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Second Information Technology in Education – SITES

TEXTUAIS QUESTIONÁRIOS 335

2. O USO DA TIC NO CENÁRIO DA EDUCAÇÃO

2.5 EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS NO USO DA TIC EM SALA DE AULA

2.5.2 Second Information Technology in Education – SITES

O SITES foi um programa de pesquisa realizado entre os anos de 1999 e 2006 conduzido pela Associação Internacional para a Avaliação do Sucesso Acadêmico – IEA11 –. O foco da pesquisa foi “o relacionamento existente entre as TIC e as mudanças na Educação” (BLIGNAUTA et al., 2010, p. 1552, tradução nossa). O estudo procurou responder questões sobre as práticas pedagógicas adotadas nas escolas e como acontece seu uso integrado às TIC. Foram realizadas comparações internacionais pautadas em vários indicadores, tais quais a análise de como as TIC influenciam o processo de ensino-aprendizagem e a inserção de uso da TIC a partir de políticas educacionais (CARSTENS; PELGRUM, 2009, tradução nossa).

O estudo foi implantado em 3 etapas, na primeira etapa – M1 –, entre os anos de 1997 a 1999, aconteceu o estudo quantitativo em escolas de 26 países12. “O foco foram questões relacionadas aos recursos da TIC e extensão em escolas onde foram adotadas e implementadas práticas pedagógicas essenciais na educação e na sociedade da informação“ (BLIGNAUTA et al., 2010, p. 1552, tradução nossa).

11 O grupo é formado por peritos selecionados pelos Ministros da Educação dos seguintes países: Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Espanha, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria, Portugal, Finlândia, Suécia, Reino Unido, Chipre, Hungria, Polónia, Roménia, Eslováquia, Letónia, Estónia, Lituânia, Bulgária, República Checa, Eslovénia.

12 Os países participantes da primeira etapa do SITES – M1 foram Bélgica, Bulgária, Canada, Taipei- China, Chipre, República Tcheca, Dinamarca, Finlândia, França, Hong Kong - SAR, Hungria, Israel, Itália, Japão, Lituânia, Luxemburgo, Nova Zelândia, Noruega, Federação Russa, Singapura, República Eslovaca, Eslovênia, África do Sul, Tailândia, Islândia.

A segunda etapa – M2 – realizada em 28 países13 entre 2000 e 2002, fez um estudo qualitativo sobre as práticas pedagógicas de professores e alunos no uso da TIC e o papel que esta desempenha nessas práticas.

A terceira etapa – M3 – realizada em 2006, coletou dados de 20 países do hemisfério norte: Canadá (Alberta e Ontário), Hong Kong (SAR), China (Taipei), Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Israel, Itália, Japão, Lituânia, Noruega, Rússia (Federação), Rússia (Moscou), República Eslovaca, Singapura, Eslovênia, Espanha (Catalunia) e Tailândia. Também, entraram na investigação 2 países do hemisfério sul: África do Sul e Chile. Os questionários dessa etapa investigaram professores de Matemática e Ciências, diretores e coordenadores de tecnologia organizados de forma a determinar as práticas pedagógicas e o uso da TIC correntes no ensino-aprendizagem de suas escolas. Do levantamento estatístico fizeram parte 400 escolas em turmas de oitavo ano (CARSTENS; PELGRUM, 2009, tradução nossa).

O relato que se segue refere-se ao SITES – M3. Essa escolha deve-se ao fato de que a terceira investigação foi realizada com professores de Matemática e Ciências, uma amostra bastante pertinente para a pesquisa desenvolvida neste trabalho.

A investigação aponta que fatores pessoais e contextuais como idade, gênero, qualificação acadêmica e experiência profissional influenciam no uso pedagógico da TIC. Mas, segundo Carstens e Pelgrum (2009, tradução nossa), seu uso na prática docente é completamente dependente da competência técnica e de seu entendimento a partir de propósitos pedagógicos.

Os professores percebem a importância de participarem em atividades relacionadas ao seu desenvolvimento profissional. Apesar de reconhecerem a importância, encontram-se atrelados a problemas de disponibilidade para poderem participar. Relatam, ainda, a necessidade de dentro de sua comunidade escolar existirem grupos de professores que tenham a disponibilidade de momentos para a troca de experiências e discussão.

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Os países participantes da primeira etapa do SITES – M2 foram Austrália, , Canada, Chile, Taipei- China, República Tcheca, Dinamarca, Inglaterra, Finlândia, França, Alemanha, Hong Kong - SAR, Hungria, Israel, Itália, Japão, Lituânia, Coreia, Holanda, Noruega, Filipinas, Portugal, Federação Russa, Singapura, República Eslovaca, Espanha, África do Sul, Tailândia, Estados Unidos da América.

Dos 22 países participantes do SITES, em 2006, 20 possuem políticas públicas que incentivam o uso da TIC na Educação. Com exceção da África do Sul, os computadores estão disponíveis para fins de ensino-aprendizagem em quase todas as escolas dos países participantes. A maioria dos países envolvidos no estudo apresenta um incremento anual de investimentos na incorporação de software e hardware para suas escolas. Mas o relatório mostra que, apesar de todo o investimento, o uso em sala ainda é baixo.

Segundo os editores do relatório, na amostra, não foi possível estabelecer uma correlação entre o nível de acesso (média aluno por computador) e o percentual de professores que fazem uso da TIC no processo de ensino. Não é possível, portanto, estabelecer que o baixo uso esteja relacionado a questões de infraestrutura. Apenas, 18% apresentaram uma adequação curricular que permitia alcançar os novos objetivos de forma a apoiar a inserção curricular da TIC (LAW et al., 2008, tradução nossa).

Um dado relevante é o fato de que seu uso não parece depender de políticas nacionais ou globais ou mesmo das condições estruturais da escola. Um exemplo é o caso do Japão e Israel onde 22,5% dos professores de Matemática fazem uso da TIC no ensino, já os professores de Ciências, das mesmas escolas, reportam um uso de 44% e 53%, respectivamente. No estudo é visível a grande variação quanto ao uso da TIC por parte dos professores de Matemática e Ciências, os percentuais de uso variam de 20% a 80%, no escopo dos 22 países. A tabela ilustra esta variação em que são relacionados alguns países partícipes da investigação.

Tabela 1. Uso semanal da TIC integrada a prática de sala de aula

País % de Professores Chile 37% Canadá (Ontário) 43% Japão 3% Noruega 22% Itália 26% Finlândia 9% Eslovênia 8% China 7% Rússia 23%

Os resultados da pesquisa provocaram a discussão do uso da TIC no processo de ensino-aprendizagem para o âmbito político da Comunidade Europeia – CE. Decisões acerca de sua implantação e políticas públicas de fortalecimento de seu uso foram subsidiadas, encorajando o estudo de abordagens inovadoras que contemplem sua aplicabilidade na prática em sala de aula.