente. Ainda segundo os autores acima citados, atualmente há um número considerável desses eventos, porém existem alguns fatores como, por exemplo, a pouca visibilidade das mídias televisivas, que dificultam a sua divulgação.

Como nossa análise é preponderantemente qualitativa, merecem destaque, igualmente, as categorias que aparecem com menor frequência nas respostas dos(as) entrevistados(as), mas que sinalizam aspectos importantes para esta pesquisa. Podemos sublinhar, desta forma, as 3 menções feitas acerca da influência do GGU e que colocam este grupo como um modelo ou “espelho” para o trabalho do próprio grupo. Esse dado mostra como um grupo consolidado como este se torna referencial para outros ao longo dos tempos, inspirando a criação de novos

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grupos, como recordam Paoliello et al. (2014). Um outro exemplo que podemos salientar se refere à forma de gestão desses grupos, a qual evidencia a quebra de alguns paradigmas na centralização de poder de um(a) único(a) treinador(a) e traz reflexões sobre o impacto da perspectiva democrática da prática, inclusive em seu modelo de gestão, conforme já apresentado por Oliveira, Silva e Silva (2016).