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Políticas

99. É preciso enfatizar a necessidade de que o crescimento se sustente e de

4.2. Políticas em áreas específicas de intervenção

4.2.10. Segurança e saúde no trabalho

Objetivo 

A saúde e a segurança no trabalho convertem-se em prioridade para os atores sociais na região.

Meta

Em um prazo de 10 anos, reduzir em 20% a incidência de acidentes e en- fermidades do trabalho e duplicar a cobertura da proteção em termos de segurança e saúde no trabalho para setores e grupos pouco atendidos.

Justificativa

238. É necessário que a segurança e a saúde no trabalho (SST) transforme-se

em prioridade para os governos, empregadores e trabalhadores. Nesse campo, são duas as metas. Em primeiro lugar, a taxa de acidentes e enfermidades de trabalho deve ser reduzida em 20% na região, concentrando esse esforço em setores estraté- gicos, ou seja, naqueles que sejam mais importantes para a economia, mas ao mes- mo tempo mais perigosos ou com populações mais vulneráveis. Em segundo lugar, deve-se buscar estender a proteção em SST a setores tradicionalmente não atendi- dos, elevando a cobertura dessa proteção dos atuais 12% para 25% até 2015. Isso deve ser feito através de um esforço que envolva desde a reforma de algumas legis- lações (para que determinados segmentos da força de trabalho não sejam excluídos dos sistemas de proteção) até o desenvolvimento de programas específicos.

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239. No caso da meta de redução de acidentes e enfermidades as prioridades

são duas. Em primeiro lugar, estabelecer programas nacionais de trabalho seguro/ trabalho decente priorizando os setores com índices de periculosidade mais eleva- dos e as categorias mais vulneráveis de trabalhadores em cada país. Em segundo lugar, desenvolver os sistemas nacionais de informação em segurança e saúde no trabalho (SST), o que inclui a criação de mecanismos de registro e notificação de acidentes e enfermidades profissionais com o objetivo de melhorar tanto a preven- ção no âmbito da empresa quanto os regimes de riscos do trabalho dos sistemas de previdência social.

240. A política de segurança e saúde no trabalho deve definir as prioridades, a

orientação e as ações a serem implementadas, garantindo assim ambientes de tra- balho saudáveis e seguros e condições de trabalho adequadas. Essa política nacio-

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nal, revisada a partir dos avanços tecnológicos mais recentes, deveria identificar os principais problemas, definir métodos eficazes para abordá-los, formular e estabe- lecer prioridades para a ação com base nos problemas identificados nacionalmente

e por setor, e avaliar os resultados obtidos.68

241. No entanto, a simples definição da política não é suficiente. Devem ser

adotadas medidas específicas para a sua aplicação e implementação efetivas. Entre elas, podem ser mencionadas:

• As medidas para a implementação da política devem ser estreitamente coor-

denadas pelo Ministério do Trabalho e as entidades envolvidas por meio de Comissões Interinstitucionais, Conselhos Nacionais de Segurança e Saúde no Trabalho, e outros mecanismos de coordenação interinstitucional e interseto- rial relevantes em âmbito nacional.

• Deve-se elaborar um Plano de Ação Estratégico Nacional de Segurança e Saú-

de no Trabalho para cada país, que inclua um diagnóstico nacional para a ava- liação dos riscos no trabalho em setores e grupos prioritários em particular, os trabalhadores jovens, as pessoas com deficiências, os trabalhadores rurais e os migrantes, assim como os trabalhadores autônomos e aqueles envolvidos na economia informal.

• Deve-se estabelecer um sistema de informação estatística unificado em âm-

bito nacional para registro, notificação e elaboração de estatísticas e indica- dores de acidentes de trabalho e enfermidades profissionais, para se obter um quadro da realidade do país por região e por setor econômico, seja em termos de periculosidade – para o estabelecimento de prioridades – seja em termos de eficácia das medidas preventivas e de controle voltadas para a redução dos riscos no trabalho.

242. Para aumentar a abrangência dos sistemas de proteção contra acidentes

de trabalho, as ações implicam desde a revisão da legislação para evitar exclusões de qualquer tipo até a criação e o incremento de mecanismos que combinem com- ponentes contributivos com solidários, a fim de se chegar a uma ampla cobertura. De modo geral, os gastos da previdência com acidentes de trabalho são muito mais baixos que os gastos com a cobertura em saúde.

243. Em todo esse processo é necessário o diálogo social e a consulta entre as

partes envolvidas. Isso é crucial não apenas para a formulação da política nacio- nal, mas também para colocá-la em prática e revisá-la. A execução das medidas no âmbito da empresa também requer uma ação tripartite. A proteção social contra acidentes de trabalho também deve ser vista como um primeiro nível – ou nível básico – nos mecanismos de proteção social para os trabalhadores.

244. Todos os países (governos, empregadores, trabalhadores) estão preocu-

pados em melhorar as condições de segurança e saúde no trabalho, evitando aci- dentes e enfermidades. No entanto, os recursos técnicos e financeiros são escassos, o que, somado à informalidade em que funcionam certas empresas, dificulta avan- çar na direção da melhoria dessas condições. Ainda assim, os países prosseguem no esforço de aproveitar melhor os recursos disponíveis, e para isso está sendo incentivada a criação dos Sistemas Nacionais de Segurança e Saúde no Trabalho. É esse o caso de Argentina, México, Peru e dos países da América Central.

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68 Existem condicionantes estruturais nos países da região que devem ser abordados de maneira integral para que essa política seja implementada de maneira eficaz. Entre outros, cabe destacar as repercussões no mercado de trabalho, os direitos dos trabalhadores, as estruturas nacionais responsáveis pelo tema e sua organização institu- cional, as indústrias de alto risco, as condições de trabalho na pequena empresa, a relação entre saúde e segurança no trabalho e produtividade diante do comércio internacional e a promoção de boas práticas e da legislação trabalhista, a complexidade da economia informal, as implicações de gênero e os novos desafios decorrentes da globalização.

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4.2.11. Trabalhadores migrantes